Vladimir Herzog, mártir da democracia, o divisor de águas
Divisor de águas, o Jornalista Vladimir Herzog, ao ser assassinado em 1975 sob tortura pelos ídolos dos canalhas que hoje se fazem de vítimas (tal como seus treinadores sionistas que assassinam em Gaza, na Cisjordânia e em inúmeros outros países), marcou o início do fim da ditadura. Neste dia 25, no 50º aniversário de martírio do Jornalista, em ato solene e a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, a Presidente da Justiça Militar Federal pediu perdão por Vlado e tantas outras vítimas da sanha assassina dos serviçais da ditadura, marcando o início do fim da impunidade das hordas peçonhentas.
Neste sábado, 25 de outubro, a Presidente do Superior Tribunal Militar (STM), Ministra Maria Elizabeth Rocha, em ato ecumênico na Catedral da Sé, com a presença do Vice-presidente Geraldo Alckmin, a propósito do cinquentenário do assassinato sob tortura do Jornalista Vlado Herzog, pediu perdão em nome da Justiça Militar a todos os que tombaram e sofreram lutando pela liberdade e pela democracia, citando textualmente a família de Vladimir Herzog, Paulo Ribeiro Bastos, Rubem Paiva, Myriam Leitão, José Dirceu, Paulo Vanucchi, Aldo Arantes, José Genoíno e João Vicente Goulart, pelos erros e omissões judiciais cometidas durante a ditadura.
O martírio do Jornalista Vladimir Herzog foi um divisor de águas não só para o despertar da cidadania, ao romper o ciclo do medo imposto a ferro e fogo às pessoas e, mais, aos jornalistas que se aperceberam que nem eles estavam imunes ao arbítrio, à opressão. Na cultura e nas artes, igualmente. A partir de então, a despeito da censura prévia institucionalizada desde o AI-5, voltariam as vozes dissonantes com maior vigor e experiência a reverberar nos corações, almas, mentes e consciências cidadãs.
MÁRTIR DA DEMOCRACIA
25 de outubro de 1975. O Jornalista Vladimir Herzog, diretor de Jornalismo da TV Cultura (emissora pública de São Paulo), se apresenta espontaneamente de manhã à sede do DOI-CODI. Ato contínuo, foi preso (aliás, sequestrado, pois era mais uma prisão ilegal, sem ordem judicial por qualquer fato que a justificasse) e torturado durante horas, até sucumbir ante seus covardes algozes, protegidos pela ilegalidade institucional vigente desde a eclosão do golpe de 1964.
Não satisfeitos com tanto sadismo atroz, os seus covardes assassinos tentaram ainda por cima matar sua memória ao dizer que ele cometera suicídio com um dos objetos de uso pessoal. Detalhe: Herzog era um homem de grande estatura e o vitrô da masmorra em que foi confinado era muito mais baixa. Não havia como acreditar em mais uma mentira de um regime cujo fedor transcendia os espaços, funesto, sobretudo, por causa de tantas mortes promovidas em nome de uma paz... dos túmulos.
No dia seguinte, as manchetes nos principais jornais de todo o país irrompem o silêncio indignado da cidadania. Já não era possível suportar tanto escárnio desses canalhas que, como seus discípulos de hoje, tinham o cinismo -- na verdade, a certeza da impunidade -- de enviar nota à imprensa, sob censura prévia, para eximir-se de seus crimes. Vlado, como era chamado pelos colegas de redação e amigos mais próximos, era diretor de Jornalismo em uma emissora pública do estado de São Paulo, não tendo qualquer atuação política que o relacionasse com as organizações sob investigação.
Em companhia da viúva de Vlado, Clarice Herzog, o Jornalista Audálio Dantas, renomado redator da revista Realidade e à época presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, da Editora Abril, não se intimidou ante as ameaças, e com diversos colegas, entre eles o Jornalista Fernando Morais, da Veja de Mino Carta, ainda na Abril, foi até o Cardeal-Arcebispo Metropolitano de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, para revelar-lhe o episódio. Dias depois, mesmo sob pressão do regime, Dom Paulo celebra culto ecumênico em memória de Vlado com o Reverendo Jaime Wright e o rabino Henry Sobel, do qual participaram mais de 8.000 pessoas, a maior parte do lado de fora da Catedral Metropolitana da Sé.
