segunda-feira, 30 de março de 2020

Bolsonaro não tem alternativa, ou vence ou terminará deposto e preso



"A História é implacável com os que fogem..." (Luis Nassif)

30 minutos com Tereza Cruvinel - Brasil: parar Bolsonaro ou sucumbir (30...



Tereza Cruvinel: "Bolsonaro contra o Brasil" (30 mar. 2020)

Leo ao quadrado: Esquerda pede ´Fora Bolsonaro´ e ´Entra Mourão´



"A ORDEM É MATAR!" (Leonardo Stoppa) - "VOCÊ ESTÁ COMPARANDO O BRASIL COMO UM GRANDE ABATEDOURO..." (Leonardo Attuch)

XUXA faz doações para o SUS, pastores pedem dinheiro pra igreja?



Agora o bicho pega! SATANÁS deu positivo para coronavirus e ficou louco! A xuxa, que até então era a enviada do demo, vai na direção contrária dos pastores e faz doação para o SUS!

sexta-feira, 27 de março de 2020

Mercedes Sosa "Argentina quiere cantar" (Cosquin 2007) con Victor Heredi...



Mercedes Sosa, a eterna e terna "Negra", ao lado de Victor Heredia e León Gieco em Cosquín (Argentina), em memorável show (provavelmente o derradeiro com a efetiva participação da incansável guerreira da integração latino-americana) realizado em 2007.

VÍCTOR HEREDIA, PIERO Y LEÓN GIECO COMUNA 4 MEDELLÍN COLOMBIA "Diciembre...



Em memorável homenagem póstuma a Mercedes Sosa (eternizada em 2009), Victor Heredia, Piero e León Gieco se apresentam num show pela paz, em Medellín (Colômbia), em dezembro de 2015.

Piero, Víctor Heredia y León Gieco - Ojalá



Piero, León Gieco e Victor Heredia em Guayaquil (Equador).

Piero-Los Americanos



Autor de "Mi Viejo" e "Si vos te vas" (entre dezenas de outras), Piero marcou seu melhor momento com a irreverente composição (e interpretação da década de 1960) de "Los Americanos".

A composição foi feita para uma peça teatral com o mesmo nome, mas acabou virando carro-chefe dos hinos entoados pela juventude dos anos de 1960.

Especial Pepe Escobar: a pandemia e a guerra EUA-China



O Jornalista Pepe Escobar, repórter e analista internacional especializado em geopolítica, demonstra, em sua entrevista para Leonardo Attush (TV 247), "por a mais b" as estratagemas do império decadente (EUA) em seu desesperado intento de prolongar sua agonia...

Obviamente, a humanidade pagará muito por tudo isso e pela omissão diante de uma acintosa demonstração de total desrespeito pela autodeterminação dos povos...

terça-feira, 24 de março de 2020

COVID-19 E CÃOMORT-17, TODO CUIDADO É POUCO...

Siga corretamente estas instruções para vencer o COVID-19 (E SEU CÚMPLICE CÃOMORT-17)
Compartilhado de meu querido Sobrinho Neder Schabib Péres.

O Dia em 20 Minutos (24.3.20) - O pronunciamento criminosos de Bolsonaro



Os Jornalistas Aquiles Lins e Rafael Duarte comentam o pronunciamento em rádio e TV de Jair Bolsonaro em que ele ataca as medidas de contenção do coronavírus.

A pandemia assusta e isola Bolsonaro, e o “Estado mínimo” é espancado pe...



No país em que o agronegócio se diz "pop", planta cana e aufere lucros milhardários ao lado dos bancos, não há uma corporação que se disponha a produzir em quantidade suficiente uma garrafa de álcool em gel para o governo deles distribuir para a população que sequer conta com esse mísero instrumento de proteção, quanto mais de um Estado que foi assaltado por quadrilhas para se tornar mínimo.

SAL A TU VENTANA A AGRADECER A QUIENES NOS PROTEGEN 8:00 PM



A professora mexicana Silvia Diaram, em seu canal Intelectua, propõe que todos/as os/as latino-americanos/as saiam à janela às 20 horas locais para demonstrar gratidão a todos/as os/as trabalhadores/as de todas as categorias profissionais que estão na linha de frente no enfrentamento ao COVID-19.

Ainda que neste vídeo Silvia Diaram não estava totalmente focada na análise do contexto político da América Latina, é uma importante referência mexicana no acompanhamento da luta em favor da manutenção do Estado de Direito no Hemisfério.

Piero - Para el Pueblo lo que es del Pueblo [Cancion Oficial] ®

FIQUE EM CASA. CONTRIBUA PARA EVITAR O COLAPSO DO SISTEMA DE SAÚDE.

Este vídeo não contém "fake news". É uma advertência, um apelo, com base em dados que foram divulgados sem muito destaque e que costumam passar despercebidos.
Assista, compartilhe e ponha em prática as suas recomendações: ficar em casa e evitar o colapso do Sistema de Saúde.
Compartilhado da Companheira Vera Lu Cruz, de São Paulo.

segunda-feira, 23 de março de 2020

DÍA NACIONAL POR LA MEMORIA Y LA VERDAD



DÍA NACIONAL POR LA MEMORIA Y LA VERDAD

En este 44º aniversario del nefasto y sanguinario golpe militar llevado a cabo el 24 de marzo de 1976, en coordinación con los representantes del gobierno imperialista de Estados Unidos, reciban nuestra sincera, fraternal e irrestricta solidaridad al combativo Pueblo Argentino, sobre todo a su Proletariado, que resiste y vence a todas las torpezas de las élites entreguistas y antinacionales.

24 de marzo de 1976. A mis 17 años, desde Corumbá (Brasil), recibía por la Radio Habana la trágica noticia del golpe militar contra el gobierno constitucional de María Estela Martínez de Perón, Isabelita, obviamente en coordinación de los funcionarios de la Embajada de los Estados Unidos y de personas próximas a la Presidenta depuesta (no hay cómo olvidar al funesto líder mascarado de la Triple A — Alianza Anticomunista Argentina, AAA —, José López Rega, muy próximo a la viuda de Juan Domingo Perón).

Poco tiempo después, un joven, Amigo argentino cuyo nombre no era posible revelar por su seguridad, lloraba por la muerte, en combate, del líder guerrillero Santucho. Por medio de ese Amigo pude enterarme de la resistencia valiente de las fuerzas proletarias en su lucha contra el gobierno golpista, liderizado por militares antinacionales y entreguistas, fieles sirvientes, lacayos, del imperialismo explotador y genocida: Jorge Rafael Videla, Emilio Eduardo Massera y Orlando Ramón Agosti y su pomposo “Proceso de Reorganización Nacional”.

Ni proceso, ni organización, ni nacional... Una verdadera tiranía fascista, que causó la muerte de las mejores personas de la Argentina: más de 30 mil mártires, jóvenes en su mayoría, cayeron en combate, por el “crimen” de defender los derechos de la Clase Proletaria, la soberanía popular y nacional y el patrimonio del Pueblo Argentino, vilipendiado por hipócritas patrioteros vende patria que no tuvieron la dignidad de luchar en pie de igualdad, sino valiéndose del la guerra sucia, por medio de delaciones, tortura, terrorismo de Estado e informaciones de dictaduras vecinas, sobre todo del sanguinario Augusto Pinochet, de Chile, Hugo Banzer, de Bolivia, Alfredo Stroessner, de Paraguay, Ernesto Geisel, de Brasil, y tantos otros canallas indignos de memoria.

