É UM TEMPO!
(Edson Moraes, 31 mar. 2023)
Foi um anti-dia
E não era noite
Só era escuridão
E não era fantasia
A lâmina do açoite
Decepando a imensidão
No olhar que não via
Na boca que não sorria
De tanta dor que havia
Até o espírito gemia
Na vida, fizeram estreito
O corredor da esperança
E o silêncio, calado, no peito
Gritava clamando a bonança
Mas a razão, alheia ao preceito
Matava o cantor e a dança
E foi tão longo esse dia
De triste e escura contagem
Que o céu, no desvão da porfia
Lacrimou ao verter a mensagem
Essa chuva não temeu covardia
Inundou, pôs no campo a viragem
Mundo livre, bem-querer, calmaria
Liberdade, fez no chão ancoragem
Nunca mais, nunca mais esse dia
De pungência, de maldade, de breu
Nunca mais, nunca mais a franquia
Do fascismo que aqui se abateu
Nosso dia é plural, convivente
Céu de sol, de luar, claridade
Tem sorriso na face, é contente
Tem a flor, o amor, a verdade
Nosso dia é a voz mais valente
Que amanhece a cantar liberdade!
Edson Moraes (31 mar. 2023)
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