Mino Carta: "A esquerda brasileira me dá pena. Falta crença, sinceridade...

Mino Carta: "A esquerda brasileira me dá pena. Falta crença, sinceridade e lealdade a princípios."

23 de nov. de 2018

Em seu comentário semanal, o diretor de redação Mino Carta apresenta rapidamente a capa mais recente da revista, que aborda o fim do programa Mais Médicos, para poder falar logo sobre uma "indignação progressiva" que o tem acometido. "As razões principais são duas. Uma diz respeito aos brasileiros em geral, que não conhecem seu próprio país e, portanto, não conhecem a si mesmos. Não falo, claro, desse povo triturado dia e noite. (...) Falo de quem poderia pensar um pouco, teria e teve condições de avançar e progredir, abrir os olhos, perceber como é o mundo e como o país está distante desse mundo. O que me irrita, sobremaneira, é essa visão errada do brasileiro", explica. "A segunda razão é a esquerda brasileira. Ela me dá pena. Eu aprecio algumas figuras que são de esquerda e quero sublinhar: João Pedro Stédile e Guilherme Boulos, por exemplo. Existem outros, tão sinceros quanto estes, mas talvez não tão ousados. Porque os dois fizeram coisas, mostraram serviço contra a pobreza, o descalabro que vivemos, a injustiça profunda, a desigualdade brutal. Eles fizeram alguma coisa, de fato", completa. Quando questionado pelo diretor executivo Sérgio Lirio, que participa da conversa, o que faltaria a esta esquerda, Mino Carta foi enfático: "Falta crença, sinceridade e lealdade a certos princípios fundamentais. Eu não sou exatamente um vermelho como na ideia defendida por Bolsonaro, mas sou a favor da igualdade. E isso já foi um fator de progresso inacreditável, inclusive do ponto de vista capitalista", justifica.