Cuarenta y cuatro años después, tenemos el honor de manifestar nuestra sincera, fraternal e irrestricta solidaridad al combativo Pueblo Argentino, en especial a la Vanguardia del Proletariado, que valientemente ha resistido y sigue resistiendo a las investidas del imperio decadente. Por medio de nuestro querido Amigo, Compañero, Camarada y Hermano Aníbal Carlos Monzón, vamos hacer llegar nuestra voz y nuestro abrazo fraternal hasta el hospitalario y leal Pueblo Argentino, en cuya historia de lucha y altivez hay mártires como el Comandante Ernesto Che Guevara de la Serna, Médico de Pueblos, caído en territorio boliviano el 8 de octubre de 1967, además de otros y otras paisanas, como la eterna Mercedes Soza, el inigualable Atahualpa Yupanqui, el añorado Horacio Guaraní y el inolvidable Jorge Cafrune, cuya arte y talento nos ha enseñado a amar a la Patria Grande, nuestra América Latina unida y fuerte.

“¡Qué ha de ser de la Vida si el que canta no levanta su voz en las tribunas por el que sufre, por el que no hay ninguna razón que lo obligue a andar sin manta!…” (Horacio Guaraní, “Si se calla el cantor”)

¡Hasta la victoria siempre!

Ahmad Schabib Hany

O COVID-19 E AS LIÇÕES QUE PRECISAMOS OBTER


O COVID-19 E AS LIÇÕES QUE PRECISAMOS OBTER

O COVID-19, como todo risco de vida iminente, nos oportuniza mudanças de atitude não apenas individuais ou coletivas, mas a necessária e inadiável inversão de prioridades e de valores das nossas instituições, viciadas em “protocolos” desumanizados pelo deus-mercado, esse grande amo e senhor dos pseudodemocratas de plantão.

Nestes primeiros dias de, digamos, resguardo familiar — ou, na terminologia sanitária, isolamento social —, além da salutar volta a um convívio em família há tempos preterido (tornamo-nos, de repente, mais sensíveis no relacionamento com as pessoas que amamos mas o duro cotidiano nos enrudece, sobretudo pela premência do tempo), a Vida nos convida a refletirmos e agirmos com cordura e generosidade.

Mais que conduta própria de quem queira ganhar tempo e resgatar oportunidades relegadas a um segundo, terceiro ou enésimo plano — e nunca retomadas —, na verdade a sensação que temos é a de que, como nunca, estamos vivendo “um dia de cada vez”. Nossas manhãs parecem ser mais reflexivas, também pelo alívio de que o “bicho papão” não nos tenha pegado e não tenha pegado pessoas que amamos, admiramos, conhecemos ou observamos.

“Pai velho”, tenho aproveitado ao máximo estreitar minha relação com meu casal de pequenos, que têm me surpreendido o tempo todo: a despeito da inocência própria da infância (quase pré-adolescência), cada qual de acordo com a sua personalidade tem ofertado generosas pérolas que venho tentando registrar em um diário de pretenso sobrevivente. O fato é que responsabilidade cidadã e compromisso com os estudos são a pedra angular dessa relação, cujas intercorrências, vira e mexe, são causadas por “crianças” com décadas de janela e teimosia...

Além da necessidade de nos mantermos focados em nossas atividades de sobrevivência e em nossos compromissos profissionais e de consciência, essa nova postura — ou novo olhar para uma realidade voraz que nos torna iguais na fragilidade, não obstante correntes ideológicas insistam não sermos iguais porque há os “capazes” (“inteligentes”) e os “incapazes” (“menos favorecidos pela sorte”). Como me dizia um Amigo do Judiciário recentemente aposentado, como nunca estamos igualados por uma tragédia anunciada.

Como filho e neto de imigrantes do Oriente Médio, palco de guerras incessantes desde os tempos dos impérios turco-otomano, britânico e francês, faço questão de estabelecer uma diferença entre a sensação de impotência causada pelo COVID-19 e os conflitos bélicos, sejam guerras civis (como a do Líbano ao longo das décadas de 1970, 1980 e 1990) ou conflagrações militares internacionais (entre elas o interminável conflito israelo-árabe de 1948, 1956, 1967, 1973, 1987, 2003 e 2010, ou as do tipo “Tempestade no Deserto” 1 e 2 ou “Primavera Árabe”). Isto é, este momento não se assemelha a uma guerra, até porque esse “inimigo comum” é invisível e está em toda parte, e não é suscetível às armas usadas em guerra, sejam convencionais ou tecnológicas.

Obviamente, a gênese do coronavírus pode estar relacionada às estratégias de guerras biológicas ou químicas, como nas recorrentes intervenções das últimas décadas, em que gases de vários tipos têm sido utilizados, apesar da proibição por convenções internacionais. Longe de ser um devaneio no campo da “teoria da conspiração”, duas altas autoridades chinesas e um ministro russo já questionaram do governo de Donald Trump algumas questões que não se encaixam e que permitem antever uma hipótese de sabotagem. O tempo e a correlação de forças serão determinantes para a elucidação das causas e origem dessa pandemia.

Se temos um adepto de Nero na Casa Branca — e tudo indica que essa triste constatação não só é uma questão de tempo como unânime —, não podemos esnobar o eleitorado estadunidense depois da bizarra “eleição” de um recalcado sem noção para o Planalto. O pior é que o infeliz consegue ser insuperável, ou seja, quando acreditamos que já fez tudo que podia ter feito, ele ou os filhos, quando não seus iluminados assessores, nos surpreendem com um surrealismo de fazer inveja aos fãs do memorável e genial Dias Gomes com sua criação imortal, Odorico Paraguaçu, da eterna e sempre presente Sucupira, de “O Bem-Amado”.

Mas pouparei o generoso leitor dos desvarios e impropérios do clã presidencial. Apenas que fique claro que pegaram mal suas extemporâneas medidas provisórias que atribuem para ele a iniciativa de suspender tráfego em vias intermunicipais e interestaduais (como criança mimada que não sabe como exibir seu brinquedo novo aos/às amiguinhos/as) e a que suspende vínculos de emprego por até quatro meses sem conferir qualquer garantia aos empregados. Ora, se ele conhece as suas prerrogativas, por que não agiu no devido momento para conter o alastramento do coronavírus. Ele, que décadas atrás andou fazendo apologia à morte de “pelo menos 30 mil”, tem a obrigação moral de defender e priorizar a vida de todos/as os/as brasileiros/as.

O governador de São Paulo é outro que andou perdendo tempo e titubeando para tomar medidas efetivas de contenção da expansão do COVID-19, tanto quanto seu ex-colega de administração municipal Bruno Covas, vice que, com sua eleição para o governo de São Paulo, se tornou prefeito da capital paulista. Até a presente data não conseguiu equacionar o transporte coletivo e muito menos o transporte rodoviário, tanto que a jovem boliviana que foi conduzida em ambulância até a fronteira de seu país depois de mobilizar um inaudito operativo digno de reconhecimento tinha embarcado sem maiores dificuldades no terminal de Barra Funda, ao lado do monumento pela integração latino-americana, dentro do Memorial da América Latina, no tempo em que o querido e competente Jornalista Fernando Morais integrava o governo de Orestes Quércia como secretário da Cultura.

