Dona Georgeta Mirhan, na memória e no coração
Mãe
do Professor Lejeune Mirhan, Senhora Georgeta Mirhan se eterniza em Campinas,
com um legado de luta, determinação e muito amor.
Por meio de
mensagem do querido Amigo Mário Fonseca soube da eternização da Senhora
Georgeta Mirhan, Mãe do querido Amigo, Sociólogo e Professor Lejeune Mirhan, ocorrido
nesta segunda-feira, dia 10, em
Campinas, onde ela também residia há algumas décadas. Ela nasceu e morou em Corumbá até a década
de 1980, quando foi morar no interior de São Paulo
com o Filho, então docente da Universidade Metodista de Piracicaba.
Pessoa de bem com a Vida, incansável lutadora, cujos olhos brilhantes
exprimiam a alegria de lutar e viver, a despeito das adversidades vividas por
uma cidadã à frente de seu tempo e que com determinação e muito amor cuidou
exemplarmente de uma Família cujos Filhos nela se inspiraram e cedo foram à
luta não só para sobreviver condignamente, como para conquistar uma sociedade
mais justa e fraterna. Filha, como o próprio Professor Lejeune revela em sua
pesquisa ainda inédita, de imigrantes surianes chegados a Corumbá no início do
século XX, foi testemunha da saga desenvolvimentista empreendida pelos
descendentes dessa minoria étnica síria em Corumbá, com os primeiros
arranha-céus do estado de Mato Grosso uno, entre fins da década de 1950 e os anos 1960, como o IOSA, Anache e Sírio-libanês (e a
Galeria Pantanal).
Tive a felicidade de frequentar, ao lado dos Amigos Juvenal Ávila de Oliveira
(radialista e diretor musical da Rádio Difusora Mato-grossense S/A, hoje
psicólogo aposentado) e Jota Alvarez (repórter fotográfico, mais tarde o pioneiro
Professor João de Souza Alvarez, do curso CEFAM, de formação de Magistério), o
Geta’s Lanches, de sua propriedade, à época concorrida lanchonete da Galeria
Pantanal, movimentado centro comercial comparado aos shoppings que uma década
depois foram construídos nas capitais e metrópoles pelo Brasil todo.
Dona Georgeta
Mirhan era Prima do Advogado e Promotor de Justiça José Mirrha, primeiro
candidato a senador do Partido dos Trabalhadores (PT) em
Mato Grosso do Sul, em 1982. E pelo que nos contava o saudoso e querido Seu
Jorge José Katurchi, Amigo de infância do Doutor José Mirrha (a quem ele e os
demais contemporâneos, como o saudoso Armando Anache, chamavam de ‘Zé Borracha’),
a Família Mirrha (ou Mirhan, varia na grafia, mas é a mesma Família) sempre se
caracterizou pela generosidade e busca incansável da Justiça Social, desde a
chegada das 13 Famílias da etnia surianes, da Síria, a Corumbá cosmopolita do
início do século XX.
Em 2016, quando gentilmente o Professor Lejeune
Mirhan veio a Corumbá fazer palestra memorável aos alunos do Curso de História
sobre geopolítica e as ameaças à democracia no Brasil e América Latina, tive a alegria
de partilhar de momento inesquecível com a Família do Professor Lejeune, e a
hoje saudosa Dona Georgeta era uma das integrantes da comitiva, que
periodicamente visitava Corumbá, a cidade que a viu nascer e empreender importantes
iniciativas com as quais assegurou o sustento digno de seus Filhos e lhes
serviu de inspiração para forjar seu caráter e sua consciência social engajada.
Dona Georgeta se
eterniza convicta de seu dever cumprido com louvor, ao lado de seus Filhos,
lutadores quanto ela, e Netos que saberão preservar os valores humanistas tão
caros e disseminados ao longo de uma existência generosa, dignificante e
valorosa, em que as adversidades próprias de quem não desiste de lutar e amar a
Vida são um estímulo para seguir sempre em frente, com muito amor pelo seu
semelhante. Obrigado, Dona Georgeta, por ter-nos dado o privilégio de
testemunhar, ainda que de modo breve, sua jornada vitoriosa, e por ter formado
cidadãos dignos de sua ascendência como o Professor Lejeune, inspirado em seu
caráter e dignidade! A senhora estará sempre em nossas mentes e corações, como
estrela a indicar o caminho do porvir, da redenção da humanidade!
Ahmad Schabib Hany
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