Congratulações
à ADUFMS
O apoio da ADUFMS e de outras entidades e
movimentos populares foi determinante para a realização do lançamento do livro ‘Contra
o sionismo – retrato de um regime colonial e racista’ em Campo Grande, nesta
segunda-feira, dia 3.
Nesta
segunda-feira, dia 3, o Jornalista Breno Altman, diretor da revista Fórum,
lança em Campo Grande, às 19 horas, na Câmara Municipal, seu livro ‘Contra o
sionismo - retrato de um regime colonial e racista’, editado pela Alameda. Logo
de manhã, às 8h 30min,
ele fará uma aula pública no Auditório Marçal de Souza Tupã’i, no corredor do
bloco original do bacharelado em Jornalismo (antes Comunicação Social, desde
1989, quando, com muita luta, o curso de Jornalismo passou a ser oferecido pela
UFMS).
Iniciativa
do há pouco criado Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino de MS, a vinda do
renomado Jornalista Breno Altman foi possível graças ao apoio de diversas
entidades e movimentos populares de Mato Grosso do Sul, como a ADUFMS, DCE
UFMS, CAHIS Lélia González, CEBRAPAZ, Rede Universitária de Solidariedade ao
Povo Palestino e algumas organizações da comunidade palestina, além de partidos
de esquerda, como PCB, PCdoB, PSOL, PSTU e PT, de cuja agenda política consta o
histórico apoio à Causa Palestina desde os anos de repressão, ainda sob o
regime de 1964.
A
bem da verdade, durante a ditadura militar, os ativistas palestinos no Brasil
eram alvo dos ‘arapongas’ (ou X-9, ‘olheiros’, ‘dedos-duro’ etc). Tanto que em
Campo Grande há dois episódios emblemáticos relacionados à manifestação
solidária ao povo palestino em sua justa luta pela libertação do jugo
nazissionista daquele Estado ‘de proveta’, cujo nome me recuso a escrever.
O
primeiro deles ocorreu acintosamente em 1983, em setembro, por ocasião do
primeiro ano do transcurso do Massacre de Sabra e Chatila. Alunos de diversos
cursos da FUCMT, em franco diálogo com a saudosa Professora Thiê Yegushi dos
Santos, titular da disciplina Estudos de Problemas Brasileiros (EPB), conseguiram pautar um
debate no Anfiteatro Dom Bosco, onde aos sábados a disciplina era dada por meio
de palestras e debates. Na véspera do segundo sábado de setembro de 1983,
simpatizantes sionistas e aliados da Falange Libanesa (na época infestada de
membros na nova capital) pressionaram não só a Missão Salesiana, a Arquidiocese
de Campo Grande e até a Direção-Geral da FUCMT para que o debate, com as mais
variadas posições políticas presentes, fosse cancelado. O evento foi
transferido, para evitar problemas à Direção da Faculdade Dom Aquino de
Filosofia, Ciências e Letras (FADAFI) e, sobretudo, à Professora Thiê Yegushi
dos Santos, para a sede do Centro de Estudos Políticos, Econômicos e Sociais
(CEPES), aos fundos da gloriosa Livraria Guató, do saudoso Engenheiro Agrônomo
e bacharel em Direito Manoel Sebastião da Costa Lima, o querido Manoel da
Guató.
O segundo
episódio envolveu a direção do emblemático Colégio Latino-Americano, do qual o
querido Professor João Samper era sócio e fundador. No desfile escolar do
aniversário de fundação de Campo Grande, 26 de agosto de 1984, policiais à
paisana tentaram impedir que alunos e membros da comunidade palestina da
capital participassem do desfile com bandeiras e cartazes com temas cívicos
alusivos à cultura da Palestina. O argumento era que o desfile era de caráter
cívico-escolar e temas políticos como a Questão Palestina, não poderiam ser
abordados, sob pena dos responsáveis pela escola serem passíveis das punições
draconianas previstas nos famigerados Decretos 228 e 477, do tempo da ditadura.
O Professor João Samper e seus colegas não se intimidaram e mantiveram a
participação dessa ala no desfile escolar daquele ano, o que lhes custou meses
de explicações aos órgãos de repressão.
