Em seu 247º aniversário de fundação, Corumbá se soma aos protestos pelo Brasil contra a PEC da Blindagem e a Anistia aos golpistas
No dia em que o município mais antigo de Mato Grosso do Sul celebra seus 247 anos de fundação, representantes da sociedade civil manifestam seu NÃO ROTUNDO à PEC DA BANDIDAGEM e contra a anistia aos golpistas, sem deixar de reafirmar a defesa da soberania e de se solidarizar às vítimas do sionismo na Palestina.
Em meio às viaturas militares estacionadas nas imediações da Praça Independência e a jovens que aguardavam o momento de participar do desfile alusivo aos 247 anos de fundação de Corumbá, o município mais antigo de Mato Grosso do Sul, fazendo jus à sua histórica condição de bastião progressista desde o início do século XX, somou-se, por meio de representantes da sociedade civil, contra a PEC da Blindagem de parlamentares com pendências na Justiça e às articulações pela anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Entre as 15 horas e as 19 horas, no coração da cidade de Corumbá, dezenas de representantes da sociedade civil, de seus mais diferentes segmentos -- professores, advogados, pesquisadores, estudantes, servidores públicos, aposentados, trabalhadores urbanos e rurais, comerciantes, ambulantes, jornaleiros, médicos, odontólogos, laboratoristas, assistentes sociais, psicólogos, sociólogos, cientistas políticos, agrônomos, agricultores familiares, pecuaristas, exportadores, bancários, empresários de turismo etc --, estiveram manifestando seu veemente repúdio às tentativas de não responder judicialmente a crimes em série (desde o desvio de emendas parlamentares até tentativa de homicídio), uma prática que vem dos tempos da colonização, em que os membros da corte se sentiam donos do Estado e do patrimônio nacional.
Os manifestantes também fizeram a defesa da soberania nacional, que vem sendo ameaçada por medidas do governo de Donald Trump, a pedido de um dos filhos do ex-presidente Bolsonaro, para proteger um golpista confesso e seus cúmplices que integravam o primeiro escalão de um desgoverno que desmontou instituições republicanas, a começar pelos órgãos de controle ambiental, fiscal e, inclusive, a Polícia Federal. Mais que um péssimo chefe do Poder Executivo, o ex-presidente foi um mau exemplo para os servidores de carreira, por atentar contra princípios administrativos constantes da Constituição Federal.
Cosmopolita desde a reabertura da navegação no pós-guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai, a partir de 1873, Corumbá é cidade de todos os povos e de todas as culturas. Desde fins do século XIX, abriga diversas comunidades árabes (sírios, libaneses, surianes, palestinos, jordanianos, marroquinos, líbios etc). Não por acaso, o coração do Pantanal e da América do Sul abriga pelo menos três entidades relacionadas a essa coletividade, bastante numerosa e responsável por iniciativas emblemáticas que caracterizam a paisagem do mais antigo centro comercial do Mato Grosso uno.
Embora modesta a participação de membros da coletividade árabe local, o ato não deixou de priorizar a solidariedade às vítimas palestinas em Gaza e na Cisjordânia, que desde a implantação do Estado sionista de Israel, em 1948, tem levado a uma diáspora sem fim. Atualmente, Corumbá é o município com maior densidade demográfica de palestinos e descendentes em todo o Brasil.
Bastião da vanguarda política desde a primeira metade do século XX, Corumbá até hoje detém uma desassossegada e incansável plêiade de lutadores em todas as frentes. Não são multitudinários, mas são suficientes, como o sal, desde sempre. E se enganam os que se acovardam diante da torpeza de Donald Trump ou de seus vassalos amarelados, sabujos de um império decadente, os quais são tigrões diante dos humildes e tchutchucas perante o imperialismo e o sionismo que enlutam a humanidade.
O 247º aniversário de fundação de Corumbá entra para a história pois, mesmo com os cara-pálidas de sempre a bajular serviçais de plantão, atentando contra a sagrada e soberana vontade popular em seu real direito de manifestação, à luz da ética e da solidariedade universais, a cidadania altiva e ativa mais uma vez emprestou a sua uníssona voz em defesa dos valores civilizacionais a provar que a História não tem donos e sua evolução só é possível com a sociedade, organizada, nas ruas, nas praças e onde quiser estar.
Nem Macondo, nem Sucupira: é Burácom o que inspira. Parabéns, Corumbá! Parabéns, Povo Brasileiro!
Ahmad Schabib Hany
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