Da mesma forma como anunciaram o assassinato do Jornalista Vladimir Herzog, o operário Manoel Fiel Filho, conhecido metalúrgico com atuação sindical, viria a ter o nome divulgado como suicida, e ainda que a família questionasse ante a Justiça Militar, o recurso foi arquivado. Por ironia, meses depois, o comandante do II Exército, general Ednardo D'Ávila Mello, saía do comando. E a linha-dura, fortalecida na gestão ditatorial de Emílio Garrastazu Médici, começava a perder sua hegemonia.
A "MALDIÇÃO" DE HERZOG
Depois da repercussão nacional e internacional do martírio de Vladimir Herzog, o desafio de Dom Paulo Evaristo a celebrar um culto ecumênico de sétimo dia em memória do jornalista na Catedral da Sé foi considerado pelos órgãos de informação e repressão (SNI, CENIMAR, CIE, CISA, DOI-CODI, DEOPS-DOPS etc) e o submundo paramilitar como a "maldição" de Herzog. A resposta de Jimmy Carter, presidente dos Estados Unidos, à carta enviada pelo Cardeal Arcebispo de São Paulo junto com Clarice Herzog, viúva de Vlado, afirmando que não permitirá violações dos Direitos Humanos no Brasil causou uma cisão no regime e, ainda que tímida, uma discreta mobilização da sociedade civil organizada, como CNBB, OAB, SBPC e ABI.
Para a juventude destes nada generosos tempos, pouco afeita à leitura com o necessário senso crítico, é relevante informar que o aparelhamento ideológico dos militares e, sobretudo, das polícias -- basta dizer que a Polícia Militar foi criada sob a doutrina da segurança nacional durante a ditadura -- se remete ao regime de 1964. Em 1968, durante a gestação daquilo que seria o odiento AI-5, houve um processo de doutrinação das polícias estaduais, sobretudo a militar. Do mesmo modo, em 1980, quando da série de atentados contra bancas de jornais -- para fazer com que jornaleiros não mais quisessem expor nem vender jornais alternativos, como Pasquim, Movimento, Opinião, -Ex, Já!, Versus, Folha de Eva, IstoÉ, Afinal, Abertura Cultural, Leia Livros, Em Tempo etc --, as polícias estaduais foram treinadas para criminalizar as vítimas, no governo do general João Baptista Figueiredo.
A certeza da impunidade com que agiam acintosamente, em sua maioria, militares à paisana -- o acidente de "trabalho" dos militares no caso Riocentro, na madrugada de 30 de abril de 1980, foi emblemático e expôs o lado obscuro do submundo criminoso das hordas assassinas pagas com dinheiro público para delinquir, conspurcar, prevaricar e, sobretudo, eliminar vozes dissonantes --, é a mais eloquente prova de que as polícias militares deveriam ter sido extintas logo depois da promulgação da Constituição Federal de 1988. Hoje, sob a égide do neopentecostalismo fundamentalista, agem ao arrepio da lei, da hierarquia e, sobretudo, do princípio da autoridade. Aliás, desde o golpe de Michel Temer essas polícias viraram cabos eleitorais dos bispos, pastores e missionários com interface com o "mito" e seus sequazes em escala nacional.
O que dizer, então, da conduta agressiva e permissiva de inúmeros policiais militares nas periferias, reservas indígenas, territórios quilombolas? Resultado de décadas de verdadeiro adestramento nas academias, vimos atualmente uma turma recém-formada vociferando canalhices como grito de guerra sem terem sido punidos exemplarmente, com suspensão ou algo mais grave, por tal ato, lesivo aos Direitos Humanos, à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito. Ignorando acintosamente preceitos constitucionais, chegaram ao ponto de posar em foto segurando a bandeira israelense com o que chamam de adido policial do estado sionista, numa afronta à posição do governo federal, de ter condenado o genocídio que acontece em Gaza e recentemente na Cisjordânia, Palestina ocupada.
