QUEM
TEM MEDO DO LOBO MAU?
Não fosse trágica, a patacoada
protagonizada pelo desmiolado que se pretende imperador seria uma ridícula
piada de mau gosto. Em vez de hino, deveria ter como fundo musical a, para nós,
saudosa canção com que nossos Pais embalaram nossa inocente infância: “Quem tem
medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau?”
Embora injusta com os lobos, a fábula, que no
início do século XX a genial criatividade da equipe de Walt Disney transformou
em um dos clássicos da cinematografia infantil com a trilha sonora que
atravessou décadas, nos adverte para o perigo que ronda nossas vidas, seja na
floresta ou mesmo na cidade.
Foi como as gerações anteriores à conexão em tempo
real aprenderam a tomar todos os devidos cuidados com tudo aquilo que pode
oferecer algum risco à nossa sobrevivência. O lobo pode ser qualquer ameaça
real à espécie humana ou a um determinado segmento da população.
Em nosso atual contexto histórico, pode ser
representado pelos artífices das fake
news, disseminação da intolerância e do ódio, pelo fascismo e todas as suas
variantes regionais e locais, requentando velhas fórmulas nada criativas para
angariar apoiadores, em sua maioria
pessoas com evidentes desajustes com a realidade.
Aliás, como que nestes dias não houvesse uma
sucessão de crises, obviamente agravadas pela inépcia de um despreparado
ocupante do mais alto cargo da República, o candidato a Pantaleão Patoaparte
dedica todo o seu tempo a conspirar, conspirar, conspirar...
É o que a sua mente rasa sabe fazer. Nada mais. E
as elites econômicas e políticas deste País-continente sabiam sobejamente de
que se tratava de um típico 3d: despreparado, delirante e delinquente. Perfeito
desastre: incapaz de manter um casamento, ou até mesmo permanecer no mesmo
partido. Quanto mais fundar um partido...
É verdade. O ‘brimo’ Temer e o cinismo de sua
ascensão foram inspiradores para a corja de meliantes que gravitam em seu torno:
também carecia de atributos para superar o estadista que o antecedeu, a
verdadeira razão pela qual a aglomeração de raposas de toda sorte foi traçada,
obedecendo à orientação de Manhattan, patrocinador e mentor de toda a farsa
midiática meticulosamente ensaiada desde 2005, e concretizada a partir de 2014.
Mesmo assim, sabendo dos riscos de um psicopata na
presidência, partiram para o ‘tudo ou nada’ -
sórdidos cúmplices de um golpe mal engendrado desde 2014. A velha prática de
usar fantoches, seres manipuláveis, desde o tempo da colonização.
Steve Bannon, o mesmo ‘muso’ inspirador do
delinquente contumaz Donald Trump, foi o marqueteiro da pretensa dinastia: na
falta de cérebro, aluga-se um, ainda que perverso, ensinam os cultores do ‘deus
mercado’. Foi, aliás, esse o ‘reforço’ recebido pelas hordas auriverdes em
2018, disseminando fake news e
mensagens de ódio e intolerância para levar o pânico às pessoas menos
informadas.
Se a verdade liberta, a mentira oprime, domina,
manipula. Nessa lógica pervertida, cínica e rasteira, armaram o circo do terror,
sob o qual ainda milhões de seres humanos se encontram, iludidos ou atolados,
aguardando talvez o Dia do Juízo Final... Dormiram com a ilusão do ‘messias’ e
acordaram com a besta do apocalipse.
Em vez de ‘mito’, um mico de fazer inveja aos
romanos de dois milênios atrás, quando Naro, isto é, Nero lhes roubou não só o
direito de viver, mas destruiu seu passado, presente e futuro.
A história ensina, senão por amor, pela dor. É
desta forma que nos impuseram os obtusos que caíram na conversa dos vigaristas
de 2018. Mas que fique claro, podemos não sobreviver à hecatombe da fétida
bolsa de colostomia a ser despejada sobre nossas cabeças, mas permaneceremos de
pé para entoar a cantiga com a qual nossos Pais acalentaram nossa inocência no
início de nossas vidas, até porque só se é adulto saudável quando se desfruta
de uma infância feliz, cheia de sonhos e inocentes utopias:
“Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau?”
(Este texto é dedicado aos milhões de crianças e
adolescentes órfãos pela covid-19, pela violência criminosa, pelo desemprego e
pela fome e miséria promovidas pelas hordas de delinquentes que tomaram de
assalto os destinos da Nação.)
Ahmad
Schabib Hany
Um comentário:
Boa reflexção Schabibinho!
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