sexta-feira, 1 de março de 2024

MASSACRES SOBRE MASSACRES: NÃO É GENOCÍDIO?

Massacres sobre massacres: não é genocídio?

Mais de cem mortos e centenas de feridos são as vítimas de mais um massacre, desta vez na rua Al-Rashid, em Gaza, pelo poderoso exército sionista, sob pretexto de ter-se sentido ‘ameaçado’ pelo contingente de famélicos desesperados durante a primeira entrega de ajuda humanitária em um mês de absoluta interrupção de fornecimento de alimentos e remédios.

No momento em que escrevo, são 112 mártires e 765 feridos (crianças, mulheres, jovens e idosos desarmados, fracos e desesperados de fome) vitimados no massacre diário, desta vez na rua Al-Rashid, em Gaza, pelas forças militares sionistas. Assassinados quando iam receber os donativos da ajuda humanitária. Qual crime cometeram, na ótica dos ‘divinos’ estrategistas militares? Estarem vivos mesmo privados de comer, coisa que em seu país e em todas as potências que os apoiam tutor que não alimenta seu animal doméstico é condenado a alguns anos de prisão?

O chefe da quadrilha, digo, do tirânico exército israelense, apressou-se a dizer que em um primeiro momento foram pisoteados e atropelados por eles mesmos quando tentavam saquear os donativos e em um segundo momento a poderosíssima guarnição de um dos maiores (e corruptos) exércitos do mundo se sentiu ‘ameaçada’ pela multidão de famintos a correr desesperadamente aos comboios com ajuda humanitária da ONU e, depois de disparar para o alto, alvejaram as pernas dos ‘terroristas’. Mentira que não cola.

Esse ‘divino’ governo, com seu ‘divino’ exército e seus ‘divinos’ aliados têm o direito de não só mentir como assassinar crianças, mulheres e idosos impunemente? Em nome de qual fé e qual Deus se mata? Seus soldados, seus comandantes, seus governantes e as potências e seus aliados pelo mundo desconhecem as Sagradas Escrituras?

Não é preciso professar a mesma religião, a mesma denominação religiosa, a mesma fé, o mesmo culto, para saber o inteiro teor do Decálogo, a Tábua da Lei, desde os mais remotos tempos entregue a Moisés e base das chamadas religiões monoteístas. Se olharmos o Decálogo, que é comum a todas as religiões por se constituir em princípios civilizatórios, o primeiro código civil a disciplinar populações ancestrais. Trouxe, a propósito, a citação do Decálogo do site do Santuário de Aparecida, portanto, insuspeito, e faço apenas uma observação em relação ao dia sagrado, que varia segundo as diversas denominações:

“1) Amar a Deus sobre todas as coisas. 2) Não usar o Santo Nome de Deus em vão. 3) Lembrar-te do dia de domingo para o santificar. 4) Honrar pai e mãe (e os outros legítimos superiores). 5) Não matarás. 6) Guardar castidade nas palavras e nas obras. 7) Não roubar (nem injustamente reter ou danificar bens do próximo). 8) Não levantar falsos testemunhos. 9) Guardar castidade nos pensamentos e nos desejos. 10) Não cobiçar as coisas do próximo.” (Disponível em: <santuariodeaparecidarp.com.br/decálogo>)

É claro que seus aliados (e cúmplices neste genocídio) vão usar o mesmo argumento dos colonizadores europeus no século XV. Assim como os povos originários da América, África, Ásia e Oceania, os palestinos são ‘sub-raça’, ‘subespécie’ e, portanto, podem ser mortos em nome da civilização e da fé. Com outras palavras, a embaixadora do Estado sionista o disse em reunião ampliada (espécie de assembleia) do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos: “Israel tem o dever de erradicar o Hamas onde ele estiver, pois do contrário ele continuará a invadir nossos territórios e matar nossa população.” Direitos Humanos não contemplam os palestinos, cujas vidas, casas, sítios, hospitais, templos e demais bens materiais e imateriais foram saqueados, invadidos, destruídos e, pior, seu patrimônio cultural avassalado, junto com as pessoas mais velhas e mais sábias.

“O sangue de Jesus tem poder!” Fizeram assim com o Salvador, com a participação de Pilatos, representante do império romano, o condenaram à pena capital, crucificado. Mas não venceram o seu legado de concórdia, amor e reconciliação, tanto que o cristianismo tem a maior população no planeta. É claro que tentam se infiltrar, por meio de seitas que criaram nos Estados Unidos, para dominar fiéis cristãos e confundi-los. Um dos executores desse estratagema é o mala saia sem alça, aquele mercador da fé metido a bispo que tirou das fachadas de seus templos o nome de Jesus Cristo porque agora adotou a ‘teologia da dominação’ no lugar da ‘teologia da prosperidade’.

Essas igrejas neopentecostais que adotaram a ‘teologia da dominação’ (em vez da teologia da prosperidade) não são mais cristãs, embora tentem confundir seus fiéis. A doutrina que seguem é a de Davi como majestade e seu legado agressivo diante de seus interesses contrariados. Se são seguidores de Davi, são seitas judias, não cristãs, pois o legado de Jesus Cristo, tido pelos sumos sacerdotes Anás e Caifás como ‘falso Messias’ e por isso denunciado ante o representante do império romano, Pôncio Pilatos, que presidiu o juízo que o condenou à pena máxima, isto é, ser crucificado. Não dá para ser cristão e seguir Davi em seu legado, totalmente contrário aos princípios cristãos.

