Netanyahu
comete suicídio ao assassinar Nasrallah
O assassinato de Sayad Hassan
Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, por ordem do Carniceiro de Gaza (e de
Beirute), retira um líder e
interlocutor leal e ético no intrincado cenário político do Mundo Árabe. Agora
o ocidente entra num ‘buraco negro’ que inviabiliza sua própria presença na
região.
No dia em que a eternização do maior estadista do
Mundo Árabe, Gamal Abdel Nasser, fez 54 anos (em
28 de setembro de 1970), vem à tona o assassinato,
pelos sionistas, de Sayad Hassan Nasrallah, líder do Eixo da Resistência
ao extermínio palestino e à dominação do Oriente Médio e depois aos demais
países árabes e aos países muçulmanos pelos sionistas e seus cúmplices na
cobiça e rapinagem dos territórios e das riquezas da região.
Coincidência ou não -- afinal, quando Nasser saiu
da cena política, o ente sionista era o motivo das reuniões coordenadas pelo
líder árabe, pela repressão e morte de refugiados palestinos por tropas de Hussein
da Jordânia, colaborador sionista e aliado incondicional do ocidente --, a
eliminação de Nasrallah tem impacto similar no âmago da resistência e do apoio
popular entre árabes, muçulmanos e demais povos oprimidos do Planeta.
Voltando na História, três anos após a morte de
Nasser, na guerra chamada pelo ocidente de ‘Yom Kipur’, feriado judaico, em que
o sucessor de Nasser, Anwar Sadat, planejou e quase venceu os sionistas em 7
outubro de 1973, mas, inexplicavelmente, deu ordem de cessar-fogo quando os
exércitos do Egito, Síria e Iraque estavam nas imediações de Telavive e o
contra-ataque dos generais de Golda Meir sequer havia sido esboçado. Mérito do
sionista recém-sepultado Henry Kissinger, já secretário de Estado de Richard
Nixon, que acordou com Sadat essa parada injustificada.
Não é novo esse modus operandi sionista, de
eliminar inimigos que ameaçam seus nada éticos interesses. Em 1975, quando
Sadat se revelou ‘quinta coluna’ para os árabes, o rei Faisal da Arábia Saudita,
embora tivesse conflitos com seu antecessor, Nasser, tinha fama entre os árabes
autênticos de ser patriota e rigorosamente islâmico, tanto que, dias depois do
funeral do maior estadista árabe em meio milênio, prometeu ‘ir rezar na
Mesquita Al-Aqsa’, em Jerusalém, dando a entender de que a Palestina seria
retomada pelos árabes com a participação dele. Essa mudança de postura e,
sobretudo, a declaração de retomar Jerusalém para os palestinos lhe custou a
vida em um atentado em seu palácio envolvendo um sobrinho químico-dependente
residente nos Estados Unidos.
Atribuem a Joe Biden, atual presidente
estadunidense, que se não tivesse existido o Estado sionista ‘teriam que
inventar um’ para atender seus nada honestos interesses. Desde que esse
mostrengo foi criado como enclave do império maldito no coração do Mundo Árabe,
muitas vidas foram sacrificadas, todas por meio de crimes hediondos: seja por
massacres horríveis (Deir Yassin, Sabra e Chatila etc) ou por meio
de ‘assassinatos preventivos’, como o que eliminou vários líderes palestinos (Abdel Kader Al-Husseini, líder palestino
anterior à OLP, morto quando retornara às pressas de uma viagem a Damasco para
obter armas à altura das usadas pelos sionistas, que haviam atacado a aldeia
Al-Qastal, em abril de 1948, a quarenta dias da declaração de ‘independência’
do ente sionista, em maio do mesmo ano; Ghassan
Khanafani, morto em Beirute em atentado terrorista do Mossad em julho de 1972; Khalil Al-Wazir, ou ‘Abu Jihad’, destacado
dirigente militar palestino, morto em abril de 1988, em Túnis, Tunísia, em
atentado do Mossad em sua própria casa etc).
Décadas depois, essa mesma tática é utilizada pelo
sionista extremista que por onde passa exala enxofre, tanto que expressivo
número de delegações presentes à Assembleia-Geral da ONU abandonou o plenário
enquanto ele grunhia como suíno desesperado rumo ao abate. O Carniceiro de Gaza
e de Beirute tem agido com desespero por razões pessoais desde antes do 7 de
outubro de 2023: se
ele para o genocídio vai preso por uma série de crimes cometidos, inclusive
contra o Estado sionista. Criminoso como o inominável daqui e o agente laranja
dos Estados Unidos, todos negacionistas e membros do nazissionismo.
Embora já tivesse sido
advertido por assessores e aliados dos Estados Unidos, Reino Unido e União
Europeia, ele faz questão de correr o risco de cometer suicídio político e
pessoal: enquanto era vaiado no plenário da sede da ONU, deu ordem de matar o
secretário-geral Hassan Nasrallah, do Hezbollah, numa operação ilegal e
desumana, em região densamente povoada de Beirute. Jornalistas independentes,
um dia depois, revelaram que não foram 15, mas 80 bombas de alto poder destrutivo, das mais
modernas (e caras) produzidas pelos Estados Unidos, cuja esquadrilha de
supersônicos de um de seus porta-aviões baseado no Mar Mediterrâneo permaneceu
por duas horas na costa mediterrânea de Beirute, como a dar cobertura e abortar
possíveis operações de defesa do Eixo da Resistência.
