O non sense
acometeu inclusive os jornalões como a FSP, que ilustrou a manchete da edição
impressa de 19 de janeiro (onze dias depois do Dia da Intentona Miliciana) com
uma foto-fake com o Presidente Lula para assanhar a matilha fascista.
Apologia ou incitação ao terrorismo
Em insólita recaída fascista, a Folha de
S.Paulo volta aos tempos em que
patrocinava as ações terroristas da OBAN (Operação Bandeirantes), em que faziam
a logística dos crimes dos paramilitares que agiam na penumbra, com a complacência
dos mandarins de plantão, ídolos dos generecos de hoje.
Simplesmente uma vergonha. É bem verdade que dos
jornalões pode se esperar de tudo, mas que os vândalos que editam a Folha de S.Paulo atingiram o cúmulo da
perversidade, do cinismo e da insensatez que bem caracteriza as elites
financeiras instaladas na Faria Lima, endereço dos especuladores e parasitas
que desde 2013 investem contra o Estado de Direito, para o qual, aliás, jamais
contribuíram e sempre olharam com desdém.
O acinte, a perversidade e o cinismo, ‘juntos e
misturados’, escancaram o desejo não tão reprimido assim dos jagunços
travestidos de editores dessa empresa que, na ânsia de se livrar dos vestígios
do conluio de 2014-16 no golpe contra Dilma Rousseff e que deu no que deu,
mudou sua consigna (slogan) durante
os malditos anos do inominável para ‘Um jornal a serviço da democracia’ e que
já voltou para aquela que o patriarca Octavio Frias de Oliveira adotara no
início da década de 1960, quando as três ‘Folhas’ (Folha da Manhã, Folha da
Tarde e Folha da Noite) se
aglutinaram na desde então Folha de
S.Paulo, que tinha três edições por dia e aos poucos deixou o velho Estadão para trás.
Não é preciso dizer aos ‘profissionais’ (de quê,
jacaré?) da Alameda Barão de Limeira, 425 (ou dos pretensos ‘Campos Elíseos’, toc, toc, toc!) que o momento requer
sensatez, racionalidade, comedimento, ‘parcimônia’ (palavrinha que adoooram os
provincianos da pauliceia desvairada), e não panfletagem. Aliás, o leitor se
lembra do ocorrido com a Abril da Veja
dos Civita (filho Roberto e os netos do fundador)? Investiram tanto contra o
país que deu ao avô Victor Civita (como o Cesare Civita, irmão mais velho, da
Editorial Abril argentina) uma oportunidade que a Itália de Benito Mussolini
lhes privou. O império editorial ruiu antes mesmo de poder comemorar a farsa
que eles plantaram...
A famiglia Frias de Oliveira, como a Civita, já
anda colhendo o que plantou: não foi vento, mas devastação, predação. Porque
os anos nefastos do desgoverno do inominável têm consequências irreversíveis,
não só para os biomas destruídos criminosamente, os povos originários abatidos
impiedosamente, afrodescendentes vitimados/as impiamente e o patrimônio
histórico e cultural material e imaterial profanado sistematicamente mas a
Nação e o Estado brasileiro deteriorado deliberada e criteriosamente para
retroceder um século no tempo e nos valores civilizatórios.
A insólita imagem fala por si: a ilustração que
acompanha a manchete (e que nada tem a ver com a notícia do alto da página da
versão impressa do jornal ‘a serviço do Brasil’ que nos anos de chumbo se
prestou a dar apoio logístico, por meio de sua frota de caminhões Ford recém
adquirida com financiamento da Caixa Econômica Federal ligada à ditadura, a
nefasta Operação Bandeirantes -- OBAN --, um grupo paramilitar que cometeu um
sem número de crimes com o respaldo dos mandarins de plantão.
