Que
‘jornalismo profissional’ é esse?
Golpista desde sua gênese, o
maior oligopólio midiático não teve escrúpulos para ‘entrevistar’ um mercenário
sionista. Isso é sintomático, sinal de decadência, como a Abril dos Civita, que
fugiram para uma ilha caribenha a fim de não pagar os direitos trabalhistas dos
milhares de empregados que ficaram a ver navios.
O saudoso
Leonel Brizola, de quem não tive a honra de ser correligionário, estava
corretíssimo quando recomendou que, na dúvida, o brasileiro escolhesse estar do
lado oposto ao que estiver a famiglia proprietária do maior oligopólio
midiático em território nacional.
Aquela rede de televisão inominável, cuja famiglia
sempre teve duas (ou talvez quatro) patas atoladas nos golpes (disfarçados ou acintosos),
na lama do crime político brasileiro e internacional, não perdeu a oportunidade
de faturar um "jabá" de seus parceiros de atividades de
lesa-humanidade, para os quais rasteja pior que lesma.
Em plena campanha publicitária para reparar uma
reputação inexistente, de que ela seria paladina do “jornalismo profissional”
-- como assim?!, não foi ela a que encabeçou o golpe de 2016, ao lado do nefasto
Eduardo Cunha, Aéreo Never e da quadrilha da ‘Leva Jeito’? --, eis que aquela
reporterzinha de meia pataca envolvida em diversos episódios que desabonam
Jornalistas com letra maiúscula (com nome e sobrenome a preservar) para ‘entrevistar’
(sic) ninguém menos que um suposto ‘espião’
sionista que seria filho do fundador do Hamas, aliás, um cadeirante assassinado
pelo Mossad há mais de uma década.
Não que seja observador infalível, mas desde o
tempo em que meu saudoso Pai era ávido leitor de Newton Carlos, Fausto Wolf, Oswaldo
Peralva, Claudio Abramo e Paulo Francis (em sua fase pré-decadente, antes de se
envolver com o time nova-iorquino da emissora que já foi ‘campeã de audiência’
segundo ela mesma), venho acompanhando dia após dia os desdobramentos da
geopolítica na Ásia Ocidental, África Magrebina e Península Arábica. Pelo que
pude ver, não passa de reles mercenário da propaganda sionista trazido ao
Brasil por uma ‘fundação’ com vínculos estreitos com a CIA e o Mossad, tanto
que se apresentou no ‘A Hebraica’ antes do grosseiro simulacro apelidado de ‘entrevista’
(sic).
Em franca decadência, o grupo midiático com sede no
Rio segue a passos largos o inevitável processo de autodestruição precedido
pela Abril da famiglia Civita, aquela que, para vergonha do patriarca Victor
(um homem bom, embora obcecado pelo lucro, talvez por isso preteriu Richard por
achá-lo nada ambicioso, dando plenos poderes ao pretensioso Roberto, que deu
início à falência do até então maior grupo de comunicação da América Latina),
fugiu para uma ilha do Caribe e deixou sem indenização profissionais
competentes e leais, que aos poucos vão morrendo sem sinal de luz, ou melhor,
direitos trabalhistas no fim do túnel. Eis a ética dos sionistas...
