‘Pelos
poderes de Grayskull!’
JDAM
ou GBU-43/B?
Prêmio Pulitzer em 1969, o
veterano correspondente de guerra Seymur Hersh, segundo o Jornalista Leandro
Demori (ex-The Intercept Brasil na ‘Vaza
Jato’), há
poucos dias havia antecipado a escolha do arsenal para a operação de extermínio
de Gaza.
O repórter investigativo Leandro Demori (ex-editor
do The Intercept Brasil no tempo da
série de reportagens ‘Vaza Jato’, que desmascarou a farsa da Leva Jeito e toda
a quadrilha da republiqueta de Curitiba), revela que o veterano Jornalista e
correspondente de guerra Seymur Hersh (aquele que ganhou o cobiçado Pulitzer em 1969 com uma reveladora
reportagem sobre o massacre de guerra de My Lai, Vietnã) alertara seus leitores
sobre o uso, nas operações de devastação de Gaza, das temidas bombas JDAM, cuja
versão mais moderna é GBU-43/B, conhecida como ‘a mãe de todas as bombas’).
Bastante meticuloso, como repórter investigativo,
Demori não é categórico em “Ataque a hospital em Gaza: foi uma bomba JDAM?”,
mas de uma prudência didática quando publica com exclusividade aos assinantes
de seu canal ‘A Grande Guerra’ do excepcional serviço prestado, não só para o
Jornalismo, mas para a História, pelo Jornalista Seymur Hersh em ‘O plano para
eliminar o Hamas’, em tradução ao português. Talvez Hersh, como outros
Jornalistas de sua estatura, não venha a ser contemplado com outro prêmio Pulitzer, até porque hoje a imprensa
ocidental hegemônica virou um ‘puxadinho’ da Casa Branca, ou melhor, do Pentágono
e de todos os palácios de seus aliados da União Europeia.
(Atrevi-me a pedir autorização ao canal de Leandro
Demori para compartilhar o link dessa matéria reveladora, pelo que aguardo
sinal verde para fazê-lo, até porque esse Jornalismo com letra maiúscula
sobrevive a duras penas com doações dos seus leitores.)
Enquanto isso, a GAFE (Globo, Abril, Folha e
Estadão) e seus satélites e similares (Record, SBT e Band) continuam ruminando
mais uma fakenews lançada pelo serviço
de propaganda sionista (cujo porta-voz havia anunciado que haviam brasileiros
entre os reféns levados para troca por presos políticos palestinos), a de que o
massacre de crianças e adolescentes no Hospital Batista de Al-Ahli, em Gaza,
foi resultado de erro de atiradores palestinos ligados a outro grupo, a Jihad
Islâmica, sem quaisquer provas, com o objetivo claro de se eximir da
responsabilização por crime de guerra na sanguinária história militar do Estado
sionista.
Cá pra nós, o que causa espanto é o cinismo com
que a mídia corporativa, sobretudo os ‘jornalões’ que não se envergonham por
sua cobertura panfletária daquilo que ousam chamar de ‘conflito Israel-Hamas’.
Primeiro, como as cinicamente autodenominadas de forças de defesa do Estado
sionista querem convencer a humanidade que uma das maiores potências militares
do Planeta (senão a segunda maior, detentora de armas nucleares sem a devida
autorização da Agência de Energia Nuclear da ONU) pode empreender uma guerra
desproporcional com um grupo de combatentes (chamados de ‘terroristas’ sem
qualquer critério reconhecido pela ONU, apenas para justificar sua obsessão)
precária e moralmente armados? Isso não é guerra, porque é desproporcional: é
massacre, genocídio.
