quarta-feira, 16 de abril de 2025

"Se va como se puede, no como se quiere..."

terça-feira, 15 de abril de 2025

Professor Gilberto Luiz Alves lança nesta quinta-feira "As águas como caminho, Mato Grosso como destino" em Corumbá



Professor Gilberto Luiz Alves lança nesta quinta-feira "As águas como caminho, Mato Grosso como destino" em Corumbá

Primoroso livro ilustrado sobre a navegação na Bacia do Prata entre fins do século XIX e início do século XX, "As águas como caminho, Mato Grosso como destino" será lançado pelo autor na "Casa A. Ócio e Cultura", no Porto Geral de Corumbá (Rua Manoel Cavassa, 127).

Dos pioneiros na pesquisa histórica em Mato Grosso, o Professor Gilberto Luiz Alves vai lançar no dia 17, quinta-feira, na Casa A (rua Manoel Cavassa, 127), no Porto Geral de Corumbá, às 19 horas, um de seus mais recentes livros, este no contexto da navegação no Rio Paraguai e Bacia do Prata desde os fins do século XIX até o início do século XX.

"As águas como caminho, Mato Grosso como destino", editado pela Entrelinhas, de Cuiabá, é abundantemente ilustrado com imagens de então retiradas de cartões postais identificados, além da contextualização histórica das viagens relatadas e seus passageiros.

A obra trata de quatro viagens fluviais realizadas entre 1862 e 1911, a partir do Litoral e com rumo a Mato Grosso. Bartolomé Bossi, Severiano da Fonseca, Herbert Smith e Annibal Amorim são os protagonistas cujas viagens são relatadas num contexto ilustrado e em cores, com primorosa análise histórica contextual. Aliás, primoroso é o livro todo, edição ricamente produzida, em formato grande e capa dura. Ideal para quem gosta de livros e estimulante para as novas gerações despertarem seu interesse pela leitura.

DEDICADO À PESQUISA

Docente universitário, Gilberto Luiz Alves veio trabalhar em 1971 no Centro Pedagógico de Corumbá (CPC), da Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT). Oriundo do interior de São Paulo, permaneceu por quase duas décadas em Corumbá, e depois se mudou para Campo Grande, onde prosseguiu sua carreira docente e suas pesquisas históricas e no campo da Educação.

Depois de se aposentar, Gilberto Luiz Alves criou seu próprio instituto cultural na capital de Mato Grosso do Sul, em que continua a se dedicar à pesquisa e à formação de novos pesquisadores por meio de seminários e palestras. Um dos eixos de atuação do instituto é a Sociedade de Bibliófilos do Instituto Cultural Gilberto Luiz Alves edita, em que edita, em parceria com algumas editoras (como a Entrelinhas e a Maria Petrona, de Londrina) coleção inédita de livros de autores de renome acadêmico, como os Professores Valmir Batista Corrêa, Lúcia Salsa Corrêa, Sandino Hoff, Maria Angélica Cardoso, Sílvia Helena Andrade de Britto e o próprio Gilberto Luiz Alves, com ilustrações exclusivas em bico de pena de renomados artistas plásticos, como Marlene Mourão, Ton Barbosa e Lelo.

Depois do lançamento na capital de seu livro de memórias, dia 24 de abril, na livraria "Leitura", no Shopping Center Campo Grande, intitulado "Vivências de um educador caipira" e do "Cerâmica indígena contemporânea em Mato Grosso do Sul", editados pela CVR de Curitiba, o Gilberto Luiz Alves revela que continuará a escrever, mas agora no gênero ficcional, inaugurado com o bem aceito "Era uma vez no Pantanal - Uma saga transfronteiriça", cujo protagonista, o paraguaio Juanito Balbuena, resgata o aporte da força de trabalho do imigrante paraguaio nas atividades econômicas do sul de Mato Grosso, cuja cultura, decorridos séculos, ainda está presente.

Estudioso metódico e com rigor científico, Gilberto Luiz Alves, com essa nova jornada, nos leva a intuir que por meio da literatura pretende resgatar temas históricos que não foram suficientemente tratados, ou melhor, aprofundados, por seus contemporâneos. E a ficção pode ser metáfora criativa para uma nova vertente de estudos inéditos e, como sempre, questionadores do lugar comum da academia e de contemporâneos que não se ativeram à questão central da história, que se processa com a produção material, isto é, econômica da sociedade.

Ahmad Schabib Hany

sábado, 12 de abril de 2025

Nem Macondo, nem Sucupira: é Burácom o que inspira



Cara leitora / caro leitor,

Macondo -- esclareço às novas gerações, pois as veteranas devem ter ouvido, senão lido, sobre ela -- é a cidade imaginária de Gabriel García Márquez em sua obra-prima, Cien años de soledad, com a qual se tornou celebrado Prêmio Nobel de Literatura em 1968.