Ora, se um/a passageiro/a que embarca ou desembarca num terminal aeroportuário tem o dever e o direito de ter sua temperatura aferida e preencher questionário apropriado, por que passageiros/as de empresas de transportes rodoviários não têm o mesmo controle? Aí voltamos à questão central do golpe de 2016, em que as elites brasileiras estavam (sic) “cançadas” (com c cedilhado mesmo, por conta do desprezo à leitura!) de ter que embarcar no mesmo avião em que viajava a família da doméstica... Afinal, a jovem boliviana driblou o controle sanitário do terminal de Barra Funda com total desenvoltura, e o fato de ter sido denunciada (fato ainda não devidamente elucidado, pois a pessoa contaminada tem 44 anos), e o teste da jovem de 19 anos deu negativo, para alívio dos/as demais passageiros/as do ônibus interceptado no posto fiscal de Lampião Aceso.

E há algo que não podemos eludir: o sucesso das medidas de contenção da pandemia do COVID-19 na Coreia do Sul, cujas autoridades sanitárias não arredaram pé e adotaram a testagem de toda a população em áreas de risco, o que reduziu o impacto sobre o sistema de saúde e o número de óbitos. No Brasil, o governador Flávio Dino, do Maranhão, adotou esta estratégia e curiosamente vem sendo alvo do ódio burro de fanáticos/as seguidores/as do maldito — digo, “mito” —, incluídos profissionais de saúde e outros/as servidores/as públicos/as. Ainda que sejam passíveis de sanção legal por prevaricação, compartilhamento de fake news e formação de quadrilha, entre outros, a impunidade que campeia solta tem sido o maior incentivo da barbárie.

Que pelo menos pelo instinto de sobrevivência de seres vertebrados dotados de cérebro, as hordas fanáticas estanquem as suas incontinências fecais digitalizadas com que poluem os ambientes virtuais e façam o favor de retornar ao comportamento civilizado, consolidado com muito denodo pelas generosas gerações que nos antecederam. É o mínimo que devem fazer em respeito à espécie humana e à inegável trajetória de pelo menos dez mil anos de esforço por sua autossuperação.

Ahmad Schabib Hany

domingo, 22 de março de 2020

Não é "isolamento", mas resguardo. Responsabilidade solidária.


Qual "isolamento social"?
Trata-se, isso sim, de um resguardo familiar para preservar a todos/as da pandemia do COVID-19.
Compartilhado do zap do Amigo e Companheiro Juvenal Ávila de Oliveira

RONALDINHO GAÚCHO E O IRMÃO ACREDITARAM QUE O PARAGUAI ERA TERRA DE NINGUÉM? (Carlos Wagner)

Artigo compartilhado do Observatório da Imprensa de autoria do Jornalista Carlos Wagner, disponível pelo link <http://www.observatoriodaimprensa.com.br/america-latina/ronaldinho-gaucho-e-o-irmao-acreditaram-que-o-paraguai-era-terra-de-ninguem/>.


Ronaldinho Gaúcho e o irmão acreditaram que o Paraguai era terra de ninguém?



(Foto: AFP/Norberto Duarte)
Os roteiristas dos filmes de bangue-bangue de Hollywood foram responsáveis por criar, no imaginário popular, a noção de que o México era um esconderijo de foras-da-lei. A mesma ideia foi adotada pelos brasileiros em relação ao Paraguai. Um país onde o ilegal se infiltrou de tal maneira na máquina administrativa que o tornou uma terra de oportunidades para quem quisesse se envolver com tráfico de armas, drogas, cigarros piratas, munição, roubo de carros e lavagem de dinheiro. Esse tempo acabou. Hoje, todos os segmentos de crime estão loteados e têm como chefes bandidos locais e brasileiros. E aqueles que se aventuram em busca de uma oportunidade de negócios ilícitos acabam presos. Eles lotam as prisões paraguaias e das cidades brasileiras na fronteira. Muitos acreditaram no pensamento mágico de que bastaria atravessar para o outro lado, abastecer-se com drogas, armas, munição ou cigarros piratas e trazê-los para vender no Brasil. Desde 1983, de dois em dois anos, ando por essa região buscando histórias para contar e um bom lugar para encontrá-las é nas cadeias brasileiras e paraguaias. Em 1990, escrevi um livro chamado Brasiguaios: Homens sem pátria, sobre os agricultores do sul do Brasil que migraram para o Paraguai. Em 2003, fiz o livro País-bandido -Crime tipo exportação. Vamos aos fatos.
O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis foram presos por portar documentos paraguaios falsos: passaportes e carteiras de identidade – a história toda está disponível na internet. Foram levados para o Paraguai pela empresária Dalia López, que é investigada pelas autoridades locais por lavagem de dinheiro, entre outros crime. Ninguém opera no ramo de lavagem de dinheiro no Paraguai sem a bênção de Dario Messer, conhecido como o “doleiro dos doleiros”, que está preso no Brasil. Ele foi pego pela Operação Câmbio, Desligo, um braço da Lava Jato. A prisão foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do Rio de Janeiro (RJ). Messer ficou foragido catorze meses e foi preso em julho de 2019, em São Paulo. Até a prisão do “doleiros dos doleiros”, ninguém tinha ouvido falar de Dalia López no Paraguai. Ela começou a ter visibilidade há pouco mais de meio ano. No mês passado (fevereiro de 2020), a revista Caras da Argentina fez uma reportagem em que a coloca em lugar de destaque entre os empresários da América do Sul. Aqui, surge uma pergunta? Dalia estaria tentando ocupar o espaço deixado por Messer? E Ronaldinho Gaúcho e seu irmão foram pegos no fogo cruzado pela disputa do comando da lavagem de dinheiro no Paraguai?
Quem pode responder a essa pergunta é o ex-presidente (2013 a 2018) do Paraguai, o empresário Horácio Cartes. Dono de tabacaleiras – fábricas de cigarros pirateados -, Cartes fez uma fortuna contrabandeando cigarros para o Brasil, ramo no qual se firmou graças ao pai de Messer, Mordko (já falecido), que o financiou. Cartes é considerado foragido da Justiça Federal do Brasil por ter ajudado na fuga de Messer. No Paraguai, os ex-presidentes da República tornam-se senadores vitalícios. Isso significa que a Justiça brasileira nunca colocará as mãos nele. Circulam informações de que o ex-presidente vigia os interesses do seu amigo Messer. Aqui, é o seguinte. Há informação de que Ronaldinho Gaúcho e seu irmão mandaram fazer os passaportes e as carteiras de identidade no Paraguai. Qual era o objetivo deles? É uma das coisas que o procurador da Justiça do Paraguai Osmar Legal, responsável pelas investigações, quer que eles expliquem. Isso é uma coisa. Mas a maneira como foram pegos é outro assunto e tem cheiro de armadilha por dois motivos. Primeiro, porque não é necessário aos brasileiros apresentar passaporte para ingressar no Paraguai, basta a carteira de identidade. Segundo, porque eles sabiam que eram falsos. Estavam fazendo um teste? Não sabiam que, depois dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, em Nova York, os americanos deram uma “prensa” no governo do Paraguai para controlar suas fronteiras e, desde então, eles têm um sistema informatizado?
Andei conversando com colegas repórteres paraguaios e fontes que tenho de longa data no serviço de inteligência da Polícia Nacional. Disseram-me que o procurador Osmar Legal faz parte de uma nova geração de servidores públicos que não tem compromissos com o “sistema”. O que eles chamam de “sistema”? De 1954 a 1989, o país foi governado pelo ditador general Alfredo Stroessner, que se exilou no Brasil e faleceu em 2005. Stroessner dividiu o país com seus comandantes militares; cada um deles tinha o comando de uma área do crime. Toda a história é contada no livro Dossier Paraguay – Los dueños de grandes fortunas, do Anibal Miranda (falecido). Conversei várias vezes com Miranda, que morava nos arredores de Assunção. Dedicou a vida a estudar a estrutura das quadrilhas no seu país. A estrutura criminosa deixada por Stroessner está lá e continua funcionando. Não por outro motivo que, quando o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, se estabeleceram na fronteira, a primeira coisa que fizeram foi chacinar o dono do território e depois formar alianças com as outras quadrilhas.
Por conta de todos esses fatos que relatei, o Paraguai não é mais terra de ninguém. Seja lá qual for o plano que Ronaldinho Gaúcho e seu irmão tinham referente a negócios em terras paraguaias, eles acabaram presos em um atoleiro. Tiveram sorte. Se isso tivesse acontecido em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma avenida da brasileira Ponta Porã, no oeste do Mato Grosso do Sul, o assunto seria resolvido de outra maneira, a da fronteira: a bala. É simples assim.
Publicado originalmente no blog Histórias Mal Contadas.
***
Carlos Wagner é repórter.

