terça-feira, 24 de abril de 2018

Dona Maria quer saber: quem é esse delegado da PF que protege o Aécio (Por Luiz Taques)



         Dona Maria quer saber: quem é esse
         delegado da PF que protege o Aécio?
            (Por Luiz Taques)      

            Dona Maria estava quase cega e surda.
            Circulava desassossegada, por conta disso.
            No ano passado, em julho, operou da catarata, no olho direito e, do olho esquerdo, em setembro. No mês de outubro, colocou aparelho auditivo.
            Porque, agora, enxerga e está boa do ouvido, manhãs seguidas, Dona Maria vive a me telefonar.
            Alô?
            Desconfio que pretenda deixar explícito que tomemos muito cuidado com nossos atos de hoje em diante.
            Eis um lado nada cerimonioso de Dona Maria, que a gente tinha apagado da memória: a de uma senhora humilde e generosa, porém, durona em momentos cruciais.
            Voltara a se responsabilizar pelas rédeas do próprio destino?
            Falou firme comigo, num dos interurbanos:
            – Assumi de vez o comando do lar; vocês vão ver quem apita aqui.
            Uma voz resoluta sacolejara os meus tímpanos.
            Parece que em família numerosa (oito filhos, 29 netos, 13 bisnetos, dois tataranetos) todos querem palpitar. Nossa família: um grande Brasilzão!
            Dona Maria diz que não tolerará mais desavenças ou intrigas em sua casa, iguais às que vinham ocorrendo, à sua revelia, há dezenove, vinte anos.
            Longeva duração de infortúnio caseiro: do tamanho da teimosia de Dona Maria, de se livrar da cegueira e da surdez precoces.
            Mas, Dona Maria abriu a porta das decisões (muitos de nós, no entanto, continuamos cegos e surdos).
            A catarata, a medicina tratou de remover.
            Depois das cirurgias nos olhos, Dona Maria passara a ver novamente a beleza que há no arrebol, aquela vermelhidão do sol a se pôr no horizonte fronteiriço da aconchegante Corumbá.
            O aparelho auditivo de Dona Maria foi presente involuntário deixado por um amigo querido. Que faria 70 anos – Dona Maria completara 89 anos no dia primeiro daquele mesmo mês, véspera da fatídica data em que o amigo querido, para a nossa duradoura tristeza, desencantara em Londrina.
            Pequenos ajustes naquela geringonça moderna, já permitem a Dona Maria vivenciar inúmeras cenas corriqueiras de sua cidade ribeirinha (como escutar, por exemplo, tibum, tibum, tibum!, após meninos travessos pularem de ponta nas doces águas do rio Paraguai), ou constatar a mesquinhez e a parcialidade dos noticiários jornalísticos brasileiros.
            Por isso, desde meados da semana passada, Dona Maria quer resposta à pergunta que vive a lhe incomodar:
            – Quem é esse delegado da Polícia Federal que o Aécio queria nomear para brecar as investigações da Lava Jato contra ele?
            – Ah, Dona Maria: mude de canal e esquece; tudo leva a crer que a mídia, a PF e o Ministério Público Federal não se interessam por assuntos que não envolvam o Lula.
            Por ora, é tudo o que consigo lhe responder.
             







quarta-feira, 18 de abril de 2018

TANTÓDIO (Ademir Assunção)

Oportuno poema-reflexão de Ademir Assunção, postado pelo Amigo Jornalista Luiz Taques:

TANTÓDIO
Por Ademir Assunção
o mundo é grande 
e tem extremos
tem estrela e tem estrume
tem perfume e tem veneno
tem dias a gente ama
tem dias a gente briga
mundo mundo vasto mundo
mundo malo mundo bueno
não me chamo raimundo
mas algo estranho me intriga
como cabe tanto ódio
num caráter tão pequeno?

domingo, 15 de abril de 2018

AGRESSÕES À SÍRIA, UMA AGENDA MACABRA (Por Waded Schabib Hany)

COMENTÁRIO DE MINHA QUERIDA E INVEJÁVEL IRMÃ PROFESSORA, NUTRICIONISTA E GRANDE CIDADÃ WADED SCHABIB HANY À POSTAGEM QUE FIZ SOBRE A CONDENAÇÃO DO REPRESENTANTE DA BOLÍVIA NAS NAÇÕES UNIDAS À AGRESSÃO COLONIAL-IMPERIALISTA À SÍRIA, POR CIMA DA O.N.U.

