Reflexão
indispensável
Relação de cumplicidade em alto
nível, as interações, ou melhor, trocas de mensagens e ideias entre quem faz da
escrita tentativa de reflexão coletiva e quem generosamente lê e se sente à
vontade e no direito-dever de uma quase autocrítica de mão dupla.
Graças a um comentário sincero do
Amigo-Irmão-Companheiro-Camarada Professor Tito Carlos Machado de Oliveira, um
dos líderes estudantis (ao lado dos igualmente queridos Amarílio Ferreira
Junior, Marisa Bittar, Paulo Roberto Cimó Queiroz, Paulo Marcos Esselim, Mário
César Ferreira, José Carlos Ziliani, Mário Sérgio Lorenzetto e a saudosa
Mariluce Bittar, quase todos Professores Doutores) entre 1979 e 1984 na então
FADAFI/FUCMT, me permito fazer breve pausa para refletir com efetiva empatia
neste conturbado momento, sobretudo no dia 2 de novembro, a propósito da
transitoriedade de nossa passagem pela Terra, pela qual temos a bizarra
pretensão de nos apossarmos, quando, na verdade, é ela a que nos acolhe, nutre,
estimula e desenvolve até nos misturar ao pó de seu solo.
Mesmo sendo feriado, e creio que até por isso,
acabei tomando meu café da manhã só, ou melhor, com meus pensamentos e eles
trazendo a presença de pessoas que se eternizaram ao longo dos últimos tempos.
Como costumo tomar café em xícara de 300ml, gole por
gole, entre a nostalgia pelos queridos que a Vida generosamente me presenteou
como Irmão (Mohamed), Pai (Mahoma), Mãe (Wadia), Familiares, Amigos/as,
Companheiros/as e Colegas. Por terem partido mais recentemente cito Dona Maria
Taques, Camarada Jadallah Safa, Professor Jorge Mariano, Seu Jorge Katurchi,
Amigo Marcos Boa Ventura, Seu Augusto César Proença, Padre Osvaldo Scotti,
Professor José Carlos Abrão, Seu Pando Temeljkovitch, Doutor Lamartine Costa,
Professor Fausto Matto Grosso, Professora Rocío Bolivia Román, Professor Julio
Paro, Amigo Luiz Eduardo de Oliveira, Seu Amin Cestari Baruki, Doutor Adelmo
Lima, Professor Francisco Carlos Ignácio, Professora Terezinha Baruki, Dona
Ivone Torres, Amigo Mário Márcio Katurchi, Amigo Joaquim Ivan do Amaral, Dona
Agustina Parejas Urquidi, Professora Maria Ester Batesti, Hermano Andrés
Menacho, Dona Sebastiana da Silva, Seu José Ribeiro Sobrinho, Seu Haymour
Hamad, Professor Carlos Patusco, Camarada Wilfredo Mujica, Padre Pasquale
Forin, Amiga Maria Imaculada Gomes, Dom Segismundo Martínez, Jornalista Armando
Amorim Anache, Seu Reinaldo Antônio de Campos, Doutor José Carlos Cataldi,
Amigo Adimir Lobo, Seu José de Pontes, Seu Ariodê Navarro, Seu Lincoln Gomes, Jornalista
Farid Yunes, Professor Edmir Abelha Moraes, Seu Mário Corrêa Albernaz, Amigo
Pascoal Sotero Galeano, Professora Ester Senna, Dona Anna Thereza Katurchi, Professora
Eunice Ajala Rocha, Doutor Márcio Baruki, Amigo Leodevar Rodrigues Jardim,
Jornalista Néstor Taboada, Seu Edgar de Almeida, Amigo Badu Mônaco, Professora
Maria Auxiliadora Ferreira, Prefeito Ruiter Cunha, Jornalista Lorenzo Carri, Dona
Gueisi Montero, Seu Oacir do Amaral, Seu João Luiz Miguéis, Dona Maria de
Fátima Franco, Pastor Cosmo Gomes, Seu Luiz Guilherme Lacerda, Dona Rosa Maria
Katurchi, Doutor Cleto Leite de Barros, Professora Mariluce Bittar, Poeta
Manoel de Barros, Professor Augusto Alexandrino Malah, Padre Ernesto Saksida,
Camarada Carlos Fuentes, Pastor Antônio Ribeiro de Souza, Dom José Alves da
Costa, Jornalista Margarida Marques, Camarada Manoel Sebastião da Guató,
Doutora Angélica Anache, Companheiro Aurélio Tórrez, Amigo Adriano Aveiro, Companheira
Heloísa Urt, Professor Eduardo Saboya, Doutor Walter Volmar Rien, Doutora
Laurita Anache, Doutor Walter Mendes Garcia, Doutor Lício Paiva Garcia, Professor
Salomão Baruki, Doutor Joilce Araújo, Jornalista Márcio Nunes Pereira,
presentes.
