sábado, 24 de março de 2018

AFINAL, QUAL É A GRANDEZA DE MORO?


AFINAL, QUAL É A GRANDEZA DE MORO?
Ninguém está livre da lei do retorno, por maior prestígio possa ter na bancada dos golpistas do Congresso, que jamais poderá “revogá-la” para proteger-se...
Produto mal-acabado de uma narrativa golpista construída nos nada criativos moldes da outrora (sic) “Vênus platinada” -- hoje Rede Gloebbels de Conspiração, da famiglia Ma(erd)inho, 53 anos de manipulação e sonegação acintosa --, o juiz Sérgio Moro, de primeira instância da Justiça Federal de Curitiba, virou celebridade cometendo excessos e atropelos para agradar a volúpia da mí(r)dia treteira, bem ao gosto de uma classe mé(r)dia (sic) “cançada” -- no dizer ignorante (em todos os sentidos) de um cartaz carregado por madames cariocas da Zona Sul durante as opulentas “manifestações” convocadas pelos fantoches do MBL e do Ponha-se na Rua, digo, Vem Pra Rua, organizações fascistas regadas a dólares de empresas multinacionais e de algumas “igrejas” que de fé absolutamente nada têm -- de dividir espaços “privilegiados” como universidades, aeroportos, shoppings e trânsito com a multidão de trabalhadores que ascenderam à pirâmide social graças às tímidas (mas efetivas) políticas de distribuição de renda dos governos dos Presidentes Lula e Dilma desde 2003.
Sim, cometendo excessos e atropelos -- nunca punidos, aliás --, como o da divulgação de gravação ilegal de conversa entre a então Presidenta Dilma e o Presidente Lula, que muito contribuiu para a deflagração do golpe, semanas posteriores. Aquela absurda e despropositada (sic) “condução coercitiva”, sem qualquer motivação real, apenas pirotecnia midiática, do Presidente Lula, além da invasão de sua privacidade em seu apartamento, constrangendo Dona Marisa Letícia, sem qualquer justificativa. E a aceleração de processos de correligionários, amigos e aliados do Presidente Lula com o claro propósito de criminalizar Lula durante a tentativa de desgastar politicamente os governos petistas, o seu partido e toda a esquerda? E a desconsideração explícita de denúncias contra as proeminências dos partidos adversários, como o PSDB, DEM, PP, PMDB etc, como Serra, Alckmin, Azeredo e a esposa de Eduardo Cunha, poupados seletivamente de qualquer processo?
Se isso fosse pouco, o que dizer, então, da “linha-direta” que mantém com o Departamento de Justiça do governo dos Estados Unidos (confirmada pelo alto escalão estadunidense), sem autorização prévia de superiores ou do Executivo brasileiro, sob cuja jurisdição se encontra a Chancelaria, responsável pelas relações exteriores do Estado nacional? E quanto ao status conquistado informalmente de pressionar e discorrer considerações nada ortodoxas em relação às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), já observadas pelo ministro Marco Aurélio Mello? Com que direito Moro age com tal, digamos, “desenvoltura”, quando tem o dever de ater-se a sua jurisdição e cumprir a lei como funcionário público que é, sob pena de estar cometendo crime de prevaricação?
Passados alguns anos do início da campanha de desestabilização protagonizada contra a Presidenta Dilma, em junho de 2013 (até então ela se encontrava em “céu de brigadeiro”, gozando de uma popularidade de fazer inveja a FHC, pois só era menor que a do Presidente Lula), hoje é possível perceber certas “coincidências” -- só que não (no linguajar juvenil), tamanhos os vínculos reais com outros episódios, no mínimo curiosos -- entre o cronograma de realização das “manifestações” e as operações da Leva-Pato (não há erro de ortografia, não), as coletivas dos procuradores, delegados e outros servidores públicos, subitamente empoderados, segundo a mí(r)dia golpista, pela “legitimidade das ruas” -- inexplicavelmente, hoje não mais fazem tamanho escarcéu diante de revelações muito, mas muito mais cabeludas (cenas gravadas de ocupantes de cargos privativos da Presidência da República e do Senado Federal com malas de dinheiro e denúncias provadas de recebimento de propina por pessoas da confiança pessoal do presidente golpista), todas não elucidadas, nem processados os envolvidos.
Este reles escrevinhador indignado teve a honra e o privilégio de conhecer um ex-colega de faculdade seu, totalmente diferente de Moro (para começar, avesso ao exibicionismo midiático, profundamente garantista e filho de opositor ao regime de 1964), que nutria ainda que tênue esperança de que seu ex-colega de curso pudesse contribuir para o aperfeiçoamento do sistema democrático. Não tenho conversado com ele há algum tempo, mas, coerente como é, não tenho dúvida de que deve ter-se frustrado com a sua, digamos, “seletividade”. Outro ex-colega seu, este da magistratura, classificado em primeiro lugar no mesmo concurso em que Moro concorreu para a Justiça Federal (hoje governador Flávio Dino, do Maranhão), não esconde a perplexidade por sua conduta extremamente anacrônica, sobretudo pela tabela que faz com procuradores federais como Deltan Dallagnol e Carlos Lima, explicitamente políticos, cheios de motivações ideológicas e reconhecidos por serem movidos por suas “convicções” -- basta nos lembrarmos da apresentação em data show em que Lula é o (sic) “chefe da quadrilha” e os tentáculos, risíveis, incluem instituições governamentais e programas sociais (portanto de governo), como que nisso houvesse alguma “trama” ou ilicitude.
Para encerrar, lembremo-nos do advogado Rodrigo Tacla Durán, que defendeu a Odebrecht e a UTC há pouco tempo. Ele causou verdadeiro alvoroço ao denunciar, da Espanha (onde se encontra por ter dupla cidadania, à procura de proteção do governo espanhol), os bastidores da operação Leva-Pato em que o ex-sócio da esposa do juiz Moro, Carlos Zucolotto Jr., pratica extorsões e um comportamento nada ético com seus clientes. Depois de ter sido assessora de Beto Richa, governador tucano do Paraná, a mulher de Moro passou a ser assessora jurídica da Shell no Brasil -- a multinacional do petróleo que mais está ganhando com as concessões do Pré-Sal e da privatização de subsidiárias da Petrobrás, estatal que está sendo fatiada pelo (des)governo de Me(rd)chel T(r)emer.
Diante disso, juiz Sérgio Moro, qual é a sua grandeza? Como bem escreveu o blogueiro Esmael Morais, o justiceiro togado está virando aquela personagem de desenho chamada de Sargento Garcia, que não consegue pegar o herói mascarado, e o Lula se consolidando como o Zorro, sobretudo na popularidade -- é que, como sempre ocorreu, quanto mais perseguem Lula, ele aglutina maior apoio da população, que muito se identifica com ele. Está na hora de os adversários procurarem outras estratégias, pois a destituição de Dilma para entronizar uma verdadeira quadrilha, e mais esta, para o desgosto dos (sic) “cançados”, já capitularam, já feneceram, tendo deixado no ninho tucano o ovo da serpente.
Lei do retorno ou não, é melhor já ir se acostumando com a iminência de um novo mandato popular, e tudo indica que seja com Lula mais que com alguém que ele apoie, ainda que com o mesmo perfil dele. E aos desavisados, a tal lei do retorno é igual à lei da gravidade, não pode ser revogada pela bancada dos golpistas no Congresso...
Ahmad Schabib Hany

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