quinta-feira, 2 de novembro de 2023

REFLEXÃO INDISPENSÁVEL

Reflexão indispensável

Relação de cumplicidade em alto nível, as interações, ou melhor, trocas de mensagens e ideias entre quem faz da escrita tentativa de reflexão coletiva e quem generosamente lê e se sente à vontade e no direito-dever de uma quase autocrítica de mão dupla.

Graças a um comentário sincero do Amigo-Irmão-Companheiro-Camarada Professor Tito Carlos Machado de Oliveira, um dos líderes estudantis (ao lado dos igualmente queridos Amarílio Ferreira Junior, Marisa Bittar, Paulo Roberto Cimó Queiroz, Paulo Marcos Esselim, Mário César Ferreira, José Carlos Ziliani, Mário Sérgio Lorenzetto e a saudosa Mariluce Bittar, quase todos Professores Doutores) entre 1979 e 1984 na então FADAFI/FUCMT, me permito fazer breve pausa para refletir com efetiva empatia neste conturbado momento, sobretudo no dia 2 de novembro, a propósito da transitoriedade de nossa passagem pela Terra, pela qual temos a bizarra pretensão de nos apossarmos, quando, na verdade, é ela a que nos acolhe, nutre, estimula e desenvolve até nos misturar ao pó de seu solo.

Mesmo sendo feriado, e creio que até por isso, acabei tomando meu café da manhã só, ou melhor, com meus pensamentos e eles trazendo a presença de pessoas que se eternizaram ao longo dos últimos tempos.

Como costumo tomar café em xícara de 300ml, gole por gole, entre a nostalgia pelos queridos que a Vida generosamente me presenteou como Irmão (Mohamed), Pai (Mahoma), Mãe (Wadia), Familiares, Amigos/as, Companheiros/as e Colegas. Por terem partido mais recentemente cito Dona Maria Taques, Camarada Jadallah Safa, Professor Jorge Mariano, Seu Jorge Katurchi, Amigo Marcos Boa Ventura, Seu Augusto César Proença, Padre Osvaldo Scotti, Professor José Carlos Abrão, Seu Pando Temeljkovitch, Doutor Lamartine Costa, Professor Fausto Matto Grosso, Professora Rocío Bolivia Román, Professor Julio Paro, Amigo Luiz Eduardo de Oliveira, Seu Amin Cestari Baruki, Doutor Adelmo Lima, Professor Francisco Carlos Ignácio, Professora Terezinha Baruki, Dona Ivone Torres, Amigo Mário Márcio Katurchi, Amigo Joaquim Ivan do Amaral, Dona Agustina Parejas Urquidi, Professora Maria Ester Batesti, Hermano Andrés Menacho, Dona Sebastiana da Silva, Seu José Ribeiro Sobrinho, Seu Haymour Hamad, Professor Carlos Patusco, Camarada Wilfredo Mujica, Padre Pasquale Forin, Amiga Maria Imaculada Gomes, Dom Segismundo Martínez, Jornalista Armando Amorim Anache, Seu Reinaldo Antônio de Campos, Doutor José Carlos Cataldi, Amigo Adimir Lobo, Seu José de Pontes, Seu Ariodê Navarro, Seu Lincoln Gomes, Jornalista Farid Yunes, Professor Edmir Abelha Moraes, Seu Mário Corrêa Albernaz, Amigo Pascoal Sotero Galeano, Professora Ester Senna, Dona Anna Thereza Katurchi, Professora Eunice Ajala Rocha, Doutor Márcio Baruki, Amigo Leodevar Rodrigues Jardim, Jornalista Néstor Taboada, Seu Edgar de Almeida, Amigo Badu Mônaco, Professora Maria Auxiliadora Ferreira, Prefeito Ruiter Cunha, Jornalista Lorenzo Carri, Dona Gueisi Montero, Seu Oacir do Amaral, Seu João Luiz Miguéis, Dona Maria de Fátima Franco, Pastor Cosmo Gomes, Seu Luiz Guilherme Lacerda, Dona Rosa Maria Katurchi, Doutor Cleto Leite de Barros, Professora Mariluce Bittar, Poeta Manoel de Barros, Professor Augusto Alexandrino Malah, Padre Ernesto Saksida, Camarada Carlos Fuentes, Pastor Antônio Ribeiro de Souza, Dom José Alves da Costa, Jornalista Margarida Marques, Camarada Manoel Sebastião da Guató, Doutora Angélica Anache, Companheiro Aurélio Tórrez, Amigo Adriano Aveiro, Companheira Heloísa Urt, Professor Eduardo Saboya, Doutor Walter Volmar Rien, Doutora Laurita Anache, Doutor Walter Mendes Garcia, Doutor Lício Paiva Garcia, Professor Salomão Baruki, Doutor Joilce Araújo, Jornalista Márcio Nunes Pereira, presentes.

