sexta-feira, 29 de abril de 2016

OBRIGADO E ATÉ SEMPRE, CPAN/UFMS!

Estimado(a)s Colegas e Aluno(a)s,

Com esta mensagem quero reiterar minha sincera gratidão pelo generoso convívio fraternal e profícuo durante estes brevíssimos dois anos, encerrados no sábado retrasado, dia 9 de abril, com o fim da vigência de meu contrato como professor substituto do CPAN/UFMS, ao(à)s Colegas Docentes, ao(à)s Servidore(a)s e, obviamente, ao(à)s Aluno(a)s que me deram a honra de ter sido seu facilitador -- sim, porque entendo que, no meio universitário, o papel do docente, além de orientar na pesquisa e de vivenciar no compromisso com o efetivo progresso humano e tecnocientífico da sociedade, deve ser, sobretudo, o de facilitador -- na formação humanista e profissional das novas gerações, não para o mercado, mas para a vida e para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária, livre e solidária.

Num momento crítico da vida nacional como o que vivemos hoje, ouso trazer à lembrança o sábio legado de um dos grandes brasileiros do século XX, o Professor Paulo Freire, que nos alerta humildemente para ensinar aprendendo e aprender ensinando, oportunidade em que faço reconhecimento público ao Professor Waldson Diniz, generoso e cordial Coordenador do Curso de História, cuja postura humilde e fraternal, verdadeiramente de companheiro, foi determinante em minha breve passagem pelo Campus Pantanal, de cuja trajetória participei ainda no tempo em que se chamava Centro Pedagógico de Corumbá, vinculado à extinta UEMT (Universidade Estadual de Mato Grosso), como aluno no curso de Letras, nos idos de 1978, ano derradeiro do estado de Mato Grosso uno, capital Cuiabá, aliás, sede de governo historicamente bem mais identificada com os anseios regionais da população do Pantanal.

