quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

O RETIRANTE QUE DESMASCAROU A BESTA

O retirante que desmascarou a besta

Horrível, Netanyahu ficou irado por ter sido desmascarado por um estadista com mesma origem dos palestinos, retirante. A fala não teve qualquer erro, foi precisa, mas o efeito foi devastador para a farsa sionista e pôs abaixo o manto de hipocrisia que cobre o sionismo há longuíssimos 75 anos, segundo os judeus ortodoxos, que não se cansam de denunciá-los o tempo todo.

Com sinceridade, cada dia que passa vemos a crosta de hipocrisia que reveste a chamada ‘sociedade ocidental’, toda ela erigida na farsa, que mal esconde cobiça, ganância, saque, supremacismo troglodita e, pior, exploração escravista de milhões, senão bilhões, de seres humanos, sem qualquer piedade ou compaixão.

Senão, quem promoveu, deliberada e criminosamente, o fluxo migratório que virou crise humanitária em nossos dias? Basta nos reportarmos às canalhices de George Bush, Bill Clinton, George W. Bush e Barak Obama, entre 1990 e 2016, que desestabilizaram os países árabes na Península Arábica (‘Golfo Pérsico’ na nomenclatura hegemônica ocidental) e o Oeste da Ásia e Norte da África (‘Oriente Médio’ para os ocidentais) com a ‘primavera árabe’ (nem primavera, nem árabe), para ‘levar a democracia’ (isto é, promover o saque, a cobiça, ao depor e executar Saddam Hussein no Iraque e assassinar por linchamento Muammar Gaddafi na Líbia, sob aplausos satânicos de Hillary Clinton). Governo, soberania e infraestrutura destruídos, o que virou ‘casa da mãe joana’ do ocidente, cobrou caro dos governos ocidentais, pois só esses dois países empregavam toda a mão de obra qualificada de toda a África e boa parte da Ásia árabe, não restando aos trabalhadores (e especialistas com formação universitária) outra rota que a Europa.

Mas a ira da besta-fera Netanyahu, que não é santa, pois comanda despoticamente o regime sionista no enclave ocidental no coração do ‘Oriente Médio’ (como eles chamam) atingiu o cúmulo porque a ‘precisão cirúrgica’ que o acertou em cheio não se originou de alguma bomba de última geração de milhões de dólares. O torpedo preciso veio de um retirante que o povo brasileiro levou 500 anos para produzi-lo, das entranhas de Dona Lindu, retirante igual o Filho e toda a sua Prole, com letra maiúscula.

Nordestino e palestino têm em sua etimologia o d-e-s-t-i-n-o, que para muitos parece sortilégio, superstição, mas para quem é sobrevivente da exclusão, fome, exploração e, sobretudo, opressão, ou melhor, para quem vive um dia de cada vez, essa palavra tem um poder transformador. Netanyahu, como todo supremacista, não conhece nada disso, nem faz ideia. Mas sentiu o efeito fulminante por entre as ventas, seus fétidos glúteos de besta-fera que é, como todo troglodita que se acha e crê que pode tudo. Só que não.

Ao assistir à cobertura das emissoras peçonhentas de televisão aberta, a sua total falta de originalidade -- tudo igualzinho, roteirizado pelo script hollywoodiano mal parido em Nova York -- dei asas à imaginação. Enquanto a voz do ‘correspondente’ chapa-branca made in USA reproduzia a cansativa ladainha sionista, me vi conversando com uma querida Amiga-Irmã da hoje distante juventude que, inocentemente, se brindou a tirar um fio solto do casaco de lã andina de um colega e, de repente, o que era casaco subitamente se resumiu a um fio apenas. Querida Amiga, soltamos longas gargalhadas por conta dessa situação, naquele instante constrangedora, mas que virou uma anedota gostosa perto já de celebrar seu cinquentenário.