O Brasil não tem estado maior para enfrentar a guerra



"Um grupo de amadores metendo os pés pelas mãos..." (Luis Nassif)

quinta-feira, 19 de março de 2020

O drama pessoal de Wadih Damous



Wadih Damous, ex-deputado federal e ex-presidente da OAB/RJ, está com todos os sintomas de COVID 19 e não consegue agendar a testagem para definir o diagnóstico e manter as notificações atualizadas. É caso de polícia!!!

Eduardo 03 chama a China pra briga. O 03, chapeiro de hambúrguer. A Chin...



Não é família, é quadrilha. O desejo deles é destruir o Brasil para que vire quintal dos Estados Unidos...

terça-feira, 17 de março de 2020

Creador de Interferón Alfa 2B explica cómo actúa contra el coronavirus



O Doutor Luis Herrera, cientista cubano que desenvolveu a fórmula do medicamento para tratar do COVID 19, explica como atua no organismo. A China, por seu turno, anunciou o êxito no desenvolvimento da vacina contra o coronavírus.

Desde diputados piden el retorno de los MÉDICOS CUBANOS ante crisis sani...



A crise no sistema de saúde boliviano, por causa da sobrecarga decorrente do COVID 19 e a má gestão no enfrentamento da pandemia na Bolívia pelo governo golpista de Janine Áñez, está fazendo com que seja aceita a volta de médicos cubanos para ajudar no enfrentamento do coronavírus em todo o território boliviano. 

Bolivia Coronavirus Médico llora ante falta de capacitación y condicione...



MÉDICO BOLIVIANO CAI EM PRANTOS ANTE A FALTA DE CAPACITAÇÃO E DE CONDIÇÕES DE TRABALHO NO ENFRENTAMENTO DO COVID 19 EM SANTA CRUZ -- Denuncia as autoridades nacionais, que, segundo ele, mentem diante do aumento de casos e a falta de equipamentos e recursos (além de capacitação) do setor de saúde. Ele reclama também do descaso da coordenação regional de Santa Cruz aos apelos de que agilizem a liberação de material de trabalho e reforcem a preparação de todos os profissionais da rede de saúde, até para não contaminar suas famílias.

"Precisamos de pais de verdade e não de filhos perversos" (Tânia Mandarino)

Compartilhado da Seção Você Escreve, do Portal Vi O Mundo (Veja link abaixo do texto)

Tânia Mandarino: Precisamos de pais de verdade e não de filhos perversos


17/03/2020 - 19h34

por Tânia Mandarino*

O Brasil precisa de pai. Sejamos os pais da Pátria.
Vendo a presença do chefe danação em manifestações públicas contra as instituições da República, por ele convocadas, desconvocadas e, depois novamente convocadas, impossível não comparar a uma relação paterno-filial a permissividade desse projeto de adolescente fascista mal acabado.
Estudiosas de constelações familiares, que também se dedicam a estudar constelações coletivas, de países, já disseram que o Brasil é afetado por uma situação muito grave de orfandade.
Isso teria origem no fato de que, na formação do nosso Estado, muitas crianças foram tornadas brutalmente órfãs.
Aqui, falamos tanto das crianças indígenas, quanto das africanas.
Pensemos nas que permaneceram na África, órfãs de pais vivos, transformados em escravos no Brasil colonial.
Pensemos também na infinidade de filhos abandonados pelos pais, enquanto suas mães os  criavam sozinhas, após a proclamação  da República.
Cenário que se estende até hoje, mesmo com o advento da constituição de 88 e o Código Civil Brasileiro de 2002, que acabaram com o conceito de filho “bastardo”, então vigente.
A constituição de 88 e o Código Civil de 2002 permitiram a criação de políticas públicas aptas a facilitar a inclusão do patronímico em certidões de nascimento, o que pode ter reduzido a ausência paterna nos registros civis, mas, na prática, desconheço ter trazido igual redução.
Tanto que alguns movimentos chamados de “revolução masculina” têm se organizado, reivindicando o direito de homens exercerem sua paternidade, diante de convívio sonegado com os filhos, trazendo à tona questões que desagradam a muitos, afetas à temática da alienação parental.
Assuntos polêmicos nos quais não adentrarei aqui, pois vou tratar hoje do nosso profundo, triste, amargo e doloroso Estado de orfandade.
Quando Lula estava na prisão em Curitiba, uma respeitada especialista em constelações disse que a sombra de orfandade se refletia no fato de que nossa grande liderança política também traz a marca do abandono paterno.
Quem me conhece, sabe: não sou religiosa ou afiliada a qualquer corrente espiritualista, ainda que respeite todas, exceto as neopentecostalistas, que se tornaram partidos dirigidos por bandidos.
Porém, diante do que vimos na tarde do último domingo, quando um presidente abandonou, criminosa e irresponsavelmente, a quarentena diante da possibilidade de estar infectado pelo novo coronavírus, não há como menosprezar a marca indelével da orfandade, sobretudo paterna, que nos assola como nação.
O Brasil foi erigido sobre a dor da escravidão e do genocídio de povos originários e tem seu solo regado pelo sangue de pais indígenas e ancestrais arrancados aos filhos que, por sua vez, foram perpetrando nosso estado de orfandade.
Não estou aqui – não, mesmo! — a comparar aquele homem desvairado pelo fascismo a um pai.
Ao contrário, ele se me afigura muito mais a uma criança sem pai que há tempos testa os limites da Pátria.
Pátria que é mãe, mas também “pater”.
Os pais, nessa situação, somos nós, que descendemos da orfandade e do abandono da Pátria e estamos agindo com Bolsonaro como os mais condescendentes e permissivos genitores.
Estamos nos negando, coletivamente, a assumir a paternidade desta nação de órfãos.
E isso cabe a nós.
Ao não impormos os devidos limites ao liberalismo e ao neofascismo incorporados por esse governo, eleito de forma fraudulenta e que chegou ao poder como resultado do golpe de estado aplicado em Dilma Rousseff (mãe), estamos reafirmando a situação de orfandade permanente do Estado brasileiro.
É como se nos sentíssemos culpados pela nossa má formação e, assim, tivéssemos preferido adotar uma postura permissiva, deixando correr solto todo tipo de abuso que a encarnação do filho da Pátria pratica.
Desejado ou não, Bolsonaro é o filho deformado com toda espécie de desvio de caráter que se possa imaginar.
É ele que neste exato momento ocupa o trono dedicado ao filho da Pátria.
Como ele chegou aí, não está em pauta neste momento.
O que realmente importa agora é que ele está ocupando o berço, o quarto, o mosquiteiro, o talco, as fraldas, o trocador, os brinquedos e a pátria mãe do filho.
O filho  tirânico, cujas condutas demandam o basta do pai.
Sob pena desse parente do bebê de Rosemary nos impor tiranias muito mais absolutas e de mais difícil reversão do que as já impingidas.
É preciso, sim, impor urgentemente limites a esse filho da Pátria.
Ou encaramos de frente os efeitos de nossa orfandade como nação, ou sucumbiremos ao reinado do filho usurpador que muito mais orfandade nos trará.
Orfandade e ranger de dentes.
Orfandade e mais sangue negro derramado sobre nossas ruas.
Orfandade e cabeças indígenas espalhadas pelo quintal.
Orfandade e a morte do futuro de nossas juventudes.
Orfandade e a distribuição de corpos esquartejados de mulheres, mães ou não, por todo nosso território.
Orfandade e a proibição de amar a quem se queira sob pena de condenação à morte por espancamentos espumados de ódio,
Orfandade, enfim, que atingirá todas as nossas crianças, comprometendo para sempre nossa esperança e alegria.
É preciso impor limites ao filho agora.
É preciso uma imediata estratégia de contenção que englobe todos os envolvidos e responsáveis pela criação desse ser abjeto, afastando-os todos imediatamente da casa, a fim de que não a destruam por completo.
Busquemos todas formas de ajuda possíveis.
Chamemos os professores.
Chamemos os padres e os pastores.
Busquemos os especialistas em medicina, psiquiatria, psicanálise, antropologia, sociologia, arte da guerra.
Enfim, exerçamos nossa autoridade de Povo para quem existe e de quem emana o poder, nos reunindo na construção de uma imensa frente, popular e democrática, que nos coloque a salvo da orfandade hoje corporificada na figura de um filho psicopata, fascista, tirânico, amamentado e ninado por milicianos que nos roubaram a paz, pouco se importando se a pátria a quem tem por mãe subsistirá ou não aos seus desvarios.
Eu assisti, há muito tempo, um filme se não me engano com Macaulay Culkin, que retratava uma mulher que tinha um filho e passou a criar também um sobrinho órfão, um verdadeiro psicopata perverso.
Diante da tia, o sobrinho se comportava como um anjo, fazendo parecer que o filho dela era, na verdade, o desviante (arquitetando imputações ao estilo mamadeira de piroca e masturbação infantil atribuídas ao outro menino).
O atual momento me lembra da cena final, quando a mãe teve que escolher qual dos dois salvaria do precipício, já que ambos estavam pendurados, cada um segurando em uma de suas mãos.
Ao lhe caírem as fichas, ela solta a mão do sobrinho perverso disfarçado de anjo, puxando para terra firme o filho difamado.
Bolsonaro ultrapassou todos os limites.
Mas, não nos enganemos. Ele pode cometer ainda muito mais atrocidades, se não for contido, juntamente com suas babonas babás militares e demais responsáveis por ele estar aonde está.
Ou contemos essa gente agora ou a atiramos do penhasco.
O que não dá é para deixar que continuem onde estão.
O Brasil precisa de um pai que nos conduza em segurança para atravessarmos esse momento tão delicado, e não de um filho virulento que nos exponha a infecções variadas com sua insanidade fascista.
Cuidemos para que isso aconteça e que possamos sair desse estado de orfandade.
Sejamos os pais da Pátria, colocando Bolsonaro e seus asseclas em seus devidos lugares.
Amanheçamos!
E que as crianças corram livres pelas ruas.
(Tânia Mandarino, em 16/03/20)

Compartilhado do Portal "Vi O Mundo", do Jornalista Luiz Carlos Azenha, na seção "Você Escreve", disponível pelo link <https://www.viomundo.com.br/voce-escreve/tania-mandarino-precisamos-de-pais-de-verdade-e-nao-de-filhos-perversos.html?utm_medium=popup&utm_source=notification&utm_campaign=site>.

GAROTA DEBOCHA DE BOLSONARO COMO NINGUÉM



Genial e criativa irreverência de uma jovem com DNA de Dias Gomes ou Aparício Torelli (compartilhado da incansável Camarada Jandira Feghali)

A Moda do Fim do Mundo | Tom Zé



Quando Boldrin e os produtores desse DVD fizeram o projeto (em 2000), não imaginavam que um delinquente desequilibrado presidiria o Brasil e que desafiaria com sua horda de sátrapas o vírus produzido por seu amo e senhor Donald Trump... Pobre diabo, destituído de cérebro e pródigo em arroubos e destemperos!

Coronavirus não pode ser justificativa para violar os Direitos Humanos

8M: Maria, Maria - Abronca, Marina Iris, Preta Ferreira, Maria Carvalhosa



Produzido para resistir no Dia Internacional das Mulheres (no plural), o vídeo de Abronca, Marina Íris, Preta Ferreira e Maria Carvalhosa está atualíssimo na resistência e luta contra a pandemia da globalização representada pelo COVID 19.

A Vida, a Resistência e a Vitória são femininas, em todos os sentidos!

CARLA ZAMBELLI PIROU?



Se gritar pega o/a louco/a, não vai sobrar um, meu Irmão...

Quando se supõe que o desequilibrado é somente o fantoche-mor, quebra-se a cara: até a falsa beata que sempre gostou de fornicar no gabinete (palavras de quem a conhece como ninguém) adere à alienação palaciana e (sic) "desafia" o vírus a lhe mostrar o contrário do que seu "mi(n)to".

A bolsa ou a vida!



Presidente do Instituto de Estudos Latino-americanos, o Professor Nildo Ouríveis explica os verdadeiros desdobramentos da crise pré-existente do capitalismo, ainda mais na periferia (onde nós nos encontramos). 

URGENTE: FORMIGUEIRO DA TIMES SQUARE, NO EUA, FICA DESERTO POR CAUSA DE ...



Deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) posta imagem de satélite focando a Times Square, coração financeiro de Nova York e verdadeiro formigueiro humano, no dia 17 de março de 2020, quando o flagrante de esvaziamento estonteia qualquer pessoa minimamente conectada com a realidade...

Bolsonaro pode ser impichado por desequilíbrio emocional?

Bolsonaro avaliza manifestação pró-golpe, flerta com impeachment e "danç...



NÃO É DEMAIS VOLTAR A POSTAR.

NO RASTRO DO CAPETÃO HÁ UM FÉTIDO ODOR DE ÓDIO, RECALQUE E MORTE.

SE NÃO O FIZER ANTES, RONDA-LHE O MESMO DESTINO DE MARIELLE, ADRIANO E BEBIANNO. COISA DE FORA-DE-LEI, MILICIANO OU MELIANTE BARATO...

SITUAÇÃO SE TORNA GRAVÍSSIMA!!! TODOS SE UNEM PARA DERRUBAR BOLSONARO

PELA MEMÓRIA DE MINHA MÃE ALICE (Fabiane Albuquerque, Socióloga)

Pela memória de minha mãe Alice

O Patriarcado matou minha mãe. É assim que quero começar contando a sua história e honrar sua memória, pois em vida aniquilaram sua existência, seus sonhos, sua afetividade, suas emoções, sua sexualidade e sob seu corpo impuseram um peso que ela não dera conta de carregar. Parou de respirar aos 35 anos, devido a um câncer que a consumiu. Mas a doença foi apenas o pretexto para morrer, pois por dentro, ela já estava morta, o patriarcado e suas agências a mataram.
Por Fabiane Albuquerque, enviado para o Portal Geledés
Foto encontrada na revista da cidade de Corinto em 2007, enviada por um anônimo
Alice, de uma beleza e sorriso incríveis, nascida em Corinto, interior de Minas, filha de Lurdes Gonçalves, mulher negra, filha de escravizados, que aos 9 anos fora dada a uma família de fazendeiros depois de ficar órfã e vira todos os irmãos e irmãs serem distribuídos a famílias abastadas que os fizeram de servos, salvo dois ou três deles. Avelino de Oliveira era seu pai, homem branco, sem posse alguma, cujo único privilégio era aquele de exercer seu poder sobre as mulheres da sua família, e o fizera de forma tirana e covarde. Minha mãe estudou pouco, acho que até o 4 ano do ensino fundamental. Pobres não estudavam na época porque precisavam trabalhar e servir àqueles que estudavam. Engravidara ainda mocinha, de um homem rico da cidade. Homens ricos se casavam com mulheres ricas, de preferência que haviam resistido virgens até o altar. Não fora o caso de minha mãe.
Disseram a ela que sua vida acabara ali. E acabou mesmo. O homem, “cidadão de bem” não assumiu minha irmã e ninguém o culpou ou o cobrou por isso, afinal, era homem, diziam. Minha mãe, “desonrada”, carregou esse estigma no corpo e na alma por ter apenas feito sexo e engravidado. Meu avô a expulsara de casa, ele, que de conduta moral não havia nenhuma, dava em cima de todas as mulheres e usava seus corpos como objetos. Todos os tios e tias ficaram contra ela, os mesmos que tiveram filhos fora do casamento. Inclusive, um deles, orgulhoso de dizer a todos que “mulher e filhas minhas não trabalham fora”, deixara morrer de fome uma filha que não assumira e que até o último suspiro de vida, escrevera para pedir-lhe ajuda. A cidade inteira a difamou, fora marcada e carregava esse estigma por onde ia, aquele de “mulher fácil”. Os homens que se aproximavam dela sabiam disso e, se tem uma coisa que o patriarcado faz bem, é unir os homens para defender e garantir seus privilégios, inclusive aquele de usufruir ilimitadamente do corpo das mulheres e as culpar por isso, sucumbindo-as e humilhando-as para melhor dominá-las e se beneficiar da sua subordinação.
Os homens a viram como uma mulher que não servia para casar, para apresentar à família, mas apenas para tirar proveito da sua condição, enquanto “aquelas de família”, as mulheres “virgens” eram levadas ao altar, valorizadas por carregarem um pedaço de hímen dentro da vagina. Aquelas que se afastaram de minha mãe e ajudaram a jogá-la na “fogueira” da difamação receberam um “biscoitinho” de recompensa, ou melhor, uma falsa “proteção” dos homens, da família, da igreja e da sociedade. Aguentavam caladas as traições, muitas vezes até mesmo a violência física porque no fundo, precisavam manter a instituição, pois fora dela, vide o caso de minha mãe, a mulher valia menos que um cachorro. Por onde ia ela era apontada como exemplo daquilo que uma mulher não deveria ser. Nem posso imaginar sua solidão, sua vida e seus desejos aniquilados por uma imagem que fizeram dela pela única razão de ter transado e engravidado fora da hora da sociedade. Minha mãe foi punida porque ousara gozar sem a permissão dos homens, sem a bênção da igreja e sem a família entregá-la como um pacote no altar para outro homem dominar.
Até que um “forasteiro” aparecera na sua vida e resolvera casar-se com ela, meu pai. Meu pai veio do sertão da Paraíba, onde as pessoas não tinham tempo de controlar a virgindade das mulheres porque estavam ocupadas demais com a fome, a seca e a dureza da vida. Um dos meus tios até hoje acredita que ele é estrangeiro, que não é brasileiro, porque chegou com um sotaque diferente e um sobrenome que ninguém conseguia pronunciar direito, “Albuquerque”. No dia em que minha mãe o levou para conhecer a família, meu tio, segundo ele mesmo, o chamou num canto e disse: “Olha, aqui não tem essa coisa de namorar, não. Você sabe que ela não vale mais nada, né?” E se casaram. Minha mãe se casou porque a vida de mulher sozinha, com um filho, era um inferno, não porque o amara, mas porque pensara que o casamento lhe traria a paz que não tivera. Meu pai, que até então não havia dividido as mulheres entre aquelas que valiam (virgens) e aquelas que não valiam (não virgens), percebera que havia ganhado de presente, da própria família de sua esposa, uma “carta na manga” para ser usada sempre que lhe fosse conveniente para humilhar minha mãe, mantê-la sempre submissa e silenciada. Assim, a cada briga ele soltava: “Mas você não valia nada quando me casei com você”. Acho que minha mãe acreditou nisso porque o que me lembro dela, era o sorriso apagado, um rosto triste e um olhar distante, sobretudo à noite, quando ficava em silêncio olhando o céu e as estrelas. Talvez se perguntasse onde estava Deus, que também era um macho que a fizera mulher e a punira por transar.
Eu tinha apenas 7 anos quando minha mãe faleceu, não tive tempo de conhecê-la, de abraçá-la e de dizer-lhe que a culpa não era sua, jamais foi sua.
Eu nunca pude falar da minha mãe em família, eu sequer pude viver o luto pela sua morte, pois o estigma e o tabu em torno da sua sexualidade nos enterraram num silêncio profundo. Eu e minhas irmãs fomos vigiadas, controladas na nossa sexualidade para não virarmos uma “Alice”. Que crueldade! A mulher que me dera a vida, a mulher que eu amava era a mesma que eu deveria lutar para não me tornar igual. Lembro-me de uma vez em que fui numa festa do colégio, aos 14 anos, e minha tia me viu beijando um rapaz. Não sei de onde ela tirou tanta raiva, fúria e me dizia que eu estava me tornando como minha mãe. Assim, ela saiu pela família contando o meu “pecado” de ter beijado um garoto da minha idade numa festa de colégio.
Quando minha mãe faleceu, minha irmã achou um bilhete seu no caderno da escola com as seguintes palavras:
“Meus filhos, tomem cuidado com a falsidade do mundo”.
Era isso. Era só isso o que ela tinha pra falar e pra nos deixar como conselho de vida, e ao mesmo tempo, era tudo isso. Ela experimentara essa falsidade na pele, essa hipocrisia do mundo, cuja família, igreja, Estado e tantas mulheres, trabalhavam arduamente para manter, que era a dominação masculina sobre o corpo das mulheres e sobre suas existências. Ela não soube que essa falsidade se chama Patriarcado, não tive tempo de contar isso para ela e que eu experimentei e experimento todos os dias, mas por ela, por mim, por minha avó decidi enfrentá-lo, assim como todos aqueles que tentam me controlar o corpo, o gozo, o desejo e as escolhas.
Foi somente saindo de casa que consegui falar dela, que consegui olhar para minha mãe, resgatar sua memória, entender sua história, sua vida e sua morte. Sou imensamente grata à todas as mulheres feministas que li, que conversei, que ouvi e que me devolveram minha mãe a mim mesma, com um orgulho que me faz gritar ao mundo que quem deveria se envergonhar pelas pedras jogadas contra ela, são aqueles que a jogaram.
Hoje é Dia Internacional da Mulher. O número de feminicídio no Brasil cresceu em 2019 e a tendência é piorar. Olhando os motivos das mulheres serem mortas por seus maridos, namorados, amantes, vê-se que é porque elas terminam o relacionamento e eles não aceitam. O que tem de novo no nosso tempo? Muitas mulheres mudaram e mudaram juntas. Nossas avós ficavam até morrer, apanhando ou não, nossas mães também. Porque a igreja mandava, a família mandava e ninguém a apoiava (salvo raras exceções). Quantas mulheres de olho roxo saíram de casa e os pais mandaram de volta! A mulher era um objeto que o homem adquiria virgem e era dele pra sempre. Esse homem não mudou, nόs é que mudamos. E cada vez mais estamos pulando fora. Bateu o desespero nas Igrejas, bateu o desespero nos homens. Estão fazendo de tudo para que a mulher fique a qualquer custo nos casamentos. As mulheres estão pagando com a vida por romper essa lógica. Não tem governante que impeça, não tem pastor ou padre que impeça, não tem ministra que impeça. Cruzamos a linha que nos queriam submissas e obedientes. É irreversível do lado de cá.
Mãe, o mundo é falso sim, mas muita coisa mudou desde que você se foi. Ele não conseguiu me dobrar. Vi coisas lindas que queria que você tivesse visto, mas não deu tempo. E pela sua memória, por aquilo que tiraram de você, ainda tão menina, eu me reinventei: eu posso gozar sem culpa, colocar limites nos homens, denunciar, embora ainda tentem nos deslegitimar e até nos matar. Estamos resistindo, mãe. Eu resgatei a sua histόria, aquela de minha avό e a minha e as ressignifiquei. Te honro e devolvo aos seus algozes a imagem deles mesmos, da prόpria perversão e dos seus instintos mais baixos, do vazio que representam e as suas frustrações que tentaram jogar para cima de você. Sua bênção, mãe.
Fabiane Albuquerque é sociόloga, pesquisadora e inevitavelmente feminista.
Compartilhado do Portal Geledés, Instituto da Mulher Negra (Salvador, BA), disponível pelo link <https://www.geledes.org.br/pela-memoria-de-minha-mae-alice/?utm_source=pushnews&utm_medium=pushnotification>.

