Que
planeta queremos deixar para as futuras gerações?
É de causar perplexidade o
cinismo dos ‘donos do mundo’ ante as calamidades causadas pelas mudanças
climáticas e pela concentração de renda. Ganância e cobiça em crescimento
exponencial, os membros do ‘clube de Bilderberg’ são donos de simplesmente mais
da metade das riquezas do Planeta e estão se lixando para a fome de dois terços
da humanidade, as catástrofes ambientais e as vítimas das guerras que eles
promovem com as suas armas cada vez mais poderosas e letais.
Desde 1954, os mais ricos do Planeta se reúnem
secretamente uma vez ao ano nos mais luxuosos hotéis da Europa ocidental e dos
Estados Unidos. Até pouco tempo atrás, as reuniões eram secretíssimas,
impedidas aos mais habilidosos jornalistas do mundo. Hoje, cinicamente, não
fazem questão de serem vistos, pelo contrário, a ostentação e a empáfia dos
herdeiros dessas fortunas nefastas e os ‘novos ricos’, oligarcas corruptos de
países que se desprenderam do antigo bloco soviético, fazem até questão de
esnobar a riqueza que se apossaram sem qualquer mérito, como, aliás, todos os seus
‘colegas’ ocidentais.
É o tal Clube de Bilderberg, nome do hotel em que
se reuniram pela primeira vez há quase 70 anos, em maio de 1954, numa cidade de
nome sugestivo chamada Oosterbeek, Holanda. Além da agenda mantida em segredo,
os participantes também têm seus nomes sigilosa e estrategicamente guardados a
sete chaves. Mesmo assim, alguns jornalistas ocidentais já revelaram a
participação, diversas vezes, do mais novo morador do inferno e contra o qual o
inominável de lá dizem ter tomado alguns cuidados, Henry Kissinger, de triste
memória.
Antes de se tornar candidato, Bill Clinton também
já participou dessa trama anual. Idem o ex-premiê britânico Tony Blair. E
muitos outros sionistas mais, com ou sem carteirinha. É o passaporte para o poder
num ocidente cada vez mais decadente e menos democrático. É a plutocracia
ocupando o lugar da democracia, da qual o ocidente sempre quis se dizer
representante, zelador e defensor. Pura mentira. Basta ver que suas agendas ao
longo das sete décadas de reuniões secretíssimas jamais transpiraram, porque o
que se conversa por lá permanece sob censura.
Banqueiros, bilionários, donos de empresas que
produzem armas poderosíssimas de alta tecnologia, as poderosas da cibernética
dos últimos 35 anos (Microsoft, Google, Meta, X, Apple etc), altos executivos
da CIA e congêneres ocidentais, e por aí afora, o que têm em comum para tratar
em reunião a sete chaves? Cobiça, saque, pilhagem, guerras fraticidas e outras
coisas que os reles mortais não podem ficar sabendo. Uma coisa é certa: jamais
discutiram sobre as causas das mudanças climáticas, da ajuda humanitária às
populações vítimas das catástrofes ambientais e dos conflitos bélicos
fartamente promovidos por seus produtos nefastos, fonte de sua opulenta riqueza
mal havida.
Não sejamos ingênuos. Desde as Grandes Navegações
(ou mercantilismo), quando começou a acumulação capitalista na Idade Moderna --
e, portanto, o ‘capetalismo’ se alastrou na face da Terra, esses senhores ‘de
bem’ ganham verdadeiras fortunas com as tragédias humanas: escravidão dos povos
africanos, saque, destruição das culturas e colonização de mais de dois terços
do Planeta (América, Ásia, África e Oceania). A Europa saiu da miséria, da fome
e da sujeira (a chamada ‘peste negra’ era uma epidemia causada por ratazanas e
pela falta de asseio dos europeus, aliás, nada chegadinhos a banho diário,
enquanto seus ‘colonizados’ tomavam banho várias vezes ao dia!) graças às
batatas, mandiocas, cacau e milhos roubados dos povos originários da nossa
América. E como eles recebem hoje seus descendentes ibero-americanos, africanos
e árabes? Da mesma forma que duzentos anos atrás: no chicote, na ponta do
sabre! O povo palestino que o diga. Sua coragem e fidalguia têm lhe custado
milhares de Vidas, sobretudos de sua infância e juventude.
