sexta-feira, 25 de abril de 2025

CÂNDIDO ALBERTO DA FONSECA, PRESENTE!

quinta-feira, 24 de abril de 2025

DONA EVA GRANHA, NA MEMÓRIA E NO CORAÇÃO!

segunda-feira, 21 de abril de 2025

ATÉ SEMPRE, PAPA FRANCISCO!

domingo, 20 de abril de 2025

Raízes para ficar, asas para crescer: a UFPantanal e o futuro sustentável do Pantanal


Raízes para ficar, asas para crescer: a UFPantanal e o futuro sustentável do Pantanal

A COP 30, em Belém, será um momento histórico para que o Brasil reafirme ao mundo seu compromisso com a ciência, a justiça climática e a preservação de seus biomas. Esperamos que, nesse cenário de pactos globais e responsabilidades compartilhadas, o Governo Federal anuncie a criação da Universidade Federal do Pantanal (UFPantanal) como uma das ações mais emblemáticas e estruturantes para o futuro do Bioma Pantanal — um dos ecossistemas mais ricos e ameaçados do planeta.

A cidade de Corumbá, localizada no coração do Pantanal, tem enfrentado, nas últimas décadas, um processo gradual de estagnação econômica, redução da sua influência regional e perda populacional. Embora continue exercendo papel estratégico no contexto pantaneiro, observa-se uma dificuldade persistente na implementação de políticas públicas capazes de promover transformações estruturantes. Em muitos casos, propostas de desenvolvimento não se consolidam, resultando na repetição de iniciativas pontuais e pouco articuladas. Os dados do Censo Demográfico 2022, que apontam uma queda populacional de 7,14%, refletem esse cenário. Diante da escassez de oportunidades, especialmente para a juventude, muitas famílias optam por buscar melhores condições de vida em outras regiões, contribuindo para o esvaziamento progressivo do município.

Há, em Corumbá, uma percepção recorrente de desalinhamento entre o discurso de desenvolvimento e a efetivação de ações concretas que possam transformar a realidade local. Diversas iniciativas anunciadas, como a revitalização do Porto Geral e da área da Prainha, seguem sem execução, enquanto os investimentos públicos tendem a ser pontuais, fragmentados e pouco articulados entre si. O comércio local enfrenta dificuldades para se manter competitivo, o setor industrial permanece com baixa expressividade, e o turismo — apesar do imenso potencial associado ao bioma Pantanal — ainda não alcançou o nível de aproveitamento que poderia representar um vetor de crescimento. Esse conjunto de fatores contribui para a persistência de um quadro de estagnação e limitações no desenvolvimento regional.

Apesar das adversidades, a população de Corumbá e da região pantaneira demonstra uma notável capacidade de resiliência, marcada pelo compromisso com sua identidade, pela organização social e pela disposição de buscar alternativas para o desenvolvimento local. Esse conjunto de características representa um importante ativo social, que tem permitido à região resistir à estagnação e manter viva a expectativa por mudanças estruturais. Trata-se de um capital humano relevante, que deve ser reconhecido e mobilizado como base para projetos de futuro.

É nesse contexto que a criação da Universidade Federal do Pantanal (UFPantanal) aparece como uma alternativa concreta, estruturante e transformadora para Corumbá e região. Mais do que uma simples ampliação da oferta de ensino superior, trata-se de uma proposta de reconfiguração do papel da cidade no contexto regional e seu papel de integração no coração da América do Sul. A UFPantanal pode ser o vetor de uma nova economia baseada no conhecimento, na sustentabilidade e na inovação social. Uma universidade com identidade regional, voltada para os desafios ambientais, sociais e econômicos da região, pode ancorar um projeto de desenvolvimento de longo prazo, integrado com as necessidades locais e conectado com as oportunidades globais.

A presença de uma universidade federal autônoma em Corumbá teria impactos diretos e indiretos de grande magnitude. No plano imediato, geraria empregos qualificados, aqueceria o setor imobiliário e de serviços, atrairia professores, pesquisadores, técnicos, estudantes e suas famílias, e criaria uma dinâmica econômica baseada na circulação de conhecimento e inovação. Em médio e longo prazos, a universidade atuaria como motor de desenvolvimento regional ao formar recursos humanos em áreas estratégicas — como ecoturismo, biotecnologia, ciências ambientais, artes, engenharias, educação intercultural, saúde pública, educação físicas e políticas públicas voltadas para populações ribeirinhas e indígenas.