O facsímile
da edição de 19 de janeiro da edição impressa da Folha de S.Paulo é, por si, a prova cabal deste non sense que acomete os quatrocentões, ou, melhor, descendentes
dos ‘senhores de escravos’ e saudosos da casa grande (useiros e vezeiros da
vergonhosa sociedade da senzala). De um lado temos as hordas ensandecidas
ávidas por conspurcar e saciar seus instintos criminosos, em nome da ‘fé’, ‘moral
e bons costumes’, ‘pátria’, e na verdade tudo isso é um eufemismo (nome bonito,
jacu!) de privilégios: os da Faria Lima querem manter seu status de bon vivant às custas da exploração
selvagem, sem os direitos trabalhistas conquistados com muita luta nos últimos
80 anos, enquanto os ‘de pijama’ (só eles?) querem manter suas ‘herdeiras’ como
eternas pensionistas de um polpudo soldo para o qual nunca fizeram por merecer,
parasitas que são.
Aqueles mesmos que, um século atrás, davam um jeito
de procurar famílias europeias falidas para comprar seus títulos nobiliários e
assim saciar sua vaidade provinciana de se passar por conde, duque, barão ou
que fosse bobo da corte da Sardenha ou mesmo de Itararé, como bem ironizou o
genial Aparício Torelli. O Barão de
Itararé, fundador de A Manha
(paródia de A Manhã, o principal
matutino do Distrito Federal à época) e de uma série de criações únicas pelo
Brasil de 100 anos atrás é, digamos, o avô de O Pasquim e pai do Febeapá
(Festival de Besteiras que Assola o País),
do eterno e igualmente genial Sérgio Porto (o Stanislaw Ponte Preta), este pai da Turma da Editora Codecri
(Comitê de Defesa do Crioléu), do semanário satírico que abalou a linha dura, a
‘linha mole’ e a linha dos ‘trocadores de faquinha’ do armário que sempre
quiseram se passar por ‘patriotas’, e que por isso foi alvo da campanha
terrorista desses mesmos canalhas covardes que explodiram bombas incendiárias
nas bancas de jornais, ex-parceiros dos donos da FSP (como então a Folha se autodenominava) na OBAN...
Esse jornalão que hoje exala naftalina (além do
formol dos cadáveres insepultos das vítimas sequestradas de seus lares nas
ações da OBAN que até hoje estão desaparecidas, como o então líder estudantil
Alexandre Vanucchi Leme e o deputado Rubens Paiva, líder do MDB na Câmara), num
verdadeiro hiato de sua nefasta história, sob a digna equipe comandada pelo
grande Jornalista Claudio Abramo, entre 1974 e 1977, produziu, sim, Jornalismo,
e de vanguarda. Tanto que teve a redação ‘invadida’ pelo indizível coronel Antônio
Erasmo Dias, então secretário de Segurança Pública de São Paulo, como forma de
fazer o velho Frias tirar do comando da redação Claudio Abramo, e da então Folha Ilustrada Lourenço Diaféria, Tarso
de Castro, Fortuna, Plínio Marcos, Sérgio Augusto e tantos outros brilhantes
Jornalistas (alguns deles, como o saudoso Tarso, Fortuna e Sérgio Augusto,
oriundos do Pasquim e criadores do
genial Folhetim).
Em síntese, a edição impressa de 19 de janeiro de
2023 é, tal qual o ‘voto impresso’ das hordas fascistas que descambaram cinicamente
para o terrorismo, a materialidade dessa quadrilha que durante décadas enganou
a sociedade civil brasileira: a oligarquia da mídia ‘brasileira’, porta-voz do mercado
que não se abalou com os crimes do inominável
-- porque lucrou muuuuito com esse seu títere
tresloucado --, tanto que dia 9, segunda-feira, o ‘day after’ (em inglês, que
eles tanto gostam), sequer a bolsa de valores, o seu cínico termômetro, acusou
qualquer anormalidade por conta do atentado terrorista do dia anterior. Mais
uma prova de que não só generecos trocadores de faquinha estavam por trás,
senão os canalhas engravatados cujos caixas vivem a tilintar, minuto a minuto,
o fruto de sua avareza, usura, avidez, cobiça, sovinice, mesquinhez e
rapinagem.
Ahmad Schabib Hany
Nenhum comentário:
Postar um comentário