quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Abaixo assinado pró-UFPantanal surpreende pela adesão massiva

Abaixo assinado pró-UFPantanal surpreende pela adesão massiva

Abaixo assinado virtual recém-lançado ganhou adesão surpreendente nos últimos dias. Durante as campanhas eleitorais municipais e institucionais, o Movimento pela Universidade Federal do Pantanal permaneceu discreto, em respeito à diversidade de candidaturas, para não confundir eleitores e candidatos.

Quer apoiar? Não pague nada. Caso apareça o pedido da plataforma, divulgue o seu apoio à UFPantanal. Acesse o link <https://www.change.org/p/pela-cria%C3%A7%C3%A3o-da-universidade-federal-do-pantanal-ufpantanal>.

O Movimento pela Universidade Federal do Pantanal -- Movimento UFPantanal -- lançou abaixo assinado online, que em menos de cinco dias chegou a quase mil assinaturas. Essa adesão surpreendeu os interlocutores do movimento, cuja estrutura dispensa burocracia e hierarquização, até para não engessar a mobilização. Esta é uma luta de todos e todas.

O Movimento UFPantanal teve início na véspera da chegada do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Corumbá, em fins de julho, quando recebeu a Carta da UFPantanal, em que se apresentaram as demandas e as razões para a criação de um centro de excelência focado num dos biomas mais castigados pelas mudanças climáticas, o Pantanal.

Constituído por interlocutores e articuladores, o Movimento UFPantanal teve importantes conquistas, inclusive em Brasília. Ainda em agosto, a deputada federal Camila Jara fez a indicação do Projeto Legislativo no plenário da Câmara Federal. Nesse ínterim, diferentes ministérios agendaram audiências para que nossa delegação -- membros da comunidade pantaneira, membros de diferentes segmentos universitários, sociais, econômicos e políticos e, óbvio, integrantes da sociedade científica -- seja ouvida em suas demandas.

Antes um sonho, hoje uma necessidade

Sob o lema “Universidade inovadora e inclusiva”, o projeto de criação da Universidade Federal do Pantanal, com sede em Corumbá, propõe um novo conceito de instituição de ensino, pesquisa, extensão e inovação, focado nas necessidades do Pantanal, quer seja do ponto de vista social, econômico, ambiental, cultural e científico.

A implementação de pesquisas e projetos de extensão focados na realidade pantaneira é uma urgência, sobretudo nesta quadra da história em que fenômenos extremos do tempo, por conta das mudanças climáticas, vêm ameaçando a sobrevivência e a existência dos habitantes do coração do Pantanal e da América do Sul.

Os gastos com as operações de resgate e salvamento emergenciais e de recuperação da fauna e da flora, bem como o apoio às comunidades tradicionais, não têm sido poucos. Os resultados, ainda que questionáveis para muitos, são os possíveis. Por isso é momento de contar com um centro de excelência sobre o Pantanal, que foque a sua gente, o bioma como um todo e defina estratégias de desenvolvimento a médio e longo prazos.

Hora de união pelo bem de todos

Mais que mero centro de altos estudos sobre o bioma, a UFPantanal representa iniciativa relevante do governo federal para potencializar o desenvolvimento sustentado, efetivo, consistente e sustentável da região, cuja história testemunha o protagonismo pioneiro do entreposto comercial cosmopolita do mais antigo centro urbano do sul de Mato Grosso. As promessas redentoras que nunca se concretizaram têm levado a juventude e as famílias com maiores condições de sobrevivência para outros municípios e até fora do estado.

A UFPantanal não só representa a qualificação das novas gerações, como a geração de um número de empregos diretos e indiretos de alto poder aquisitivo, cuja repercussão nos diferentes segmentos da economia local, em especial o comércio varejista, é efetiva. Em vez de corumbaenses e ladarenses se mudarem à procura de novos horizontes, Corumbá, com a UFPantanal, passará a ter condições de oferecer para jovens de todo o Brasil e dos países vizinhos a qualificação profissional tão necessária nestes tempos de crise.

Embora as novas gerações desconheçam, Corumbá foi, no início da década de 1970, uma cidade universitária pioneira, ainda no tempo de Mato Grosso uno. Universitários oriundos de países vizinhos e da África frequentaram até a graduação o então Centro Pedagógico. Na época eles eram chamados de estudantes-convênio, por causa do Convênio Cultural da época com diversos países lusófonos e de língua hispânica. Nessa mesma época, Corumbá sediava importantes certames literários, artísticos, musicais e até radiofônicos, que hoje estão na memória de todos.

Com a divisão de Mato Grosso, Corumbá perdeu esse status, mas Dourados, depois de muita luta, conseguiu emancipar o então Centro Universitário, que além de conseguir uma elevação da qualidade dos cursos universitários com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a população desfrutou de uma elevação de renda e qualidade de vida: aumento da massa salarial, da oferta de empregos, geração de trabalhos indiretos, tanto no comércio como na infraestrutura urbana regional.

Até por uma questão de sobrevivência, precisamos participar do Movimento UFPantanal, cujos benefícios contemplarão todos os setores: econômicos (comercial, turístico, serviços, agricultura familiar e agropecuário), culturais (artístico, literário, cênico, artesanal e audiovisual), sociais (volta de muitos corumbaenses e ladarenses que precisaram deixar sua cidade para tentar novos horizontes, além da vinda de pessoas de diferentes áreas de formação) e científico-tecnológicos (instalação de pequenas e médias iniciativas nas áreas científicas e tecnológicas, inclusive na saúde e alimentação, o que permitirá uma oferta de serviços mais diversificados em nossa região, tão carente de muitos serviços).

Enfim, cara leitora e caro leitor, é hora de sairmos da passividade a que nos impeliram de modo procrastinador: como disse o poeta, um mais um é mais que dois. E como insiste a sabedoria popular, tudo aquilo que faz bem a muitos, pode fazer bem para todos e todas. Não suma, some-se à UFPantanal, uma universidade inovadora, inclusiva e integradora. Do futuro dela dependerão as próximas gerações de corumbaenses e ladarenses. Ou quer continuar a chorar pelo leite derramado?

Ahmad Schabib Hany

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