Pior, nos últimos anos, forças policiais estaduais têm usado a violência de modo sistemático contra mulheres, crianças e idosos indefesos em áreas de conflito com os povos originários em Mato Grosso do Sul. No mesmo dia 25 (dos 50 anos do assassinato de Herzog), na Terra Indígena de Guyraroká, em Caarapó, em que pistoleiros sequestraram e estupraram uma jovem Kaiowá e feriram mais de duas dezenas de Guarani-Kaiowá, policiais descumpriram protocolos legais, como jagunços dos fazendeiros da região, que invadem as terras indígenas.
CHUMBO E IRREVERÊNCIA
Eram anos de chumbo. Na distante Corumbá, ainda estado de Mato Grosso, em que na eclosão do golpe de 1964 aprisionaram, sob acusação de subversão, centenas de pessoas que da noite para o dia eram estigmatizadas e levadas ao navio-prisão, o Guarapuava. Líderes populares trabalhistas (tratados pelos golpistas como "subversivos"), da noite para o dia viraram párias, "leprosos", no linguajar medieval, que estigmatizava as pessoas atingidas pela hanseníase.
Ex-deputados, Amorésio de Oliveira, Francisco "Pecy" de Barros Por Deus, Vicente Bezerra Neto e Rômulo do Amaral foram vilipendiados por elementos medíocres que, por usarem farda, consideraram-se acima da prerrogativa parlamentar ou advocatícia (todos advogados renomados), como o Promotor de Justiça José Mirrha (tio do Sociólogo e Professor Lejeune Mirhan, conceituado geopolitólogo da atualidade), o memorialista Adolpho Emydio Cunha, o Professor Ibrahim Emílio Ismael e o conterrâneo chamado por Jorge Amado em "Subterrâneos da liberdade" de herói de três pátrias (Brasil, Espanha e França, cujo governo o condecorou com as insígnias de Cavaleiro da Legião de Honra, a Cruz de Guerra e a Medalha da Resistência por ter combatido os nazistas na Resistência ao fantoche de Hitler, marechal Pétain, durante a ocupação do país na Segunda Guerra Mundial) Apolônio de Carvalho, além de uma infinidade de socialistas e socialdemocratas que fizeram de Corumbá um pólo progressista.
Bastião da vanguarda cultural, social, política e econômica, de franca oposição à ditadura, Corumbá foi castigada por ser leal à sua história, pelo que, durante os 21 anos do regime de 1964, pagou caro por seu eleitorado ter votado maciçamente em candidatos do MDB (a única oposição consentida) e haver reeleito ininterruptamente o controvertido deputado Cecílio de Jesus Gaeta, que se apresentava como da oposição, mesmo com todas as suas idiossincrasias e artimanhas. Afinal, o único deputado estadual do município eleito e reeleito por quatro mandatos sucessivos, em plena ditadura, era lanterninha dos eleitos em 1966 como suplente de vereador, mas pelas cassações acabou assumindo uma vaga na Câmara Municipal, e com o apoio da querida e saudosa Dona Eva Granha de Carvalho ter cacifado sua candidatura a deputado estadual em 1970, tendo sido reeleito em 1974, 1978 e 1982 pelo MDB/PMDB.
Se antes da execução de Herzog O Pasquim era disputado em Corumbá por um discreto público, agora, além do semanário do inesquecível Sig, Movimento, Opinião, Versus, Abertura Cultural, Folha de Eva e até Folhetim, da Folha de S.Paulo (sob direção do saudoso Claudio Abramo e sua equipe memorável), não passavam despercebidos no canto das bancas de jornais. Lembro-me tanto do Nathércio como do Lindolpho, as duas bancas da rua Treze de Junho (uma na esquina da Frei Mariano e a outra na esquina da Antônio Maria), confidenciando com seus leitores mais críticos algumas das matérias de capa, inclusive da Veja que ainda estava sob a direção do agora saudoso Mino Carta.