Sucupira -- também para as novas gerações -- é a cidade ficcional com a qual Dias Gomes contextualizou uma das maiores obras de sua genialidade como dramaturgo combativo e irreverente, O bem-amado, na televisão e no cinema.

Desculpe-me, leitor/a, mas depois que o "professor Goógre" [assim mesmo, sem qualquer afã de "falar ingrês"!] entrou em nossas vidas não é mais preciso descrever, analisar ou resumir estas obras: cada qual pode, autônoma e livremente, procurar a melhor explicação que lhe aprouver.

Só quero deixar registrada minha admiração, profunda gratidão, pelos geniais autores do gênero literário -- realismo mágico ou surrealismo, como preferir -- que povoou o acanhado imaginário de minha geração e nos permitiu "ousar tentar, ousar vencer", pois nos ensinou a dar "invertidas" diante das adversidades, e aqui estamos. Sem medo de sermos felizes, sem viralatice, sem recalques.

García Márquez revelara certa vez que, quando terminou de escrever a obra genial que o tornou célebre em todo o mundo, morava no México e estava sem dinheiro para pagar, havia nove meses, o aluguel da casa em que ele morava com a Família. E muito menos para as despesas de correio para remeter o manuscrito de setecentas laudas à editora, de Buenos Aires, que publicaria a obra-prima de sua vida.

Precisou enviar os originais em duas partes, porque o dinheiro que trazia no momento, 45 pesos, só dava para enviar a metade do peso do original. Precisou fazer com que sua Companheira vendesse os últimos utensílios de que dispunham: aquecedor, secador de cabelos e o liquidificador.

Os 50 pesos obtidos com a venda desses pertences permitiram que ele enviasse o resto dos originais para a obra ser revista, analisada, editada e impressa por sua editora. De posse dos dois pesos de troco, a Companheira estava indignada ao cabo da façanha: disse ao escritor que só faltava que a obra "fosse má".

A Vida, generosa como o talento do escritor, reconheceu sua genialidade ao ser premiado pelo Nobel de Literatura, um ano depois.

Nosso conterrâneo Dias Gomes vivera até os 76 anos, mas não tivera oportunidade de vir ao coração do Pantanal e da América do Sul para passar uma temporada. Ah, se tivesse, ele teria conquistado para o Brasil um Nobel de Literatura também...

Por quê?

Renato Teixeira, o compositor de "Romaria" ["Sou caipira, Pirapora ..." eternizada na voz da eterna e terna Elis Regina em 1978], revela que o Pantanal lhe abriu os horizontes e fez seu talento amadurecer.

Porque lhe mostrou coisas que jamais teria conhecido sem vir e se impregnar disso tudo. Inclusive da esquisitice dos recalcados daqui, responsáveis pela emulação, procrastinação e atraso, que Teixeira prefere ignorar.

Ora, o que dizer, então, de um gênio como Dias Gomes? Como Campo Grande vive a se afirmar "capital do Pantanal", mesmo que ficasse só por lá, teria dado tempo para incrementar sua usina de imaginação. Em poucas semanas já teria captado a "essência do espírito separatista", que nada tem de pantaneiro.

Esquisitice, sim, mora ali, basta dizer que são os que vivem de emular a alma pantaneira. A querida e saudosa Helô, palestino-pantaneira, dizia isso com propriedade. Como sionistas, que usurpam tudo -- terras, cultura, história, culinária e até a alma palestina --, para ocupar o lugar e a vez deles, a quem negam acintosamente.

Como quem nasceu à beira de um córrego -- seja Prosa ou Segredo -- pode compreender ou conceber os horizontes (e a própria alma generosa) de quem tem um quase oceano, o Rio Paraguai, para se conectar à humanidade, ao firmamento e à essência da alma pantaneira?

Não queiram que a "crônica" do "batrício" não seja aguda. Que seja um afago aos que não se importam com a tragédia dos outros e das outras.

Sobretudo, àqueles que não manifestam qualquer empatia logo com os povos que acolheram generosa e irmãmente os seus ancestrais, uma, duas ou três gerações atrás.

Em vez de estender a mão para retribuir o acolhimento, querem estrangulá-los, do mesmo jeito que os colonizadores de triste memória fizeram com os seus ancestrais cinco ou quatro séculos atrás e seus descendentes continuaram a fazê-lo nos séculos e décadas seguintes.

Nem Macondo, nem Sucupira: é Burácom o que inspira.

Pena que não seja da lavra de um de nossos grandes, fosse García Márquez ou Dias Gomes!

É o que temos...

Ahmad Schabib Hany

La génesis de "Cien años de soledad"


Gabriel García Márquez fala sobre a criação de "Cien años de soledad".

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Oscar Chávez - Macondo - en vivo "Animal Nocturno"


"Macondo", inspirada na obra imortal de Gabriel García Márquez, "Cien Años de Soledad". O compositor é o peruano Daniel Camino Díez Canseco, um ano depois de publicada a obra clássica. O intérprete que celebrizou a canção é o cantor e compositor mexicano Óscar Chávez desde a primeira gravação, em 1971.

