Sobre
combatentes do bom combate e suas eternizações
Faissal, Caxingue, Padilha,
Heitor, Seu Pires, Antelo, Padre Pasquale e Dom José, sempre na memória. Mas antes,
sobre as últimas provocações de Israel e Estados Unidos para continuar o saque,
o genocídio e o lucro da cobiça.
A quinta-feira, 18 de abril, entra para a História
como dia da vergonha para o concerto das nações, por dois episódios. O
primeiro, mais um veto dos Estados Unidos no Conselho de Segurança para garantir
impunidade ao Estado terrorista criado pela ONU criou sobre o território da
Palestina sem consultar seus habitantes. O mote cínico era ‘uma terra sem povo
para um povo sem terra’. Depois de 78 anos de injustiça e tragédia sem fim, o
bravo Povo Palestino continua a ‘não existir’ para os senhores da guerra, da
cobiça e do lucro sobre milhares de cadáveres da infância e de inocentes
indefesos. Eles insistem em negar o direito de milhões de palestinos à própria
terra, à cidadania e à Vida.
Mais vergonhoso ainda: nesse fatídico dia, ao negar
o direito da Palestina ser reconhecida como Estado-membro da ONU 78 anos depois
de ter feito a ‘partilha’ de seu território [na verdade, entrega total aos
sionistas, que de hóspedes se transformaram em invasores ao se valer da
hospitalidade palestina como refugiados da perseguição europeia cometida por
nazistas e similares durante a Segunda Guerra Mundial], os Estados Unidos autorizam
Israel a bombardear Irã, Iraque e Síria, sob alegação de retaliar o
contra-ataque iraniano de 13 de abril que abalou o mito da inviolabilidade do
ente sionista, conhecido por Domo de Ferro. O facínora Netanyahu, que está
revelando ser pior que Hitler no afã de exterminar a população palestina para
depois se apossar de todos os territórios árabes do rio Jordão (Palestina)
ao Eufrates (Iraque),
não respeita direitos internacionais, convenções de guerra e muito menos a Vida
de inocentes.
A balela do Pentágono e Casa Branca, nos anos 1990-2010,
das ‘armas de destruição em massa do Iraque’ e do ‘apoio a terroristas pelo
governo da Líbia’, teve o único objetivo de destruir potências regionais árabes
que não se dobravam aos desmandos imperiais nesse território cobiçado pela
Europa desde os tempos em que o império turco dominava a região [só não
conseguiram depor o líder da Síria Bashar Al-Assad pela aguerrida resistência
árabe-russa, que derrotou fragorosamente as forças invasoras dos Estados Unidos
e o cínico apoio sionista, mas não saíram de seu território soberano]. Com a
deposição dos líderes árabes Saddam Hussein e Muammar Gaddafi (Iraque e Líbia, respectivamente),
nas décadas de 2000 e 2010, toda a infraestrutura regional foi destruída,
propositalmente, pelas potências neocoloniais (Estados Unidos, Reino Unido, União
Europeia e aliados da ONTAN), para
saquear, dilapidar e surrupiar todas as riquezas de seu subsolo, em especial
petróleo e gás natural, o que causou a crise humanitária de refugiados da
África e parte da Ásia à procura de novas oportunidades, pois os excelentes
empregos oferecidos pelas antigas estatais iraquianas e líbias foram extintos e
a soberania nacional violada.
FAISSAL ROBBIN, SEMPRE NA MEMÓRIA
Corumbá perde uma referência na crônica esportiva.
O ex-desportista, cronista esportivo e empresário Faissal Robbin se eternizou,
aos 70 anos, na
tarde de sexta-feira, 12 de abril, na capital. A fatídica notícia foi dada em
primeira mão pelo Amigo Adnan Haymour, seu parceiro havia mais de três décadas,
em muitas jornadas esportivas e de cidadania.
Atencioso, educado, gentil. É unânime essa
descrição sobre a personalidade do cronista esportivo que não só brilhou na
radiofonia e na mídia impressa, como na televisão, sempre na companhia de Adnan
Haymour, mais que Amigo, um verdadeiro Companheiro de todas as horas. Ao
noticiar no Correio de Corumbá, o Radialista e Jornalista Reginaldo
Coutinho, também colega e Amigo de Faissal, destaca seu legado e o chama de gentleman
pelo comportamento recatado com que em toda a sua existência se caracterizou.
Membro de Família de imigrantes sírios vindos a
Corumbá na década de 1960, Faissal Robbin e seus Irmãos se
destacaram pela desenvoltura em todas as atividades a que se dedicaram, fosse
como ofício ou mesmo hobby, como eram diferentes modalidades desportivas.
Sempre conciliando com a atividade comercial, conforme a tradição árabe.
Ele e seus Irmãos foram proprietários
bem sucedidos no saudoso Supermercado Eldorado, sito à rua América em frente da
sede da Liga Árabe. Depois, cada um, com o seu núcleo familiar formado, partiu
para atividades comerciais diferentes. Durante décadas ele se destacou na venda
de doces a preços econômicos, na rua Cabral, cujo encerramento ocorreu há
poucos meses, depois de ter perdido a sua Companheira de Vida para o câncer.