Além disso, a UFPantanal teria um papel crucial na valorização da cultura local e na preservação do bioma pantaneiro, um dos ecossistemas mais ricos e ameaçados do planeta. A pesquisa científica voltada ao entendimento e conservação do Pantanal pode tornar Corumbá um centro internacional de referência em estudos ambientais, atraindo parcerias, projetos de cooperação internacional e financiamento de agências de fomento. Instituições públicas e privadas poderiam se beneficiar de soluções tecnológicas e de gestão ambiental desenvolvidas localmente, o que contribuiria também para fortalecer a economia verde no estado.

A universidade, ao contrário de promessas que acabaram caindo na descrença, é uma política pública permanente, que se enraíza no território e constrói pertencimento. O jovem pantaneiro, que hoje precisa sair de Corumbá para estudar ou trabalhar, poderia encontrar na UFPantanal uma alternativa de formação de qualidade, com identidade regional, comprometida com o desenvolvimento local. A fuga de cérebros seria revertida, e a cidade passaria a atrair talentos, projetos e investimentos. A universidade não é uma panaceia, mas é uma plataforma poderosa para dinamizar o presente e construir o futuro.

O movimento social e político pela criação da UFPantanal já está em marcha, com apoio de parlamentares, pesquisadores, gestores e da população civil. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul já manifestou apoio à proposta, e lideranças regionais têm feito articulações junto ao Governo Federal para incluir o projeto na agenda de expansão da Rede Federal de Ensino Superior. A mobilização tem raízes legítimas: trata-se de uma demanda histórica, baseada em dados, em necessidades concretas e em um compromisso com a justiça territorial. O Pantanal não pode continuar sendo apenas um “tema” para pesquisas feitas de fora — ele precisa ser protagonista do seu próprio destino.
 
A história de Corumbá testemunha a magnitude um dos centros mais dinâmicos do interior do Brasil. Está marcada por ciclos de grande importância econômica e estratégica, com o porto fluvial, a ferrovia e o comércio com países vizinhos. Hoje, para recuperar essa centralidade, é preciso mais do que nostalgia ou pequenas obras. É preciso ousadia e visão de futuro. A Universidade Federal do Pantanal pode ser o marco de uma nova era: a era da inteligência territorial, da valorização do conhecimento e da reconexão entre cidade, natureza e sociedade.

Não é mais tempo de esperar. É tempo de agir. O Pantanal precisa ser tratado como prioridade nacional — e isso começa com investimentos estruturantes, com políticas de Estado, não apenas de governo.

O movimento pela UFPantanal nasceu do engajamento das forças vivas de Corumbá, Ladário e de toda a região pantaneira. Mais do que uma demanda pontual, ele expressa a construção de um projeto coletivo, autônomo e enraizado na realidade local — sem apadrinhamento, mas com o apoio legítimo do povo pantaneiro. A criação da UFPantanal precisa se concretizar como uma conquista real e transformadora, fruto da mobilização social e da visão de futuro de quem vive e resiste no território. Seu potencial de inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável para Corumbá, Ladário e todo o Brasil Pantaneiro é imenso. O futuro da região exige essa virada histórica.

Hélvio Rech

quarta-feira, 16 de abril de 2025

"Se va como se puede, no como se quiere..."

terça-feira, 15 de abril de 2025

Professor Gilberto Luiz Alves lança nesta quinta-feira "As águas como caminho, Mato Grosso como destino" em Corumbá



Professor Gilberto Luiz Alves lança nesta quinta-feira "As águas como caminho, Mato Grosso como destino" em Corumbá

Primoroso livro ilustrado sobre a navegação na Bacia do Prata entre fins do século XIX e início do século XX, "As águas como caminho, Mato Grosso como destino" será lançado pelo autor na "Casa A. Ócio e Cultura", no Porto Geral de Corumbá (Rua Manoel Cavassa, 127).

Dos pioneiros na pesquisa histórica em Mato Grosso, o Professor Gilberto Luiz Alves vai lançar no dia 17, quinta-feira, na Casa A (rua Manoel Cavassa, 127), no Porto Geral de Corumbá, às 19 horas, um de seus mais recentes livros, este no contexto da navegação no Rio Paraguai e Bacia do Prata desde os fins do século XIX até o início do século XX.