UFPantanal rompe a 'bolha' e empreende nova fase de mobilização

sexta-feira, 4 de abril de 2025

UFPantanal ganha apoio de líderes comunitários, parlamentares e pesquisadores em MS

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Encontros presenciais e lançamento do Comitê pró-UFPantanal

Encontros presenciais e lançamento do Comitê pró-UFPantanal

Quinta, dia 3, às 19 horas, no campus da UEMS de Campo Grande, e sexta, dia 4, às 18 horas, no Moinho Cultural, em Corumbá, serão feitos encontros para iniciar o processo de construção participativa da Universidade Federal do Pantanal, com base na tríade inovação-inclusão-integração.

O mês de abril, que abre a fecunda estação primaveril no Hemisfério Sul, inicia com dois encontros da cidadania relativos à criação da UFPantanal (Universidade Federal do Pantanal): quinta, dia 3, às 19 horas, na UEMS de Campo Grande (Avenida Dom Antônio Barbosa, 4155, vila Santo Amaro), e sexta, dia 4, às 18 horas, no Moinho Cultural, Porto Geral, em Corumbá. Na capital, o evento é uma parceria do Movimento UFPantanal com o Instituto Cultural Gilberto Luiz Alves; no Coração do Pantanal e da América do Sul, a iniciativa é do Movimento UFPantanal com o Ponto de Cultura Moinho Cultural. Ao final do encontro em Corumbá, um lual com um grupo musical dará as boas-vindas aos participantes e sobretudo ao novo tempo que é reservado para Corumbá e o Pantanal.

Para cumprir extensa agenda nos dias 2 e 3 de abril na capital, uma comitiva estará em Campo Grande, em diferentes instituições que agendaram reuniões de trabalho e troca de informações e apoio. A receptividade no estado é tal, que Dourados e Três Lagoas se farão representar por pesquisadores e docentes universitários, alguns já aposentados. Da mesma forma, em Corumbá estão agendadas reuniões setoriais com os diferentes segmentos sociais, culturais, econômicos e políticos em dias subsequentes ao encontro a ser realizado no Moinho Cultural com representantes da esfera federal.

O projeto da UFPantanal, segundo assessores do Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, é tido como referência para as futuras universidades-bioma, que em coordenação com a Secretaria-Geral da Presidência serão as escolhidas para a série de novas instituições universitárias a serem criadas pelo Presidente Lula em seu terceiro mandato presidencial. Entretanto, a UFPantanal, além de pioneira nessa característica inovadora, tem o Espaço Comum de Educação (inspirado no modelo do Presidente Pepe Mujica no Uruguai) como peculiaridade. Essa condição é que permitirá ao estudante da futura universidade federal sediada em Corumbá ser habilitado profissionalmente tanto no Brasil quanto na Bolívia (e, se o governo do Paraguai se abrir para essa perspectiva, o mesmo ocorrerá em relação ao país platino).

Nessa oportunidade, no encontro de Corumbá, será anunciado o Comitê pró-criação da UFPantanal, com membros oriundos dos mais variados segmentos sociais, culturais, econômicos e políticos. Constituído por cidadãos engajados com a nova universidade, o Comitê desempenhará papel relevante, sobretudo na articulação com as instituições locais, estaduais, federais e internacionais, sem subalternizar o Movimento UFPantanal, o qual continuará a manter a interlocução com a sociedade nos mais variados aspectos, com proatividade e mobilização.

A mesma proatividade (além da resiliência) permitiu que o projeto fosse construído sem atropelo, sobretudo de forma inovadora, inclusiva e integradora, de modo que, ao ser anunciada a etapa das legítimas contribuições vindas dos vários segmentos sociais constitutivos da região e do país, se tratará de um projeto consistente e robusto, livre de qualquer estigma e resquício excludente. O projeto é fruto de um trabalho coletivo silencioso, graças à competência de pesquisadores e docentes que recolhidos no sábio anonimato e com muita humildade estarão entregando à sociedade um documento que norteará novos paradigmas de instituições de ensino, pesquisa, extensão e inovação. 

Por enquanto, agradecemos a todas e todos pela generosidade, confiança, apoio e, em especial, solidariedade. Todos os interlocutores do Movimento UFPantanal, humilde e irmãmente, foram, estão sendo e serão ouvidos em todo o processo. O Movimento UFPantanal não se esvairá nem arrefecerá sua capacidade de esperançar, em tempos de tamanha adversidade, em que este fruto pródigo é do tamanho, da dimensão, do povo brasileiro, que não admite a deslealdade nem normaliza a cobiça.

