quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

'TONTON MACOUTES' INCENDEIAM BRASÍLIA

Tonton Macoutes incendeiam Brasília

Tomada pelo ‘estouro da boiada’, Brasília foi incendiada como se fosse Porto Príncipe, capital do Haiti. O inominável em sua infinita perversidade, após o jogo fatídico em que o Brasil ficou fora da Copa do Mundo do Qatar, atiçou e acolheu no Palácio das Trevas seus teleguiados e sua ‘conja’ mandou comida como gesto de apoio ao ‘patriotismo’ delinquente estimulado por suas milícias digitais.

Sob a tirania desvairada desse sociopata, Brasília se viu sitiada, tomada pelos tonton macoutes que esse terrorista mau-caráter adestrou ao longo de seu maldito mandato. A noite de 12 de dezembro, sob pretexto de ‘protestar’ contra a detenção de um ‘cacique’ traficante e pau-mandado de criminosos fascistas, espalhou o terror na área central da capital federal, sob a conivência de seus feitores bajuladores, que nada fizeram para conter o ‘estouro da boiada’.

A propósito, leitor/a, já leu ou ouviu falar sobre os tonton macoutes, temida milícia de François Duvalier, o Papa Doc, tirano que inaugurou a dinastia sanguinária e criminosa do Haiti, responsável pela miséria e caos que até hoje desgraçam o povo haitiano?

Há um tempo venho insistindo que o inominável tem se inspirado nesse grande canalha para disseminar suas maldades pelos quatro cantos deste país-continente. Diferente da imagem de ‘bom cristão’ (sic), como os mercadores da fé que o rodeiam teimam bancar, esse sociopata amoral e despudorado, em vez de luz e generosidade, só dá lugar a trevas e perversidades, tanto que se deu ao desplante de, assim que a seleção brasileira ficou fora da Copa do Mundo do Qatar, ir até o cercadinho que mantém desde a sua posse para atiçar suas hordas insanas, seus tonton macoutes.

Até a ‘maledeta conja’, com sua falsa generosidade, enviou a lavagem do Palácio das Trevas (que em tempos de normalidade democrática se chama do Alvorada) para saciar a fome de suas hordas, como quem manda comida para porcos. Mais tarde, na virada do dia, foram conversar sobre como agir para levar o pânico à população brasileira, a partir do caos em Brasília. E como o Presidente Lula, o Vice-presidente Alckmin e ministros já anunciados se encontram hospedados em um hotel no centro brasiliense, tentaram levar tumulto e a possibilidade de atos terroristas até lá, mas imediatamente foram repelidos pelas forças legalistas.

O inominável teria sido escolhido por tais ‘qualidades cívicas’ pelos ‘patriotas’, aqueles que vestiam a camisa da seleção brasileira e se enrolavam na bandeira nacional como se fosse toalha de sauna? Em sã consciência, esses ‘patriotas’ não sentem, nem de longe, qualquer constrangimento, vergonha ou arrependimento por tão grosseira escolha? Como não enxergar a vocação golpista, tirânica, autoritária, obscurantista, delinquente e até ditatorial do inominável e o núcleo duro de seu gabinete?

Mais que a incompetência e total desapego pelos princípios republicanos, flagrantes, os principais assessores (e todos os membros de sua familícia) revelaram, sem qualquer hesitação, sua opção obsessiva por tudo que representa o oposto à vocação democrática e solidária da nação brasileira desde a segunda década do século XX, quando a afirmação dos princípios republicanos tornaram-se públicos e objeto de manifestações pelos líderes do Movimento Tenentista, da Coluna Prestes, da Semana da Arte Moderna e, inclusive, dos fundadores do primeiro partido de âmbito nacional, o velho Partidão (PCB), de cuja primeira bancada federal contou com o brilhantismo e laicismo do imortal Jorge Amado.

Para si e para os seus

O inominável, como sempre por meios escusos, conseguiu galgar ao poder, para deleite das elites retrógradas e segregacionistas. Tão incompetente e alienado da realidade, passou os quase quatro anos de mandato ‘brincando’ de onipotente, fazendo fakenews para suas hordas insanas, usando a máquina para si e os seus e desmontando o Estado, em vez de governar como gente grande.