O telefonema solidário do Professor Valmir Corrêa,
de Campo Grande, me traz de volta à realidade. Preocupado com a escalada da
violência contra as crianças e jovens na Faixa de Gaza e Cisjordânia, na
Palestina (ou melhor, no que restou de seu histórico território) sob ocupação,
me ligou para que transmitisse sua solidariedade à comunidade palestina local,
de cujos integrantes mais velhos é Amigo há mais de quatro décadas. Em seguida,
o Professor João Alvarez telefona para saber sobre os rumos da tragédia que se
avizinha, mesma preocupação, aliás, de outro Amigo da mesma época, o Psicólogo
Juvenal Ávila: as pessoas conscientes sabem do genocídio que está sendo
cometido sob a complacência da União Europeia, dos Estados Unidos e da OTAN.
Mas é a Vida a que pede passagem nesta
quinta-feira nostálgica. Generosa e inspiradora, ela nos ensina que nada somos
sem nossos semelhantes, sem as pessoas que, como nós, também lutam para
sobreviver. É verdade que neste momento da história da humanidade há muito ódio
e mentira espalhados por todas as partes, tanto em nossas relações pessoais
como entremeadas nas mídias sociais. E tem uma explicação: as grandes corporações
do planeta, temendo a perda de seu poder, usam todos os artifícios para pôr as
pessoas umas contra as outras, mesmo que isso possa levar a Terra ao seu fim. Para
essas corporações, o que importa é o binômio dinheiro e poder. O resto é
balela.
Por essa razão, precisamos nos despir de falsas
verdades e passar a aceitar o ‘outro’ como ele ou ela é, isto é, o mesmo que
nós. Em milhares de anos, desde que a espécie humana está na condição de
‘superior’ (pretensão, é verdade!), de estar ‘no topo’ entre as demais espécies
de animais do Planeta, hoje, como nunca antes, as mudanças climáticas e o
excesso de arsenais atômicos em diversas partes do mundo já representam uma
grande e temerária ameaça para todas as espécies.
Como nos ensina o Professor Tito de Oliveira em
sua mensagem, ainda que a tensão vivida nestes tempos nada generosos nos cause
impulsos inevitáveis e temíveis, é fundamental que os contenhamos para
conseguirmos processar a necessária reflexão, um mínimo de racionalidade, para
manter acesa a tênue chama da civilidade, da urbanidade. É verdade que há
momentos em que acabamos chutando o pau da barraca e queremos ver ‘o circo
pegar fogo’, mas o prudente é não chegarmos ao extremo, até para não justificar
o ódio disseminado pelos robôs programados para disseminar mentiras e ódio,
puro ódio.
Como por encanto, a melodia do imortal Sérgio
Bittencourt ‘Naquela mesa’ toma conta de minha mente. É o tributo às pessoas
queridas que se eternizaram. É a forma como em alto estilo homenageamos nossos
iguais (sem sermos narcisistas) e nos reeducamos para focarmos no burburinho,
no alvorecer do novo dia, cujos protagonistas são as crianças de zero a 14 anos
que vêm tentando sobreviver ao intenso bombardeio.
Ahmad
Schabib Hany
Nenhum comentário:
Postar um comentário