Ao darmos as boas-vindas aos integrantes do Comitê Pró-UFPantanal, manifestamos nossa gratidão àquelas e àqueles que somam, como Dom Francesco Biasin, o generoso e inspirador Anfitrião; Professor Helvio Rech, Professora Elisa Freitas, Professora Ilsyane Kmitta, Professora Lígia Baruki e Melo, Professora Dirce Soken, Professor Sérgio Pereira, Professor Ilídio Roda, Biólogo Valdinei Conceição, Professor Wilson Melo, Empresário Armando Arruda Lacerda, Professor Fabiano Silva, Professora Márcia Rolon, Professor Alberto Feiden, Professor Helio de Lima, Professor Jorge Eremites, Pesquisadora Suzana Maria Salis, Socióloga Mariana Arndt, Professora Edy de Barros, Professor Gilberto Luiz Alves, Professora Mônica Cavalcanti Kassar, Artista Plástica Marlene Mourão, Médico Ronaldo Costa, Médica Sílvia Uehara, Médico Mário Sérgio Kassar, Professor Obeltran Navarro, Artista Plástico Rubén Darío Román, Professora Simone Yara Benites da Silva, Professor Valmir Corrêa, Professor Johonie Midon, Professora Lúcia Salsa Corrêa, Médico Antônio Carlos Leite de Barros, Biólogo Miroslav Temeljkovich, Médico Antônio Carlos de Barros Vinagre, Professora Estela Scandola, Professor Moacir Lacerda, Professor Masao Uetanabaro, Professora Janan Hany, Licenciado Williams Blacout, Bacharel Joel Moreira, Pesquisadora Débora Calheiros, Jornalista Maria Cristina Ataíde, Educador de Economia Solidária Aníbal Monzón, Advogado Jorge Benigno Sales, Professor Thiago Godoy, Pesquisadora Márcia Divina, Professor André Motta, Jornalista Luiz Taques, Professora Clariane Siqueira, Arquiteta Lauzie Mohamed Xavier, Professor Fabiano Rückert, Jornalista Nelson Urt, Engenheiro Sérgio Baruki, Professora Elaine Gomes Ferro, Professor Júlio Galharte, Empresário Nasser Safa, Jornalista Dary Jr., Ativista Arturo Ardaya, Professor Carlos Roberto Pereira, Professora Elaine Cancian, Professor Gilliard do Prado, Advogada Eliane Gonçalves, Professor Paulo Boggiani, Professora Angélica Bezerra, Pesquisador Agostinho Catella, Pesquisadora Raquel Juliano, Pesquisadora Aiesca Pellegrin, Técnico Igor Schabib Péres, Professora Mara Leslie do Amaral, Professor Paulo Robson de Souza, Professora Iria Ishii, Professor Arnaldo Yoso Sakamoto, Pesquisadora Sílvia Maria Costa Nicola, Professora Suzianny Ebelling, Professor Egon Krakhecke, Professor Lejeune Mirhan, Odontólogo Zacaria Yahya Omar, Professor Flávio Pimentel, Professora Rosangela Vila, Professora Andreliza de Souza, Empresário Munther Safa, Professora Renilce Barbosa, Professor Waldson Diniz, Psicóloga Nádia Bureman, Professor Anísio Guilherme da Fonseca e o Jornalista Alle Yunes Solominy Neto que, generosa e discretamente, fez todo o registro da gênese daquilo que as novas gerações se beneficiarão e nossa laboriosa população de incansáveis combatentes saberá aquilatar da maneira mais sábia e leal: o Pantanal é por inteiro e de todos. Como verdadeira casa comum, nele cabem todas e todos aqueles que sabem somar e construir. Somar e construir, sempre.

Ahmad Schabib Hany

quarta-feira, 26 de março de 2025

VIDAS PANTANEIRAS IMPORTAM

Vidas pantaneiras importam

No dia 31 de março se encerra o prazo de apresentação de projetos a serem financiados pelo PAC Saúde 2025, do Ministério da Saúde, e os usuários do SUS do Pantanal de Corumbá (indígenas, pescadores e moradores ribeirinhos) foram até a prefeitura reivindicar do gestor municipal a adesão para garantir assistência em saúde a toda a região pantaneira, considerada "vazio assistencial" desde a criação do SUS, em 1990.

Na manhã de 25 de março, data histórica em que se registra a promulgação da primeira constituição brasileira, em 1824, integrantes de duas comunidades indígenas Guató (da Aldeia Uberaba e da Barra de São Lourenço) foram até o Paço Municipal para levar a sua preocupação ao prefeito de Corumbá. Dois caciques, Negré Guató e Severo Ferreira, e a cacica honorária Dalva Ferreira lideraram a comitiva, de aproximadamente 20 pessoas, desde adolescentes até idosos, em sua maioria vindos do Pantanal.

