MERECE NOSSA SIMPATIA QUEM TEM EMPATIA
Diante dos piores indicadores sanitários,
ambientais, sociais e econômicos dos últimos 60 anos, só nos resta abraçar a
estratégia adotada pelos cidadãos das maiores potências mundiais: merece nossa
simpatia quem demonstra, sinceramente, empatia.
Durante
o (embora curto) período em que tive a honra de participar da fundação e dos
primeiros passos do Comitê Popular de Enfrentamento à Pandemia Padre Pascoal
Forin, na região do Pantanal, pudemos testemunhar a sincera generosidade da
população ante o crescimento exponencial da transmissibilidade e letalidade da
covid-19.
Vimos
também o louvável desprendimento de Pesquisadores/as e Médicos/as (com letras
maiúsculas) que, a despeito dos riscos iminentes, ousaram enfrentar de peito
aberto as inusitadas perspectivas, muitas vezes sombrias, da luta contra o novo
coronavírus, cujos danos e sequelas ao organismo ainda são desconhecidos em sua
maioria.
Não
foram poucos (nem passaram despercebidos) os gestos de grandeza e dignidade de
muitos gestores/as e trabalhadores/as em saúde que não se deixaram intimidar
ante a pressão sorrateira e desprezível de alguns poderosos empreendedores que
cinicamente simularam um discurso de ‘preocupados’ com o desemprego para, feito
abutres diante de uma tragédia, engordar suas poupanças enquanto vidas eram
perdidas.
Simulacros,
imposturas, oportunismo e canalhice sobraram, é verdade. Para eles/as a
história, e somente a história, se encarregará de inscrever em letras de
mármore a lápide de suas falsas consciências. Até porque, hoje com o podre
poder nas mãos e os sórdidos bajuladores a seu serviço, tentarão passar
incólumes pela desatinada passarela da fama, do sucesso, dos ‘bem-sucedidos’
nestes tempos sombrios e tacanhos...
Até
em homenagem aos/às verdadeiros/as combatentes da saúde e pela Vida e aos/às
milhares de mártires que não tiveram chance de ter seu direito à vida
assegurado pelo Estado (no caso, o ente federado), tomado de assalto por
parasitas e delinquentes, no momento presente dedicaremos esta reflexão às boas
iniciativas dos verdadeiramente comprometidos com o porvir da humanidade.
Merece
nossa simpatia quem, de fato e sinceramente, demonstra empatia. Isto é, o Povo Brasileiro
(maiúsculas, por favor), esse bravo guerreiro maior que qualquer aprendiz de
tiranete trapalhão, que confunde os pés pelas mãos, manchadas de sangue de
gente inocente e indefesa.
Ante
a flagrante omissão de assegurar, por meio de políticas já instituídas e
consolidadas (durante quase duas décadas), renda emergencial à população em
geral e programas de proteção econômica a empreendedores individuais, micro,
pequenas e médias empresas, diversas iniciativas solidárias (de forma discreta
e anônima, em sua maioria) foram se espalhando pelo Brasil, como nos tempos do
saudoso Betinho (Herbert de Souza, o irmão do Henfil).
Povo
cuidando do Povo. Mais uma vez, na história recente do Brasil, o cidadão
anônima e sinceramente, faz o que o Estado (ente federal) faz que faz, isto é,
se omite ou faz na contramão. Não são poucas as denúncias de cortes de verbas
(quando não desvio cínico), sempre sob o sórdido pretexto de ‘conter despesas’.
Só que os EUA e a União Europeia provaram que isso jamais será gasto, mas
investimento, e hoje seus índices econômicos sobrepujam o ranking do globo, demonstrando
que um real na ponta representa mil reais desperdiçados em meio ao emaranhado
de atravessadores do sistema financeiro, esse ser parasitário cuja cobiça não
tem limites.
Aliás,
o mordomo mefistofélico e o ‘conde nado’, com seus desgovernos, só provam que
os maiores interessados pelo desmonte do Estado são o parasitismo-mor
representado por banqueiros, rentistas, sonegadores, contrabandistas,
traficantes, milicianos e as hordas delinquentes que atuam no varejo, inclusive
no ‘mercado’ da fé. Para eles, sim, ‘quanto pior melhor’, feito erva daninha
que vive da podridão do poder, da esperança dos inocentes, da boa-fé dos
desesperados e da desgraça alheia.
Não
esqueçamos: só merece nossa simpatia quem demonstrar empatia. Fora com os hipócritas
fariseus hodiernos, que vivem da tragédia alheia enquanto juram amor pelo
próximo...
Ahmad Schabib
Hany
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