Fazendo eco a essa rebeldia jornalística e cultural, a chamada Geração de Ouro (integrada por Edson Moraes, nos impressos; Augusto Alexandrino dos Santos Malah, na radiofonia, ao lado da jovem revelação Juvenal Ávila de Oliveira, Jonas Luna de Lima e o agora saudoso Gino Rondon; o saudoso Deneval Ribeiro Elias, Ênio Conturbia, Tadeu Vicente Atagiba, Nelson Mirrha e a saudosa Norma Atagiba na música, ao lado do "MJ-6", "Arame Farpado" e "Django", entre outras bandas), os jornais locais -- em especial, a Folha da Tarde e o Diário de Corumbá -- começam a abrir seus espaços para o contraditório, ainda que em artigos assinados, para eximir os jornais de quaisquer responsabilidades.
Enquanto Edson Moraes inovava no Jornalismo local, sob orientação e incentivo de Daniel de Almeida Lopes (ex-correspondente de O Globo em Cuiabá) e Luiz Gonzaga Bezerra (ex-repórter especial do Jornal do Brasil), contratados pelo Consórcio Corumbaense de Comunicação, respectivamente, como diretor-geral do grupo e redator-chefe da Folha da Tarde e do Departamento de Jornalismo da Rádio Difusora Mato-grossense S/A, Juvenal Ávila revolucionava as ondas do rádio com sua seleção musical baseada na MPB, de fazer inveja às emissoras do eixo Rio-São Paulo, em que os nomes do compositor, do intérprete, o gênero e até o selo da gravadora eram identificados com o título da canção (e quando se tratava de versão em português, o nome do compositor na língua original).
Gino Rondon, Jonas de Lima e Adilson Lobo, apoiados pelos saudosos Antônio Ávila, Roberto Hernandes, João de Oliveira Neves e Augusto Malah, ganhavam projeção regional por sua inovadora capacidade de comunicação. No entanto, o já Professor Malah, aluno de Ciências no então Centro Pedagógico de Corumbá (Universidade Estadual de Mato Grosso), ávido de conhecimento, acabou sendo convencido a deixar a radiofonia depois de ser conduzido à delegacia da Polícia Federal por trocar correspondência com várias emissoras estrangeiras, inclusive Rádio Moscou, Rádio Pequim e Rádio Havana -- mas também tinha contato com a Rádio BBC de Londres, Voz da América, Deutsche Welle (Alemanha Ocidental), RAI (Itália), Radio Exterior de España e Rádio França Internacional --, pois não convencera os inquisidores seu argumento de que o intercâmbio epistolar era para melhorar o seu domínio do inglês, espanhol, francês e italiano.
Benedito C.G. Lima, em companhia de duas Ângelas -- Ângela Bulhões e a saudosa Ângela Maria Pérez --, marcava presença não só em todos os jornais locais com a seção literária ALEC, semanal em alguns jornais, em outros diária. Certa noite, o Amigo Johonie Midon de Mello leva ao então Centro Educacional Julia Gonçalves Passarinho o Benedito, da ALEC, que também editava na escola em que estudava o jornal estudantil "O Maria Leite". Conversamos sobre como era possível sobreviver a tantas dificuldades. O nosso "Clarim Estudantil" estava definhando por problemas maiores que o financeiro (mas também por isso, pois éramos poucos os que nos virávamos para custear as despesas).
A morte de Herzog, cuja repercussão foi discretamente registrada na Folha da Tarde, mediante a síntese semanal de segunda-feira do saudoso Jornalista Luiz Gonzaga Bezerra, misto de redator e formador de novos repórteres e radialistas como o querido Edson Moraes, foi assunto de uma das primeiras conversas com o Gonzaga, que era direto, sem rodeios, apesar da censura. Acompanhados por Juvenal Ávila, Gonzaga e Edson foram muito receptivos, apesar do corre-corre da redação, pois o jornal era vespertino e nosso encontro ocorrera em pleno processo de pós-produção da edição daquele dia.