Dona Dalva Ferreira, do alto de seus 82 anos, afirmou que o barco que realiza o projeto "Povo das Águas" há mais de 15 anos nunca chegou à Aldeia Uberaba para assistir sua comunidade, com mais de 60 famílias. O que foi corroborado pelo cacique Negré, da Barra de São Lourenço, que revelou que o projeto assiste sua comunidade de três em três meses, e não mensalmente -- isso quando o rio está navegável e não é ano eleitoral, pois é proibida pela Justiça Eleitoral a chegada desse tipo de ação social às comunidades no período pré-eleitoral.

Um morador Guató da Barra de São Lourenço que veio com esposa e filhos a Corumbá a fim de tratar da saúde dos seus revelou que o custo individual da viagem de lancha a Corumbá não fica por menos de 250 reais, inclusive crianças, a menos que o piloteiro queira fazer desconto para as crianças, valor próximo ao da passagem da empresa que monopoliza o transporte de passageiros entre Corumbá e a capital.

Como moram na área rural, eles ainda enfrentam a burocracia na rede assistencial do SUS: por não morar no perímetro urbano, muitas vezes são deixados para depois, seja nas UBS de suas famílias na cidade ou até no Centro de Especialidades Médicas (CEM), chegando a perder a consulta pretendida. Adianta ter o "Povo das Águas" quatro vezes ao ano, na melhor das hipóteses, quando o procedimento feito pelo médico que pega carona no barco não vale para o agendamento da rede SUS na cidade?

"INÍCIO DO DIÁLOGO"

Aglomerados no estacionamento do Paço Municipal no início da manhã, os participantes do ato 'Assina, Prefeito!' fizeram uma pequena manifestação até a chegada de emissário do prefeito, que, segundo sua assessoria, estava fora atendendo uma comitiva do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Não demorou muito e o Secretário de Governo e Projetos Estratégicos Marcos de Souza Martins, popular Marquinhos, recebeu cordialmente toda a comitiva. Ex-vereador de quatro mandatos, o ex-dirigente do PT tem uma trajetória de 40 anos de vida pública, só não conseguiu trazer um assessor da Secretaria Municipal de Saúde para ouvir, como ele ouviu, todas as demandas das comunidades Guató.

Em nome do Prefeito Gabriel Alves de Oliveira, o Secretário Marquinhos Martins disse com todas as letras que a atual gestão municipal, apesar do legado da administração anterior de inadimplência e falta de credibilidade junto às instituições financeiras e órgãos federais, fará de tudo para não perder essa oportunidade histórica, de prover as populações originárias e tradicionais de equipamentos e serviços do SUS. Afirmou que o prefeito, que é médico, irá ao encontro dos Guató, bem como da comissão de usuários do SUS que deu apoio à população legitimamente pantaneira para assegurar um direito líquido e certo.

O Movimento Efetiva SUS Pantanal, no ato  'Assina, Prefeito!', teve fundamental apoio do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Corumbá (SIMTED). Também participaram o Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa e o Pacto pela Cidadania, espaços públicos que tentam suprir o Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário Padre Ernesto Saksida (FORUMCORLAD), que em 2012 entrou em inatividade. Desde novembro entidades e espaços públicos não estatais vêm acompanhando as idas e vindas com que equipamentos e serviços do SUS têm sido tratados, como a Ambulancha do SAMU, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial, o Hospital Universitário de Corumbá e o Centro de Farmacologia e Farmacognosia Fitoterápica do Pantanal.

Além do começo de um diálogo incipiente com o gestor municipal, aos "45 minutos do segundo tempo", foi mantido estreito contato com o Ministério Público Federal a fim de assegurar que essas benfeitorias não se percam. Muitas vidas já temos perdido neste Pantanalzão de meu Deus. Desde a instalação da capital de Mato Grosso do Sul, em 1979, o Pantanal só vem acumulando perdas inestimáveis. É hora de reverter essa falta de lógica: Pantanal não é "quase prioridade", nem "pedaço" -- chega de "pan", queremos plenitude! --, porque o Pantanal é inteiro e para todos (não para alguns, aos pedaços) e, como o SUS, é Patrimônio do Povo Brasileiro. Mais, é Patrimônio da Humanidade.

Até quando vamos continuar a perder vidas no Pantanal? Ou a Vida dos Guató e demais moradores ribeirinhos vale menos que a dos moradores da cidade? Isso está em qual lei? E o respeito à dignidade humana que a Constituição Federal de 1988 preconiza, como fica? Afinal, Vidas pantaneiras importam.

Ahmad Schabib Hany

quarta-feira, 19 de março de 2025

A VIDA TEM URGÊNCIA TAMBÉM NO PANTANAL


A vida tem urgência também no Pantanal

Por que a ambulancha do SAMU, a Unidade Básica de Saúde Fluvial, o Hospital Universitário Pantaneiro e o Centro Farmacológico de Fitoterapia da flora nativa são urgentes no Pantanal, onde a vida também tem urgência e importância.