COMO DISSE A EXCELENTE PROFESSORA E PESQUISADORA ANGÉLICA BEZERRA (BIÓLOGA E DOUTORA EM LIMNOLOGIA E ECOLOGIA DA ÁGUA), UMA BELA AULA!

Que chanceler! Que direta! Pena que seja uma voz solitária!

Schabib, é o terceiro ano seguido que se atribui à Síria o lançamento de gás Sarin sobre a sua população. É uma notícia que se repete COINCIDENTEMENTE sempre na nesta época, no mês de abril. É uma agenda macabra que os EUA, França, Reino Unido e Israel seguem ano após ano! Os países que se prestam e esse serviço sujo de confundir a opinião pública internacional para promover os ataques à Síria são Israel, EUA, Inglaterra, França e agora Arábia Saudita.

Sempre ocorre próximo à data em que Israel pára para homenagear a memória Holocausto nazifascista, que assassinaram pessoas de várias etnias na Alemanha, entre 1940 a 1953.

O que está por está por trás desta agenda?
- A desova de armamento bélico antes do prazo de vencimento;
- Manutenção de palcos de guerra para atender à demanda da indústria bélica mundial;
- Construção de um “inimigo comum” para achacar e justificar os bombardeios, que ironicamente sempre são em nome da justiça, liberdade e democracia;
- Saques e exploração econômica das riquezas originais dos países agredidos, que em geral são ricos em recursos naturais e energéticos;
- Saques dos acervos arqueólogos, arquitetônicos, históricos, culturais e bibliográficos;
- Recontagem (alteração) da história da humanidade, usando como base os atuais os interesses do Movimento do Sionismo Internacional, utilizando como base o “Novo Testamento”;
- Destruição dos estados e nações árabes do Oriente Médio;
- Dizimação do povo Árabe e muçulmano da região;
- Anexação dos territórios das nações destruídas pelo EUA;
- Ampliação do poder hegemônico dos EUA na região;
- Alimentação da economia decadente do Ocidente para manter o poder de consumo de seu povo;
- Submissão dos governos fantoches obrigados a governar o caos da guerra contra seu povo;
- Reorganização geopolítica dos estados nacionais da região;
- Redesenho do mapa do Oriente Médio, com a extinção de países árabes, como o Iraque, Síria, Líbano, Palestina, Iêmen, entre outros, em em favor da ampliação do território de Israel, com sua histórica pretensão de construir o “Grande Israel”, além da Arábia Saudita, igualmente artificial, cuja "dinastia", dos wahabitas, foi inventada pelos britânicos;
- Estabelecimento de uma nova ordem mundial e geopolítica pró-EUA;
- Redução da influência da Rússia na região;
- Preparação de uma nova frente do Ocidente, sob liderança norte-americana, para o cerco e enfrentamento definitivo com a Rússia, China, Irã e Coreia do Norte.

Esses bombardeios, vão se repetir até atingirem este objetivo.
Param aí?

Claro que não, os países da América do Sul, da Oceania e da África Central já estão no bolso. Seus governos títeres, marionetes, entregaram as soberanias e suas riquezas ao capital Internacional.

O neoliberalismo está em crise, e para se salvar já rasgou tratados internacionais, leis e convenções universais, como Direitos à Soberania dos estados nacionais e à autodeterminação dos povos, os Direitos Humanos, os Direitos Constitucionais, Civis e Penais dos países e o direito do acesso à informação.

A MENTIRA REPETIDA seguidamente é a ARMA fundamental para doutrinação. A IMPRENSA é uma FERRAMENTA utilizada para a divulgação massiva dos interesses CAPITAL e consequente alienação das populações (desde o legado de Goebbels até a "Agenda Sete", dos Estados Unidos).

A supressão da obrigatoriedade das disciplinas de História, Sociologia, Filosofia, Geografia e Política nos currículos dos ensinos médio e superior, não é mero capricho do Mendonça Filho e Alexandre Frota nem uma proposta do desgoverno Ilegítimo do Temerário, é um projeto imposto pelo capitalismo. É o método de aculturação e de dominação de massas mais barato e mais exitoso do neoliberalismo. A postura acrílica e subserviente das sociedades neutraliza a RESISTÊNCIA e é necessário para domesticação da humanidade.

