domingo, 3 de março de 2019

"LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA" ("O ESCRIBA")

SOBRE "LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA" (DE "O ESCRIBA"):

Destaco uma cena, logo no início, da qual não me lembrava e é genial. Começa aos 7 minutos e 57 segundos: os policiais Milton Gonçalves e Ivan Cândido entram num boteco do subúrbio carioca atrás de informações do paradeiro de Lúcio Flávio. Encontram Grande Otelo tomando sua cachacinha. E se dá o seguinte diálogo:
Milton Gonçalves: “Alguém aí conhece o Lúcio Flavio?”
Grande Otelo: “Noquinha?”
Milton: “Noquinha?”
Grande Otelo: “É isso mesmo, moço. É um menino sonhador.”
Milton: “Esse bandido é gente, vovô?”
Grande Otelo: “Eu não tô falando do bandido, eu tô falando de um menino que eu conheci. Se deu no que deu não foi culpa dele, foi culpa da mãe dele que não apelou para Iemanjá.”
Milton: “Assim a gente não prende ninguém, vovô.”
Grande Otelo: “Ah, e isso interessa alguma coisa? Pra polícia a gente é o que a polícia quer que a gente ‘seje’. Por exemplo, qualquer negro pra polícia é malandro. Hahahahah!”
Atualíssimo, não?
https://oescriba.org/2014/04/30/lucio-flavio-o-passageiro-da-agonia-filme-de-hector-babenco-1977/

Nenhum comentário: