quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Alberto Cortez - Sabra y Chatila

SOLIDARIEDADE CORUMBAENSE, 47 ANOS ATRÁS

Solidariedade corumbaense, 47 anos atrás

Cosmopolita secular, Corumbá (Ladário também) protagoniza desde o início da Nakba, na década de 1940, a solidariedade ao Povo Palestino, formalizada em 1987 com a criação do Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino Jadallah Safa.

Nesta quarta-feira, 27 de novembro, transcorrem os 47 anos de criação do Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino Jadallah Safa -- como passou a se denominar depois da eternização em São Paulo, em novembro de 2023, por AVC durante a primeira manifestação pró-palestina após o início do genocídio a Gaza, do querido e incansável ativista palestino que residiu em Corumbá nos anos 1980. Não por acaso, a década de 1980 foi fértil para a Causa Palestina no coração do Pantanal e da América do Sul: o Camarada Jadallah, sempre presente, era ativista incansável, além de grande articulador, a tornar Corumbá conhecida no Mundo pelos eventos feitos com sua imprescindível participação.

O à época presidente da Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira em Corumbá, Najeh Abdel Hamid Mohd Mustafa, assim que assumiu a entidade, constituiu uma equipe para tratar do planejamento e realização da Primeira Mostra da Cultura Árabe-Palestina, que levou dois meses para ser preparada e outros 60 dias em exposição ao público, nas dependências da Biblioteca Pública Estadual Dr. Gabriel Vandoni de Barros, sob gestão da Biblioteconomista e Professora Elenir Machado de Mello. O diretor da Casa de Cultura Luiz de Albuquerque, saudoso Doutor Lécio Gomes de Souza, aprovou de imediato a realização do evento, tendo disponibilizados três funcionários da instituição -- os queridos Carlos Augusto Canavarros, Dona Regina Siqueira e Dona Therezinha Silva, além do apoio de seu assessor, o saudoso e querido Poeta Rubens de Castro, o popular Baiano.

Naquela época não havia internet e o acesso à vasta cultura árabe-palestina estava restrito ao acervo de algumas famílias de imigrantes árabes. Daí por que levou tanto tempo para ser preparada, eis que documentos, fotos, livros, telas, esculturas, artesanato, utensílios domésticos, indumentária e peças emblemáticas da milenar cultura palestina precisavam ser literalmente garimpados, família por família, inclusive sírias, libanesas e jordanianas. Além de Najeh e Jadallah, os Irmãos Nasser e Munther Safa, o Amigo Yahya Mohamad Omar e seu saudoso Tio, Seu Khamis Abdallah Suleiman, deram importante apoio, corroborado pelos saudosos Seu Soubhi Issa Ahmad e Seu Mahoma Hossen Schabib, meu querido Pai.

Sem dúvida, a dedicação, experiência e disciplina da querida Lena Machado de Mello foi determinante para a consecução do intrincado quebra-cabeça, como foi a preparação dos objetos domésticos e pessoais para virarem peças da mostra cultural. Seu conhecimento de docente e pesquisadora universitária (interrompera seu doutorado na Universidade de São Carlos, no interior de São Paulo, para assumir sua função de biblioteconomista no ILA) propiciou a concretização do projeto, em que todo final de expediente era checado ponto por ponto, a fim de não faltarem dados pormenorizados. Para completar a diversidade da mostra, foram requisitadas do Escritório de Representação da OLP em Brasília algumas peças de um acervo de que dispunham para eventos do gênero, em sua quase totalidade peças em madre pérola que tão logo encerrou a mostra foram devolvidas para Brasília, conforme orientação recebida no ato do empréstimo desse acervo.

Para a elaboração de cada etiqueta de identificação de objeto/peça, foi necessária uma pesquisa detalhada, inclusive consultando a memória dos mais velhos. Além de idoso, meu Pai tinha uma biblioteca em árabe bastante diversa e representativa das diferentes culturas que compõem a complexa e rica cultura árabe. Para atender a todos os quesitos estabelecidos por Lena foi preciso muito estudo, paciência e persistência -- o que tornou aquela equipe mais integrada e confiante. Aquilo que não fosse possível verificar naquele momento, ficava como ‘tarefa de casa’ a pesquisa a parentes ou até pessoas de outros países, que por telefone se prestavam a essa colaboração.

À exceção do governador Marcelo Miranda e seu vice George Takimoto, que estavam na data em Brasília, participaram da solenidade de abertura o prefeito Fadah Scaff Gattass, o secretário de Estado da Cultura Humberto Espíndola e o então diretor-executivo da Fundação de Cultura de MS Cândido Alberto da Fonseca, a diretora do Centro Universitário de Corumbá Professora Gisela Levatti Alexandre e o representante da Câmara Municipal Professor Valmir Batista Corrêa, acompanhado da Professora Lúcia Salsa Corrêa, então coordenadora do Curso de História. Os então secretários de Estado de Justiça, Doutor Roberto Moaccar Orro, e de Trabalho, Doutor Carmelino de Arruda Rezende, foram representados, respectivamente, pela Jornalista Margarida Gomes Marques e pelo Professor Maurício Lopo Vieira e Sindicalista Manoel do Carmo Vitório.

Esse convívio fraternal e bastante produtivo permitiu que, ao se encerrarem as atividades da Primeira Mostra da Cultura Árabe-Palestina de Corumbá, entre uma palestra e outra, fossem dadas as condições para a criação do primeiro comitê de solidariedade ao povo palestino em Mato Grosso do Sul. Com a importante ajuda do Sindicalista Manoel do Carmo Vitório e do Professor Maurício Lopo Vieira, entre setembro e novembro foram articuladas várias entidades e personalidades do Brasil e da América Latina. Assim, foi escolhido o dia 27 de novembro de 1987 e como local o anfiteatro do Centro Universitário de Corumbá para sediar o ato de lançamento do Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino, que 46 anos depois ganhou o nome de um dos fundadores, o saudoso Camarada Jadallah Safa como seu Patrono póstumo.

SABRA E CHATILA

“¿A dónde estaba el sol cuando sonaron / los ecos desatados de la ira? / ¿No será que las sombras lo apagaron / en Sabra y Chatila? / ¿A dónde estaba Dios, cuando la gente / fue sometida a hielo en las pupilas? / ¿No será que se ha vuelto indiferente / en Sabra y Chatila? / ¿A dónde estaba yo, en qué galaxia, / insensible leyendo la noticia? / ¿No seré uno más en la falacia / de Sabra y Chatila? / ¿A dónde estabas tú, con tu arrogancia, / poderoso señor que en la mochila / llevas todo el cadáver de la infancia / de Sabra y Chatila? / ¿A dónde está la voz del abogado / fiscal de la razón y la justicia? / ¿No será que sus leyes derogaron / en Sabra y Chatila? / ¿A dónde está el orgullo de los hombres, / o acaso hay que decir "hipocresía"? / ¿Por qué tanto dolor no tiene nombre / en Sabra y Chatila? / ¿De qué me estás hablando amigo mío? / ¿No ves que mi conciencia está tranquila? / ¿Qué tengo yo que ver con lo ocurrido / en Sabra y Chatila? / ¿O acaso estaba yo con los soldados / metido a la distancia, entre sus filas / aceptando los hechos consumados / en Sabra y Chatila? / Es tiempo de dictar comunicados / que limen lo espinoso de la espina. / ¿Qué harán para ocultar lo que ha pasado / en Sabra y Chatila? / ¿Qué harán para que amengüe la condena / histérica, total y colectiva? / ¿Qué harán para que cese la gangrena / de Sabra y Chatila? / Aunque yo siga ausente en mi galaxia / comentando en canciones la noticia, / el ángel del horror sigue su marcha / en Sabra y Chatila. / Deambula por Beirut y en otras lunas, / reptando sin parar, como una anguila. / Insaciable y cegado por la gula / de Sabra y Chatila. / Tal vez quiera llegar hasta mi puerta. / Quizá ya esté a la vuelta de la esquina. / Ya fue abierta la herida y sigue abierta / en Sabra y Chatila.” (Alberto Cortez, ‘Sabra y Chatila’, 1983.)

A gravação da emblemática canção do compositor argentino Alberto Cortez ecoava no anfiteatro do CEUC tão logo foi composta a mesa da solenidade. Coube ao Poeta Rubens de Castro, com sua voz potente, fazer a abertura com a declamação da versão em português, feita pouco antes do evento, como forma de homenagear as vítimas inocentes de Sabra e Chatila, um campo de palestinos refugiados na periferia de Beirute, Líbano, nos dias 16, 17 e 18 de setembro de 1982, então sob ocupação pelo exército sanguinário sionista, aliado às forças da Falange Libanesa, em que foram cruelmente assassinados milhares de crianças, mulheres e idosos desarmados e indefesos.

Compuseram a mesa de honra o Doutor Roberto Orro, secretário de Estado de Justiça; o Professor Ussema Khader, do Comitê Palestina Democrática; a Jornalista Margarida Gomes Marques, do Sindicato de Jornalistas Profissionais de MS; a Jornalista Maria Helena Brancher, do Grupo de Apoio aos Povos Indígenas (GAIN-MS); o Professor Valmir Batista Corrêa, representando a Câmara Municipal de Corumbá; a Professora Gisela Levatti Alexandre, diretora do Centro Universitário de Corumbá; o Doutor Lécio Gomes de Souza, diretor da Casa de Cultura Luiz de Albuquerque (ILA), representando o Artista Plástico Humberto Espíndola; o Poeta Rubens de Castro, representando a Academia de Letras de Corumbá; a Professora Elenir Lena Machado de Mello, biblioteconomista da Biblioteca Pública Estadual Dr. Gabriel Vandoni de Barros, representando o cineasta Cândido Alberto da Fonseca, diretor-executivo da Fundação de Cultura de MS; o Professor Maurício Lopo Vieira, chefe da Unidade Regional do Trabalho, representando o Doutor Carmelino de Arruda Rezende, secretário de Estado do Trabalho, e Najeh Abdel Hamid Mohd Mustafa, presidente da Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira em Corumbá. O Sindicalista Manoel do Carmo Vitório foi conduzido à função de coordenador da comissão colegiada do Comitê, tendo sido responsável por todos os encaminhamentos durante três anos de mandato.

Sob a consigna “A paz mundial começa na Palestina!”, o Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino desenvolve, ininterruptamente, atividades em prol da paz e da concórdia para o desenvolvimento da cultura da paz, além de vários tipos de palestra e ato público voltados para todos os públicos. Em 2002, 2005 e 2008, sobretudo, foram realizadas importantes passeatas massivas, que contaram com diversos segmentos sociais, no contexto de uma articulação conhecida por Comitê Corumbá Pela Paz, sob sua direção, participativa e protagonista da sociedade civil local. Em 2015 foi realizada, no Auditório Professor Salomão Baruki, uma atividade emblemática da qual o saudoso Jadallah Safa foi palestrante e em que foram importantes protagonistas os estudantes dos cursos superiores de três universidades com campus em Corumbá.

Ahmad Schabib Hany

sábado, 23 de novembro de 2024

PARA LEMBRAR O LÍBANO E A PALESTINA

Para lembrar o Líbano e a Palestina

Em 1977, no dia 22 de novembro, Mahoma Hossen Schabib escreveu uma emocionada crônica em que, a uma só vez, homenageava o Líbano, sob intenso bombardeio pelas forças entreguistas da Falange Libanesa, e a Palestina, ao som da saudosa cantora Fairouz e sua emblemática ‘Jerusalém’, em árabe ‘Al Quds’.

Não há como não deixar de observar o 22 de novembro sem me lembrar de meu saudoso e querido Pai Mahoma Hossen Schabib e sua inesgotável capacidade de manifestar poética e politicamente sua indignação pela traição de expressiva parcela de governantes árabes que, na trilha do nefasto Anwar Sadat, deixaram a um só tempo os povos irmãos palestino e libanês à sanha perversa do sionismo e de seus associados hachemitas e falangistas, os responsáveis diretos e indiretos pela súbita eternização de Gamal Abdel Nasser em 1970.