Nunca é demais reiterar que com Roberto Civita
começou o desmonte moral da Abril, quando afiançou a transformação em inominável
panfleto da revista ‘Veja’, criada pelo Jornalista Mino Carta em 1968 (e que a
dirigiu até 1975, quando o filho ambicioso o atirou aos leões da ditadura para
ganhar umas benesses do regime militar, como empréstimo bilionário da Caixa a
juros subsidiados, cujos ativos expandiram a Abril a negócios de turismo e
educação, como a rede de hotéis ‘Quatro Rodas Nordeste’ e a ‘Abril Educação’, e
adquiriu as editoras Ática e Scipione, além do curso preparatório ‘Anglo’), sob
a direção do mesmo mercenário que começou a destruir a frágil credibilidade
daquele jornalão cuja sede também está não muito distante do imponente prédio
da fase triunfal da velha Abril de revistas emblemáticas, como ‘Realidade’, ‘Placar’,
‘Quatro Rodas’, ‘Recreio’, ‘Casa Claudia’, ‘Pancada’, ‘Exame’, ‘Claudia’, ‘Capricho’,
‘Manequim’, ‘Intervalo’, ‘Pop’, ‘Nova’, ‘Homem’, ‘O Pato Donald’, ‘Mônica’, ‘Menino
Maluquinho’, ‘Condorito’, ‘Saca-rolha’ e ‘Faísca e Fumaça’. Mais de 250
revistas semanais ou quinzenais ou até mensais, além do ‘Almanaque Abril’,
fascículos periódicos como ‘Vestibular’, ‘História da Música Popular Brasileira’,
‘Clássicos Infantis’, ‘Os Filósofos’, ‘Os Economistas’, ‘Clássicos da
Literatura Universal’, ‘Bíblia Ilustrada’ e ‘Grandes Mestres da Pintura’, o
inesquecível ‘Círculo do Livro’ e ‘Grandes Mestres da Música Clássica’.
Sionistas de carteirinha (o patriarca, metido a ‘quatrocentão’
paulista, cujo bolor fede as páginas cinzentas do jornalão, chegava ao orgasmo quando
alguém lhe dizia que seus ancestrais eram ‘cristãos novos’ na terrinha, isto é,
Portugal), não aprenderam a lição: no regime de 1964, que ajudaram a consumar
desavergonhadamente, foram submetidos a um obscurantismo ensandecido, tendo
sido obrigados a “tapar buracos” feitos pela censura prévia instituída desde
1968 com receitas e trechos de “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões. Mesmo sabendo
disso, seus herdeiros, de índole golpista, entraram de cabeça no golpe de 2016,
e se estreparam de novo, desta vez tomando déficit atrás de déficit nas contas
de publicidade do desgoverno do inominável. Quando Lula retornou ao Planalto, o
Ministro Paulo, não sei por quê, reparou a ‘injustiça’ cometida e recolocou o
jornalão ao patamar em que estava no tempo da Presidenta Dilma. Para ‘retribuir’,
a famiglia Igreja, digo, Sinagoga mantém sórdida campanha de fakenews difamando integrantes do atual
governo, como no episódio cínico em que tentaram acabar com a honra do Ministro
Flávio Dino, da Justiça, como que já soubessem que ele seria o indicado para a
vaga do Supremo Tribunal Federal.
Podemos desgostar dos rumos trilhados pelo da
Alameda Barão de Limeira, nos Campo Elíseos, depois da eternização de Claudio
Abramo e da demissão de Perseu Abramo da editoria de Educação e de Tarso de
Castro da Ilustrada, mas nunca nos iludiram, pois seu envolvimento com grupos
de extermínio nos anos de chumbo banhou de sangue inocente suas páginas
pretensamente iluminadas, só que não: ainda que tivesse contratado e dado total
liberdade a dissidentes da turma do Pasquim para produzir a paródia paulista do
semanário satírico de Ipanema, a "catinga" de corpos mortos sob
tortura está impregnada em suas páginas sem linha editorial definida até hoje,
ora golpista, ora oportunamente "democrática", ao sabor dos
inconfessáveis interesses da famiglia, também já dividida entre o casal de
herdeiros do patriarca centenário.
Nem o clã carioca escapa dos desígnios da
volatilidade do mercado, da imponderabilidade, da finitude da existência na
face da Terra: o patriarca -- por sinal, metido a espertalhão e muito vaidoso,
a ponto de passar pó de arroz para disfarçar sua afro-ascendência --, também
longevo, não só soube negociar com os golpistas de 1964 grandes trunfos (que
culminaram com a concessão de televisão que turbinou os até então modestos
negócios midiáticos), como cacifou seu império ao tratorar o espólio de Chatô (além
da rede de tevê pioneira, revistas como ‘O Cruzeiro’, ‘O Cruzeiro Internacional’,
‘Gasparzinho’, ‘Bolinha’, ‘Luluzinha’ e ‘Brasinha’ (além de quase uma centena
de jornais e emissoras de rádio integrantes dos Diários e Emissoras Associados).
Ao mesmo tempo, tirou do páreo das concessões de tevê a famiglia Civita (que
gentilmente lhe transferira uma parceria bilionária com o Grupo Time-Life em
1965), açambarcando dos concessionários paulistanos de uma parceira, também nos
anos 1960, e, pasmem, detonando a concessão de toda a Rede Tupi para que fosse dada
ao ex-camelô metido a esperto (mesmo sendo cometida uma ilegalidade: o senor já
era sócio em outra concessão, o que é vedado por lei, mas sua vontade foi feita:
‘aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei’).
Se isso fosse pouco, aquele patriarca do clã
carioca se deu ao desplante de negociar seu passe com os líderes da Nova
República, traiu seus velhos parceiros baianos para agradar o então ministro
das Comunicações ACM e cacifou uma jogada de mestre ao tirar da concorrência a
Rede Manchete com a mesma manobra de 18 anos antes, deixando na rua não só os
jornalistas e atores da séria concorrente, como todas as redações (e arquivo de
fotos e filmes) de revistas da Bloch Editores, como ‘Manchete’, ‘Fatos &
Fotos’, ‘Manchete Esportiva’, ‘Pais & Filhos’, ‘Ele Ela’, ‘Amiga’, ‘Sétimo
Céu’, ‘Os Trapalhões’, ‘Pelé’, ‘Incrível Hulk’. O pior é que ganhou de lambuja
uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, seu brinquedo derradeiro, mesmo
não tendo uma bibliografia que justificasse tamanha ousadia.
Ousadia, aliás, é o que caracteriza a ação
predadora das quatro famiglias donas (ou ex-dona, no caso da Civita) dos
oligopólios midiáticos que tomaram de assalto o Estado de Direito desde os nada
memoráveis anos de chumbo, em que não se constrangeram para promover ‘meias
verdades’ (hoje fakenews) e
disseminar mentiras para desinformar toda a população, pois na época não havia
imprensa alternativa nem internet. Cúmplices dos generecos pseudopatriotas,
todas essas famiglias se enriqueceram, viraram milhardários enquanto a
população passava por um processo de empobrecimento pela perda de poder
aquisitivo com a retirada de direitos e proibição do direito à atuação sindical.
No período 1964-1985, o do pó-de-arroz se tornou
bilionário, com investimentos em bancos e tendo diversificado sua atuação
empresarial; a famiglia Civita já relatamos; os ex-sócios do então Grupo Folhas
abriram a sociedade (o Caldeira, até simpático embora reacionário, contentou-se
ficar com duas grandes gráficas do grupo, a CLY -- Companhia Litographica
Ypiranga -- e a Impress, o que fez com que o Frias criasse a Plural, mais
moderna e ágil), e ao descontinuar a edição de publicações como ‘Folha da Tarde’
(depois ‘Agora’), NP (‘Notícias Populares’), ‘Última Hora’ (de Samuel Wainer), ‘A
Gazeta Esportiva’ (Fundação Cásper Líbero) e ‘A Cidade’ (um diário de Santos),
focou numa grande reforma gráfica da ‘Folha’ e se associou (e depois abriu) aos
Civita para enveredar na tecnologia digital (BOL-UOL, lembram-se?) e aos do
pó-de-arroz para criar (e depois perder) o diário sucessor do diário econômico ‘Gazeta
Mercantil’. Como lagarto, seu sorriso é só para aparentar que mantêm uma
relação civilizada, mas não hesitam em comer o fígado do concorrente.
Ahmad
Schabib Hany
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