EMPÁFIA, APATIA E ESCÁRNIO
Há uma família que pode servir de exemplo de tudo,
menos de empatia e humildade, duas características necessárias para quem foi
guindado ao cargo mais importante da República sem ter dado provas de preparo,
condições psicológicas e, sobretudo, sensatez.
Escárnio.
Não há palavra mais eloquente para descrever a conduta da dinastia que quer se
instalar a qualquer preço no coração do poder no Planalto Central.
Em
plena pandemia, no dia em que se atinge o triste ápice diário do número de
pessoas que não puderam resistir à pandemia que vem assolando os lares
brasileiros, os membros de uma pretensa dinastia seleta, “ungida por Deus”,
apresenta sua face mais cruel. Não bastasse a empáfia e a apatia com que encara
o drama de amplas camadas sociais em decorrência da falta de um programa de
governo voltado para os reais interesses do povo brasileiro, efetua a aquisição
de uma mansão milionária, digna de magnatas do setor financeiro.
O
valor da transação, nesse caso particular, não é uma questão privativa. Até
porque a pessoa que adquiriu o imóvel tem proventos oriundos do erário. É o que
determina a lei. E, se bem nos lembrarmos das consignas dos “cançados” (com “c”
cedilhado, tamanho seu “apreço” pela leitura), “ninguém está acima da lei”...
Voltamos,
pois, aos sombrios tempos do “aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei” - em que os
usurpadores do poder se sentem proprietários não só dos bens públicos como da
vida e da morte da população.
Memória curta, a dessas vaquinhas de presépio. Como que por encanto, desapareceram a ética e a moral que embasavam todo o discurso que legitimou o golpe perpetrado, não contra Dilma, Lula ou o PT, mas contra o Estado Democrático de Direito, que custou a tantas gerações conquistá-lo.
Não
faltarão argumentos e justificativas para convencer as hordas de insanos que a seguem como rebanho a caminho do abatedouro. Sim, abatedouro, pois as medidas
tacanhas para enfrentar a pandemia nos oferecem um cenário tétrico para as
próximas semanas. Como se isso fosse pouco, a flexibilização das regras para
aquisição de armas e munições (inclusive de grosso calibre) é, por si só,
reveladora, de “morte aos inimigos”: ou quer nos fazer acreditar que com esse
armamento será possível combater o novo coronavírus?
Foi
eloquente a fala do nefasto em Uberlândia, que só é macho quando está cercado
por iguais, como todo fascistazinho que amarela quando se vê diante da
realidade. Além de mais um flagrante ato de quebra de decoro (afinal, o cargo
têm bônus, mas também tem ônus, coisa que parece desconhecer), esse indivíduo
ofendeu progenitoras que nada têm com sua paranoia. Pobre diabo...
Melhor,
pobre país, pobre sociedade... Se, em sã consciência, esse ex-parlamentar do
baixo clero, indolente e mal educado, não tomou consciência da gravidade do
momento e insiste em levar para o abismo toda uma nação com mais de 200 milhões
de cidadãos, o que fazem as instituições que assistem impávidas a uma
caricatura (deploravelmente feia, como a própria alma) de Nero a incendiar um
país-continente, cujos biomas, reservas naturais, patrimônio cultural, história
e, sobretudo, generosa população estão diante de um risco iminente?
Tal
qual o imperador incendiário, o mito, ou melhor, a dinastia começa a construir
seu bunker na ânsia de sobreviver a uma hecatombe virulenta, com empáfia,
apatia e escárnio, muito escárnio...
Ahmad Schabib
Hany
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