E com o mesmo reconhecimento e gratidão pelo Professor Doutor Waldson Diniz, recebam todo(a)s o(a)s Docentes com quem tive a honra de conviver: Professore(a)s Doutore(a)s José Luiz Peixoto, Marco Aurélio Machado (estes dois, ao lado do Professor Waldson, "culpados" pela minha passagem pela UFMS, e por quem tenho um profundo reconhecimento e sincera admiração: quando "crescer", quero ser, ainda que de longe, parecido a eles na inovadora cosmovisão transfronteiriça da História do Peixoto, na empreendedora ousadia interdisciplinar do Marco Aurélio e na insólita perspectiva verdadeiramente revolucionária do Waldson, que deu visibilidade e protagonismo aos meus conterrâneos e vizinhos da quase invisível Feira Boliviana das décadas de 1960 e 1970, então sinônimo de "boca do lixo"), Nathália Monseff (Amiga que humilde e generosamente compartilhou seu rigor profissional com este eterno aprendiz), Elaine Cancian (discreta Colega por cujas obras pude conhecer outro lado da história de Corumbá), Gilliard Prado (grande Amigo que ganhei em sua breve mas marcante estada em nossa querida Corumbá de todos os desafios dialéticos), Marcelo Dias (de Matemática, jovem talentoso que tem aportado para a valorização das ciências exatas e humanas), Luiz Galvão (de Psicologia, querido Amigo, verdadeiro peregrino da ciência e da cidadania cujo olhar fraternal lembra o grande e sempre contemporâneo Paulo Freire), Elizabeth Bilange (de Letras, valorosa e incansável catedrática-guerreira em cujo rastro de honradez traz a marca da tenacidade insofismável), Elisa Freitas (de Geografia, jovem pesquisadora-cidadã que sem titubeio semeia a esperança indignada em nossa muitas vezes pouco alentadora rotina acadêmica, trazendo na alma a rebeldia transformadora, tão necessária para a postergada evolução universitária), Cláudia Mondini (de Psicologia, apesar da pouca convivência, pude constatar a determinação e o profissionalismo que pauta sua atuação), Edelir Salomão (de Pedagogia, docente cuja tenacidade e vigor inspiram novas gerações de educadores/as voltados/as para os interesses maiores da sociedade), Teresa Cristina Brasil (de Letras, cordial e solícita, uma docente que vem contribuindo para a valorização das letras nesta sociedade cada vez mais pragmática e metalizada), Ilidio Roda (de Psicologia, presente em todas as atividades acadêmicas, pude constatar sua inquietude cidadã), Fabiano dos Santos (de Educação Física, colega incansavelmente irrequieto e instigante, de uma geração que está a fazer história), Jorge Pinto (de Ciências Contábeis, destacou-se com propriedade nas reuniões promovidas pela ADUFMS durante a paralisação, ousadia cidadã que o torna imprescindível ao ambiente universitário), Dirce Soken (de Ciências Contábeis, gentil e solidária, nos poucos momentos compartilhados revelou sua profunda identidade com o mundo acadêmico), Iliane Esnarriaga (de Psicologia, Amiga que sempre me deferiu com seus convites a suas aulas sobre ética e cidadania, desde os memoráveis tempos do FORUMCORLAD no controle social das políticas públicas de Corumbá, ao lado das queridas Denise Mansano e Janán Hany e dos hoje saudosos Aurélio Tórrez e Heloísa Urt), Alcione dos Santos (de Letras, dos raros momentos compartilhados, ficaram suas iniciativas cidadãs, como o trote solidário de 2015 -- pena não termos podido desenvolver outras iniciativas tão importantes quanto essa), Sérgio Isquierdo (de Geografia, Amigo de mais de três décadas atrás, poder tê-lo reencontrado foi motivo de muito regozijo), Júlio Galharte (de Letras, recém-empossado e que entrou logo quando eu estava de saída, querido Amigo do final da década de 1980, quando a Vida generosa me presenteou queridos/as Amigos/as da estatura dele, do saudoso Gilson Sávio, de Mara Amaral, Edson Barbosa, Jorge Eremites, Joaquim Amaral, Simone Leone, Grace Kelly Bastos, Márcia Amaral, Marco Antônio Monje e João Carlos Urquidi, entre outros/as não menos queridos/as e sempre lembrados/as, do nosso imortal projeto de jornal universitário "Embrião" e das chapas "Mãos à obra" e "Mãos ao alto" para o então recém-fundado DSE) e Wadia Hanny (de Geografia, mais que querida Irmã, orientadora sábia e generosa, não só nas vicissitudes da tecnologia digital, mas nos desafios da docência universitária, sempre comprometida com a responsabilidade social, como em sua inesgotável lealdade/perseverança compartilhada com as senhoras integrantes do "Projeto Fibras", depois"Mulheres de Fibras", que vem sendo executado sem financiamento desde 2007, apenas com parcerias pontuais).

