Não se faz ‘lockdown’ com rodízio de veículos. Por Fernando Brito
Publicado originalmente no Tijolaço:
Por Fernando Brito
Os bloqueios de tráfego e os rodízios de veículos, segundo suas placas, não são a resposta necessária para o chamado lockdown, o trancamento da circulação de pessoas nos grandes centros assolados pela pandemia do novo coronavírus.
O potencial de contaminação representado por um aumento de 15% no movimento do transporte coletivo – ônibus, metrô e trens – é muito maior do que o dos automóveis – em geral, com uma única pessoa – circulando.
A questão central é a cessação das atividades que levam as pessoas à rua.
Mas isso é o contrário do que fazem: travam o trânsito e liberam as atividades que levam as pessoas a circular.
Jair Bolsonaro assinou hoje decreto fixando que salões de cabeleireiros são “atividade essencial”, com seu óbvio ambiente contaminante.
Será que a economia brasileira depende de escovas progressivas, reflexos, luzes e tinturas?
Ah, sim, academias também são: salvaremos com supinos, puxando ferro ou fazendo modelagem de glúteos.
A gente vai tocando as coisas assim, fingindo que toma providências, enquanto os mortos se acumulam.
É incrível o cinismo nacional.
Parece não haver mais vida inteligente no Brasil.
Só há “lockdown” quando se interrompe a atividade econômica. o resto é fantasia.
O prejuízo que isso trouxer pode ser revertido com auxílio e assistência aos mais pobres, mas as mortes que a falta destas ações nos trouxerem jamais se recuperarão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário