AULA DE CIDADANIA
Neste
15 de maio de 2019, que passa para a História como Dia Nacional de Defesa da
Educação, a juventude brasileira deu uma verdadeira aula de cidadania numa
eloquente resposta a um sinistro da deseducação recalcado que tão logo assumiu
começou a destilar fel e intrigas a queima-roupa. Além de fazer acusações
levianas ao comportamento dos milhões de universitários e estudantes dos institutos
federais de todo o País, Abraham Wintraub cortou (depois veio com essa de que
“contingenciou”) mais de 30% das verbas discricionárias do orçamento da
Educação, e teve o cinismo de dizer que a medida decorrera da (sic) “tragédia” causada pelos governos
anteriores e, pior, que o mal-entendido foi fruto de má-fé da oposição ao
governo de seu chefe.
Tal
sinistro, tal tiranete... No exterior, mais uma vez, o capitão que foi sem
nunca ter sido (era tenente quando lhe foi dada uma saída honrosa da caserna)
usa os holofotes para mostrar seu despreparo, desequilíbrio e destempero (é o
tal presidente 3D): em mais uma demonstração de total desconexão política,
chama, logo cedo, antes do encerramento dos protestos, os manifestantes --
professores, pesquisadores, cientistas, estudantes, servidores da Educação e
demais brasileiros de todas as idades e categorias profissionais -- de “idiotas
úteis” e “imbecis”, e os desafia a irem pra cima dele.
Resultado:
centenas de milhares -- senão milhões -- de brasileiros indignados retomaram,
com civilidade, altivez e urbanidade, o protagonismo da história depois que
energúmenos e assemelhados, como fantasmas saídos de uma anacrônica caixa de
Pandora, começaram a desmontar o Estado brasileiro e a destruir todo o
arcabouço jurídico nacional, construído com muito esmero e dignidade antes e
durante a Assembleia Nacional Constituinte e os trinta anos posteriores, entre
1985 e 2018. Aliás, o que Wintraub chamou de tragédia em sua conturbada
passagem pelo plenário da Câmara dos Deputados, no mesmo dia das manifestações,
são as conquistas pós-1988, sobretudo os mínimos orçamentários constitucionais
para a Educação, o fluxo financeiro fundo-a-fundo, as ações afirmativas (entre
elas a política de cotas sócio-raciais e de acessibilidade econômica por meio
das bolsas de permanência, de iniciação científica e de financiamento em
instituições privadas), além do caríssimo princípio do controle social das
políticas públicas.
A
propósito, o que esse governo de recalcados fez até o momento, além de ficar
espalhando “fake news” e discórdia pelas redes sociais e de destruir sem pudor
nem comedimento tudo o que foi conquistado com denodo desde 1988, além de
entregar a preço de banana o patrimônio brasileiro? Absolutamente nada,
n-a-d-a... Movidos por um estranho ímpeto destrutivo e de vingança, em todo
este tempo seus bizarros membros passaram brigando entre si, ofendendo o povo
brasileiro dentro e -- principalmente -- fora do Brasil, como quando o atual
ocupante do Palácio do Planalto teve a irracionalidade de dizer que o povo
brasileiro precisava aprender com os israelenses a ser como eles são, ou como
quando o ex-sinistro da deseducação Ricardo Vélez teve o despropósito de dizer
que o brasileiro era ladrão e (sic) “canibal” e a nada comedida sinistra da
Família Damares Alves, aquela que revelou ter encontrado “Jesus na goiabeira”,
descobriu que as princesinhas Frozzen Ana e Elsa são (sic, sic) lésbicas...
Insuperáveis,
mesmo, são as declarações do sinistro do Estrago Paulo Guedes, de que gostaria
ver a fusão do centenário Banco do Brasil com o seu concorrente Bank of America
(privado e altamente predador, um verdadeiro abutre das ações de empresas
brasileiras estatais e privadas de capital aberto), do sinistro da Injustiça e
Insegurança Pública Sérgio Conje Moro -- aquele super-herói decadente da Leva
Jeito, lembram-se? --, de que na dúvida todo cidadão é suspeito até provar o
contrário e de que os agentes de segurança estão liberados para executar as
pessoas no exercício de suas funções “porque não dá para saber quem é bandido”
(o que evidencia o total distanciamento dos cânones do Direito garantista que
norteia a Constituição e o Estado brasileiro).
Daí
que, como inimigos declarados da (sic)
“balbúrdia” -- o delicioso burburinho da liberdade e do progresso, para nós,
amantes da democracia e da Vida --, esses nefandos cultores da “paz dos túmulos”
e proxenetas das trevas, verdadeiros mefistofélicos, se incomodam com a luz do
saber, da ciência, da evolução. É que, simpatizantes dos ideais neofascistas
(para não dizer medievais), têm como propósito maior nesta sua intervenção
destruir o passado (a Previdência Social), o presente (a Saúde, a Assistência
Social e os Direitos Humanos, sobretudo os trabalhistas) e o futuro (a
Educação, a Cultura, a Ciência e Tecnologia e o Meio Ambiente). Em vez de
civilização, querem a barbárie, para entregar as maiores riquezas do País -- o
Povo e suas riquezas naturais -- a seus amos e senhores, sediados em Washington
e Tel-aviv. Como, aliás, fizeram os colonizadores: “pagãos não têm alma,
portanto não são dignos da vida”, segundo a História registra e não há como
negar.
Ahmad Schabib Hany
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