Neste contexto, o fanatismo religioso entra como uma saída para ocupar “as mentes”, fomentar o radicalismo e estimular o fascismo nas sociedades contemporâneas.

Estamos à deriva...

#LulaALutaVale!

Waded Lula Schabib Hany

quinta-feira, 12 de abril de 2018

LULA, UM CAVALHEIRO (Por Luiz Taques)


            Lula, um cavalheiro

Por Luiz Taques

            Corriam os anos 1980 e, por essa época, Lula já percorria o país.

            Mas a caravana, que no futuro aglutinaria milhões de brasileiros, ainda era reduzida a ele e a uns poucos conhecidos.

            No entanto, militantes do recém-criado partido, o PT, já apostavam no seu imenso carisma.

            Uma jornalista mineira e eu bebíamos num bar da avenida Afonso Pena, em Campo Grande (MS). Lula chegou lá.

            Um petista me reconheceu.

            Aproximou-se:

            -- Você não quer entrevistar o Lula?

            Querer, eu não queria.

            Fazia calor: tínhamos bebido muitas cervejas.

            Mesmo assim, propus à minha convidada:

            -- O que você acha?

            Virando-se para o interlocutor petista, ela sugeriu:

            -- Você poderia trazer o Lula aqui?

            Lula foi onde estávamos, embaixo de uma árvore, num banco improvisado.

            A jornalista mineira era moça bonita e vestia só saias curtas.

            Sofria enorme preconceito por ser uma das primeiras jornalistas diplomadas, em busca de trabalho, a migrar para o Mato Grosso do Sul.

            Coleguinhas de profissão já manifestavam o seu ódio e a gente ainda não se dava conta disso.

            (Não havia faculdade de jornalismo em Campo Grande.)    

            Agachados: incômoda posição nossa para um bate papo jornalístico.

            Cedemos o lugar para o entrevistado se sentar.

            Lula falava com desenvoltura.

            E com muita segurança.

            A mesma segurança que, anos depois, demonstraria, em Londres, no passeio de carruagem com a rainha Elizabeth II.

          Com a elegância do povo nordestino, Lula e a rainha foram de carruagem até o palácio de Buckingham, sede da família real britânica. Em outras carruagens, atrás, como recomenda o protocolo, vinham dona Marisa Letícia e o marido da rainha.

            Quem não se lembra da recepção ao Santo Papa no aeroporto de Cumbica (SP)?

            Lula, estadista, não se curvara à Sua Santidade.

            Tampouco beijou a mão do pontífice; deu-lhe, sim, um aperto de mão.

            Empolgada com a entrevista, a jornalista se descuidara.

            Caíra.

            Ajudamos a moça a se recompor.

            Ela fez menção de se agachar, novamente.

            Foi então que Lula se levantou, me pegou pelo braço, olhou nos meus olhos, e disse:

            -- Ô, companheiro: melhor ficarmos em pé.

            Era a primeira vez que um político me olhava nos olhos e me chamava de companheiro.

            Ali, comecei a votar no Lula.

