Incompetentes até na arapongagem
Parece mentira, mas entre os
maiores salários do País, inclusive altas patentes e familiares do inominável,
houve gente brincando de araponga em horário de trabalho e, pior, sem qualquer
competência, tamanha a desfaçatez de que são portadores.
É absurdo em cima de absurdo. Coisa de doido: o
que passa pela cabeça de pseudoagentes públicos que vivem em delírio? Porque
gastar tempo e dinheiro para arapongagem ridícula é delírio puro. Mas o pior é
que eles passaram quatro anos fazendo literalmente ‘massa’ em vez de trabalhar
pelos interesses do Brasil e do povo brasileiro...
Bem que os seguidores do inominável tentaram
‘embaçar’ os resultados das investigações sérias e imprescindíveis sobre a
‘ABIN paralela’ -- mais um delírio dos pseudopatriotas que passaram quatro anos
a procrastinar, prevaricar, fornicar, deslumbrar, masturbar, delirar,
locupletar, saquear, conspirar, atentar, ameaçar, difamar, amedrontar, assediar
e ‘otras cositas más’. Tudo, enfim. Mas governar, trabalhar dentro das
atribuições constitucionais, não, isso não.
Só quem tem uma cabeça totalmente fora da
normalidade é que pode passar quatro anos sem fazer absolutamente nada do que é
preciso. Em vez de atender às demandas de um povo generoso e trabalhador, o
inominável e delirantes deslumbrados dedicaram o tempo todo para engambelar
seus apoiadores e sem um mínimo de empatia brincar de mocinho e bandido, feito
sem noção, sem juízo.
A primeira reação, quando lemos ou assistimos às
reportagens sobre os absurdos cometidos pelos delirantes que em quatro anos
defecaram literalmente sobre nossas instituições, tal qual o energúmeno que se
deixou filmar fazendo o ‘dois’ na sede do STF no dia 8 de janeiro de 2O23.
Embora vivam a negar que eles foram os que treinaram esses delirantes fazendo
m* em todos os sentidos, aquelas atitudes grosseiras e imbecis são o reflexo,
como espelho preciso, projetando o proceder dos ‘hômi’.
O mais grave é que gastaram milhões de reais nessa
tolice: desperdiçando polpudos soldos, comprando equipamentos ilegais, que
ainda não sabemos senão houve superfaturamento e, pior, processos licitatórios
fraudulentos. É que eles se acham acima da lei. ‘Aos amigos tudo, aos inimigos
os rigores da lei.’ Parece ter sido condicionados a esse comportamento.
Durante os anos de chumbo, no período em que
frequentei a extinta FUCMT (hoje UCDB), entre 1979 e 1984, eu conheci alguns
arapongas do setor reservado das forças de segurança -- não me esqueço do
Vidal, na época sargento, todo atrapalhado (ou fingia ser). Diversas vezes me
pediu para integrar nosso grupo de alunos em trabalhos de equipe, alegando não
ter tempo nem condições de garantir uma nota para evitar que ficasse de
dependência. Como nenhum integrante do grupo tivesse motivo para ‘esconder’
algo que desse motivo para a ditadura passar a monitorar a gente, acabávamos
aceitando o Vidal.
Perto da formatura de nossa turma, veio a
transferência dele. A convivência o tornou de alguma forma empático e, antes de
ir embora de Campo Grande, se revelou para mim, ao tempo em que pediu desculpas
por ter faltado com nossa amizade, pois ele, cumprindo os deveres estabelecidos
pelos chefes, andou colhendo dados e os enviando para a chefia. Na época (ele
se despediu da gente em maio de 1984, depois das mobilizações por eleições
diretas para presidente, governadores e prefeitos de capitais d de cidades em
área de ‘segurança nacional’ -- no caso, fronteiras internacionais e
interestaduais e estâncias hidrominerais, como Caxambu (MG), Lindoya (SP) e
Campos do Jordão (RJ).
Décadas depois, pouco antes de se eternizar, o
Professor Fausto Matto Grosso me enviou mensagem por e-mail dizendo que ele
tinha algo que poderia me interessar, mas antes gostaria de saber se eu
aceitava aquilo. Surpreso com o fato, não hesitei e aceitei, muito agradecido,
mesmo não sabendo de que se tratava. Afinal, além da Amizade solidificada ao longo
de quatro décadas, fomos Companheiros de jornadas cidadãs nas décadas de 1970,
1980 e 1990 (só me distanciei na primeira década do século XXI por não
concordar com as posições assumidas pelo então presidente do PPS, Roberto
Freire, a partir de 2010), e tínhamos participado de diversas atividades,
sobretudo na luta contra a ditadura, antes e durante a Assembleia Constituinte,
inclusive do CEPES (Centro de Estudos Políticos, Econômicos e Sociais). Lá
aprendi muitíssimo com ele, com o Doutor Carmelino Rezende e com os saudosos
Doutores Ricardo Brandão e Onofre Lima Filho e Camaradas Manoel da Costa Lima e
José Rodrigues dos Santos e, enfim, outros Companheiros e Companheiras
inesquecíveis. Em 1992, quando candidato a reitor da UFMS, me deu a honra de
participar da elaboração de seu programa de trabalho. Além disso, ele me
confiara a tradução ao espanhol de seu projeto estratégico MS-2020, a revisão
do texto de sua dissertação de Mestrado e o texto sobre alguns episódios e
também Camaradas durante a elaboração de seu livro “Histórias que ninguém iria
contar”, lançado um mês antes de sua lamentada e precoce eternização, em junho
de 2022.
Fausto costumava surpreender, a despeito de sua
inabalável postura racional e metódica. Quando fui abrir a mensagem enviada por
correio eletrônico, eis que me deparo com um relatório do SNI sobre ‘minhas’
atividades. Uma lembrança que guardo para a posteridade, sobretudo por ter
chegado a mim pelas mãos do saudoso Amigo Fausto. Ao lhe agradecer pela surpresa,
lhe escrevi de que se tratava de meu primeiro diploma, anterior ao da
graduação, pois datava de outubro de 1982, tempo em que Vidal entrou no quarto
semestre de História da FUCMT e não demorou para pedir ajuda, como meio de se
juntar a nós, que não tínhamos absolutamente nada a esconder, pois nossas
atividades nunca tinham sido clandestinas.
Essa reveladora falta de foco e competência até na
arapongagem constata que os ‘hômi’ já eram atrapalhados desde o regime de 1964.
Passados os anos de chumbo, em que ao menor sinal pessoas simplesmente
desapareciam com o apoio da Operação Bandeirantes, para a qual o grupo Folhas,
do qual a ‘Folha de S.Paulo’ é integrante, cedia para a desova de cadáveres
seus veículos de distribuição de jornais em todo o estado de São Paulo. Deve
ter havido nos demais estados outras OBAN, como eram chamadas. O empresariado
teve participação efetiva nessa nefasta atividade de lesa-humanidade, o que
acintosamente ao longo do desgoverno do inominável tentaram rearticular, mas
sem competência.
Vidal na FUCMT, José, outro atrapalhado, no CPC
(depois CEUC/UFMS), e por aí afora. Eles pararam no tempo. Acostumaram-se à
mesmice. Como os animais adestrados por Pavlov para constatar sua tese de que
‘a repetição do ato gera o hábito’. Pobres diabos: davam bandeira demasiada,
que éramos obrigados a lhes dar toques para que não atrapalhassem a rotina
acadêmica.
Ahmad
Schabib Hany
Nenhum comentário:
Postar um comentário