segunda-feira, 16 de março de 2020

CUT ORIENTA ATOS DO DIA 18: NADA DE AGLOMERAÇÕES



"A Executiva Nacional da CUT divulgou nesta sexta-feira (13) comunicado interno orientando as entidades filiadas a manterem as greves aprovadas para o dia 18 de março. Em função da pandemia da novo coronavírus (COVID-19), a CUT orienta também suas entidades e não realizarem manifestações com aglomerações de pessoas nesta data."

CORONAVÍRUS LA FORA, AQUI PODEMOS CHAMÁ-LO DE CAPETAVÍRUS


CORONAVÍRUS LÁ FORA, AQUI PODEMOS CHAMÁ-LO DE CAPETAVÍRUS...

Alucinado, aquele ser contraditório que muito bem representa as pessoas que padecem do mal do recalque, do ressentimento social e da inveja, dá mau exemplo, desobedece orientações médicas e prevarica, levando a tiracolo um bajulador que preside a ANVISA para participar de ato contra a democracia. Tudo isso um dia depois de seu maior aliado, Gustavo Bebianno, ter amanhecido morto e ele e sua familícia não terem enviado sequer uma coroa de flores ou mensagem de conforto à família do ex-amigo falecido. Coincidência?

Pobre elite, tão rastejante perante a Casa Branca e tão desalmada perante seu próprio povo...

No momento em que o Planeta tenta se proteger do perigo iminente de um vírus cuja origem ainda desperta muita dúvida (não dista o dia em que haveremos de nos surpreender com a elucidação de ter eclodido na China depois do impedimento por ela e a Rússia de uma invasão de Donald Trump ao Irã) e países pequenos como a Bolívia proporcionam exemplos de como lidar com um perigo dessa magnitude, a maior autoridade do Brasil ainda não se apercebeu de seu papel de estadista e desobedece as recomendações médicas para engrossar as hordas de alucinados que incitam facínoras pró-ditadura para amedrontar membros das instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal, a Câmara de Deputados e o Senado da República.

Não bastasse o bizarro comportamento no exterior -- comparável ao de ditadores como Ferdinando Marcos, Papa e Baby Doc ou Idi Amin Dada, para citar alguns -- do capitão que só não virou desertor pela benevolência do ministro do Exército Leônidas Pires Gonçalves que no primeiro governo pós-regime de 1964 o poupou da humilhação de enxotá-lo da caserna e relevou seus graves atos de indisciplina dentro da carreira, o atual inquilino do Palácio da Alvorada demonstra seu total despreparo para o exercício do mais importante cargo da República e vive a cometer impropérios, gafes, pataquadas e quetais sem o menor comedimento, de causar vergonha aos mais incautos e alienados seres da nação.

Não bastasse o acinte com que descumpre recomendações médicas para conter o ciclo de contágio do temido coronavírus -- afinal, ainda se encontra no resguardo de alguém cuja contraprova não foi concluída --, incita matilhas de insanos/as a se aglomerarem em todo o país a protestar contra as instituições que asseguram a sobrevivência, ainda que tênue e apequenada, de nossa frágil e indolente democracia para inglês ver (porque na hora de fazer valer o Estado Democrático de Direito nas periferias urbanas, reservas indígenas e campos e florestas pelo país afora, ficamos sabendo que não resiste a qualquer enfrentamento).

Ainda que vivam a dizer que foi Deus quem elegeu este desequilibrado para afundar de vez o país, fatos como as relações promíscuas, sobretudo dos filhos, com líderes milicianos no Rio de Janeiro e a injustificável e acintosa indiferença com o falecimento do deputado federal e ex-presidente do Partido Social-Liberal (PSL 17) Gustavo Bebianno, aquele que viabilizou a inimaginável eleição de um inepto à Presidência da República em 2018, levam a crer que, sem dúvida, este é governo de insanos/as, delinquentes e fundamentalistas que não vivem a realidade, afrontam o legado de Jesus Cristo e, sobretudo, contaminam a laicidade republicana, que nem nos tempos imemoráveis de mandatários obscurantistas havia sido rompida.

A cidadania não tem por que se sentir acuada pelos/as sequazes das legiões de delinquentes que formam suas hordas de milicianos e outros meliantes a amedrontar acovardados/as inexperientes. Cabe às mesmas gerações que, em sua juventude, tiveram a altivez de desmascarar o totalitarismo travestido de “democracia” e encerrar o período de arbítrio e obscurantismo em 1985, nesta hora crítica tomar a iniciativa e sem hesitação debelar a conspiração contra o Estado Democrático de Direito. Porque a Democracia, ao lado da Soberania, é patrimônio nacional e qualquer incitação contra ela, parta do setor que for, deve ser contundentemente repudiada.

