BOLSONARO
POUCO É BOBAGEM...
A história é testemunha da
cumplicidade das elites, sem qualquer tradição democrática, na entronização de
um bando de fora de lei - milicianos, sonegadores, grileiros, garimpeiros,
madeireiros, jagunços, matadores de aluguel, juiz-ladrão e assemelhados -, e uma vez ‘empoderados’ se
sentem ‘donos’ do País e dos destinos da Nação. Mas os setores verdadeiramente
democráticos conseguirão tirá-los do Planalto, sob pena de transformar o Brasil
num Afeganistão.
Finalmente o Brasil começa acordar. Demorou, é
verdade, mas aos poucos o gigante adormecido mostra que tem sangue nas veias e
muita dignidade. A despeito dos cuidados com a pandemia, as ruas ganham o
legítimo palpitar de um Povo com letra maiúscula. A despeito da lavagem
cerebral feita entre 2013 e 2018, a consciência popular retoma seu lugar na
história. O protagonismo cidadão renasce, feito fênix, das cinzas.
Os farsantes que se cuidem. Sérgio Moro, Deltan
Dallagnol e assemelhados. Jair Messias Bolsonaro, 01, 02, 03 e todos os líderes
das hordas suspeitas de atentar contra o Estado Democrático de Direito. Aécio
Neves, Romero Jucá, Eduardo Cunha, Michel Temer, Roberto Freire, Darcísio
Perondi, Onyx Lorenzoni, Osmar Terra, Carlos Marun, Marcos Rogério, Alex
Manente, Celso Russomano, Mara Gabrili, Tiricica e Sérgio Reis, entre outros,
que, com o falso moralismo puxado por ‘Aecinho’ desencadearam a sucessão de
golpes a partir de 2016. ‘Bispos’, ‘pastores’ e similares da indústria da fé,
essas seitas que funcionam como franquias, vinculadas ao sionismo ‘cristão’, do
neopentecostalismo fundamentalista, como Malafaia, Crivella e Edir Macedo. O parasitismo
financeiro e toda a rede de ‘entidades’ empresariais que representam uma casta
de sanguessugas com o dinheiro público e seus tentáculos no sindicalismo pelego
de tiranetes oportunistas, a começar por Paulo Skaff e seus pares.
Não é demais reafirmar que, se democratas
verdadeiros como Ulysses Guimarães, Leonel Brizola, Miguel Arraes, Mário Covas,
Franco Montoro, Severo Gomes, Tancredo Neves, Teotônio Vilella (Pai) e Dante de
Oliveira estivessem vivos, teriam repelido, de início, a farsa das ‘pedaladas
fiscais’, que com a republiqueta da ‘leva jeito’ de Moro-Dallagnol, não só
atentaram contra o Estado Democrático de Direito, a soberania nacional (vide o
início da entrega de empresas estratégicas e pré-sal para multinacionais), a soberania
popular, perda de direitos constitucionais (‘pec do teto’ e ‘reforma trabalhista’)
e da transparência da gestão (início do desmonte do controle social de políticas
sociais e de gestão participativa) ainda no desgoverno entreguista de Michel
Miguel Temer Lulia.
É fundamental que fique registrado para a história
da democracia que Aécio Neves não teve competência de consolidar o golpe que
tanto implorou -
tal qual menino mimado, implorou, mas não fez por merecer. Mais uma vez, a
presidência lhe escapou por entre os dedos de uma das mãos, pois o Centrão
preferiu leiloá-la para a bancada BBB (Bíblia, boi e bala), acertando durante
as ‘negociações’ (acertos) para o desgoverno Temer a ascensão da
extrema-direita com o tal ‘mito’, tudo isso preparado desde a metrópole de
Donald Trump, o novo ‘imperador’, com seu PR estafeta, por controle remoto...
É uma pena que tenha custado mais de meio milhão
de vidas humanas ceifadas pela pandemia; um incalculável número de vidas
destruídas de espécies animais, vegetais e de reinos ainda não catalogados dos
biomas imolados por causa das queimadas de 2019 e 2020; um imensurável valor de
bens materiais e imateriais desaparecidos com a morte e o assassinato de
anciões das populações originárias e tradicionais, além de comunidades
quilombolas e de outros detentores de saberes ancestrais das mais diferentes
etnias e culturas; um sem-número de vidas humanas vítimas de feminicídio, pedofilia,
violência policial, exploração sexual infantojuvenil, racismo e LGBTQIAfogia; milhões
de postos de trabalho formal, contribuindo para a consolidação do desemprego
estrutural, e explosão da concentração de renda, um dos maiores crimes cometidos
por Temer e Bolsonaro.
Como consequência disso, aliás, o aumento
exponencial da fome e da miséria, sobretudo com o desmonte criminoso das
políticas sociais compensatórias, como o Bolsa-Família, as políticas de cotas e
de bolsas de assistência e de estudos de universitários oriundos das classes
proletárias. É uma vergonha, sem falso moralismo, o pulular de campanhas de
doações que lembram 1993, quando a Ação da Cidadania contra a Fome e pela Vida
(de iniciativa do saudoso Betinho e com o apoio de Dom Mauro Morelli, Arcebispo
de Duque de Caxias e São João de Meriti) disseminou comitês por todo o Brasil,
mas que durante o primeiro mandato do Presidente Lula, com o Fome Zero e o
Brasil sem Fome, tornou o País modelo no mundo no enfrentamento à fome e à
miséria e na inclusão social.
Portanto, senhores e senhoras ‘coxinhas’, desçam
do salto e enxerguem a realidade, mas não sem antes assumir sua parcela de
cumplicidade pela ascensão dos fascistazinhos incompetentes que tomaram de
assalto os destinos da nação: a sua incompetência na gestão do golpe, tanto
quanto sua incompetência em campanhas presidenciais limpas e transparentes, é
que nos levou a esta realidade bizarra, para a qual Vocês também terão que
somar, seja na mitigação dos malefícios do extremismo maniqueísta que ajudaram
a criar com a difusão inicial do ódio a Lula e ao PT e que desencadeou no
fortalecimento do fascismo que, se não o controlarmos já, vai começar devorando
os ‘comunistas’ que hoje querem ser chamados de ‘Cidadania’, e, pior, alguns
dos quais até no PSL, como o médico deputado federal eleito em Mato Grosso do
Sul, ex-militante do PCB.
Sem dúvida, Bolsonaro pouco é bobagem... Quanto
mais a população brasileira afunda em uma série de barbaridades, mais ele, sua ‘sagrada’
família e seus sequazes deliram e se jactam de suas maldades. Não é normal, é
caso de manicômio. Eles querem espalhar ódio e guerra, a balcanização da
América Latina, o Brasil em Afeganistão. É inadiável que todos aqueles que tiverem
qualquer humanismo em sua formação descruzem os braços e sem hesitação partam
para a defesa inadiável do Estado Democrático de Direito. Observadas todas as
medidas de biossegurança, as ruas precisam retomar o curso da História com
letra maiúscula, e os fascistazinhos incompetentes, serviçais desavergonhados
de Trump e seus iguais, voltarem ao lixo da história, de onde jamais deveriam
ter saído.
Ahmad Schabib Hany
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