AFINAL, QUAL É A GRANDEZA DE MORO?
Ninguém está livre da lei do
retorno, por maior prestígio possa ter na bancada dos golpistas do Congresso,
que jamais poderá “revogá-la” para proteger-se...
Produto
mal-acabado de uma narrativa golpista construída nos nada criativos moldes da
outrora (sic) “Vênus platinada” --
hoje Rede Gloebbels de Conspiração,
da famiglia Ma(erd)inho, 53 anos de
manipulação e sonegação acintosa --, o juiz Sérgio Moro, de primeira instância
da Justiça Federal de Curitiba, virou celebridade cometendo excessos e
atropelos para agradar a volúpia da mí(r)dia treteira, bem ao gosto de uma classe
mé(r)dia (sic) “cançada” -- no dizer
ignorante (em todos os sentidos) de um cartaz carregado por madames cariocas da
Zona Sul durante as opulentas “manifestações” convocadas pelos fantoches do MBL
e do Ponha-se na Rua, digo, Vem Pra Rua, organizações fascistas regadas a dólares
de empresas multinacionais e de algumas “igrejas” que de fé absolutamente nada
têm -- de dividir espaços “privilegiados” como universidades, aeroportos, shoppings
e trânsito com a multidão de trabalhadores que ascenderam à pirâmide social graças
às tímidas (mas efetivas) políticas de distribuição de renda dos governos dos
Presidentes Lula e Dilma desde 2003.
Sim,
cometendo excessos e atropelos -- nunca punidos, aliás --, como o da divulgação
de gravação ilegal de conversa entre a então Presidenta Dilma e o Presidente
Lula, que muito contribuiu para a deflagração do golpe, semanas posteriores.
Aquela absurda e despropositada (sic)
“condução coercitiva”, sem qualquer motivação real, apenas pirotecnia
midiática, do Presidente Lula, além da invasão de sua privacidade em seu
apartamento, constrangendo Dona Marisa Letícia, sem qualquer justificativa. E a
aceleração de processos de correligionários, amigos e aliados do Presidente
Lula com o claro propósito de criminalizar Lula durante a tentativa de
desgastar politicamente os governos petistas, o seu partido e toda a esquerda?
E a desconsideração explícita de denúncias contra as proeminências dos partidos
adversários, como o PSDB, DEM, PP, PMDB etc, como Serra, Alckmin, Azeredo e a esposa de Eduardo Cunha, poupados seletivamente de qualquer processo?
Se isso
fosse pouco, o que dizer, então, da “linha-direta” que mantém com o Departamento
de Justiça do governo dos Estados Unidos (confirmada pelo alto escalão
estadunidense), sem autorização prévia de superiores ou do Executivo brasileiro,
sob cuja jurisdição se encontra a Chancelaria, responsável pelas relações exteriores
do Estado nacional? E quanto ao status conquistado informalmente de pressionar
e discorrer considerações nada ortodoxas em relação às decisões do Supremo
Tribunal Federal (STF), já observadas pelo ministro Marco Aurélio Mello? Com
que direito Moro age com tal, digamos, “desenvoltura”, quando tem o dever de
ater-se a sua jurisdição e cumprir a lei como funcionário público que é, sob
pena de estar cometendo crime de prevaricação?
Passados
alguns anos do início da campanha de desestabilização protagonizada contra a
Presidenta Dilma, em junho de 2013 (até então ela se encontrava em “céu de
brigadeiro”, gozando de uma popularidade de fazer inveja a FHC, pois só era
menor que a do Presidente Lula), hoje é possível perceber certas “coincidências”
-- só que não (no linguajar juvenil), tamanhos os vínculos reais com outros
episódios, no mínimo curiosos -- entre o cronograma de realização das “manifestações”
e as operações da Leva-Pato (não há erro de ortografia, não), as coletivas dos
procuradores, delegados e outros servidores públicos, subitamente empoderados,
segundo a mí(r)dia golpista, pela “legitimidade das ruas” -- inexplicavelmente,
hoje não mais fazem tamanho escarcéu diante de revelações muito, mas muito mais
cabeludas (cenas gravadas de ocupantes de cargos privativos da Presidência da República
e do Senado Federal com malas de dinheiro e denúncias provadas de recebimento
de propina por pessoas da confiança pessoal do presidente golpista), todas não
elucidadas, nem processados os envolvidos.
Este
reles escrevinhador indignado teve a honra e o privilégio de conhecer um
ex-colega de faculdade seu, totalmente diferente de Moro (para começar, avesso
ao exibicionismo midiático, profundamente garantista e filho de opositor ao
regime de 1964), que nutria ainda que tênue esperança de que seu ex-colega de
curso pudesse contribuir para o aperfeiçoamento do sistema democrático. Não
tenho conversado com ele há algum tempo, mas, coerente como é, não tenho dúvida
de que deve ter-se frustrado com a sua, digamos, “seletividade”. Outro
ex-colega seu, este da magistratura, classificado em primeiro lugar no mesmo
concurso em que Moro concorreu para a Justiça Federal (hoje governador Flávio Dino,
do Maranhão), não esconde a perplexidade por sua conduta extremamente anacrônica,
sobretudo pela tabela que faz com procuradores federais como Deltan Dallagnol e
Carlos Lima, explicitamente políticos, cheios de motivações ideológicas e
reconhecidos por serem movidos por suas “convicções” -- basta nos lembrarmos da
apresentação em data show em que Lula é o (sic)
“chefe da quadrilha” e os tentáculos, risíveis, incluem instituições
governamentais e programas sociais (portanto de governo), como que nisso
houvesse alguma “trama” ou ilicitude.
Para
encerrar, lembremo-nos do advogado Rodrigo Tacla Durán, que defendeu a Odebrecht
e a UTC há pouco tempo. Ele causou verdadeiro alvoroço ao denunciar, da Espanha
(onde se encontra por ter dupla cidadania, à procura de proteção do governo espanhol),
os bastidores da operação Leva-Pato em que o ex-sócio da esposa do juiz Moro, Carlos
Zucolotto Jr., pratica extorsões e um comportamento nada ético com seus
clientes. Depois de ter sido assessora de Beto Richa, governador tucano do
Paraná, a mulher de Moro passou a ser assessora jurídica da Shell no Brasil -- a
multinacional do petróleo que mais está ganhando com as concessões do Pré-Sal e
da privatização de subsidiárias da Petrobrás, estatal que está sendo fatiada
pelo (des)governo de Me(rd)chel T(r)emer.
Diante
disso, juiz Sérgio Moro, qual é a sua grandeza? Como bem escreveu o blogueiro
Esmael Morais, o justiceiro togado está virando aquela personagem de desenho
chamada de Sargento Garcia, que não consegue pegar o herói mascarado, e o Lula
se consolidando como o Zorro, sobretudo na popularidade -- é que, como sempre
ocorreu, quanto mais perseguem Lula, ele aglutina maior apoio da população, que
muito se identifica com ele. Está na hora de os adversários procurarem outras
estratégias, pois a destituição de Dilma para entronizar uma verdadeira
quadrilha, e mais esta, para o desgosto dos (sic) “cançados”, já capitularam, já feneceram, tendo deixado no
ninho tucano o ovo da serpente.
Lei do retorno ou não, é melhor já ir se acostumando com a iminência
de um novo mandato popular, e tudo indica que seja com Lula mais que com alguém que ele apoie, ainda que com o
mesmo perfil dele. E aos desavisados, a tal lei do retorno é igual à lei da gravidade, não pode ser revogada pela bancada dos golpistas no Congresso...
Ahmad Schabib Hany
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