É preciso ‘dissecar’ o comportamento do inominável antes que, contra a sua vontade de sociopata, tenha que passar a faixa ao estadista que o povo brasileiro levou 500 anos para generosamente oferecer para a humanidade. Sim, porque, a despeito da soberba de mobilizar as súcias que mantém entorpecidas com suas mentiras delirantes, ele irá para passar a faixa a seus sucessor constitucional, sim.

Por quê? Porque ele usou de seu ardiloso comportamento de ‘maníaco-depressivo’ (como até um tempo atrás se chamavam os ‘bipolares’ de hoje), fingiu de vítima inconsolável e atiçou o delirium-tremens de seus tonton macoutes espalhados pelo território nacional e pelos quatro cantos do mundo. Para quê? Barganhar uma saída honrosa pelos inúmeros crimes administrativos cometidos deliberadamente junto aos diversos Poderes: desde o STF (Supremo Tribunal Federal), TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Congresso Nacional e, inclusive, Ministério da Justiça e Procuradoria-Geral da República (PGR).

Depois de tanta incompetência e constatação da grave alienação de que padece, dá para acreditar que o inominável foi eleito por suas supostas qualidades?

Ora, quase quatro anos de total exposição, quando ficou nu perante o mundo, não dá para acreditar que naquela caixa craniana pudesse haver um cérebro brilhante. Sim, porque, numa democracia (e, ainda que muitos não gostem de admitir, o Brasil é a maior democracia do planeta), para conseguir conquistar a confiança da maioria de seus iguais, é preciso ser minimamente brilhante para ‘fazer a diferença’ e angariar os votos que irão torná-lo/a líder de mais de duas centenas de milhões de pessoas.

Só que não. O inominável foi eleito exatamente por ser a negação disso tudo. Coube àquele juiz de primeira instância de voz de marreco e que sequer consegue pronunciar palavras do vernáculo (a exemplo de ‘conje’ por cônjuge) ou do idioma de seus amos e senhores (como ‘massachutes’, por Massachusetts, uma das 50 unidades federativas dos EUA), pivô da prisão e exclusão do processo eleitoral de 2018 do hoje presidente eleito Lula (líder também nas pesquisas eleitorais de então), razão pela qual virou seu ministro da Justiça (além da promessa de indicá-lo para uma das vagas do Supremo Tribunal Federal, STF).

Apesar de todo o aparato montado com as milícias digitais de Steve Bannon, desde o exterior (confirmadas posteriormente, mas que não puderam anular sua eleição por não haver legislação anterior que proibisse o uso de fakenews em campanhas eleitorais), o candidato era tão ruim, que foi preciso que uma fakeada o livrasse dos debates, pois bastava ir a um para ele despencar nas pesquisas. Não por acaso, seu raciocínio primário considera toda eleição manipulável e, portanto, suspeita de fraude. É por experiência própria. Mas não por causa das urnas eletrônicas, cuja inviolabilidade está mais que comprovada.

Que ‘homem público’ é esse que não tem noção das responsabilidades do cargo e passa quase todo o seu mandato ‘brincando’ de todo-poderoso (a maior parte do tempo em alguma moto e sempre entre as pernas torneadas de algum gajo portentoso e diz que ‘pintou um clima’ ao ver adolescentes venezuelanas na periferia de Brasília), mandando fakenews para alimentar suas hordas insanas por meio das milícias digitais que mantém desde sua campanha, usando a máquina administrativa para fazer de tudo para si e os seus (daí o sigilo de cem anos) e, o mais grave, desmantelando todo o Estado (inclusive o Estado Democrático de Direito), em vez de governar como gente grande?

O lixo da história, decerto, se encarregará de levá-lo para as trevas, de onde jamais sairão ele e todos os seres bizarros com quem compartilhou as mais deprimentes cenas dos últimos anos, a menos que para um tribunal como de Nuremberg. Afinal, a História, nas sábias palavras de Chico Buarque e do saudoso Pablo Milanés, “é um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue” (Canção para a Unidade da América Latina, 1972). Escrito e gravado há cinquenta anos, esse hino para a emancipação de nossos povos já anunciava que “o que brilha com luz própria ninguém pode apagar, seu brilho pode alcançar a escuridão de outras coisas”...

Ahmad Schabib Hany

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