A MÁSCARA, O
CÉREBRO E O CORAÇÃO
Diante do crescimento exponencial da taxa de
contágio da covid-19, é preciso mudar com urgência a estratégia de sensibilização
das campanhas de educação em saúde e recorrer a uma tríade bem simples para
ajudar na compreensão da parcela populacional que não aceita a prevenção:
máscara, cérebro e coração.
Depois
de vermos a deplorável cena de centenas de trogloditas ‘passeando’ (?) de moto, em
pleno dia dos namorados, atrás de seu ‘messias’ (largando namoradas e
companheiras ao mais ignóbil abandono) [leia “O golpe vem de moto?”], ouso alertar
os marqueteiros sensíveis à tragédia sanitária da covid-19 a um desafio não tão
complexo, mas oportuno e extremamente urgente.
Justifico
a urgência pelo número de pessoas que vêm perdendo a vida nas semanas mais
recentes. E não adianta achar que a divulgação do número de óbitos vai causar
impacto. É chocante, mas não há nada que possa demover essa parcela da
sociedade que aquilo que lhes é ‘sagrado’ (mas nada a ver com valores
religiosos ou éticos).
Essa
gente tem uma compreensão binária da realidade. Um raciocínio obtuso, raso
demais sobre o que está diante deles. Trata-se de pessoas muito primitivas,
egoístas e de comportamento bizarro, sem empatia, sensibilidade ou amor pelo
próximo, embora se autodeclarem ‘cristãs’. Na verdade, foram capturadas pelo
sionismo cristão, mas isso é outra questão, que trataremos oportunamente.
Ora,
se eles se envaidecem - feito narcisos - de sua ‘capacidade’,
por conta do nível de renda que amealharam, ainda que tenham sido seus pais ou
avós a lhes deixar volumosas heranças. Então, nesse contexto, vaidade passa a
ser sinônimo ‘capacidade’. Nada mais oportuno para compor essa figura urgente que
‘cérebro’, tão relevado nos dias atuais, em que músculos e ‘barrigas tanquinhos’
despertam maior interesse que neurônios...
Por
outro lado, não é preciso ser gênio de campanhas de sensibilização da área
sanitária para perceber que há algo faltando para que a parcela populacional que
não aceita a prevenção pare com essa atitude suicida. Ao lado de ‘cérebro’, é
fundamental, também, associar a palavra ‘máscara’, hoje o maior recurso de
proteção no contexto da covid-19.
Como
para mentes rasas é prudente simplificar ao máximo, e de preferência em cenário
épico (mas sem cair no maniqueísmo fundamentalista), o ‘mocinho’ deve usar o
cérebro e a máscara para que o bem prevaleça - e que esse
bem esteja associado, sim, à Vida, que, de fato, é um bem maior.
Finalmente,
para completar a tríade, o coração (aí não órgão do aparelho circulatório, mas
o do apelo afetivo, no campo sentimental) tem um protagonismo a cumprir, com
desenvoltura e candura. Em vez do caráter da empatia (do amor ao próximo), deve
ser o amor a si mesmo (bem ao estilo “ame a si mesmo antes dos outros”). Por
quê? Essa é a cosmovisão (ou seria egovisão?) desse público, que entende que o ‘salvamento’
é pessoal e individual, jamais coletivo.
Diante
do fato inegável de que, como nunca, o pragmatismo do marketing é estratégico (literalmente
vital), sem delongas, cremos que profissionais de propaganda e marketing possam
entrar de cabeça (e alma) para reverter essa tendência suicida, em que certo ‘sinuelo’
teima em levar o rebanho ao abismo, e, pior, com eles todos nós.
Para
concluir, para dar os devidos créditos, revelo que me vali de uma charge, por
sinal genial, assinada por “Charge Niniu”, na internet, em que o chargista
coloca num balão a resposta inteligente da interlocutora, de que usa “a máscara
e o cérebro”. Com base na mensagem dessa charge e a necessária reflexão durante
o domingo, acresci o coração.
Enfim,
devemos usar, para a campanha de enfrentamento, a máscara (o distanciamento e a
higienização), o cérebro e o coração. E isso tudo com a criatividade do
marqueteiro, cuja estratégia saberá conquistar a parcela ainda arredia à
prevenção da covid-19.
Ahmad Schabib
Hany
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