O Papa Francisco, do alto de sua magnanimidade, nos chama à reflexão neste momento em que se recupera de delicado acometimento de saúde, quando Netanyahu volta a empreender impunemente projeto genocida de limpeza étnica -- vendido pela mídia corporativa como empreendimento futurístico -- em Gaza, os repaginados terroristas-mercenários do ISIS inundam de sangue a Síria, a cobiça dos mercadores ocidentais impõe no Congo mais um etnocídio criminoso e Zelensky & OTAN teimam protelar o cessar-fogo na Ucrânia para atender a interesses da indústria bélica sedenta de sangue, de guerras,  de dólares.

Nesse contexto de depreciação da Vida e sublimação da necropolítica, curiosamente temos sido inquiridos por Amigos que dizem não compreender por que a ambulancha do SAMU, a Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial, o Hospital Universitário na Região do Pantanal Sul (que, além de Corumbá e Ladário, desde 2024 passou a incluir Miranda) e o Centro de Farmacologia e Farmacognosia Fitoterápico à base da flora nativa fazem a diferença entre a Vida e a morte, da sobrevivência das pessoas nesse Pantanalzão de meu Deus.

Em 247 anos de fundação de Corumbá, a população ribeirinha e indígena nunca foi contemplada pelo SUS, que chega aos 35 anos sem ter atendido, em sua rede de serviços, a um só morador ribeirinho ou indígena do maior município do Pantanal, superior em extensão territorial a muitos estados brasileiros e países pelo mundo. Será preciso desenhar? A vida dessas milhares de pessoas humildes, laboriosas e detentoras das culturas identitárias do Pantanal vale menos?

É comum vermos cidadãos no perímetro urbano de Corumbá a reclamar, com todo direito, pela demora, de minutos, do SAMU no atendimento de urgência/emergência. Porém, no Pantanal moradores têm que se sujeitar a uma espera sem tempo previsível, porque não há ambulancha do SAMU (apesar de que, entre 2011 e 2014, o Conselho Municipal de Saúde de Corumbá e o Conselho Estadual de Saúde de MS aprovaram tais iniciativas, mas no período do golpe, isto é, entre 2016 e 2022, com o desmonte do SUS esses projetos acabaram engavetados). Atendimentos realizados pelo "Povo das Águas", da prefeitura, e pelo "Projeto Navio", da Marinha, que fazem um importante serviço de utilidade pública, são suplementares, pois não realizados dentro dos moldes do SUS.

Ao contrário do que se tem falado inadvertidamente, o governo federal, por meio do PAC Saúde, está disponibilizando recursos a fundo perdido, sem qualquer contrapartida para o município, e a submissão de projetos como esse conjunto de serviços do SUS tem chances de admissão imediata. Assim como Corumbá conta hoje com 28 médicos pagos diretamente pelo Ministério da Saúde, dessa mesma forma, se a atual gestão municipal tiver sensibilidade política, entrará para a história como a administração municipal que teve o mérito de zerar o "vazio assistencial" do SUS no Pantanal. Trata-se de uma opção inteligente, se assim proceder. Tem até dia 31 de março para entregar o projeto.

Como assim? É o que o projeto "Povo das Águas", idealizado pela querida e saudosa Heloísa Urt e realizado pelo saudoso Ruiter Cunha de Oliveira em seu primeiro mandato, não é serviço do SUS (Sistema Único de Saúde), como também não é do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) e muito menos do SGD (Sistema de Garantia de Direitos). Serviços desses sistemas são executados com recursos financeiros "fundo-a-fundo", seguindo o devido protocolo e sob controle social preconizado pela Constituição Federal de 1988. Da mesma forma que o "Projeto Navio" não segue o protocolo SUS, embora o Ministério da Saúde faça repasse de verbas para custeio, mas de modo suplementar.

Por isso um conjunto de espaços públicos não governamentais, movimento sindical e popular iniciou mobilização para solicitar dos três entes federativos a inclusão desses equipamentos / serviços do SUS no Pantanal de Corumbá, e que deverá beneficiar também Ladário e Miranda, pois suas populações também integram a Região Pantanal Sul, com mais de 180 mil habitantes, além dos bolivianos de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, consideradas por lei federal Cidades-Gêmeas há mais de uma década.

Aliás, não sabemos por que nossa região não esteve representada na apresentação, no encontro com gestores municipais no Palácio do Planalto, de PAC para cidades gêmeas, isto é, fronteiriças, quando foram detalhados os critérios para transformar problemas em soluções. E deixar a velha cantilena "apesar de Corumbá/Ladário fazer fronteira com a Bolívia..." -- basta fazer com que as equipes técnicas das municipalidades se capacitem para a elaboração desses projetos e saibam fazer a execução e prestação de contas dos referidos projetos, pois a otimização do dinheiro público é uma obrigação, não um favor do agente público em todas as instâncias.