"As águas como caminho, Mato Grosso como destino", editado pela Entrelinhas, de Cuiabá, é abundantemente ilustrado com imagens de então retiradas de cartões postais identificados, além da contextualização histórica das viagens relatadas e seus passageiros.

A obra trata de quatro viagens fluviais realizadas entre 1862 e 1911, a partir do Litoral e com rumo a Mato Grosso. Bartolomé Bossi, Severiano da Fonseca, Herbert Smith e Annibal Amorim são os protagonistas cujas viagens são relatadas num contexto ilustrado e em cores, com primorosa análise histórica contextual. Aliás, primoroso é o livro todo, edição ricamente produzida, em formato grande e capa dura. Ideal para quem gosta de livros e estimulante para as novas gerações despertarem seu interesse pela leitura.

DEDICADO À PESQUISA

Docente universitário, Gilberto Luiz Alves veio trabalhar em 1971 no Centro Pedagógico de Corumbá (CPC), da Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT). Oriundo do interior de São Paulo, permaneceu por quase duas décadas em Corumbá, e depois se mudou para Campo Grande, onde prosseguiu sua carreira docente e suas pesquisas históricas e no campo da Educação.

Depois de se aposentar, Gilberto Luiz Alves criou seu próprio instituto cultural na capital de Mato Grosso do Sul, em que continua a se dedicar à pesquisa e à formação de novos pesquisadores por meio de seminários e palestras. Um dos eixos de atuação do instituto é a Sociedade de Bibliófilos do Instituto Cultural Gilberto Luiz Alves edita, em que edita, em parceria com algumas editoras (como a Entrelinhas e a Maria Petrona, de Londrina) coleção inédita de livros de autores de renome acadêmico, como os Professores Valmir Batista Corrêa, Lúcia Salsa Corrêa, Sandino Hoff, Maria Angélica Cardoso, Sílvia Helena Andrade de Britto e o próprio Gilberto Luiz Alves, com ilustrações exclusivas em bico de pena de renomados artistas plásticos, como Marlene Mourão, Ton Barbosa e Lelo.

Depois do lançamento na capital de seu livro de memórias, dia 24 de abril, na livraria "Leitura", no Shopping Center Campo Grande, intitulado "Vivências de um educador caipira" e do "Cerâmica indígena contemporânea em Mato Grosso do Sul", editados pela CVR de Curitiba, o Gilberto Luiz Alves revela que continuará a escrever, mas agora no gênero ficcional, inaugurado com o bem aceito "Era uma vez no Pantanal - Uma saga transfronteiriça", cujo protagonista, o paraguaio Juanito Balbuena, resgata o aporte da força de trabalho do imigrante paraguaio nas atividades econômicas do sul de Mato Grosso, cuja cultura, decorridos séculos, ainda está presente.

Estudioso metódico e com rigor científico, Gilberto Luiz Alves, com essa nova jornada, nos leva a intuir que por meio da literatura pretende resgatar temas históricos que não foram suficientemente tratados, ou melhor, aprofundados, por seus contemporâneos. E a ficção pode ser metáfora criativa para uma nova vertente de estudos inéditos e, como sempre, questionadores do lugar comum da academia e de contemporâneos que não se ativeram à questão central da história, que se processa com a produção material, isto é, econômica da sociedade.

Ahmad Schabib Hany

sábado, 12 de abril de 2025

Nem Macondo, nem Sucupira: é Burácom o que inspira



Cara leitora / caro leitor,

Macondo -- esclareço às novas gerações, pois as veteranas devem ter ouvido, senão lido, sobre ela -- é a cidade imaginária de Gabriel García Márquez em sua obra-prima, Cien años de soledad, com a qual se tornou celebrado Prêmio Nobel de Literatura em 1968.

Sucupira -- também para as novas gerações -- é a cidade ficcional com a qual Dias Gomes contextualizou uma das maiores obras de sua genialidade como dramaturgo combativo e irreverente, O bem-amado, na televisão e no cinema.

Desculpe-me, leitor/a, mas depois que o "professor Goógre" [assim mesmo, sem qualquer afã de "falar ingrês"!] entrou em nossas vidas não é mais preciso descrever, analisar ou resumir estas obras: cada qual pode, autônoma e livremente, procurar a melhor explicação que lhe aprouver.