Assim como o Diário de Corumbá, da Família do saudoso Jornalista Carlos Paulo Pereira, a Rádio Clube de Corumbá, à época sob a direção da Odontóloga Laurita Anache, Amiga de meu Pai, divulgavam suas crônicas de forma generosa e fraternal. Em 22 de novembro de 1977, às pressas, levou sua crônica, por mim datilografada, para ser lida no programa do saudoso Joãozinho Gente Boa, JGB (João de Oliveira Neves), período vespertino. Três anos depois da súbita eternização de meu saudoso Irmão Mohamed e um ano do trágico massacre de Rásen-Hache (em que meu Pai perdera 36 familiares na frente setentrional da guerra civil instigada pelo Estado sionista liderado por Golda Meir e Moshe Dayan, no afã de expulsar a OLP, Organização para a Libertação da Palestina, do território libanês).

Seriam 14h30m, aproximadamente. Lá estava ele tocando a campainha do consultório da Doutora Laurita Anache, a uns 60 metros do estúdio da emissora. O original datilografado da crônica sobre o Líbano e o LP da amada Fairouz intitulado ‘Al-Quds’ [Jerusalém, em árabe], faixa que ele escolhera como trilha sonora de sua crônica. Para evitar eventuais erros, Doutora Laurita pedira ao jovem radialista João de Oliveira Neves que gravasse no ‘Estúdio B’ para depois levar ao ar. Entramos juntos ao moderno estúdio, cheio de recursos [até então eu só conhecia o velho estúdio da Rádio Difusora Mato-grossense, ciceroneado pelo querido Amigo Juvenal Ávila de Oliveira, então diretor musical da Pioneira]. Primeiro JGB fizera rápida leitura do texto, por conta de alguns termos árabes. Depois ouvira com atenção a faixa do LP de Fairouz, ‘Al-Quds’, e pedira ao sonoplasta que deixasse a parte inicial, instrumental, para preâmbulo de sua leitura, mais ou menos 1m30s, e com seu profissionalismo emblemático, deu ênfase ao tom emocionado da crônica.

Como ‘Al-Quds’ no dia da Independência do Líbano? Primeiro, naquele tempo não havia o acesso digital à discografia dos grandes cantores e cantoras árabes, em sua maioria fãs e discípulos de Gamal Abdel Nasser. Ele comprara, em uma de suas viagens a São Paulo, um LP de Fairouz intitulado ‘Al-Quds’, em homenagem ao heroico povo palestino. Também como forma de, ao mesmo tempo, homenagear a Palestina e seu povo milenar, igualmente vítimas da sordidez do colonialismo, que traíra acordos anteriores pactuados por meio de Thomas Edward Lawrence [o famigerado Lawrence da Arábia] com a coroa britânica para combater ao lado dos britânicos o império turco-otomano, também europeu, que desde o século XVI colonizava tiranicamente toda a Arábia, inclusive a Palestina.

Como a maioria de seus contemporâneos, meu saudoso Pai era um pan-arabista, isto é, seguidor do Movimento pela Reunificação da Arábia, em contraposição à maldita herança colonial franco-britânica e o funesto Acordo Sykes-Picot, de dividir a Arábia em mandatos e protetorados [eufemismos para colonizar, em pleno século XX, mais da metade da África e um-terço da Ásia], de olho nas riquezas naturais e, sobretudo, na posição geopolítica do imenso território árabe. M. H. Schabib, como assinava seus artigos em vários idiomas, dizia sempre que não se faz acordo com algozes de outros povos, pois o mesmo farão com o seu, e foi isso que o Reino Unido fez com os líderes árabes que se aliaram ao ocidente para se livrar do jugo turco-otomano em 1914.

PATRIOTAS E ‘PATRIOTAS’...

“La patria no está en las promesas que nunca cumplí, / conciencia de hombres que nunca juraron verdad. / La patria está en niños que vagan por mundos ajenos, / hambrientos de besos y no son como aquellos que solo nacieron para hacer maldad. / La patria está en manos callosas de hombres mineros, / que muestran senderos y son los primeros que mueren por otros llevando una cruz, / llevando una cruz.” (Luis Rico, ‘La Patria’, 1967)

