segunda-feira, 30 de agosto de 2021

QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU?

QUEM TEM MEDO DO LOBO MAU?

Não fosse trágica, a patacoada protagonizada pelo desmiolado que se pretende imperador seria uma ridícula piada de mau gosto. Em vez de hino, deveria ter como fundo musical a, para nós, saudosa canção com que nossos Pais embalaram nossa inocente infância: “Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau?”

Embora injusta com os lobos, a fábula, que no início do século XX a genial criatividade da equipe de Walt Disney transformou em um dos clássicos da cinematografia infantil com a trilha sonora que atravessou décadas, nos adverte para o perigo que ronda nossas vidas, seja na floresta ou mesmo na cidade.

Foi como as gerações anteriores à conexão em tempo real aprenderam a tomar todos os devidos cuidados com tudo aquilo que pode oferecer algum risco à nossa sobrevivência. O lobo pode ser qualquer ameaça real à espécie humana ou a um determinado segmento da população.

Em nosso atual contexto histórico, pode ser representado pelos artífices das fake news, disseminação da intolerância e do ódio, pelo fascismo e todas as suas variantes regionais e locais, requentando velhas fórmulas nada criativas para angariar apoiadores, em sua  maioria pessoas com evidentes desajustes com a realidade.

Aliás, como que nestes dias não houvesse uma sucessão de crises, obviamente agravadas pela inépcia de um despreparado ocupante do mais alto cargo da República, o candidato a Pantaleão Patoaparte dedica todo o seu tempo a conspirar, conspirar, conspirar...

É o que a sua mente rasa sabe fazer. Nada mais. E as elites econômicas e políticas deste País-continente sabiam sobejamente de que se tratava de um típico 3d: despreparado, delirante e delinquente. Perfeito desastre: incapaz de manter um casamento, ou até mesmo permanecer no mesmo partido. Quanto mais fundar um partido...

É verdade. O ‘brimo’ Temer e o cinismo de sua ascensão foram inspiradores para a corja de meliantes que gravitam em seu torno: também carecia de atributos para superar o estadista que o antecedeu, a verdadeira razão pela qual a aglomeração de raposas de toda sorte foi traçada, obedecendo à orientação de Manhattan, patrocinador e mentor de toda a farsa midiática meticulosamente ensaiada desde 2005, e concretizada a partir de 2014.

Mesmo assim, sabendo dos riscos de um psicopata na presidência, partiram para o ‘tudo ou nada’ - sórdidos cúmplices de um golpe mal engendrado desde 2014. A velha prática de usar fantoches, seres manipuláveis, desde o tempo da colonização.

Steve Bannon, o mesmo ‘muso’ inspirador do delinquente contumaz Donald Trump, foi o marqueteiro da pretensa dinastia: na falta de cérebro, aluga-se um, ainda que perverso, ensinam os cultores do ‘deus mercado’. Foi, aliás, esse o ‘reforço’ recebido pelas hordas auriverdes em 2018, disseminando fake news e mensagens de ódio e intolerância para levar o pânico às pessoas menos informadas.

Se a verdade liberta, a mentira oprime, domina, manipula. Nessa lógica pervertida, cínica e rasteira, armaram o circo do terror, sob o qual ainda milhões de seres humanos se encontram, iludidos ou atolados, aguardando talvez o Dia do Juízo Final... Dormiram com a ilusão do ‘messias’ e acordaram com a besta do apocalipse.

Em vez de ‘mito’, um mico de fazer inveja aos romanos de dois milênios atrás, quando Naro, isto é, Nero lhes roubou não só o direito de viver, mas destruiu seu passado, presente e futuro.

A história ensina, senão por amor, pela dor. É desta forma que nos impuseram os obtusos que caíram na conversa dos vigaristas de 2018. Mas que fique claro, podemos não sobreviver à hecatombe da fétida bolsa de colostomia a ser despejada sobre nossas cabeças, mas permaneceremos de pé para entoar a cantiga com a qual nossos Pais acalentaram nossa inocência no início de nossas vidas, até porque só se é adulto saudável quando se desfruta de uma infância feliz, cheia de sonhos e inocentes utopias:

“Quem tem medo do lobo mau, lobo mau, lobo mau?”

(Este texto é dedicado aos milhões de crianças e adolescentes órfãos pela covid-19, pela violência criminosa, pelo desemprego e pela fome e miséria promovidas pelas hordas de delinquentes que tomaram de assalto os destinos da Nação.)

Ahmad Schabib Hany

Um comentário:

Waded Schabib Hany disse...

Boa reflexção Schabibinho!