Só quero deixar registrada minha admiração, profunda gratidão, pelos geniais autores do gênero literário -- realismo mágico ou surrealismo, como preferir -- que povoou o acanhado imaginário de minha geração e nos permitiu "ousar tentar, ousar vencer", pois nos ensinou a dar "invertidas" diante das adversidades, e aqui estamos. Sem medo de sermos felizes, sem viralatice, sem recalques.

García Márquez revelara certa vez que, quando terminou de escrever a obra genial que o tornou célebre em todo o mundo, morava no México e estava sem dinheiro para pagar, havia nove meses, o aluguel da casa em que ele morava com a Família. E muito menos para as despesas de correio para remeter o manuscrito de setecentas laudas à editora, de Buenos Aires, que publicaria a obra-prima de sua vida.

Precisou enviar os originais em duas partes, porque o dinheiro que trazia no momento, 45 pesos, só dava para enviar a metade do peso do original. Precisou fazer com que sua Companheira vendesse os últimos utensílios de que dispunham: aquecedor, secador de cabelos e o liquidificador.

Os 50 pesos obtidos com a venda desses pertences permitiram que ele enviasse o resto dos originais para a obra ser revista, analisada, editada e impressa por sua editora. De posse dos dois pesos de troco, a Companheira estava indignada ao cabo da façanha: disse ao escritor que só faltava que a obra "fosse má".

A Vida, generosa como o talento do escritor, reconheceu sua genialidade ao ser premiado pelo Nobel de Literatura, um ano depois.

Nosso conterrâneo Dias Gomes vivera até os 76 anos, mas não tivera oportunidade de vir ao coração do Pantanal e da América do Sul para passar uma temporada. Ah, se tivesse, ele teria conquistado para o Brasil um Nobel de Literatura também...

Por quê?

Renato Teixeira, o compositor de "Romaria" ["Sou caipira, Pirapora ..." eternizada na voz da eterna e terna Elis Regina em 1978], revela que o Pantanal lhe abriu os horizontes e fez seu talento amadurecer.

Porque lhe mostrou coisas que jamais teria conhecido sem vir e se impregnar disso tudo. Inclusive da esquisitice dos recalcados daqui, responsáveis pela emulação, procrastinação e atraso, que Teixeira prefere ignorar.

Ora, o que dizer, então, de um gênio como Dias Gomes? Como Campo Grande vive a se afirmar "capital do Pantanal", mesmo que ficasse só por lá, teria dado tempo para incrementar sua usina de imaginação. Em poucas semanas já teria captado a "essência do espírito separatista", que nada tem de pantaneiro.

Esquisitice, sim, mora ali, basta dizer que são os que vivem de emular a alma pantaneira. A querida e saudosa Helô, palestino-pantaneira, dizia isso com propriedade. Como sionistas, que usurpam tudo -- terras, cultura, história, culinária e até a alma palestina --, para ocupar o lugar e a vez deles, a quem negam acintosamente.

Como quem nasceu à beira de um córrego -- seja Prosa ou Segredo -- pode compreender ou conceber os horizontes (e a própria alma generosa) de quem tem um quase oceano, o Rio Paraguai, para se conectar à humanidade, ao firmamento e à essência da alma pantaneira?

Não queiram que a "crônica" do "batrício" não seja aguda. Que seja um afago aos que não se importam com a tragédia dos outros e das outras.

Sobretudo, àqueles que não manifestam qualquer empatia logo com os povos que acolheram generosa e irmãmente os seus ancestrais, uma, duas ou três gerações atrás.

Em vez de estender a mão para retribuir o acolhimento, querem estrangulá-los, do mesmo jeito que os colonizadores de triste memória fizeram com os seus ancestrais cinco ou quatro séculos atrás e seus descendentes continuaram a fazê-lo nos séculos e décadas seguintes.

Nem Macondo, nem Sucupira: é Burácom o que inspira.

Pena que não seja da lavra de um de nossos grandes, fosse García Márquez ou Dias Gomes!

É o que temos...

Ahmad Schabib Hany

La génesis de "Cien años de soledad"


Gabriel García Márquez fala sobre a criação de "Cien años de soledad".