O Presidente Lula, eloquente e corajoso -- e, acima de tudo, sábio, diferentemente da maldita soberba sionista, que atrevida e maledicentemente o mandou estudar História, com que direito?! --, puxou o fio da meada e despiu o carniceiro de Gaza, cara de traseiro de anhuma (com todo o respeito pelo pobre animal), deixando-o nu diante de todos, às vésperas de uma audiência importante da Corte Penal Internacional de Haia em que a Assembleia Geral da ONU havia decidido submeter a questão da ilegalidade das possessões de 1967. Então, para humilhar o líder árabe Gamal Abdel Nasser realizou um ataque surpresa às três capitais dos países árabes que resistiam ao Estado sionista -- Cairo, Damasco e Bagdá --, por isso ‘Guerra dos Seis Dias’ [‘Terceiro Assalto’ para os árabes, inclusive nome do livro do Jornalista Mohamad Heikal, Amigo, assessor e biógrafo de Nasser, que se eternizou quarenta anos depois do líder que sacudiu os árabes].

Diferente dos serviçais do império, dos sionistas e congêneres, Lula foi de uma elegância desconcertante, discretamente aplaudida pelos covardes líderes ocidentais que, mesmo dando bilhões de dólares, não conseguem deter os extremistas e fundamentalistas que tomaram de assalto o poder sionista. Graças à atitude corajosa do Estadista brasileiro, há tênue panorama de que, com o desgaste a que foi submetida essa besta fera, melhoram as condições de negociar minimamente um cessar-fogo para abastecer os armazéns de medicamentos e alimentos em todo o território de Gaza.

Dia após dia, vemos tal qual na tela gigante dos cineteatros da década de 1960 como a soberba humana é torpe, estúpida. Tomado de ira, por pura vaidade, baixa o nível e ataca sem qualquer respeito e civilidade um chefe de Estado que, de modo respeitoso mas contundente, disse o que todos sabem, inclusive ele, seus assessores e os próprios aliados em todo o mundo: soldados altamente armados e preparados têm atacado mulheres e crianças. São elas as terroristas? É injustificável, daí o ataque destemperado: feito o inominável no cadafalso, sua defesa reiterada são ataques desequilibrados e mentiras delirantes, nas quais nem eles creem.

Confesso que muita gente Amiga, inclusive na Família, se deixou levar pela avalanche de pânico: precisei ser rude, para chamá-los à razão, pois achavam que se tratasse de grande pisada de bola, quando na verdade foi jogada de mestre. Na antevéspera de uma reunião preparatória para a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil, daqui a menos de sete meses, será preciso não só definir algumas estratégias que tratarão da governança global (isto é, a nova ordem internacional, pós-globalização unilateralista), o do combate à fome e à insegurança alimentar que atinge mais de dois terços da população mundial e do conjunto de medidas para frear as mudanças climáticas. Essas questões já foram tratadas em duas reuniões multilaterais, no Cairo e em Adis Abeba, junto à Liga dos Estados Árabes (LEA) e à Organização da Unidade Africana (OUA).

Enquanto, internamente, as viúvas e órfãos do palerma -- aquele que desgovernou o Brasil por longuíssimos e intermináveis quatro anos -- surtam histericamente criando factoides políticos, sobretudo na imprensa corporativa e Congresso Nacional, o Presidente Lula tem capitalizado apoio de mais de 150 Estados-membro das Nações Unidas, que já se articulam para estruturar o que virá a ser a nova geopolítica global. Se trouxas que passaram quatro anos a prevaricar, conspurcar, conspirar e, pasmem, fornicar lascivamente, acham que têm competência para atrapalhar o soerguimento do Brasil no concerto das nações sob a liderança respeitada de Lula, enganam-se: que vão cuidar de lamber as feridas, pois seu ‘messias’ também está em maus lençóis e está levando com ele vários orangotangos bem felpudos. Como dizia nossos ancestrais, quem não tem competência não se estabelece. E o capetão que os carregue.  

Ahmad Schabib Hany

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