domingo, 4 de julho de 2021

BOLSONARO POUCO É BOBAGEM...

BOLSONARO POUCO É BOBAGEM...

A história é testemunha da cumplicidade das elites, sem qualquer tradição democrática, na entronização de um bando de fora de lei - milicianos, sonegadores, grileiros, garimpeiros, madeireiros, jagunços, matadores de aluguel, juiz-ladrão e assemelhados -, e uma vez ‘empoderados’ se sentem ‘donos’ do País e dos destinos da Nação. Mas os setores verdadeiramente democráticos conseguirão tirá-los do Planalto, sob pena de transformar o Brasil num Afeganistão.

Finalmente o Brasil começa acordar. Demorou, é verdade, mas aos poucos o gigante adormecido mostra que tem sangue nas veias e muita dignidade. A despeito dos cuidados com a pandemia, as ruas ganham o legítimo palpitar de um Povo com letra maiúscula. A despeito da lavagem cerebral feita entre 2013 e 2018, a consciência popular retoma seu lugar na história. O protagonismo cidadão renasce, feito fênix, das cinzas.

Os farsantes que se cuidem. Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e assemelhados. Jair Messias Bolsonaro, 01, 02, 03 e todos os líderes das hordas suspeitas de atentar contra o Estado Democrático de Direito. Aécio Neves, Romero Jucá, Eduardo Cunha, Michel Temer, Roberto Freire, Darcísio Perondi, Onyx Lorenzoni, Osmar Terra, Carlos Marun, Marcos Rogério, Alex Manente, Celso Russomano, Mara Gabrili, Tiricica e Sérgio Reis, entre outros, que, com o falso moralismo puxado por ‘Aecinho’ desencadearam a sucessão de golpes a partir de 2016. ‘Bispos’, ‘pastores’ e similares da indústria da fé, essas seitas que funcionam como franquias, vinculadas ao sionismo ‘cristão’, do neopentecostalismo fundamentalista, como Malafaia, Crivella e Edir Macedo. O parasitismo financeiro e toda a rede de ‘entidades’ empresariais que representam uma casta de sanguessugas com o dinheiro público e seus tentáculos no sindicalismo pelego de tiranetes oportunistas, a começar por Paulo Skaff e seus pares.

Não é demais reafirmar que, se democratas verdadeiros como Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Mário Covas, Franco Montoro, Severo Gomes, Tancredo Neves, Teotônio Vilella (Pai) e Dante de Oliveira estivessem vivos, teriam repelido, de início, a farsa das ‘pedaladas fiscais’, que com a republiqueta da ‘leva jeito’ de Moro-Dallagnol, não só atentaram contra o Estado Democrático de Direito, a soberania nacional (vide o início da entrega de empresas estratégicas e pré-sal para multinacionais), a soberania popular, perda de direitos constitucionais (‘pec do teto’ e ‘reforma trabalhista’) e da transparência da gestão (início do desmonte do controle social de políticas sociais e de gestão participativa) ainda no desgoverno entreguista de Michel Miguel Temer Lulia.

É fundamental que fique registrado para a história da democracia que Aécio Neves não teve competência de consolidar o golpe que tanto implorou - tal qual menino mimado, implorou, mas não fez por merecer. Mais uma vez, a presidência lhe escapou por entre os dedos de uma das mãos, pois o Centrão preferiu leiloá-la para a bancada BBB (Bíblia, boi e bala), acertando durante as ‘negociações’ (acertos) para o desgoverno Temer a ascensão da extrema-direita com o tal ‘mito’, tudo isso preparado desde a metrópole de Donald Trump, o novo ‘imperador’, com seu PR estafeta, por controle remoto...

É uma pena que tenha custado mais de meio milhão de vidas humanas ceifadas pela pandemia; um incalculável número de vidas destruídas de espécies animais, vegetais e de reinos ainda não catalogados dos biomas imolados por causa das queimadas de 2019 e 2020; um imensurável valor de bens materiais e imateriais desaparecidos com a morte e o assassinato de anciões das populações originárias e tradicionais, além de comunidades quilombolas e de outros detentores de saberes ancestrais das mais diferentes etnias e culturas; um sem-número de vidas humanas vítimas de feminicídio, pedofilia, violência policial, exploração sexual infantojuvenil, racismo e LGBTQIAfogia; milhões de postos de trabalho formal, contribuindo para a consolidação do desemprego estrutural, e explosão da concentração de renda, um dos maiores crimes cometidos por Temer e Bolsonaro.

Como consequência disso, aliás, o aumento exponencial da fome e da miséria, sobretudo com o desmonte criminoso das políticas sociais compensatórias, como o Bolsa-Família, as políticas de cotas e de bolsas de assistência e de estudos de universitários oriundos das classes proletárias. É uma vergonha, sem falso moralismo, o pulular de campanhas de doações que lembram 1993, quando a Ação da Cidadania contra a Fome e pela Vida (de iniciativa do saudoso Betinho e com o apoio de Dom Mauro Morelli, Arcebispo de Duque de Caxias e São João de Meriti) disseminou comitês por todo o Brasil, mas que durante o primeiro mandato do Presidente Lula, com o Fome Zero e o Brasil sem Fome, tornou o País modelo no mundo no enfrentamento à fome e à miséria e na inclusão social.

Portanto, senhores e senhoras ‘coxinhas’, desçam do salto e enxerguem a realidade, mas não sem antes assumir sua parcela de cumplicidade pela ascensão dos fascistazinhos incompetentes que tomaram de assalto os destinos da nação: a sua incompetência na gestão do golpe, tanto quanto sua incompetência em campanhas presidenciais limpas e transparentes, é que nos levou a esta realidade bizarra, para a qual Vocês também terão que somar, seja na mitigação dos malefícios do extremismo maniqueísta que ajudaram a criar com a difusão inicial do ódio a Lula e ao PT e que desencadeou no fortalecimento do fascismo que, se não o controlarmos já, vai começar devorando os ‘comunistas’ que hoje querem ser chamados de ‘Cidadania’, e, pior, alguns dos quais até no PSL, como o médico deputado federal eleito em Mato Grosso do Sul, ex-militante do PCB.

Sem dúvida, Bolsonaro pouco é bobagem... Quanto mais a população brasileira afunda em uma série de barbaridades, mais ele, sua ‘sagrada’ família e seus sequazes deliram e se jactam de suas maldades. Não é normal, é caso de manicômio. Eles querem espalhar ódio e guerra, a balcanização da América Latina, o Brasil em Afeganistão. É inadiável que todos aqueles que tiverem qualquer humanismo em sua formação descruzem os braços e sem hesitação partam para a defesa inadiável do Estado Democrático de Direito. Observadas todas as medidas de biossegurança, as ruas precisam retomar o curso da História com letra maiúscula, e os fascistazinhos incompetentes, serviçais desavergonhados de Trump e seus iguais, voltarem ao lixo da história, de onde jamais deveriam ter saído.

Ahmad Schabib Hany

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