A campanha de coleta de assinaturas continua na plataforma Google Docs, bem segura, pelo link <https://forms.gle/vNeiaxWXMbbXte5r5>. Assine e peça para que familiares e amigos também o façam. Lembre-se que as populações ribeirinhas e indígenas também têm o direito de serem assistidos pelo SUS. A Vida, nosso bem maior, agradece.

Para concluir, o Papa Francisco fez sábia chamada de consciência a toda a humanidade enquanto se recupera da pneumonia que fragilizou sua saúde nas últimas semanas e sensibilizou em todo o mundo diversas comunidades religiosas e laicas em intensas correntes de preces, como sincera manifestação de apreço pelo Santo Padre. Vida longa e muita ao Papa Francisco. Ele, consciente e ciente da delicadeza deste momento em que, além da população católica, há entre religiosos, como muçulmanos, fazendo jejum pelo mundo no sagrado mês do Ramadan. As populações da Palestina, Síria e norte da África, de maioria islâmica -- também com expressiva população cristã (católica e evangélica) --, voltaram a ser martirizadas pelos genocidas, impunes e indiferentes à fé dos que celebram com seu recolhimento sua devoção. Francisco fez, mais uma vez, um importante contraponto à lógica neofundamentalista que rege a ideologia do sionismo de Netanyahu e do histrionismo de Trump, dois discípulos de Nero a jogar o mundo às chamas da cobiça, opressão e medo.

Ahmad Schabib Hany

Fonte da Imagem e citação do Papa Francisco: Vatican TV em português

sábado, 15 de março de 2025

100 ANOS DO SAUDOSO SENHOR HAMAD HAYMOUR

sexta-feira, 14 de março de 2025

CPAN/UFMS realiza Simpósio de Gestão Urbana sobre futuro das cidades e as mudanças climáticas

CPAN/UFMS realiza Simpósio de Gestão Urbana sobre futuro das cidades e as mudanças climáticas

Evento científico sediado em Corumbá debate em abril futuro das cidades ante as mudanças climáticas, com atividades presenciais no Campus do Pantanal e também online. As inscrições e submissões de trabalhos já estão abertas para estudantes, gestores públicos e pesquisadores.

De 8 a 10 de abril, Corumbá sedia, no CPAN/UFMS, o I Simpósio Regional de Gestão Urbana, com tema “Debatendo o futuro das cidades em face das mudanças climáticas”. A participação poderá ser presencial (manhã e noite) ou online, com emissão de certificado, e por meio do link é possível obter mais informações sobre a programação <https://encurtador.com.br/BOkMr>.

Sob a organização do Professor Doutor Fabiano Quadros Rückert, o simpósio está dirigido para estudantes, gestores públicos e pesquisadores de diferentes áreas. Interessados em apresentar trabalhos ou participar das atividades constantes da programação podem contatá-lo pelo email <fabianoqr@yahoo.com.br> ou pelo telefone (67) 998472102 para informações adicionais. As inscrições já podem ser feitas mediante os contatos e, se for o caso, submeter seu trabalho, dentro da temática e dos critérios acadêmicos.

O evento visa fomentar a reflexão sobre a importância da inclusão das mudanças climáticas na agenda política e debater práticas de gestão urbana comprometidas com o desenvolvimento sustentável. O público -- estudantes, gestores públicos e pesquisadores das diferentes áreas -- terá oportunidade de debater sobre o papel das cidades no monitoramento e enfrentamento dos problemas ambientais.

As atividades presenciais acontecerão nas Unidades 1 e 2 da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus do Pantanal. Serão realizados três tipos de atividades presenciais: oficinas e fóruns de debate no período diurno e mesas temáticas no turno da noite. Além das atividades presenciais, ocorrerão mesas em ambientes virtuais, abordando temas relacionados à Gestão Urbana e às mudanças climáticas.

Para o Professor Fabiano Rückert, “o evento é relevante porque os problemas socioambientais e as mudanças climáticas demandam uma abordagem interdisciplinar e exigem respostas do poder público e da sociedade”.

Conheça a programação completa e garanta já sua inscrição. Esteja preparado para se conectar com pessoas e expandir discussões que serão fundamentais para o futuro das nossas cidades.

O I Simpósio Regional de Gestão Urbana tem apoio da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT); da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), e da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). A realização do evento é uma oportunidade para todos os que se preocupam com o impacto das mudanças climáticas nas cidades e desejam contribuir para o desenvolvimento de práticas urbanas mais sustentáveis.

quinta-feira, 13 de março de 2025

Usuários do SUS se mobilizam para efetivar assistência em saúde no Pantanal



Usuários do SUS se mobilizam para efetivar assistência em saúde no Pantanal

Ambulancha do SAMU, Unidade Básica Fluvial, HU Pantaneiro e Centro Farmacológico Fitoterápico do Pantanal são os equipamentos solicitados em abaixo-assinado dirigido ao Ministro Alexandre Padilha e seus colegas de MS e Corumbá. 