Quem tiver lido somente uma vez sabe. Passou do tempo de fingir que há inocentes úteis nesse genocídio. Ou se condena veementemente, ou se finge ignorar. Mas a cumplicidade é igualmente assassina. Até porque chamar de terroristas os que defendem a ínfima parte do território milenar 90% usurpado, roubado, saqueado, com a conivência das maiores potências mundiais desde o pós-guerra de 1945 é o cúmulo dos absurdos.

Assassinos, cínicos, covardes! Os funestos soldados, seus comandantes, os governantes da ‘democrática’ nação sionista e seus aliados do ocidente e os capachos, igualmente nefastos, pelo planeta afora. E não ousem usar o nome de Deus para justificar os crimes em série que praticam ou apoiam. A heresia replicará em cada um deles até a sua última geração. Não há escapatória.

Nem durante a guerra fria havia tamanho cinismo, até porque diversas nações socialistas então apoiavam política e materialmente a luta do povo palestino. Depois de que Ronald Reagan e a sua similar Margareth Thatcher decidiram refazer a geopolítica mundial sobre os glúteos do mefistofélico Michail Gorbatchev e impor seu totalitarismo globalitário (nas sábias palavras de Noam Chomsky, com o apoio de Milton Santos) a toda a humanidade: invasões, saques, fome, miséria, fim da soberania nacional e extinção dos direitos à autodeterminação dos povos e à proteção dos direitos humanos.

Desde o fim da União Soviética, a raposa vem tomando conta do galinheiro em que a Terra se converteu. O sionismo, o mesmo que fez ruir o Estado Soviético e signatários do Pacto de Varsóvia por meio de ‘camaradas’ de Gorbatchev no Bureau do Partido Comunista da URSS, é quem manda na Casa Branca, na OTAN, na União Europeia e, pasmem, na maioria das ex-repúblicas soviéticas, como a Ucrânia, cujo ‘presidente’ Volodimir Zelensky, na verdade, um fantoche sionista, faz o jogo do ocidente para submeter ao seu domínio o que restou da Rússia. Sim, porque antes de nacionalistas (direita, verdade) como Vladimir Putin assumir o governo dos respectivos países sucedâneos da Pacto de Varsóvia, eram títeres alcoólatras como Boris Yeltsin a desgovernar, para que no meio do caos, sionistas e burocratas corruptos do antigo Estado Soviético promovessem a ‘caça ao tesouro’, isto é, ao patrimônio público que, de repente, desapareceu e os tais ‘oligarcas’, amigos de Yeltsin, apareceram como ‘mecenas’ para a ‘construção da democracia’.

Henfil, criador dos Fradins (Baixim e Cumpridim), de saudosa memória, costumava dizer: “Democracia é a mãe!” É claro que se referia à ditadura brasileira, da qual foi seu melhor crítico. Mas, democracia é a mãe, pois o que hoje existe é uma plutocracia em escala global. Inclusive no País. Ou por que aquele mala saia sem alça metido a bispo, mercador da fé com todas as letras, é o maior detrator da democracia brasileira? Ele, Biden, Trump, Milei, o inominável e outros similares pelo mundo satânico vivem às expensas do poder e da cobiça dos bilionários sionistas que ‘patrocinam’ tudo que não presta.

Você, leitor, verdadeiramente cristão, leia com cuidado sua Bíblia e se atenha ao Legado Cristão, descrito ao longo do Novo Testamento. O Velho Testamento é de caráter histórico (para embasar a doutrina Cristã), mas os princípios religiosos cristãos estão contidos todos no Novo Testamento. Israel não é cristã, nem judia: é uma realização dos sionistas sobre o território da Palestina Milenar, como consta de passagens bíblicas. Como já denunciaram vários rabinos ortodoxos antissionistas, Israel não os representa porque é um projeto de poder, negação dos princípios religiosos.

Para concluir, o que a humanidade testemunhou neste 29 de fevereiro de 2024 foi mais um massacre cometido pelos que se dizem eternas vítimas da história. Como assim? São eles os que cometem massacres sobre massacres desde 1937, ano do primeiro massacre, em Dawayima, cometido por sionistas na Palestina ocupada pela Grã-Bretanha. Ano após ano, sionistas de diferentes gerações e nacionalidades, em nome de ‘Israel’, cometem as atrocidades mais bizarras, que até Deus duvida. Depois vieram as de Deir Yassin, Qibya, Kafr Qasim, Galileia, Sabra e Chatila (Líbano), Hebron, Jenin, Intifadas e Gaza.

É hora de os movimentos populares se manifestarem em todo o Brasil, em todo o Mundo. O Presidente Lula deu uma contribuição valiosíssima, e até hoje paga com ameaças de todas as formas pelos títeres pró-sionistas. Mas ele, com a sua firmeza peculiar, diferente do inominável que se borra todo quando é ‘enquadrado’, mantém sua posição e reitera em todas as oportunidades possíveis fazer seu apelo pelo fim do genocídio em Gaza. Os que se omitirem covarde ou de forma cúmplice neste momento dirão o que às próximas gerações? Que não sabiam? Não estavam a par das notícias quando eram denunciadas tais crimes contra a humanidade? Quem viver verá.

Ahmad Schabib Hany

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