Finalmente, diante de reiterados atos tipificados como desvio de função, prevaricação, mau exemplo e uso irregular do cargo para intimidar, amedrontar ou até ameaçar pessoas ou setores da sociedade e atentar contra a saúde pública, passou da hora de recorrer às instâncias internacionais para enquadrar este delinquente compulsivo e interditá-lo ao declarar a sua total incapacidade para continuar no cargo. Não é admissível que cidadãos/ãs probos/as, no gozo pleno de suas faculdades mentais e conscientes da gravidade do momento, permaneçam inertes e plácidos/as às portas da barbárie que atenta a sobrevivência da nacionalidade.

Em síntese, enquanto lá fora a ameaça é o coronavírus, no país do governante alucinado o risco é ainda maior e atende pelo nome de capetavírus. Como o capitão frustrado delira incrédulo ao se ver comandante-chefe de toda uma nação e suas diversas autoridades que silenciam ante de seus desvarios piromaníacos. Interdição já!

Ahmad Schabib Hany

sábado, 14 de março de 2020

UM EXEMPLO DA BOLÍVIA NO ENFRENTAMENTO AO COVID 19


UM EXEMPLO DA BOLÍVIA NO ENFRENTAMENTO AO COVID 19

Não basta lavar as mãos, é preciso reduzir a concentração de pessoas para conter o contágio pelo coronavírus para não saturar o sistema de saúde e assegurar assistência médica com dignidade a todos/as os/as infectados/as.

A despeito de excessos de caráter ideológico e eleiçoeiro, próprios de um governo golpista que procura legitimar-se a qualquer preço (como a proibição de passageiros oriundos da China, Coreia do Sul, Itália e Espanha), a Bolívia está dando um exemplo digno de ser imitado: a suspensão de atividades educativas, esportivas, culturais, comerciais e, pasmem, religiosas, num sério esforço de conter o contágio em escala multitudinária (caso da Itália e Espanha). É bom que se registre que a iniciativa partiu de governos departamentais de Santa Cruz e Oruro, que fazem oposição à autoproclamada presidenta e candidata à reeleição Janine Áñez, ex-senadora pelo departamento amazônico do Beni (Norte do país).

É louvável a iniciativa da mídia difundindo hábitos de higiene para a prevenção da disseminação do coronavírus em nosso meio, como lavar as mãos e espirrar cobrindo com o braço para reduzir o risco de contaminação. Mas, diante do reconhecimento pelas autoridades sanitárias de que já se atingiu o estágio da chamada contaminação sustentável ou comunitária da pandemia -- quando o contágio deixa de ser identificado como oriundo de alguém que viajou ao exterior ou teve contato com alguém que viajou ao exterior e a infecção deixou de ser identificada em sua rede de contágio --, passou da hora da suspensão de atividades que levem à concentração de pessoas de quaisquer idades, sejam elas educacionais, culturais, esportivas, em locais de trabalho, de lazer, comércio, turismo etc.

Primeiro porque nossos equipamentos de assistência médica mal conseguem atender à demanda em tempos de epidemias já conhecidas, como dengue, influenza, H1N1 e suas variações sazonais, além do crescente número de vítimas com traumatismos decorrentes dos elevados acidentes de trânsito registrados nos últimos meses. Lamentavelmente a não aprovação pelo Ministério da Educação, em 2017, da abertura do curso de Medicina pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul em Corumbá contribuiu para a precarização dessa infraestrutura. É que com a oferta de um curso de Medicina, haveria a necessidade da construção de um Hospital Universitário e a instalação de laboratórios e clínicas (ainda que privadas) equipadas com tecnologia de ponta, resgatando o papel de Corumbá de referência em saúde para cidades vizinhas como Miranda e adjacências.

Nestes dias precisei, durante a madrugada, acompanhar minha pequena ao pronto-atendimento de um conhecido plano de assistência médica e pude ver, a despeito das modernas instalações e de uma hotelaria digna de grandes centros, as limitações no tocante ao número de médicos em regime de plantão: apenas um profissional para atender urgências e emergências, fossem crianças, idosos e adultos (não saberia dizer se é o mesmo profissional que assiste os pacientes internados e se há reforço quando a demanda aumenta, como tem acontecido nas semanas posteriores ao carnaval, até por conta da dengue, influenza e da chamada síndrome viral que praticamente acometeu todos nós nestes dias).

Minha Companheira, que foi muito bem atendida no Pronto-Socorro Municipal no final de semana passado, também viveu o congestionamento dessa instituição e o evidente esgotamento físico dos profissionais de plantão. Isso, aliás, levou à chamada em caráter de urgência de reforço de mais um médico, provavelmente o próprio titular da Secretaria Municipal de Saúde. Leve-se em conta que isso vem ocorrendo atualmente, quando não houve -- pelo menos por enquanto (e esperamos que continue assim por muito tempo) -- qualquer registro de alguma pessoa com o COVID 19.

Pela experiência demonstrada em países com mais recursos tecnológicos e operacionais na área de saúde, sabe-se que pelas características das pessoas acometidas pela pandemia, cuja origem algum dia será revelada e haverá de causar surpresa a todos, o número de leitos para o isolamento de pessoas atingidas pelo COVID 19 e, a depender da faixa etária e da existência de comorbidade, sobretudo, do número de leitos de terapia intensiva (CTI) deverá ser aumentado, e isso precisa ser feito com a maior brevidade possível, sob pena de cairmos no cruel sorteio dos “mais urgentes” em detrimento dos preteridos por razões óbvias, a falta de leitos ou equipamentos adequados.

Ante essa realidade insofismável é prudente, de modo a evitar a verdadeira explosão de casos de acometidos pela infecção como na Itália e Espanha (para citar países europeus que a mídia noticia mais), que as autoridades setoriais de Educação avaliem a possibilidade de suspender temporária e previdentemente as atividades letivas, apresentando algumas ações de apoio a serem realizadas pelos pais ou responsáveis enquanto as aulas não são retomadas em segurança sanitária para o público escolar. Num contexto como este em que nos encontramos, é fundamental a participação, sim, das autoridades sanitárias locais e inclusive dos Ministérios Públicos Estadual e da União.

Como, em sã consciência, autoridades locais, estaduais e federais, cientes da precariedade do sistema de saúde, prejudicado ainda mais pelos cortes promovidos a partir de 2017 (Lei do Teto dos Gastos Públicos e cortes impensados pelo atual governo federal e seguido pelas instâncias municipal e estadual), se aventuram a um improviso -- ou, na melhor das hipóteses, a uma liberalidade -- em que vidas estão em jogo explicitamente?

Portanto, não basta lavar as mãos (em todas as acepções), é preciso conter as possibilidades reais de contaminação por meio de concentração de pessoas de todas as faixas etárias e em todos os setores (educacional, esportivo, cultural, turístico, comercial, de lazer, trabalho etc). Mais que estratégia, trata-se de assegurar qualidade de assistência médica e vida à população, já aviltada em uma série de direitos surrupiados em nome de uma modernidade que há décadas não deu certo, e que atende pelo nefasto nome de globalização.

Ahmad Schabib Hany