É a tal ‘convicção’, mesmo sem provas, que fez
escola até nas hostes do Ministério Público (caso Urinol e seu PowerPoint), Judiciário (caso ‘Marreco
de Maringá’) e algumas polícias durante as jornadas de 2013 no Brasil e diversas
partes do mundo. Lembra-se do pretexto para promover a segunda operação militar
‘Tempestade no Deserto’, depois do (auto?) atentado das Torres Gêmeas, em 2001,
com o objetivo do insano George Átila Bush (filho) conseguir seu segundo
mandato e poder destruir toda a infraestrutura (e violar a soberania nacional)
do Iraque pela ‘convicção’ de que Saddam Hussein teria armas de destruição em
massa (químicas e nucleares), as quais nunca foram achadas em seus arsenais.
Nessa mesma linha, Obama Bin Laden -- digo, Barak
Obama --, depois da vergonhosa série de fakenews
das ‘primaveras’ que nada tinham de árabes -- aliás, antiárabes --, e com o
flagrante apoio do Mossad, de Israel (novidade?), enviou sua criminosa
secretária de Estado, Hilary Clinton, à Líbia para insuflar as hordas
criminosas daquele país e, assim, ‘pelos poderes de Grayskull, eu tenho a força’,
assistir de modo desumano o linchamento transmitido ao vivo de Muammar Kadafi,
que, tal como Saddam Hussein, era responsável pela estabilidade econômica,
nível de renda e empregabilidade, com sistema público de saúde e previdência
social, a quase toda a população da África e, inclusive, Oriente Médio.
Ou a crise humanitária pelo acentuado processo
migratório rumo à Europa, posterior à destruição do Iraque (no Golfo) e da
Líbia (no norte da África) terá sido mera coincidência? Não, é simples questão
de causa e efeito. Tudo pela sórdida e nefasta cobiça (na verdade, ganância
colonialista) pelo petróleo e demais recursos minerais de todos os países
árabes, africanos e muçulmanos, caso do Irã e Azerbaijão. Como disse o insensato
Joe Biden (que nada difere do palhaço Donald Trump na política exterior dos
Estados Unidos), em 1986: “Se não houvesse Israel, teríamos que criar um Israel
para poder defender os nossos interesses no Oriente Médio e assim alcançar os [criminosos]
objetivos ‘humanitários’ [colonialistas] dos Estado Unidos.”
É o mesmo governo dos Estados Unidos, que
procrastina decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas, ante a
tragédia humana da população de Gaza, ao pedir vistas ou ser o único a vetar
cinicamente proposta de resolução que pretendia apenas um detalhado corredor
humanitário para retirar os refugiados da Faixa de Gaza por meio do deserto do
Sinai, na fronteira entre o Egito e o território avassalado do que restou da
Palestina. De posse de toda a mídia corporativa mundial, depois Biden aparece
como paladino da paz e diz ‘ter conseguido’ a abertura do posto de controle do
títere que deixaram na presidência do Egito, um corrupto general, um tal Abdel
Sissi, que, bem adestrado, só atende às ordens dos Estados Unidos e de Israel, seus
amos e senhores.
A mesma GAFE dá destaque, como atitude magnânima, à
‘generosa’ decisão de Biden de flexibilizar ‘por seis meses’ o embargo
econômico decidido há mais de uma década pelos Estados Unidos contra Nicolás
Maduro (que impôs uma crise econômica sem precedentes ao povo venezuelano),
como gesto de ‘reconhecimento’ à Venezuela de promover eleições que permitam
que suas marionetes possam concorrer e voltar a submeter a maior potência
petrolífera da América do Sul aos interesses inconfessáveis do ‘grande irmão do
norte’. Bonzinho esse Biden, né? Não, não está de olho nas reservas naturais de
todos os países ricos em matéria-prima, mas ‘pensando’ no futuro de suas
populações, desde que não sejam malvados e atrapalhem a ‘boa-vontade’ (sic) do ‘Tio Sam’. Como sempre, bonzinho
enquanto não atrapalharem seus nefastas intenções, ou melhor, maldita cobiça...
‘Pelos poderes de Grayskull, eu tenho a força!’
Ahmad
Schabib Hany
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