Diversos segmentos sociais de Corumbá e Ladário, entre eles Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa, Pacto Pela Cidadania, entidades comunitárias e movimento sindical local, ante a demora de resposta dos gestores estadual e municipal, deram inicio a uma mobilização mediante  abaixo-assinado e visita a autoridades locais, estaduais e federais para a efetivação do projeto de instalação de equipamentos do SUS (Sistema Único de Saúde) no vasto território pantaneiro de Corumbá.

Por causa da brevidade de tempo para o envio de projeto pelos novos gestores locais de Saúde (cujo prazo é 31 de março para apresentação de projetos pelos gestores locais), os usuários do SUS contatara, autoridades federais para efetivar e até aprimorar antigo projeto de implantação de equipamentos do SUS para garantir assistência em saúde às populações ribeirinhas e indígenas em toda a área do Pantanal em Corumbá e Ladário, que desde 2024 passaram a contar com Miranda na Região Pantanal Sul de MS.

Ambulancha do SAMU, Unidade Básica de Saúde Fluvial, Hospital Universitário para a região do Pantanal e Centro de Farmacologia, Farmacognosia e Fitoterapia com base na flora nativa pantaneira são os equipamentos do SUS, a serem financiados em 100% pelo Ministério da Saúde, inclusive o custeio (pessoal, material permanente e de consumo). Entre 2011 e 2014, os gestores municipal e estadual já haviam iniciado tratativas, tanto que os conselhos municipal de Saúde de Corumbá e estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul já haviam aprovado um projeto que previa ambulancha para garantir assistência em saúde, no contexto do SUS, à população ribeirinha e indigena no Pantanal.

A mobilização está sendo feita por cidadãos que integram espaços públicos, entidades sindicais e comunitárias e movimentos sociais e estão previstos postos de coleta de assinatura nas feiras livres, escolas, universidades e praças centrais e de bairros. Como hoje é fácil o acesso a plataforma de petições coletivas, a mobilização disponibilizou o link <https://forms.gle/vNeiaxWXMbbXte5r5> para fazer a assinatura online, com total segurança (trata-se de plataforma de documentos do Google).

TEOR DO ABAIXO ASSINADO

Excelentíssimos Senhores: Ministro da Saúde, Doutor Alexandre Padilha; Secretário de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, Doutor Maurício Simões; Secretário Municipal de Saúde, Doutor Antônio Juliano de Barros.

NÓS, USUÁRIOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS), considerando os seus princípios fundamentais da equidade, da universalidade e da integralidade, nos dirigimos às Vossas Excelências para solicitar-lhes a urgente implantação, no Pantanal do Município de Corumbá/MS, (1) de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) Fluvial; (2) de uma Ambulancha do SAMU; (3) de um Centro de Farmacologia, Farmacognosia e Fitoterapia com base na flora nativa do Pantanal, e (4) de  um Hospital Universitário para a Região do Pantanal para atender à população de mais de 150 mil habitantes dos municípios de Corumbá, Ladário e Miranda, integrantes da Região Pantanal do SUS em Mato Grosso do Sul, em uma área de 70.257,68 Km2 (uma área 3,2 vezes maior que o estado de Sergipe) além de também atender à população boliviana dos municípios contíguos à fronteira (Puerto Quijarro e Puerto Suárez), aproximadamente 30 mil habitantes, que acodem aos serviços de saúde instalados em Corumbá/MS.

Desde antes de 2012 a população pantaneira está à espera desses importantes programas e serviços, mas, por razões desconhecidas, nunca foram efetivados, razão pela qual entendemos ser esta reivindicação popular e cidadã necessária, pois não há como aguardarmos há tanto tempo por um serviço/programa já discutido e aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde de Corumbá, com interface no Conselho Estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul.

Já foram realizadas duas licitações para construção da Unidade Básica de Saúde Fluvial, com publicações no Diário Oficial do Mato Grosso do Sul, tendo sido publicadas em 2 de outubro de 2012, com resultado de vencedor em 17 de outubro de 2012, e a segunda licitação em 22 de dezembro de 2016, e, portanto, depreende-se que há tanto compreensão técnica da necessidade como decisão política favorável dos Gestores Municipais para a construção da UBS Fluvial.

Fomos vitimados por incêndios que consumiram boa parte do Bioma Pantanal, sobrando doenças para a população decorrentes da nuvem de fumaça tóxica que persistiu por meses, sem que aos riscos e agravos correspondessem estruturas adequadas e em quantidade suficiente para atender à população, em uma área imensa grande vazio assistencial à saúde, tendo como desfecho do fogo incessante o diagnóstico do despreparo da rede, doenças agudas e crônicas, sofrimento e muitas mortes evitáveis.

Na certeza de merecermos a generosa acolhida de Vossas Excelências, nos subscrevemos esperançosa e respeitosamente. Corumbá/MS, 12 de março de 2025.