O telefonema solidário do Professor Valmir Corrêa, de Campo Grande, me traz de volta à realidade. Preocupado com a escalada da violência contra as crianças e jovens na Faixa de Gaza e Cisjordânia, na Palestina (ou melhor, no que restou de seu histórico território) sob ocupação, me ligou para que transmitisse sua solidariedade à comunidade palestina local, de cujos integrantes mais velhos é Amigo há mais de quatro décadas. Em seguida, o Professor João Alvarez telefona para saber sobre os rumos da tragédia que se avizinha, mesma preocupação, aliás, de outro Amigo da mesma época, o Psicólogo Juvenal Ávila: as pessoas conscientes sabem do genocídio que está sendo cometido sob a complacência da União Europeia, dos Estados Unidos e da OTAN.

Mas é a Vida a que pede passagem nesta quinta-feira nostálgica. Generosa e inspiradora, ela nos ensina que nada somos sem nossos semelhantes, sem as pessoas que, como nós, também lutam para sobreviver. É verdade que neste momento da história da humanidade há muito ódio e mentira espalhados por todas as partes, tanto em nossas relações pessoais como entremeadas nas mídias sociais. E tem uma explicação: as grandes corporações do planeta, temendo a perda de seu poder, usam todos os artifícios para pôr as pessoas umas contra as outras, mesmo que isso possa levar a Terra ao seu fim. Para essas corporações, o que importa é o binômio dinheiro e poder. O resto é balela.

Por essa razão, precisamos nos despir de falsas verdades e passar a aceitar o ‘outro’ como ele ou ela é, isto é, o mesmo que nós. Em milhares de anos, desde que a espécie humana está na condição de ‘superior’ (pretensão, é verdade!), de estar ‘no topo’ entre as demais espécies de animais do Planeta, hoje, como nunca antes, as mudanças climáticas e o excesso de arsenais atômicos em diversas partes do mundo já representam uma grande e temerária ameaça para todas as espécies.

Como nos ensina o Professor Tito de Oliveira em sua mensagem, ainda que a tensão vivida nestes tempos nada generosos nos cause impulsos inevitáveis e temíveis, é fundamental que os contenhamos para conseguirmos processar a necessária reflexão, um mínimo de racionalidade, para manter acesa a tênue chama da civilidade, da urbanidade. É verdade que há momentos em que acabamos chutando o pau da barraca e queremos ver ‘o circo pegar fogo’, mas o prudente é não chegarmos ao extremo, até para não justificar o ódio disseminado pelos robôs programados para disseminar mentiras e ódio, puro ódio.

Como por encanto, a melodia do imortal Sérgio Bittencourt ‘Naquela mesa’ toma conta de minha mente. É o tributo às pessoas queridas que se eternizaram. É a forma como em alto estilo homenageamos nossos iguais (sem sermos narcisistas) e nos reeducamos para focarmos no burburinho, no alvorecer do novo dia, cujos protagonistas são as crianças de zero a 14 anos que vêm tentando sobreviver ao intenso bombardeio.

Ahmad Schabib Hany

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