sábado, 7 de abril de 2018

CARTA ABERTA PARA DONA MARIA LETÍCIA


CARTA ABERTA PARA DONA MARISA LETÍCIA
Dona Marisa,
Permita-me dirigir-lhe estas linhas no dia de seu segundo aniversário natalício fora desta existência. Não sei se posso lhe dar parabéns, que a senhora sempre mereceu, mas -- não por coincidência, mas por pura maldade patológica desse complexado, medíocre e exibicionista juizeco reprovado duas vezes no exame da Ordem dos Advogados do Brasil que se valeu de seu querido Companheiro para virar celebridade, e obviamente sob o pleno conhecimento do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, sem a ciência do Itamaraty e a devida autorização do Congresso Nacional -- esta data entra para a História, não mais como Dia Mundial da Saúde ou Dia Nacional do Jornalista (espécie, aliás, em extinção por conta da epidemia de mau-caratismo disseminada pelos discípulos da nefasta “agenda sete”, gerada nas usinas do Hemisfério Norte), mas como o dia em que o estadista que o Brasil revelou para o mundo foi levado preso, por condenação sem prova material, ao belo e funcional prédio construído durante seu primeiro mandato -- e aí nada de mágoa ou ressentimento com meganhas e gendarmes cuja razão de ser é, tal qual cães de guarda, sempre a obedecer ordens superiores.
Tive oportunidade de conhecer o Presidente Lula em agosto de 1998, na residência do querido e saudoso Dom José Alves da Costa, então Bispo Diocesano de Corumbá (MS), onde permanecemos por quase uma hora tratando da agenda do Pacto Pela Cidadania (o pioneiro, construído em 1994). Éramos apenas quatro interlocutores (seu querido Companheiro, Dom José, Zeca do PT e eu, que, tal como Dom José, nunca fui militante petista), o que me permitiu conhecer não apenas sua invejável inteligência, mas, sobretudo, sua sinceridade: de repente, parecia ser ele um membro do velho Pacto Pela Cidadania e foi logo perguntando se havíamos feito algumas cópias do documento que estávamos entregando a ele, para em seguida dizer: “Fernando Henrique será reeleito no primeiro turno, mas o companheiro Zeca tem chances de ir pro segundo turno e ser eleito. Entreguem este documento a ele e aos demais candidatos, que todos precisam conhecer as reivindicações do povo pantaneiro. Eu vou entregar minha cópia às bancadas do PT na Câmara e no Senado e aos companheiros de Mato Grosso, que lá também tem Pantanal.” O gesto impressionou tanto a Dom José quanto a mim, que desde então passei a defendê-lo em meio a tantos amigos antipetistas, alguns dos quais hoje pensam diferente, tendo até votado nele.
Não abusarei de sua sempre gentil atenção dispensada a todos com meu longo relato. Sei que, como Companheira de toda uma Vida, a senhora conhece como ninguém o seu querido Galego. Mas estou preocupado, muito preocupado com a “recepção” em Curitiba: aquelas agressões injustificáveis contra jovens aglomerados na frente da sede da Polícia Federal, com uso de balas (não sei se reais ou de borracha, cujos cartuchos foram exibidos por Jornalistas honrados que não temem cães raivosos), me causou uma preocupação inimaginável. O Paraná, a despeito da memória honrada de democratas como Alencar Furtado e Heitor Furtado, terra também dos incansáveis senadores Roberto Requião e Gleisi Hoffmann, tem sido abrigo de justiceiros togados e de procuradores igualmente narcisos como aquele cujo nome lembra o etanol e seu conhecimento limitado o obriga a recorrer a passagens bíblicas e a devaneios desconexos segundo sua (sic) “convicção”, isso sem dizer de um ministro outrora acusado de defender companheiros do MST e hoje surpreende com a sua postura claudicante, de joelhos para a mídia que sempre o destratou.
Sei que a senhora, do alto da generosidade de seu coração, não guarda mágoas dos autoproclamados “paladinos” da ética (dos outros, e seletivamente), responsáveis perante a História pela infelicidade que lhe causou sua passagem precoce, absurdamente comemorada pelos bizarros adoradores de (sic) “mitos”, ídolos de barro, sem qualquer respeito à dor do próximo, como sói a todo hipócrita que atira a pedra e esconde a mão. Como bem escreveu Frei Betto sobre a senhora -- comovente texto lido pelo grande Gilberto Carvalho na celebração religiosa em sua memória --, sua presença discreta em todo momento crucial na trajetória de seu Galego será fundamental neste momento de clausura que lhe foi imposta, não pela Justiça, mas pela intolerância das elites atrasadas e nada patrióticas que usam a bandeira nacional para se envolver, como aqueles seis supremos togados a usar a capa da graúna como instrumento de submissão, tal qual Pôncio Pilatos, e sempre a agradar uma parcela (minoritária) de ávidos, sedentos, patrícios para ver o holocausto da fera nas arenas lotadas por seres imbecilizados e desalmados que se jactam da desgraça do líder que o Povo Brasileiro precisou esperar mais de quinhentos anos para conhecer...
Para encerrar, Dona Marisa, quero, do fundo do coração, pedir desculpas como filho e neto de libaneses pela falta de caráter desse líder da quadrilha que tomou de assalto os destinos da nação com o único afã de entregar todos os  recursos naturais e estratégicos do Brasil, rasgar as principais conquistas consignadas na Constituição Federal de 1988, acabar com todas as políticas públicas implantadas ao longo dos últimos quase catorze anos dos mandatos de seu Companheiro e da Presidenta Dilma e, sobretudo, eliminar o Presidente Lula da disputa pela Presidência em 2018.
Fraternalmente,
Ahmad Schabib Hany