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Oscar Chávez - Macondo - en vivo "Animal Nocturno"


"Macondo", inspirada na obra imortal de Gabriel García Márquez, "Cien Años de Soledad". O compositor é o peruano Daniel Camino Díez Canseco, um ano depois de publicada a obra clássica. O intérprete que celebrizou a canção é o cantor e compositor mexicano Óscar Chávez desde a primeira gravação, em 1971.

UFPantanal rompe a 'bolha' e empreende nova fase de mobilização

sexta-feira, 4 de abril de 2025

UFPantanal ganha apoio de líderes comunitários, parlamentares e pesquisadores em MS

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Encontros presenciais e lançamento do Comitê pró-UFPantanal

Encontros presenciais e lançamento do Comitê pró-UFPantanal

Quinta, dia 3, às 19 horas, no campus da UEMS de Campo Grande, e sexta, dia 4, às 18 horas, no Moinho Cultural, em Corumbá, serão feitos encontros para iniciar o processo de construção participativa da Universidade Federal do Pantanal, com base na tríade inovação-inclusão-integração.

O mês de abril, que abre a fecunda estação primaveril no Hemisfério Sul, inicia com dois encontros da cidadania relativos à criação da UFPantanal (Universidade Federal do Pantanal): quinta, dia 3, às 19 horas, na UEMS de Campo Grande (Avenida Dom Antônio Barbosa, 4155, vila Santo Amaro), e sexta, dia 4, às 18 horas, no Moinho Cultural, Porto Geral, em Corumbá. Na capital, o evento é uma parceria do Movimento UFPantanal com o Instituto Cultural Gilberto Luiz Alves; no Coração do Pantanal e da América do Sul, a iniciativa é do Movimento UFPantanal com o Ponto de Cultura Moinho Cultural. Ao final do encontro em Corumbá, um lual com um grupo musical dará as boas-vindas aos participantes e sobretudo ao novo tempo que é reservado para Corumbá e o Pantanal.

Para cumprir extensa agenda nos dias 2 e 3 de abril na capital, uma comitiva estará em Campo Grande, em diferentes instituições que agendaram reuniões de trabalho e troca de informações e apoio. A receptividade no estado é tal, que Dourados e Três Lagoas se farão representar por pesquisadores e docentes universitários, alguns já aposentados. Da mesma forma, em Corumbá estão agendadas reuniões setoriais com os diferentes segmentos sociais, culturais, econômicos e políticos em dias subsequentes ao encontro a ser realizado no Moinho Cultural com representantes da esfera federal.

O projeto da UFPantanal, segundo assessores do Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, é tido como referência para as futuras universidades-bioma, que em coordenação com a Secretaria-Geral da Presidência serão as escolhidas para a série de novas instituições universitárias a serem criadas pelo Presidente Lula em seu terceiro mandato presidencial. Entretanto, a UFPantanal, além de pioneira nessa característica inovadora, tem o Espaço Comum de Educação (inspirado no modelo do Presidente Pepe Mujica no Uruguai) como peculiaridade. Essa condição é que permitirá ao estudante da futura universidade federal sediada em Corumbá ser habilitado profissionalmente tanto no Brasil quanto na Bolívia (e, se o governo do Paraguai se abrir para essa perspectiva, o mesmo ocorrerá em relação ao país platino).

Nessa oportunidade, no encontro de Corumbá, será anunciado o Comitê pró-criação da UFPantanal, com membros oriundos dos mais variados segmentos sociais, culturais, econômicos e políticos. Constituído por cidadãos engajados com a nova universidade, o Comitê desempenhará papel relevante, sobretudo na articulação com as instituições locais, estaduais, federais e internacionais, sem subalternizar o Movimento UFPantanal, o qual continuará a manter a interlocução com a sociedade nos mais variados aspectos, com proatividade e mobilização.

A mesma proatividade (além da resiliência) permitiu que o projeto fosse construído sem atropelo, sobretudo de forma inovadora, inclusiva e integradora, de modo que, ao ser anunciada a etapa das legítimas contribuições vindas dos vários segmentos sociais constitutivos da região e do país, se tratará de um projeto consistente e robusto, livre de qualquer estigma e resquício excludente. O projeto é fruto de um trabalho coletivo silencioso, graças à competência de pesquisadores e docentes que recolhidos no sábio anonimato e com muita humildade estarão entregando à sociedade um documento que norteará novos paradigmas de instituições de ensino, pesquisa, extensão e inovação. 

