sábado, 6 de fevereiro de 2021

O COMITÊ POPULAR E A CONJUNTURA DE PANDEMIA

O COMITÊ POPULAR E A CONJUNTURA DE PANDEMIA

Dedicamos este momento à memória das mais de duas centenas de milhares de vítimas fatais da covid-19 no Brasil, na pessoa do grande e querido Companheiro Padre Pascoal Forin, que nos deixou na madrugada do dia 10 de janeiro.

A História, para os que a compreendem como meio de emancipação popular, representa o conjunto de saberes coletivos, se apropriados, capazes de transformar a realidade, sempre adversa para a imensa maioria da população.

Sem nos pretendermos donos da verdade - ao contrário, dando voz e vez ao verdadeiro protagonista da História, a classe trabalhadora -, desde 1993 incessantemente tentamos, e insistimos continuar tentando, que cabe a todas as pessoas invisibilizadas a construção do novo tempo há tanto tempo esperado, há tanto tempo prometido.

Nós, do Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa - como passou a denominar-se desde abril de 2013, depois de aproximadamente 20 anos como Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário (FORUMCORLAD) -, temos como eixo motriz a prática, e somente a prática, como critério da verdade.

Assim, quando a pandemia de covid-19 impôs novas relações sociais, nos somamos às trabalhadoras e trabalhadores da Educação de Corumbá e Ladário e às demais entidades, categorias, segmentos, movimentos e instituições desassossegados para construirmos um espaço popular para o enfrentamento do novo coronavírus, e por extensão dos grupelhos que, sob a proteção de um (des)governo cada vez mais fascista, vão se fortalecendo de modo crescente, na ânsia de impor ao povo brasileiro um regime aos moldes de 1964.

O enfrentamento à covid-19 é, sim, uma questão política. Ao contrário do que aparenta, não se trata de assistencialismo, mas uma ação política planejada, com definição de estratégia e tática, de modo a construir um protagonismo afirmativo, proativo, no momento em que o país está sendo submetido a um cenário sombrio e autoritário.

Por se tratar de ação que requer estratégia, e hoje o voluntarismo e o espontaneísmo predominam entres nossos Companheiros e Companheiras de gerações mais jovens, pode e deve ter causado incômodos entre os menos experientes ou mais afoitos.

Apesar de avanços e recuos, o simples fato de estarmos resistindo de forma proativa já nos motiva e mobiliza para continuarmos a jornada. Até porque o CPEP não veio para substituir o centro operacional integrado por técnicos e cientistas. Nosso papel não é outro senão construir, articular e fortalecer a rede popular de controle e participação cidadã, seja junto aos fóruns e, sobretudo, aos conselhos e gestores de políticas públicas (tanto em Corumbá como em Ladário).

Para concluir, a dinâmica do CPEP é totalmente horizontal e adotou três frentes de ação em seu início de atuação: a) a de solidariedade (encarregada da atenção emergencial de famílias em situação de vulnerabilidade, com foco para desempregados e migrantes, que, aliás, já fez entrega de donativos a famílias atendidas pela Pastoral da Mobilidade Humana e pela CRIPAM); b) a de educação popular (frente a se encarregar da formulação de campanha educativa, que inclui a prevenção à contaminação pelo novo coronavírus e de difusão de proteção de direitos individuais, coletivos, sociais e difusos), e c) a de controle social (com foco na transparência da aplicação e efetividade dos recursos para o enfrentamento da pandemia, bem como o fortalecimento do SUS).

Obviamente, se for possível ampliar nossa articulação com a participação de entidades e movimentos de âmbito estadual, o tensionamento, a correlação de forças, será muito mais favorável para as camadas populares, seja no monitoramento da campanha de vacinação, bem como na efetivação de estratégias de contenção do contágio pelo novo coronavírus. Como nunca, é preciso somar para multiplicar.

Avante na luta!

Corumbá (MS), 5 de fevereiro de 2021.

ODJAC (Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa), um espaço público não estatal, instituído em assembleia-geral ordinária de abril de 2013 do FÓRUMCORLAD (Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário), fundado em setembro de 1994, que durante aproximadamente 20 anos atuou no processo de composição dos órgãos colegiados de controle social de Corumbá e Ladário.

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