Da mesma forma e em igual intensidade aos Professores Mestres Vivian Silva (jovem docente que abre novas oportunidades aos/às alunos/as do CPAN/UFMS), Felipe Maropo (discreto e dedicado, docente que tem contribuído para as inovações tão necessárias na véspera do cinquentenário Curso de História), Thays Gomes Monteiro (de Matemática, talentosa e incansável mestra e mãe, cujo exemplo de dedicação àquilo que ama se renova em atitudes eloquentes de suas maiores riquezas: seus estudos, as queridas Ana Júlia e Thaíssa, e a fé inarredável), Gilberto Rodrigues dos Santos (de Matemática, generoso docente, coordenador exemplar por cujo convívio pude conhecer a amplitude dos que amam a lógica matemática e se revelam literalmente grandes pais), Benedito Rodrigues Brazil (de Matemática, embora discreto, sempre presente, generoso e colaborador),Fabrício Santiago (de Pedagogia, docente que faz da filosofia um instigante instrumento do pensar acadêmico),Osmar Nascimento (de Matemática, cuja juventude e dinamismo contagiam até os veteranos), Maria Auxiliadora Figueiredo-Nery (de Pedagogia, discreta e incansável pesquisadora cuja generosidade vem abrindo caminhos para os talentos das novas gerações, e faz da educação usina de encantamento e evolução da espécie humana), Fernanda Esteves (de Administração, cordial e generosa mestra, comprometida com os novos paradigmas institucionais), Newton Gane (de Administração, nos poucos momentos compartilhados, a presença afável da idiossincrasia ancestral do Oriente Médio), Roberto Galeano (de Administração, um docente atencioso e presente em diferentes circunstâncias), Rosa de Almeida (de Administração, discreta em seu proceder, docente que sabe distribuir confiança entre os/as alunos/as), Wilson Roberto (de Administração, solícito e atento, sua cordialidade tem a marca do desprendimento de uma geração), Marta Fernandes (de Ciências Contábeis, afável e gentil colega que faz de sua lide uma celebração da vida), Roberto Ribeiro (de Ciências Contábeis, colega sincero e cordial, que se caracteriza pela irreverência a proporcionar momentos descontraídos no dia-a-dia sisudo da academia), Itzhak Kaveski (de Ciências Contábeis, discreto e reservado, docente com grandes aspirações e objetivos), Caio Avellar (de Direito, jovem docente que vem imprimindo em sua área uma importante atuação), Bruno Marini (de Direito, atuante docente que, inclusive fora do âmbito da academia, está sempre presente em momentos de afirmação da cidadania), Angélica Ferreira (de Direito, docente que com seu dinamismo permitiu avanços significativos para o curso sob sua coordenação), Camilo Henrique (de Direito, sua cordialidade e o foco nos direitos da cidadania marcaram sua presença no campus),Eduardo Ferrufino (de Ciências Contábeis, docente jovem que faz de seu ofício polo irradiador de novos cidadãos), Suzana Mancilla (de Letras, incansável militante da integração latino-americana que conheci muito antes, em Campo Grande, e cuja atuação na UFMS revigora a certeza de que o CPAN será um dos artífices da realização dessa longeva utopia cidadã) e Janan Hany (de Matemática, querida Irmã-companheira que toda vez que me leva a um desafio me prova que ousadia e cidadania não são quase mera rima, mas razão de ser de quem traz na alma a obstinação peregrina, cujo gene revolucionário nos leva ao que se consagrou chamar de progresso da humanidade, sobretudo neste lúgubre momento da história em que o ocaso do império nos impõe barbárie e caos, a destruir não só valores consagrados mas também vidas e culturas milenares, comprovadamente bem mais iluminadas que a nossa vã "civilização").

Obviamente, não poderia deixar de me dirigir e, intensa e igualmente, manifestar meu reconhecimento ao(à)s Colegas professores substitutos, como eu, com os quais tive as mesmas honra e felicidade de conviver nestes efêmeros dois anos: Giovanni de Oliveira (ainda que por muito pouco tempo de convívio, mostrou-se incansável e obstinado, além de solícito e competente), Sanderson Fardin (embora discreto, bastante dedicado e, quando quis, soube surpreender e polemizar com sua opinião política, para muitos inimaginável), Marcel Giordano(dedicado e discreto, faz de seu ofício um estímulo para os/as alunos/as), Célia Rodrigues (de Matemática, brilhante recém-graduada, em seu breve período de substituição se revelou excelente docente e grande Amiga, ao lado de seu querido Companheiro, Leonardo de Castro, o que prova que as novas gerações só precisam de oportunidade, surpreendendo pela competência), além dos dois Professores de Libras, Maurício e Nelson, cordiais, solícitos e de uma generosidade ímpar, e que me perdoem por não ter memorizado os seus respectivos nomes completos, pois os conheci por intermédio da querida Amiga e Professora Andrea Madalone, por meio de quem saúdo com efusiva gratidão o(a)s imprescindíveis e estimado(a)s: Eunice Pereira (da SEAC, cordial e afável, sempre eficiente e generosa, desde os tempos dos bancos escolares), Jacqueline (da COAC, sempre gentil e colaboradora, disponibilizando seu conhecimento para qualificar seus serviços), Maycon, Sebastião,Mercado, Glauter Cavalheiro (Amigo e Companheiro de lutas cidadãs, sempre atento e solícito), Antônio, Valcir, Leopoldo, Leia (da Biblioteca, atenciosa e cordial, que considero uma Amiga), Valeska (aguerrida e perseverante, uma verdadeira lutadora pela justiça, ainda que nem sempre compreendida), Laura, Lúcia, Lecir e Jacinto (prestativo e solícito, trata-se de um verdadeiro monumento vivo à lealdade acadêmica, patrimônio da Universidade), bem como ao(à)s demais funcionário(a)s, inclusive ao(à)s vinculado(a)s às empresas prestadoras de serviços terceirizados, todo(a)s digno(a)s do maior respeito.