Por eles soubemos da mobilização dos Jornalistas Audálio Dantas e Fernando Morais que, acompanhados da viúva Clarice Herzog, culminou com o culto ecumênico na Catedral da Sé, concelebrado por Dom Paulo, Reverendo Wright e rabino Sobel. Também, do confisco de toda a tiragem de uma das primeiras edições do jornal alternativo -Ex, que burlou a censura e contou detalhes da prisão ilegal do Vlado, que havia se apresentado espontaneamente ao DOI-CODI de manhã e à tarde estava preso e sob tortura o levaram à morte, anunciada oficialmente como suicídio. A conexão de Corumbá com os grandes centros era direta: não eram poucos os corumbaenses perseguidos em Corumbá, entre eles Jorcêne José Martinez, Amin Amiden e o ex-promotor de Justiça José Mirrha, tinham seus contatos na oposição (Doutor Mirrha) e na imprensa (Jorcêne) ou no rádio (Amiden).
Até no posteriormente chamado de JGP, os professores mais próximos de nós, como o Professor Malah (Desenho), Professor Joaquim (Química), Professora Auxiliadora (História), Professora Yvonne (EMC e OSPB) e Professor Octaviano (Língua Portuguesa e Literatura), fizeram alusão ao que estava ocorrendo no contexto político, mas discretamente. A mais direta em sua aula foi a saudosa Professora Auxiliadora, que, de maneira sugestiva, disse que logo haveria uma nova "queda da Bastilha". O Professor Octaviano, cujo pai fora comandante da Polícia Militar de São Paulo na gestão de Paulo Egydio Martins, foi lacônico, preferindo focar o comentário no culto ecumênico, dando a entender que a iniciativa do diálogo inter-religioso era sinal dos novos tempos que chegavam ao Brasil (nesse dia, por coincidência ou não, transcreveu no quadro a letra de "Roda Viva", de Chico Buarque, para que fizéssemos uma interpretação).
É verdade que para muitos de nossos Amigos e Amigas estávamos "em céu de brigadeiro". Isso, aliás, o Professor Joaquim, de Química, vivia a enfatizar. Se nosso objetivo era fazer um curso universitário, um dos deveres era lermos os jornais como quem lê um texto de História. Mas tomava o cuidado para não causar polêmica, pois no ano anterior fora "convidado" por um diretor militar da reserva para pedir transferência para outra escola estadual, razão pela qual ele estava dando aula para nós no JGP.
Divisor de águas, o martírio de Herzog foi o início do fim do regime de 1964 e também o início de uma nova fase para a juventude desassossegada do Brasil. Mesmo sendo nosso penúltimo ano do período secundário, aprendemos a lidar com essas questões de maneira discreta e ao mesmo tempo intensa: quando Mino saiu da Abril e fundou, com seu Irmão Luis Carta e seu ex-colega na Abril Domingo Alzugaray, a Encontro Editorial e lançou a revista IstoÉ (inicialmente mensal), foi um verdadeiro banho de politização e de aprendizado, à distância, de Jornalismo Político. Era nossa cachaça, e o assunto solene com Edson Moraes e, nos poucos encontros, com Luiz Gonzaga Bezerra, o "guru" dos repórteres da Geração de Ouro.
INCERTEZAS, MAS DETERMINAÇÃO
Para os Jornalistas Juca Kfouri e Luis Nassif, presentes ao ato ecumênico do 50º aniversário do martírio pelos jagunços do regime militar do Jornalista Vladimir Herzog (cada um com suas palavras e seu jeito): em 1975 havia muita incerteza mas também determinação na sociedade civil, e as palavras de ordem eram ditadas pelos gigantes da MPB, como Chico Buarque, Nara Leão, Francis Hime, Edu Lobo, Carlos Lyra, Baden Powel, Jocafi, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Miúcha, Milton Nascimento, Fernando Brant, Wagner Tiso, Beto Guedes, Fátima Guedes, Ivan Lins, Vítor Martins, João Bosco, Aldir Blanc, Djavan, Elis Regina, Gonzaguinha, Beth Carvalho, Paulo Tapajós, Clara Nunes, Paulo Sérgio Pinheiro, Sérgio Cabral, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Sérgio Bittencourt, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Fagner, Sá & Guarabira, Taiguara, Belchior e tantos outros. Muitos deles, para felicidade nossa, ativos e decisivos em nossos dias.
Vida longa e muita saúde à Democracia e às pessoas que a defendem com lealdade e coragem! Vladimir Herzog e todas as demais pessoas que tombaram em sua defesa, sempre presentes, na memória e na luta!
Ahmad Schabib Hany
