Joaquim
partiu...
Crônica de Armando Arruda
Lacerda em homenagem a Joaquim Eugênio Gomes da Silva Jr., Irmão de Augusto César Proença, eternizado segunda-feira, dia 27 de maio, em Campo Grande.
Que pena, perdemos um inesquecível companheiro de
toda a vida.
Desde 1961, meninos no 1º ano B do Colégio de Dona
Natércia, Professora Carolina, trilhamos juntos caminhos parecidos.
Velhos, nos reencontramos nos escritos e na
poesia...
Os meus, garranchentos feitos cipó de arraia; os
dele puros, limpos, hai-kais sintéticos e belíssimos.
Mas era nas caricaturas onde melhor expressava seu
gênio, o seu lápis desenhava nossos mais recônditos pensamentos nas linhas de
nossa própria face, verdadeiro dom de Deus, esse enxergar coisas.
Seus amigos guardarão, junto com as suas poesias e
caricaturas, inesquecíveis momentos em que deixava a timidez de lado e nos
brindava com verdadeiros shows ao piano, teclado, sanfona ou em imitações
dignas de um Oscar.
Partiu Joaquim, leva com ele muito da beleza e dos
segredos que todo menino pantaneiro aprendeu pelos terreiros das velhas
fazendas do Pantanal.
Descanse por hora, Joaquim, e depois, vá ajeitando
um retirinho, com redes e bancos à sombra de alguma fruteira aí no céu, para
que nos reunamos novamente, meninos pantaneiros pela eternidade, felizes onde o
tempo e o espaço se curvam e se tocam...
Como lembrança, deixo o último poema que
compartilhou, falando das agruras do tratamento a que se submetia:
Raio laser
Estava o fogo contido, preparado em pouco espaço,
Quem dera ter sido fabricado
Como se fabrica um vidro!
Mãos suaves no gatilho: duras pedras explodindo,
Fabrico de cores,
Bem longe das belas flores,
Vaga-lumes vão subindo!
Joaquim Eugênio Gomes da Silva Jr, eternizado
hoje, aos 69 anos, em Campo Grande, MS.
Armando
Arruda Lacerda
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