Também à direção do Campus Pantanal, na pessoa do Professor Doutor Edgar Aparecido da Costa, diretor do CPAN; dos Professore(a)s Doutore(a)s Luciano Édipo e Márcia Sambugari, titulares da COAC; à querida Amiga de mais de quatro décadas Eunice das Neves Pereira, da SEAC, e Denilson dos Santos, da COAD, e suas gentis equipes de colaboradores, meu sincero e grato reconhecimento pelo convívio profícuo ao longo deste período.

Não posso deixar de citar, com igual reconhecimento, o(a)s querido(a)s Amigo(a)s Professore(a)s Doutore(a)s José Carlos Ziliani, Paulo Roberto Cimó QueirozHélvio Rech, Guto Josman, Gisela BlumaNeimar Machado, Maria Augusta de Castilho, Maria Izabel Padilha Celeida Maria de Souza, nas diferentes instituições em que se encontram, bem como ao(à)s Amigo(a)s aposentado(a)s ou transferido(a)s, como o(a)s Professore(a)s Doutore(a)s e Mestre(a)s Valmir Corrêa, Lúcia Salsa, Gilberto Luiz Alves, Masao Uetanabaro,Angélica Bezerra, Carla Villamaina CentenoGisela Levatti, Moacir Lacerda, Júlio Paro, Geraldo Damasceno, Ieda Bortolotto, Eudes Fernando Leite, Sílvia Britto, Arnaldo Sakamoto, João Bortolanza,Tito Carlos Machado, Iria Ishii, Maria Lúcia Paniago, Rosângela Pontara, Carlos Patusco, Catarina Costa Marques e Ruthênio Fernandes, e, com ele(a)s, os igualmente querido(a) Amigo(a)s Lejeune Mirhan Xavier de Carvalho, Denise Campos Diniz, Amyra El Khalili, Joel Carvalho Moreira, Ana Cláudia Salomão, Luiz Taques, José Maschio, Edson Moraes, Márcio Licerre, Augusto César Proença, Marlene "Peninha" Mourão, Anísio Guató, Lindivalda dos Santos, Tânia Nozieres, Aguinaldo Rodrigues, Arturo Ardaya, Cristiane Sant’Anna,Edimir "Abelha" MoraesAndrés Menacho, Aníbal Monzón, Ivaneide Minozzo, Erisvaldo Ajala, Simone Yara Benítez, Padre Pasquale Forin e Jorge José Katurchi, todo(a)s incansáveis semeadore(a)s de cidadania e de empoderamento para a afirmação da soberania popular, pois, como diz o irreverente ditado espanhol, "lo que natura no da Salamanca no presta" (em tradução livre, "o que a natureza não dá, a Sorbonne não empresta").