Além de inteligente, Faissal era
generoso e gentil. Lembro-me que, como correspondente de um jornalão, décadas
atrás, precisava de um olhar crítico num certame desportivo. Na pressa de
enviar o material (com horário e a longa fila de funcionários de exportadoras
na velha cabine pública de telex, na agência local dos Correios), fiz uma entrevista com ele, que
prontamente atendeu, analisando em profundidade e de modo didático o jogo, bem
como a chave e perspectivas do Corumbaense F.C. no campeonato estadual daquele
ano.
Sempre que
o encontrava, lembrava o agora saudoso cronista esportivo de seu gesto gentil e
solidário. Eram tempos em que fax e internet nem em ficção estavam à disposição
dos focas da Vida... O mais grave era que o editor, naquela de “critérios são
critérios”, cortava um tantão da fala dos entrevistados. Minha sorte foi que
com Faissal isso não só não ocorreu, como pediu depois contato do entrevistado,
pela qualidade da análise. Resumo da história: Faissal fez gol de placa e
entrou para a história (e me salvou o emprego, pelo menos naquele momento, pois
houve muitas idas e vindas imemoráveis, que me levaram a enviar um texto por
telex ao editor de Geral, meu chefe imediato como correspondente, bem como
agradecer aos Amigos das editorias com as quais havia trabalhado com maior
assiduidade durante a correspondência em Corumbá).
Encontramo-nos
pela última vez durante a manifestação em solidariedade ao povo palestino de
outubro de 2023. Nesse breve encontro, me dera
notícias de sua Família, com cujos membros minhas Irmãs haviam estudado no
ensino médio. A saudosa Psicóloga Sabah Robbin foi uma delas, brilhante e
dedicada aluna cujo desempenho escolar ficou marcado para a história do ensino
em Corumbá.
Não posso me esquecer da linda e
emocionante mensagem de agradecimento que Faissal me enviou a propósito da
homenagem póstuma à Psicóloga Sabah. Constantemente me enviava mensagens curtas
sobre diferentes temas. Sua cultura, vasta e profunda, levava os seus
interlocutores a refletir profundamente sobre os mais variados temas, sempre
com seriedade e respeito.
Quando sua Companheira de Vida se
eternizou, ficou algum tempo em silêncio, como a fazer retiro sabático até
reencontrar o equilíbrio emocional. Mas quando retomou a Vida foi de causar
inveja, pois focou no convívio com o Filho e as suas responsabilidades
inerentes à paternidade. Foi exemplar em tudo a que se dedicou.
HEITOR FERNANDES LEITE
Por meio da querida Dona Alice da
Silva, Amiga dos tempos da saudosa Sorveteria São Luiz (décadas de 1960-70, ao
lado do GENIC), soubemos da
eternização no final do ano passado do querido Amigo, Heitor Fernandes Leite,
Irmão da querida Amiga Professora Regina Leite Crivellini, funcionário
aposentado da antiga Embratel. Brilhante intelectual, humilde por excelência, o
saudoso Heitor ilumina não apenas o firmamento como o porvir deste Povo
batalhador que tanto amou mas que ironicamente deixou quando estava em Rondonópolis.
À querida Professora Karina Crivellini nossos agradecimentos pela gentileza de
completar as informações e a toda a Família nossos sentimentos partilhados.
CAXINGUE, PADILHA, ANTELO E SEU
PIRES
Violonista de talento incomum, o
músico Antônio Manoel Pereira Guimarães, Caxingue, também virou saudade nestes
dias. Integrante da geração de ouro da música na década de 1970 em Corumbá, ao
lado de grandes músicos, como Nilson Pereira de Albuquerque e o agora saudoso
mestre Jackson, brilhantemente homenageado pelo Jornalista e Poeta Edson Moraes.
Com Juvenal Ávila conheci Caxingue, então auxiliar de farmácia no Hospital de
Caridade, meados dos anos 1970, ao lado da Amiga Maria da Graça Leão (a querida
Dadá, Companheira do cantor e compositor Sidney Rezende, mineiro inspirado no
Clube da Esquina do gigante Milton Nascimento, vizinhos quando moraram aqui). Mais uma estrela a iluminar e inspirar o
horizonte de nossa juventude.
Os saudosos Joaquim Duarte Padilha, membro
pioneiro do Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e
Ladário e do Conselho Municipal de Assistência Social local entre 1994 e 1996; Augusto
Lawrentz Bruno Antelo, da Minimaratona Internacional San Martin, da qual foi
criador e organizador entre os anos 1986 e 1992, pessoa por quem tenho profundo
carinho e gratidão, cujos saudosos filhos Omar e Ângela o acompanham na
eternidade; Seu Pires [não tenho nome completo e nem prenome, de origem grega]
se eternizou súbita e discretamente ano passado, mas só agora deram notícia,
por meio de um dos integrantes do ‘conselho’, grupo de Amigos, a maioria da
doutrina de Allan Kardec, na esquina das ruas Cuiabá e Frei Mariano, à
noitinha. Todos eles sempre na memória e no coração, ao lado dos também queridos
Amigos Padre Pasquale Forin e Dom José Alves da Costa, cujos natalícios
transcorrem em 17 e 20 de abril,
respectivamente. Saudades.
Ahmad
Schabib Hany
Um comentário:
a convivência na diversidade ainda é um desafio grande! e eles assim o faziam
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