domingo, 13 de junho de 2021

A MÁSCARA, O CÉREBRO E O CORAÇÃO

A MÁSCARA, O CÉREBRO E O CORAÇÃO

Diante do crescimento exponencial da taxa de contágio da covid-19, é preciso mudar com urgência a estratégia de sensibilização das campanhas de educação em saúde e recorrer a uma tríade bem simples para ajudar na compreensão da parcela populacional que não aceita a prevenção: máscara, cérebro e coração.

Depois de vermos a deplorável cena de centenas de trogloditas ‘passeando’ (?) de moto, em pleno dia dos namorados, atrás de seu ‘messias’ (largando namoradas e companheiras ao mais ignóbil abandono) [leia “O golpe vem de moto?”], ouso alertar os marqueteiros sensíveis à tragédia sanitária da covid-19 a um desafio não tão complexo, mas oportuno e extremamente urgente.

Justifico a urgência pelo número de pessoas que vêm perdendo a vida nas semanas mais recentes. E não adianta achar que a divulgação do número de óbitos vai causar impacto. É chocante, mas não há nada que possa demover essa parcela da sociedade que aquilo que lhes é ‘sagrado’ (mas nada a ver com valores religiosos ou éticos).

Essa gente tem uma compreensão binária da realidade. Um raciocínio obtuso, raso demais sobre o que está diante deles. Trata-se de pessoas muito primitivas, egoístas e de comportamento bizarro, sem empatia, sensibilidade ou amor pelo próximo, embora se autodeclarem ‘cristãs’. Na verdade, foram capturadas pelo sionismo cristão, mas isso é outra questão, que trataremos oportunamente.

Ora, se eles se envaidecem - feito narcisos - de sua ‘capacidade’, por conta do nível de renda que amealharam, ainda que tenham sido seus pais ou avós a lhes deixar volumosas heranças. Então, nesse contexto, vaidade passa a ser sinônimo ‘capacidade’. Nada mais oportuno para compor essa figura urgente que ‘cérebro’, tão relevado nos dias atuais, em que músculos e ‘barrigas tanquinhos’ despertam maior interesse que neurônios...

Por outro lado, não é preciso ser gênio de campanhas de sensibilização da área sanitária para perceber que há algo faltando para que a parcela populacional que não aceita a prevenção pare com essa atitude suicida. Ao lado de ‘cérebro’, é fundamental, também, associar a palavra ‘máscara’, hoje o maior recurso de proteção no contexto da covid-19.

Como para mentes rasas é prudente simplificar ao máximo, e de preferência em cenário épico (mas sem cair no maniqueísmo fundamentalista), o ‘mocinho’ deve usar o cérebro e a máscara para que o bem prevaleça - e que esse bem esteja associado, sim, à Vida, que, de fato, é um bem maior.

Finalmente, para completar a tríade, o coração (aí não órgão do aparelho circulatório, mas o do apelo afetivo, no campo sentimental) tem um protagonismo a cumprir, com desenvoltura e candura. Em vez do caráter da empatia (do amor ao próximo), deve ser o amor a si mesmo (bem ao estilo “ame a si mesmo antes dos outros”). Por quê? Essa é a cosmovisão (ou seria egovisão?) desse público, que entende que o ‘salvamento’ é pessoal e individual, jamais coletivo.

Diante do fato inegável de que, como nunca, o pragmatismo do marketing é estratégico (literalmente vital), sem delongas, cremos que profissionais de propaganda e marketing possam entrar de cabeça (e alma) para reverter essa tendência suicida, em que certo ‘sinuelo’ teima em levar o rebanho ao abismo, e, pior, com eles todos nós.

Para concluir, para dar os devidos créditos, revelo que me vali de uma charge, por sinal genial, assinada por “Charge Niniu”, na internet, em que o chargista coloca num balão a resposta inteligente da interlocutora, de que usa “a máscara e o cérebro”. Com base na mensagem dessa charge e a necessária reflexão durante o domingo, acresci o coração.

Enfim, devemos usar, para a campanha de enfrentamento, a máscara (o distanciamento e a higienização), o cérebro e o coração. E isso tudo com a criatividade do marqueteiro, cuja estratégia saberá conquistar a parcela ainda arredia à prevenção da covid-19.

Ahmad Schabib Hany

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