Por enquanto, agradecemos a todas e todos pela generosidade, confiança, apoio e, em especial, solidariedade. Todos os interlocutores do Movimento UFPantanal, humilde e irmãmente, foram, estão sendo e serão ouvidos em todo o processo. O Movimento UFPantanal não se esvairá nem arrefecerá sua capacidade de esperançar, em tempos de tamanha adversidade, em que este fruto pródigo é do tamanho, da dimensão, do povo brasileiro, que não admite a deslealdade nem normaliza a cobiça.

Ao darmos as boas-vindas aos integrantes do Comitê Pró-UFPantanal, manifestamos nossa gratidão àquelas e àqueles que somam, como Dom Francesco Biasin, o generoso e inspirador Anfitrião; Professor Helvio Rech, Professora Elisa Freitas, Professora Ilsyane Kmitta, Professora Lígia Baruki e Melo, Professora Dirce Soken, Professor Sérgio Pereira, Professor Ilídio Roda, Biólogo Valdinei Conceição, Professor Wilson Melo, Empresário Armando Arruda Lacerda, Professor Fabiano Silva, Professora Márcia Rolon, Professor Alberto Feiden, Professor Helio de Lima, Professor Jorge Eremites, Pesquisadora Suzana Maria Salis, Socióloga Mariana Arndt, Professora Edy de Barros, Professor Gilberto Luiz Alves, Professora Mônica Cavalcanti Kassar, Artista Plástica Marlene Mourão, Médico Ronaldo Costa, Médica Sílvia Uehara, Médico Mário Sérgio Kassar, Professor Obeltran Navarro, Artista Plástico Rubén Darío Román, Professora Simone Yara Benites da Silva, Professor Valmir Corrêa, Professor Johonie Midon, Professora Lúcia Salsa Corrêa, Médico Antônio Carlos Leite de Barros, Biólogo Miroslav Temeljkovich, Médico Antônio Carlos de Barros Vinagre, Professora Estela Scandola, Professor Moacir Lacerda, Professor Masao Uetanabaro, Professora Janan Hany, Licenciado Williams Blacout, Bacharel Joel Moreira, Pesquisadora Débora Calheiros, Jornalista Maria Cristina Ataíde, Educador de Economia Solidária Aníbal Monzón, Advogado Jorge Benigno Sales, Professor Thiago Godoy, Pesquisadora Márcia Divina, Professor André Motta, Jornalista Luiz Taques, Professora Clariane Siqueira, Arquiteta Lauzie Mohamed Xavier, Professor Fabiano Rückert, Jornalista Nelson Urt, Engenheiro Sérgio Baruki, Professora Elaine Gomes Ferro, Professor Júlio Galharte, Empresário Nasser Safa, Jornalista Dary Jr., Ativista Arturo Ardaya, Professor Carlos Roberto Pereira, Professora Elaine Cancian, Professor Gilliard do Prado, Advogada Eliane Gonçalves, Professor Paulo Boggiani, Professora Angélica Bezerra, Pesquisador Agostinho Catella, Pesquisadora Raquel Juliano, Pesquisadora Aiesca Pellegrin, Técnico Igor Schabib Péres, Professora Mara Leslie do Amaral, Professor Paulo Robson de Souza, Professora Iria Ishii, Professor Arnaldo Yoso Sakamoto, Pesquisadora Sílvia Maria Costa Nicola, Professora Suzianny Ebelling, Professor Egon Krakhecke, Professor Lejeune Mirhan, Odontólogo Zacaria Yahya Omar, Professor Flávio Pimentel, Professora Rosangela Vila, Professora Andreliza de Souza, Empresário Munther Safa, Professora Renilce Barbosa, Professor Waldson Diniz, Psicóloga Nádia Bureman, Professor Anísio Guilherme da Fonseca e o Jornalista Alle Yunes Solominy Neto que, generosa e discretamente, fez todo o registro da gênese daquilo que as novas gerações se beneficiarão e nossa laboriosa população de incansáveis combatentes saberá aquilatar da maneira mais sábia e leal: o Pantanal é por inteiro e de todos. Como verdadeira casa comum, nele cabem todas e todos aqueles que sabem somar e construir. Somar e construir, sempre.

Ahmad Schabib Hany