Em seu último programa da temporada, o Jornalista
Caco Barcellos mostrou o esforço dos povos tradicionais e originários
amazônicos para desenvolver uma economia sustentável na floresta amazônica,
enquanto os ‘amiguinhos’ do inominável promoveram verdadeira e sórdida pilhagem
em todo o território da Amazônia, sobretudo com a contaminação por mercúrio dos
rios e baías e a derrubada de milhões de hectares de árvores nativas pelos fora
de lei protegidos pelos ‘patriotas’, inclusive de fardas farsantes.
O mais triste e curioso é que fantoches, títeres e
marionetes nada inteligentes têm servido de ‘alternativa’ para uma população
burra, egoísta e deliberadamente desinformada em nossos tempos nada
promissores. Como gado marcado, as hordas estúpidas e destituídas de qualquer
pingo de humanidade saem como estouro da boiada, sem qualquer raio de lucidez,
a fazer qualquer ato desmiolado que depois juram e perjuram não terem tido tal
propósito. Com a mesma leviandade com que atentam contra a Vida, fonte de
direitos, lá estão elas e eles a pedir clemência, por serem ‘cidadão(ã)s de
bem’, afinal, ‘ele(a)s’ têm ‘pedigree’, sim senhor!
“¡Ni Dios,
ni ley!” Aliás, “¡ni Dios, Milei!”. É como agora
os argentinos andam se referindo ao inominável de lá. Só que, diferentemente
que no Brasil, o inominável deles não encerra o mandato dele, porque os
argentinos têm essa tradição, que não é de hoje: todos os tiranetes saíram da
Casa Rosada por linchamento ou por revoltas populares, não muito diferente que
na Bolívia (que em 1947 pendurou no poste mais próximo do palácio presidencial
o major ditador Gualberto Villarroel e a multidão enfurecida ateou fogo no
palácio, daí o nome “Palacio Quemado”). Só lembraremos dos que antecederam
Néstor Kirchner: Fernando De La Rúa e Eduardo Duhalde, que tiveram seus
mandatos interrompidos pela multidão enfurecida, e nada a ver com a vergonhosa
defecada das hordas fascistas que, em vez de cérebro, têm suas vísceras
bastante competentes nestas terras generosas que nos últimos anos foram
envenenadas pelos robôs da laia do Donald Trump e de seus fantoches inomináveis.
Agora, cá pra nós, temos que reconhecer e
parabenizar infinitas vezes pela parcimônia e candura com que o Estadista Luiz
Inácio Lula da Silva governa. Sabe da má-fé explícita das malditas ratazanas do
‘centrão’, verdadeiros fora de lei, canalhas cínicos, serviçais do inominável e
prontos para, como hordas de hienas funestas, cair matando a qualquer momento.
Não sei de onde consegue reunir uma paciência de Jó e os trata com dignidade,
civilidade, como que acreditasse piamente em sua boa-fé, seu ‘patriotismo’.
Tão mefistofélicos quanto as garatujas do
tabernáculo do mago Merlin, esses indivíduos cuja gênese está nas motociatas do
inominável em seu longo e pernóstico desgoverno. Em nada devem aos mais vis
seres da face da Terra. São verdadeiramente medievais, grotões, sórdidos e
peçonhentos. Cortar as verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
para inflacionar as ‘verbas impositivas’ -- canalhice inventada no absurdo
tempo de Eduardo Cunha, de triste memória, responsável pelo golpe contra Dilma
Rousseff -- é algo digno de repúdio, como igualmente a redução das verbas de
alguns programas sociais como o Farmácia Popular. Os dois tiveram as suas
verbas reduzidas para inchar a dinheirama da demagogia parlamentar que se finge
de democrática, mas não passa de pilhagem contra o Estado Democrático de
Direito.
Mas não é só. O senador que preside a outra casa,
ex-aliado do inominável, anda de amores com os órfãos e viúvos do dito cujo e,
depois de algumas traquinagens contra os membros do Supremo Tribunal Federal e
o Marco Teórico das Terras Indígenas, volta com seu pote de maldades prevendo
alguns casuísmos como fixação de mandato aos membros da mais alta corte do
Judiciário, fim da reeleição ‘y otras cositas más’. O Presidente Lula é hábil o
suficiente para conter essas hordas, mas vai ser preciso que setores
organizados da sociedade civil vão às ruas e ponham sua cara: não dá para
deixar que vândalos fascistas continuem a atentar, de maneira discreta, as
bases do Estado Democrático de Direito. A luta do Doutor Ulysses Guimarães não
pode ser vandalizada, seu legado não pode ser achincalhado. Alvíssaras,
alvíssaras, habemus Cidadania: feliz e saudável 2024!
Ahmad
Schabib Hany