quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

INTENTONA MILICIANA



‘Patriota’, enrolado na bandeira nacional: em ‘posição de ataque’

 

Intentona Miliciana

O dia 8 de janeiro de 2023 entra para a vergonha pátria como Dia da Intentona Miliciana, misto de fétida ejaculação fascista com incontinência retal das hordas fundamentalistas, cuja imagem para a posteridade é a do ‘patriota’ enrolado na bandeira nacional a defecar sobre um equipamento do Supremo Tribunal Federal.

Ora, quem diria que generecos masturbados nos delírios da linha dura viriam, ‘juntos e misturados’, contribuir para a criação da Intentona Miliciana... Tão atabalhoada quanto seu ‘mito’, a turba em seu cometimento produziu mais estragos que ganhos aos funestos intuitos fascistas, ejaculados fétida e purulentamente pelas hordas terroristas de 8 de janeiro, quando, além da virulência dos atos de vandalismo, irracionalidade predadora, agressão compulsiva e incoerência cívica, expuseram em imagens gravadas para a posteridade os atos apoteóticos de seres acéfalos com incontinência retal e putrefata ejaculação fascista.

Não é que os autoproclamados arautos da ‘fé’, ‘moral’, ‘bons costumes’, ‘patriotismo’, ‘fundamentalismo neopentecostal’ etc tiraram a máscara da hipocrisia e do faz de conta e revelaram sua verdadeira essência? Não passam de vândalos, delinquentes, meliantes, criminosos, terroristazinhos de meia pataca, que, mais por má-fé que por ignorância, depredaram as peças mais emblemáticas que viram diante de si, que são integrantes do panteão sagrado da Democracia. (Cá pra nós, são tão ‘patriotas’, que desconhecem o significado cívico de panteão sagrado da Democracia...)

Consta já dos anais da vergonha pátria -- repito: vergonha nacional -- esse fato abjeto e condenável. Muitos vêm chamando de “Dia da Infâmia”, “Dia da Vergonha”, mas tudo indica que deva ser o “Dia da Intentona Miliciana”. Não há termo mais apropriado que intentona, pois é disso que se tratou. Não pela carga ideológica dos seguidores de Heleno e Villas-Boas, que por anos a fio vêm ruminando o que os ‘mitos’ deles (e eles próprios) viveram em tempos pretéritos: a tal ‘Intentona de 1935’, rebatizada pelos integralistas e fascistas de 1930 de ‘Intentona Comunista’. Mais que fato, um fake criado com o ajutório dos Estados Unidos, conforme denunciou o próprio autor, então capitão Olympio Mourão Filho, tendo sido atribuída a ‘descoberta’ ao general Góis Monteiro, um dos membros da farsa chamada de ‘Plano Cohen’, para justificar o autogolpe do Estado Novo, de inspiração fascista.

Sem qualquer despropósito ‘revanchista’, mas é fato que fascista não pensa: defeca. Seu universo é tão diminuto, tão mesquinho, que seu máximo objetivo é destruir o que vê pela frente -- ou melhor, tudo o que encontra diante de si, como as imagens deploráveis do fatídico 8 de janeiro constataram eloquentemente --, por quê? Freud explica: recalque, puro e extremo recalque. Sem exceção, todo fascista padece de total rejeição da realidade, e até de si mesmo. Ou o que Nero, Hitler, Franco, Stroessner, Pinochet, Bordaberry, Banzer, Videla e Bermúdez têm em comum em sua funesta e sanguinária existência? Profundo ressentimento pessoal, uma infinita crise existencial.

E para que não pairem dúvidas, serei mais explícito, e destituído de qualquer intuito ofensivo, apenas sendo sincero e compartilhando o que pude perceber ao longo de cinco privilegiadas décadas de observação, sem falsa modéstia, bem apuradas. Ao chegarmos a Corumbá, no início da (mal)ditadura, o acaso nos propiciou sermos vizinhos de serviçais do regime, dois irmãos que se revezavam na tortura e na ‘caça aos comunistas’. Cabeça de fascista está onde ninguém, em gozo de suas faculdades mentais, imaginaria: no meio das pernas. Por isso a fétida ejaculação coletiva, como horda bárbara, e a incontinência retal, ora dissimulada, ora explícita.

Estudante de Psicologia bastante dedicado e bem preparado, Mohamed, o meu saudoso Irmão mais velho, fazia estudos de comportamento que, a despeito de nossa pouca idade e imaturidade intelectual, pelo convívio acabamos desenvolvendo uma acuidade mínima, que nos permitiu interpretar essas bizarrices. A rigor, não é preciso ser ‘especialista’: qualquer pessoa com mínimo de sensatez identifica de longe essa esquisitice. Ou o leitor acredita que os impulsos criminosos de todo fascista ocorrem por acaso? São fruto de sua mente entrevada, seu estado de convulsão interna, rejeição ao coletivo, egocentrismo não resolvido na infância.

Daí que a mentira consuetudinária e o ímpeto destrutivo são as duas faces do mesmo fascista. Totalmente egoístas, os fascistas desconhecem o que é companheirismo. Usam e descartam, dentro da perversa lógica destrutiva que ronda sua existência canalha. Não há um único fascista sinceramente generoso, cordial e dotado de comiseração, caridade, de modo que seu projeto de poder é totalmente possessivo, excludente e autoritário. E não nos esqueçamos de que eles são os cultores de aberrações que envergonham a humanidade, como necropolítica, eugenia, misoginia, racismo e supremacia branca.

Pois bem, ninguém está acima da lei. Terrorismo é crime, e todo canalha que de alguma forma tenha participado vai ter que prestar contas por seu crime. A Intentona Miliciana é um fato, aliás abjeto e condenável, pelo que seus autores deverão ser sentenciados tal como a lei prescreve. Parabéns, Supremo Tribunal Federal, Congresso Nacional e Palácio do Planalto! Não foi falta de advertência e de conhecimento: é o Brasil que precisa se reencontrar com a História e jogar definitivamente ao lixo o fascismo e os fascistas.

Ahmad Schabib Hany

Um comentário:

Estela Márcia disse...

Estou exausta! nem escrever tenho conseguido... os abjetos e deploráveis invadiram meu cérebro e a quietude necessária para fazer as palavras sairem do cérebro e chegar às pantallas está zerada!