ASSECLAS DO ‘MITO’ PODERÃO SER CHAMADOS À JUSTIÇA BOLIVIANA
“The Intercept” denuncia trama da presidenta golpista
Jeanine Áñez Chávez para tirar o então candidato Luis Arce Catacora, do MAS, da
disputa eleitoral na Bolívia. É a ‘nova’ estratégia dos serviçais das forças ‘ocultas’:
golpe sobre golpe, com a participação de asseclas do ‘mito’...
Célebre
entre nós, o jornal The Intercept
escancarou as fétidas pregas dos golpistas durante a gestão pseudodemocrática
da ‘prima’ Jeanine Áñez Chávez - na verdade, aprendiz de déspota
-,
entre novembro de 2019 e dezembro de 2020. Além de revelar o despudor com a
coisa pública, tratada por eles como extensão de suas posses de origem
duvidosa, e os laços espúrios e nada republicanos com hordas de meliantes
paramilitares oriundos das malditas ditaduras militares dos anos 1970 e 1980,
responsáveis por ações e ‘operações’ como a que ensaiam fazer em suas motos por
estas plagas.
Por
meio de registros e documentos, a reportagem-denúncia demonstra a sórdida trama
planejada e preparada, mas não competentemente executada, que visava eliminar
da corrida eleitoral o então candidato Luis Arce Catacora, hoje presidente da
Bolívia, para manter as hordas de meliantes aglutinadas a peso de ouro por
emissários de assessores de Donald Trump e de certo serviçal que nem na caserna
agiu bem...
Jornalismo
investigativo é isso: desvenda as entranhas do poder com base em evidências - não ‘convicções’,
né, Delatamarignol? -, como nas sórdidas
conspirações ensaiadas, e incompetentemente executadas pelos golpistas
satelitais da republiqueta da Barra, hoje com os dias contados, e por isso
desesperados para dar ‘só um golpezinho, em nome de Jesus’...
O
chamado inferno astral está pairando sobre os desastrados inquilinos do palácio
que o genial Oscar Niemayer projetou e um dos mais democratas da história do
País, Juscelino Kubitschek, ousou construir com todo o Plano Piloto em volta. Por
ironia, esse mesmo democrata, que consolidou a indústria automobilística e
quase toda a indústria nacional de seu tempo, além de promover a integração do
Brasil pela ousada da malha rodoviária e energética, foi impunemente execrado,
cassado e morto em circunstâncias misteriosas, aliás, nunca elucidadas...
Incapaz
de governar, o enxerto de uruca em corpo mefistofélico se travestiu de cristão,
mas nunca, jamais, conseguiu exorcizar o satanás que traz desde os tempos de
caserna. Não que as águas do sagrado Rio Jordão, na Palestina, não fossem
capazes de livrar até Hitler de todas as maldades de suas entranhas. O problema
não está no corpo, mas numa cabeça destituída de conteúdo. E, como ensina o
sábio ditado popular ibérico, traduzido livremente, “em cabeça vazia (ou seria
vadia?), opera a oficina do diabo”...
Voltando
às denúncias do The Intercept, publicadas
por todos os jornais bolivianos e de vários países em todo o mundo - entre eles, o
emblemático diário argentino Página 12
-,
o fato é que as revelações repercutiram no Legislativo bicameral do Estado
Plurinacional da Bolívia e junto ao Ministério Público (Fiscalía, na nomenclatura boliviana) e começam a robustecer os
processos contra a ex-presidenta, flagrada no interior de uma cama-box num
povoado do departamento amazônico do Beni, de onde Áñez é oriunda e pelo qual conquistara
seu mandato de senadora. Além dela, diversos ex-assessores, ministros e
políticos da base de apoio do governo golpista tiveram sua condição de réus agravada.
Mas
não só bolivianos envolvidos na trama é que estão em maus lençóis.
Paramilitares oriundos de diversos países, entre eles dos Estados Unidos e do
Brasil, estão na mira. A certeza da impunidade era tamanha, que, arrogantes e
burros (aliás, é o que mais têm demonstrado esses monstrengos ignóbeis),
deixaram pistas e mais pistas em todos os lugares por onde passaram. Inclusive
nas opulentas motos pilotadas durante o golpe de 19 de novembro de 2019, quando
atearam fogo em moradias indefesas, lincharam líderes populares e familiares de
Evo Morales, a razão de ser do golpe.
“Um
integralista não corre: voa...” Assim, em 10 de outubro de 1934, o Jornal do Povo estampava em manchete a notícia
da ‘revoada dos galinhas verdes’, como a esquerda antifascista apelidou a
batalha que teve como palco a Praça da Sé, de São Paulo, em 7 de outubro
daquele ano. Quase 100 anos atrás, os fascistas já defendiam a posse impune de
armas contra o povo, em especial a classe trabalhadora organizada em sindicatos
e em partidos que defendessem seus direitos. Segundo relato dos memoráveis
Jornalistas Mário Pedrosa e Fúlvio Abramo, na vergonhosa batalha em que ‘pernas
para que te quero’ era o que mais se ouvia dos seguidores de Plínio Salgado, tombaram
quatro membros das forças populares, entre eles Décio de Oliveira, jovem
trabalhador militante do PCB atingido por projétil de uma das armas dos bem
nutridos filhotes de Mussolini e Hitler. O povão antifascista só tinha paus e
pedras para enfrentar com coragem e dignidade a ofensiva dos covardões que
ainda hoje devem continuar a correr rumo ao inferno...
Hoje
são os povos originários os que se levantam sem medo e de peito aberto.
Cuidem-se os que atentam contra eles e sua cultura milenar. Se em 2019 ousaram
apoiar na Bolívia as agressões e humilhações contra eles, agora eles, aos
milhões se levantam em toda a América Latina, inclusive no Brasil, e não haverá
bala de miliciano capaz de conter a sua ira ante as afrontas de que têm sido
vítima, sobretudo nos últimos anos. Se lessem algo, teriam aprendido com a
história que pagam caro os verdugos e carrascos das populações originárias. O
seu fim está sentenciado pelos espíritos da floresta...
Ahmad Schabib Hany
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