Houve algumas atividades extracurriculares que não poderia deixar de mencionar, durante estes dois anos, que ficaram na memória, sobretudo pela generosidade de muito(a)s do(a)s Colegas mencionado(a)s: "Primeiro Encontro de História do CPAN" (sob a coordenação da Professora Doutora Nathalia Monseff); "Dias de História", do Curso de História da UFGD, em Dourados (sob a coordenação do querido Amigo e contemporâneo de estudos e de movimento estudantil, Professor Doutor José Carlos Ziliani, que me proporcionou um reencontro memorável com os igualmente queridos Amigos Professores Doutores Paulo Roberto Cimó Queiroz e Eudes Fernando Leite); "Recepção aos Calouros de História de 2015" (atividade programada pelos Professores Doutores Nathalia Monseff, Gilliard Prado e Waldson Diniz, com a participação dos Professores Doutores José Luiz Peixoto, Marco Aurélio Machado e Elaine Cancian); "Semana da Matemática", de 2014 e 2015, coordenadas pelo Curso de Matemática, respectivamente Professores Mestres Osmar Nascimento, Gilberto Rodrigues dos Santos e Janan Hany; "O ofício de professor e a globalização", fala da Professora Denise Campos Diniz; "Questão palestina, Primavera Árabe e a intervenção ocidental na Síria", uma eloquente aula de história e geopolítica dada pelo Professor Lejeune Mirhan Xavier de Carvalho, sociólogo, professor universitário e analista internacional em visita à sua cidade-natal, Corumbá (um reencontro depois de mais de trinta anos com esse brilhante e grande Amigo e Companheiro); "Geopolítica global e a crise no Brasil: um convite à reflexão", aula pública planejada e coordenada pela Professora Doutora Elisa Freitas e a participação do Professor Mestre Fabrício Santiago.

Gostaria ter enumerado todo(a)s o(a)s Amigo(a)s que fiz no CPAN, que, creiam, não só estão na memória como no coração. Lamentavelmente, a esta altura da vida, os "neurônios" podem ter-me levado ao inexorável constrangedor risco de ter cometido injustiças, o que me faz abreviar minha "lista". Mas, para não perder o hábito, apenas insisto, como há quase um ano e meio me atrevi a propor (quando da apresentação dos projetos de intervenção social "História em Movimento" e "Pró-história do CPAN/UFMS"), na importância do transcurso do cinquentenário do CPAN -- desde a sua gênese como Instituto Superior de Pedagogia de Corumbá (ISPC), em 1967; sua transformação em Centro Pedagógico de Corumbá (CPC), em 1972, vinculado à extinta UEMT; Centro Universitário de Corumbá (CEUC), em 1983, já no contexto da UFMS, e, a partir de 2003,Campus de Corumbá (CPCO), antes da nova denominação, de Campus Pantanal (CPAN) -- para aproveitar e promover uma série de projetos (e eventos, como gincanas juvenis e concursos de logomarca do jubileu, slogan e redação, por exemplo) em prol de sua memória e, sobretudo, para a apropriação pela população de Corumbá e Ladário da única universidade pública há quase cinquenta anos em atividade na região, responsável pela formação de, senão quase a totalidade, a imensa maioria do(a)s profissionais universitário(a)s da região, e que ainda não foi devidamente assumida por amplos setores da sociedade local, muitos dos quais ainda a veem com indiferença ou desdém.

Por fim, dedico este momento particularmente ao(à)s Aluno(a)s, com o(a)s quais tive a honra de conviver nestes últimos dois anos e que, longe de qualquer demagogia, constituem-se na verdadeira razão de ser da Universidade, desde sempre. Sou, aliás, da geração que ousou recuperar o protagonismo juvenil no âmbito da academia, ao conquistarmos não só a liberdade de organização do movimento estudantil, mas, sobretudo, a gratuidade da universidade pública brasileira, ainda antes da Constituição Cidadã, de 1988, e do fim das taxas e sobretaxas então existentes tanto nas instituições públicas como privadas. Portanto, sinto-me no direito de insistir na provocação feita, fora de aula, ao longo de meu convívio com o alunado, de que o sentimento de pertencimento da UFMS (e por tabela do CPAN), pelo(a)s estudantes, passe a ser efetivo, e que o necessário empoderamento por ele(a)s protagonizado torne a vida acadêmica mais dinâmica, proativa, produtiva e de vanguarda, em todos os sentidos -- nos estudos, pesquisas e projetos, no exercício de sua cidadania e no indissociável desenvolvimento do humanismo, lamentavelmente perdido pela lógica do mercado, há décadas hegemônica em nossa sociedade globalitária pós-Consenso de Washington: mais que agir como consumidores -- regido(a)s pelo Código de Defesa do Consumidor --, é indispensável e imprescindível atuar como cidadão(ã)s do mundo e de seu tempo. No dizer de Chico Buarque e Pablo Milanés, "lo que brilla con luz propia nadie lo puede apagar, su brillo puede alcanzar la oscuridad de otras cosas" ("aquilo que brilha com luz própria ninguém pode apagar, seu brilho pode alcançar a escuridão de outras coisas").

