domingo, 19 de maio de 2019

IMBECILIDADE POUCA É BOBAGEM...


IMBECILIDADE POUCA É BOBAGEM...

O mandato presidencial 2019-2022 entrará para a história, sobretudo, pelo explícito desprezo da sensatez, do equilíbrio e, sobretudo, do convívio democrático. Como é possível teimar em reincidir na imbecilidade, na bizarrice e no contubérnio explícito de uma família de idiotas deslumbrados quando um país-continente como o Brasil vai perdendo credibilidade junto ao concerto das nações e despencando nos índices duramente atingidos no contexto de um mercado volátil cuja voragem é de fazer inveja aos abutres mais impiedosos?

O atual inquilino do Palácio da Alvorada e a maioria de seus sinistros -- encabeçados por Sérgio “Conje” Moro, Abraham “Kafta” Wintraub, Damares “Frozzen” Alves, Ernesto “Ocde” Araújo e Paulo “Pinochet” Guedes -- são pródigos na curiosa “arte” do absurdo (por favor, não confundir com o teatro do absurdo, dignamente criado e desenvolvido, em plena resistência contra o regime de 1964, pelo eterno e terno dramaturgo brasileiro Augusto Boal, de saudosa memória), e passam a maior parte de seu tempo em controvérsias desnecessárias, para saciar a sede do titular que os nomeou como que quisesse replicar o fantoche encarnado em sua própria essência mal resolvida.

Que o capitão que foi sem nunca ter sido jamais serviu de referência de sensatez e equilíbrio fosse na caserna ou no Parlamento, isso sempre foi uma unanimidade entre os analistas políticos. Convenhamos, entretanto, que, tendo tido a sorte de ganhar uma eleição disputadíssima sem nenhum esforço pessoal -- afinal, não participou de debates que pudessem ter avaliado sua capacidade de enfrentar desafios e de mostrar ao eleitor seu equilíbrio, ou melhor, a falta de equilíbrio --, poderia se dar ao luxo de dar o melhor de si, até para provar que até ele pode evoluir e ser digno de credibilidade, opinião que os próprios filhos demonstram reiteradas vezes não comungar.

Cá pra nós, momento de vacilo, de idiotice, quem não teve na vida? Creio que até o genial Albert Eintein deva ter tido. Ser humano que se preste, que tente acertar, comete erros e mais erros, mas sempre no afã de acertar. Lamentavelmente, pelo que se depreende das atitudes dos últimos 140 dias de governo -- digo, de desgoverno --, não é o caso da dinarquia (a pretensa dinastia que insiste em querer governar, formada pelo núcleo familiar do ex-capitão que amanheceu eleito sem ter-se dado conta).

Não dá pra justificar tanta imbecilidade junta, e, pior, cometida coletiva e simultaneamente. Quando parece quererem engrenar, os membros deste desgoverno, ajuntamento de avis raras, conseguem fazer o trem descarrilar sem dozinha ou compaixão, parecendo coisa de inimigo! Até os membros da oposição se sentiram no dever de dar um “ajutório” diante da tragédia anunciada, e correm atrás de medidas institucionais que atenuem, senão evitem, as péssimas repercussões de tanto desatino...

Obviamente, não tendo havido um fio condutor, uma idéia-força, que unificasse organicamente tantos “do contra”, tantos exímios “conspiradores”, ficou difícil organizar, articular, um amontoado de especialistas em (sic) “detonar” tudo para governar com tirocínio e galhardia... Afinal, quem é o capetão que foi sem nunca ter sido? Um especialista em disparates nos 27 anos de uma medíocre carreira parlamentar em que parecia mais um lobo solitário, um ovo da serpente que os golpistas permitiram que fecundasse e os engolisse graças às articulações dos filhos igualmente especialistas me conspirações, que procuraram a ajuda de Olavo de Carvalho, Steve Bannon e John Balton e acabaram vendendo a alma (e o rico patrimônio brasileiro) para os abutres de Donald Trump e de Benjamin Netanyahu...

O problema real é que esse excesso de amadorismo e improviso está custando vidas humanas para o País e muito caro para o mercado brasileiro, apoiador incondicional dessa incógnita que se revela perigosíssima para os interesses nacionais. Daí por que o crescente apoio estratégico ao general-vice-presidente, Hamilton Mourão, pois não é qualquer um que vira general e, mais, para ser general com o currículo de Mourão é para pouquíssimos, essa é a verdade. É por isso, também, os ataques reincidentes dos filhos do capitão, cada vez mais rasteiros.

Ou o Brasil para essa aventura suicida, ou a aventura suicida parará o Brasil, mas com estragos irreversíveis a curto e médio prazo. Se o Povo não continuar a se manifestar nas ruas contra os sucessivos absurdos propostos, anunciados e decretados por alguém que jurou respeitar e fazer respeitar a Constituição Federal, mas o que faz desde que tomou posse é atropelá-la e alterá-la ao gosto e sabor de seu desvario e de interesses inconfessáveis, atendendo a compromissos dos que, do exterior, permitiram a um custo inaudito sua eleição.

Porque o Povo Brasileiro, este sim, merece respeito. Não apenas por ser a maior riqueza do Brasil, mas porque não há soberania nacional, não há Estado, sem povo: a História registra várias invasões estrangeiras em nome disso. Por acaso alguém esqueceu a consigna sionista, de “uma terra sem povo para um povo sem terra”, de Theodor Herzl e David Ben Gurion? A mesma Israel de Benjamin Netanyahu e das empresas especializadas em manipular eleições está, por coincidência, a apoiar o projeto de barbárie preconizado pelos estafetas de Donald Trump, ao lado da cobiçada Venezuela com as maiores reservas de petróleo e gás natural e do território em que estão as maiores reservas de água doce do Planeta (Aquífero Guarani) e os biomas mais cobiçados do mundo (Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Chaco). Imbecilidade pouca é bobagem...

Ahmad Schabib Hany

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