Não satisfeitos, os
sionistas invadiram o sistema de comunicação da torre de controle aéreo do Aeroporto
Internacional Rafiq Hariri, em Beirute, para impedir a aterrissagem de um avião
de passageiros iraniano, sob pena de explodir a aeronave ou bombardear o
aeroporto. No dia seguinte ao assassinato do líder do Hezbollah e de seus
principais assessores militares no bunker em que estavam, sob a sede do quartel-general
da organização de resistência, os sionistas deram continuidade aos bombardeios
em diversas regiões do Líbano, da Síria e do Iraque, numa demonstração de que
controlam boa parte do território do Eixo da Resistência e já enviaram mensagem
com ameaças explícitas ao governo do Irã, proibindo o abastecimento de armas e
combustíveis à Resistência árabe.
As armas usadas pelos
sionistas são, em sua maioria, fabricadas nos Estados Unidos e Reino Unido, que
não deixam de abastecer o ente sionista a despeito das restrições estabelecidas
pelo organismo multilateral por meio de resoluções aprovadas há pouco tempo. A
proteção acintosa ao governo sionista, inclusive no Conselho de Segurança da
ONU, também vem desses países, aliás, desde os tempos em que a ONU, sem
consultar o povo palestino, os maiores interessados, criou o Estado sionista.
Ante tamanha impunidade, esse monstrengo sionista pode ameaçar e violar
convenções e resoluções internacionais, mas o Irã e demais aliados do Eixo da Resistência
jamais poderão se manifestar. Só que não.
Desde a sua criação,
fruto da mentira deslavada e da falta de lealdade dos colonizadores, hoje
impostores de democráticos, o Estado sionista manipula informações e controla a
bel prazer o fluxo de informações, como se detivesse uma força superior. A bem
da verdade, eles têm, sim, o poder financeiro -- tanto que foi o lorde Rothschild
V, banqueiro judeu bilionário, que ‘comprou’ a Palestina de ‘sua majestade’ a
Rainha Vitória, em 1917, como a ‘Declaração Balfour’ constata: o então chanceler
britânico se comprometia a entregar a Palestina aos sionistas em troca de um
empréstimo para que o Reino Unido continuasse os combates na Primeira Guerra
Mundial, a despeito do compromisso da rainha Vitória aos líderes árabes, que em
troca do compromisso de conferir a independência de toda a Arábia os ‘múftis’ árabes
se comprometiam a lutar com os britânicos e contra os turco-otomanos.
São mais de 1.300 mortos (incluindo bebês, crianças, adolescentes, jovens, mulheres e
idosos), um número desconhecido de
desaparecidos nos escombros e 15 mil feridos em menos de duas semanas de ataques, inicialmente por meio de
atentados terroristas (com os dispositivos eletrônicos ‘envenenados’) e depois
por uma intensa operação militar aérea -- desproporcional e criminosa -- dentro
do perímetro urbano da capital do Líbano, região, aliás, com a maior densidade
demográfica depois de Gaza, destruída totalmente. E o que disseram os
hipócritas e cínicos ‘líderes’ ocidentais? Simplesmente justificaram a obsessão
assassina desse maldito ser cujos cúmplices haverão de ser igualmente
condenados, pelo menos pela história, como Herodes, Pilatos, Anás e Caifás.
Perda de um interlocutor leal
A súbita saída de cena de Nasrallah, além de duro
golpe para o Eixo da Resistência à dominação sionista-colonial e para os
milhões de admiradores pelo mundo afora -- inclusive no ocidente e até no ente
sionista, pela racionalidade, lealdade e ética na relação com aliados,
adversários e inimigos --, representa a perda de um interlocutor que não fazia
bravatas e que honrava eticamente compromissos celebrados até, mediante acordos
internacionais, com seus inimigos.
Ele era o oposto da falta de caráter e tibieza
ética de Netanyahu, seu assassino, com a cumplicidade dos governos dos Estados
Unidos, Reino Unido e União Europeia, além de títeres como os inomináveis daqui
e da Argentina. Ao contrário dos ‘democratas’ de meia pataca deste ocidente
nauseabundo, durante o genocídio em curso ele deteve seus aliados e outros
parceiros do Mundo Árabe desejosos de uma contraofensiva direta ao ente
sionista e seus aliados no ocidente. Ele era praticante da paciência
estratégica.
Nesse sentido, a eliminação desse líder bastante
racional, inteligente e, sobretudo, ético até as últimas consequências -- a
poucos metros de onde estava quando foi ferido de morte ele tinha à disposição,
segundo fontes do renomado analista internacional Alfredo Khalife, mísseis
iranianos de última geração que poderiam ter atingido Telavive mas não quis
matar inocentes --, é uma vitória de Pirro para o odiento Carniceiro de Gaza e
de Beirute: mais que uma derrota política, pode representar a sua eliminação física
a qualquer tempo, afinal, a escolha foi dele.
Abomináveis seres que, sem qualquer comiseração e
senso de humanidade, proclamam-se paladinos da democracia e detentores das
conquistas da civilização -- quando, a bem da verdade, foram os árabes, hoje
tratados como ‘terroristas’ e ‘atrasados’, ofertaram todo o legado da
Antiguidade Clássica em bandeja de ouro aos europeus para que saíssem do
obscurantismo medieval e assim chegassem à Renascença, bastante tardia se
comparada à da Península Ibérica, sobretudo Espanha e sul de Portugal --, é bom
que saibam que enquanto houver um árabe e um socialista na face da Terra seus
dias estarão contados.
Ahmad
Schabib Hany
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