Hoje esses
mesmos grupelhos, apoiados pela exacerbação das hienas fascistas, tentam se
assanhar, feito cadelas no cio. Ledo engano: os mesmos que sepultaram o regime
de 1964 estão firmes e fortes e darão o mesmo destino que nos estertores da
morte daquele maldito regime, de nefasta memória, e seus ‘viúvos’ e ‘órfãos’
que, covardes como sempre o foram, tentam se travestir em suas narrativas
desbotadas e mentirosas. O destino que a História dá aos seguidores de Benito
Mussolini, Adolf Hitler, António Salazar, Francisco Franco, Alfredo Stroessner,
Emílio Garrastazu Médici, Hugo Banzer, Augusto Pinochet, Rafael Videla, Roberto
Suárez e García Meza também dá aos seguidores de Benjamin Netanyahu e assemelhados,
inclusive Steve Bannon, fiel escudeiro de Donald Trump.
Por isso,
em minha modesta e anônima mensagem enviada à direção da ADUFMS, mais que
cumprimentar pela realização deste emblemático momento de debate e reflexão,
insisto na multiplicação de iniciativas como esta nos principais campi da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), de cuja instituição os
docentes e pesquisadores sindicalizados são integrantes. Eis a íntegra da
mensagem:
Parabéns pela iniciativa, Professores sindicalizados! É hora de
todos os cidadãos do mundo com consciência e empatia se darem as mãos para
manifestar seu basta à barbárie, disseminada há décadas pelo Estado
nazissionista, enclave dos Estados Unidos e Reino Unido no coração do Mundo
Árabe, que a geopolítica hegemônica chama de “Oriente Médio”.
Sucesso à iniciativa, que precisa ser replicada nos principais
campi da UFMS, sobretudo no de Corumbá, onde há a maior comunidade palestina do
interior do Brasil e que em 1987, precisamente em 27 de novembro daquele ano,
foi criado o emblemático Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo
Palestino Jadallah Safa, atuante até a presente data. Participaram daquele
momento histórico os Professores Doutores Valmir Batista Corrêa, Lúcia Salsa
Corrêa, Maria Angélica de Oliveira Bezerra, Ivã Moreno, Íria Ishii e Gisela
Levatti Alexandre (diretora do então CEUC/UFMS), além da Professora Mestra
Elenir Machado de Mello (biblioteconomista responsável pela Biblioteca Pública
Estadual Dr. Gabriel Vandoni de Barros, que sediou por 90 dias a Primeira
Mostra da Cultura Árabe-Palestina de Corumbá, de julho a setembro de 1987), o
Doutor Lécio Gomes de Souza (então diretor da Casa de Cultura Luiz de
Albuquerque), o Poeta e Trovador Rubens de Castro (que declamou a versão em
português do Poema “Sabra y Chatila”, de Alberto Cortez), o acadêmico de
Pedagogia hoje Professor Maurício Lopo Vieira (chefe da Unidade Regional do
Trabalho, representando o Doutor Carmelino de Arruda Rezende, secretário de
Estado do Trabalho de MS), o Doutor Roberto Moaccar Orro (então secretário de
Estado de Justiça de MS), a Jornalista Margarida Gomes Marques (Presidente do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul), a Professora
Yone Ribeiro Orro (representante em MS do Instituto Brasileiro de Amizade e
Solidariedade aos Povos, IBASP), a Jornalista Maria Helena Brancher
(representante do GAIN-MS, Grupo de Apoio aos Povos Indígenas de MS), acadêmico
de História Manoel do Carmo Vitório (constituído naquele ato primeiro
coordenador-geral do Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino),
Mahoma Hossen Schabib (Presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana de
Corumbá), Najeh Mustafa (Presidente da Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira de
Corumbá), Yahya Mohamad Omar (Comitê Democrático Palestino), Jadallah Safa
(Comitê Democrático Palestino) e Soubhi Issa Ahmad (representante dos
imigrantes palestinos mais antigos).
A
humanidade testemunha perplexa a maior tragédia vivida nos últimos séculos, em
que o povo palestino -- sobretudo crianças, jovens, mulheres e idosos indefesos
-- é alvo de uma acintosa e cínica demonstração de força e selvageria com
requintes de crueldade pelos que vivem a se lamuriar como as eternas vítimas da
História. Não dista, contudo, o dia em que oprimidos de todo o Planeta se
levantarão, como em tantas vezes na História, e proclamarão a emancipação de
todos os povos sob opressão e cobiça, a começar pelos generosos palestinos que
abrigaram entre 1920 e 1940, europeus de
diferentes países então perseguidos pelos nazistas e fascistas por causa da
religião que professavam e que hoje muitos dos descendentes desses acolhidos se
tornaram algozes ingratos e impiedosos.
A
paz mundial começa na Palestina!
Palestina,
Palestino: resistir é o teu destino!
Ahmad Schabib
Hany
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