CLAUDIO ‘POCHO’ LEPRATTI, EL ÁNGEL DE LA BICICLETA
Hoje
é a véspera do transcurso dos 60 anos do golpe empresarial-militar de 1º de
abril de 1964. Então, havia muitos empresários desejosos de estabelecer uma
relação de maior promiscuidade com as corporações empresariais dos Estados
Unidos. Havia também uma horda golpista de militares alinhados à geopolítica do
ocidente, contrários ao Estado de Direito desde antes do suicídio de Getúlio
Vargas, contra uma posição mais altiva do Brasil no concerto das nações. Obviamente
as famílias proprietárias dos mais influentes meios de comunicação da época
estavam frenéticas para, em sintonia com instituições ultraconservadoras como a
Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (a famigerada
TFP), de Plínio Corrêa de Oliveira, e um setor igualmente ultraconservador da
Igreja Católica, que promoveram as edições da Marcha da Família com Deus pela
Liberdade.
Para
coroar a tão necessária reflexão sobre quanto custou à sociedade civil
brasileira essa noite de 21 anos (entre 1964 e 1985), em que mortes, torturas,
prisões ilegais, sequestros criminosos, mortes ‘acidentais’ e tantos outros
crimes foram cinicamente cometidos, faremos uma pausa para ouvir a genial
interpretação do cantor e compositor argentino León Giecco de “El ángel de la
bicicleta”, uma homenagem-denúncia à execução por policiais fardados da
província de Santa Fe, em dezembro de 2001, do assistente social e voluntário
Claudio ‘Pocho’ Lepratti, de um projeto de inclusão social de crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade estavam comendo. Apesar do apelo de
‘Pocho’ de que não atirassem porque só haviam meninos comendo, as bestas feras,
sem qualquer comiseração, atiraram não só contra os meninos como contra o
assistente social que tentava salvar vítimas da injustiça social que fazem
questão de ignorar acintosamente na Argentina como em todas as partes do mundo,
sobretudo nestes tempos de obscurantismo fascista.
É
este o link com a história trágica deste ativista social religioso em processo
de análise para eventual beatificação (era seminarista salesiano dedicado, por
conta de sua formação, ao Serviço Social): <https://es.wikipedia.org/wiki/Claudio_%C2%ABPocho%C2%BB_Lepratti>.
Vale a pena ler, refletir e compartilhar. Até por conta da Páscoa, que
coincidentemente transcorre nesta véspera do dia do golpe empresarial-militar
que não podemos esquecer. Aliás, não se trata de apenas de lembrar, mas de
exigirmos a devida reparação dos inúmeros danos causados e a responsabilização
dos que estão vivos e têm que pagar pelos seus crimes, até para evitar a sanha
perversa de novas tentativas de golpes, como o tentado em 8 de janeiro de 2023.
Afinal, quantas tragédias parecidas podem ter sido cometidas em nome de um falso patriotismo, cujos desdobramentos conhecemos muito bem.
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