Por ter mencionado a caríssima Constituição Cidadã, de 1988, devo salientar algo que é oportuno e fundamental para afirmar o protagonismo da juventude: não é nenhuma "caretice" lutar pela defesa e efetivação de nossa Lei Maior. Muito mais que uma norma constitucional escrita coletivamente e em total sintonia com os setores organizados da sociedade, em efetiva mobilização e participação ao longo dos quase dois anos de trabalhos da Constituinte de 1986, em meu modesto entendimento de aprendiz de cidadão reputo o Título da Ordem Social como o de profunda relevância, sobretudo naquilo que se efetivou como Controle Social das Políticas Públicas, isto é, a participação do(a) cidadão(ã) anônimo(a) na definição de prioridades e na fiscalização das ações dos gestores nas três esferas de governo. Hoje me atrevo a dizer que, por conta da intersetorialidade das políticas públicas e a efetivação do Sistema de Garantia de Direitos, é inadiável que todo(a)s lutemos pela implantação em nível regional dos Direitos Humanos como política pública de afirmação da soberania popular. É o que vem acontecendo, ainda que de forma tímida, em nossa região, por meio de reuniões públicas periódicas, mas que o resultado será transformador para todo(a)s nós, sobretudo para a juventude, para o(a)s atuais universitário(a)s, que precisam aplicar seus conhecimentos profissionais no seio de uma sociedade mais democrática e efetivamente plural.

E, como despedida, trago deles -- Chico Buarque e Pablo Milanés -- uma das definições mais geniais de História, igualmente consagrada em "Canção para a unidade da América Latina", de 1972: "E quem garante que a história é carroça abandonada numa beira de estrada ou numa estação inglória. A história é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue. É um trem riscando trilhos, abrindo novos caminhos, acenando muitos braços, balançando nossos filhos..." (Disponível em <http://www.vagalume.com.br/milton-nascimento/cancion-por-la-unidad-de-latino-america.html)

Obrigado e até sempre, CPAN-UFMS!

Fraternalmente,

Schabib



PS: Anexo à presente mensagem quatro arquivos em PDF: o primeiro deles com o texto-base de minha participação na aula pública do dia 31 de março, ao lado dos eminentes Professores Elisa Freitas e Fabrício Santiago, respectivamente Doutora em Geografia Humana e Mestre em Filosofia Contemporânea, que me honraram com tamanha distinção, um presente para um aprendiz de cidadão; o segundo arquivo é o que havia preparado antes de ter conhecimento da impossibilidade de o Jornalista José Maschio chegar a Corumbá, por motivos de saúde em sua família, em que o foco era o período de trevas representado pelo regime de 1964; o terceiro arquivo se refere ao projeto de intervenção social História em Movimento, que propõe um conjunto de atividades permanentes que visam a valorização da História (e por extensão, do curso de História) no contexto da sociedade contemporânea, e o quarto arquivo trata do projeto de intervenção social Pró-História do CPAN/UFMS, que visa o resgate da memória do quase cinquentenário curso de História do CPAN, desde os tempos do ISPC, do CPC (tempos da UEMT), do CEUC e depois CPCO, bem como da criação de um centro de dados ou banco de teses, dissertações, monografias e artigos científicos produzidos pelo(a)s docentes e aluno(a)s ao longo da existência da instituição, entre outras propostas que poderiam fazer parte das comemorações do jubileu de ouro do CPAN, para as quais poderiam ser planejados certames abertos à sociedade local (sobretudo para a juventude estudantil) de concurso de redação, logomarca do jubileu etc.

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