Patriota de verdade [nada a ver com a patriotaria latino-americana, na qual a brasileira está inserida, cínica lambe-botas dos parasitas que saqueiam a riqueza, a vida e a cultura dos povos originários do Planeta], M. H. Schabib reverenciava todas as datas cívicas, mas sempre explicando que se tratava de civismo, e não de convicção política. Porque o Líbano fora ‘tornado independente’ da Síria em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, com o único afã de provocar uma cisão entre os árabes do oeste da Ásia. Tão artificial quanto o Iraque, Kuwait, Arábia Saudita e Jordânia, o Líbano foi fruto daquilo que os colonizadores franceses chamaram de ‘Pacto Libanês’, em que forjaram uma ‘democracia’ segmentada, em que a maioria não é protagonista, razão da revolução libanesa de 1958 e da guerra civil de 1975-1996.

Em 1975, quando criamos o Clarim Estudantil, M. H. Schabib nos dera uma entrevista em que afirmava ‘sou libanês, infelizmente’, que usamos como título, e em duas laudas explicávamos a razão dessa afirmação: por conta do secessão territorial árabe, que levara a governos fantoches em todos os Estados criados pelo ente colonial, que aos poucos foram sendo emancipados pelo povo. Naquele momento começava a guerra civil que destruiria o Líbano, seu progresso e seu porvir, pois as maiores vítimas foram as novas gerações, cuja expressiva parcela se envolveu em quadrilhas organizadas de tráfico de armas, drogas e alta tecnologia. Meu Pai já não estava entre nós quando a tragédia iniciada em agosto de 1975 com um atentado sionista contra um ônibus com refugiados palestinos levara pelos ares corpos de inocentes e o porvir de dois povos irmãos vitimados pela cobiça incessável do maldito sionismo travestido de ‘fé’, não muito diferente do que ocorre em nossos dias.

Ante a omissão sórdida dos governantes árabes é que, com a vitória da revolução iraniana de 1978, aos poucos as forças de resistência tanto palestinas quanto libanesas se articulam e viram os ‘monstros terroristas dos coitadinhos sionistas’: Hizbullah, Hamas e Jihad, entre outros. O chamado Eixo da Resistência, com a participação da Síria [e por isso perseguida pelos Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia e o Estado sionista inominável, por meio da ‘primavera árabe’ ou de ‘revoluções coloridas’, década passada], são hoje a única resistência contra o neocolonialismo travestido de ‘democracia ocidental’, protagonizado pelo império decadente cujo fim está próximo, leve o tempo que levar [não há império que resista à falta de dinheiro, drama do Tesouro dos EUA, que tem em dívidas três vezes mais que o PIB estadunidense], e que vê com desespero nova ordem econômica vir à tona, sob a sigla BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul].

Mas o servilismo, o chamado ‘complexo de vira-latas’, de lambe-botas dos colonizadores de olhos azuis, faz com que parte das elites econômicas latino-americanas (e brasileiras) -- afinal, por que a Leva Jeito de dois semianalfabetos, Esterco Mor(d)o e Anal Urinol, foi tão eficaz para destruir o Estado Democrático de Direito e toda a infraestrutura industrial de vanguarda brasileira (construção civil, naval, petroleira, mineira etc), representada por empresas cem-por-cento nacionais como a Odebrecht, Camargo Corrêa, OAS, Mendes Junior, Affonseca, A. Gaspar etc, dilapidadas para beneficiar as concorrentes estrangeiras -- o que põe por terra o falso patriotismo desses serviçais do império da cobiça.

Lembre-se, Amigo/a leitor/a: enquanto houver cidadãos altivos e resistentes na face da Terra -- entre os quais árabes ou latino-americanos --, os fantoches e serviçais do império não encontrarão sossego nem passividade. Porque o porvir da humanidade está no Sul Global, como ficou patente neste G20. Daí por que devemos proteger o Estadista do século XXI, o Presidente Lula, a despeito de eventuais diferenças pontuais com ele e sua equipe. Avanti, Popolo!

Ahmad Schabib Hany

https://www.youtube.com/watch?v=M4EYQVcRY-E - "Al-Quds" ["Jerusalém"] - Fairouz

https://www.youtube.com/watch?v=tVOx0-jS3hk - "La Patria" - Luis Rico

Fairouz - Al Quds “Jerusalem” فيروز القدس

"La Patria", de Luis Rico