terça-feira, 16 de novembro de 2021

O ETERNO MENINO DA FRONTEIRA

O ETERNO MENINO DA FRONTEIRA

O querido Amigo-Irmão Dary Jr. volta à sua/nossa Corumbá de todos os sonhos (e lutas) e, além de matar a saudade, nos presenteia com seu inesgotável talento e inquestionável maturidade. Vida longa e muita saúde, grande Dary!

Neste feriadão de 15 de novembro, em pleno coração do Pantanal e da América do Sul, Corumbá voltou a ostentar contornos de cosmopolitismo e racionalidade, sobretudo pela volta do querido Amigo-Irmão Dary Jr. Foram catorze anos de sua até então mais recente apresentação, na terceira edição do Festival América do Sul, em 2007, quando trouxe a emblemática banda Terminal Guadalupe, fruto de sua inesgotável genialidade.

Graças ao alerta dos igualmente queridos Amigos-Irmãos Luiz Taques e Nelson Urt, pudemos desfrutar dos registros, durante sua estada, de encontros com Amigos e a apresentação memorável “O menino velho da fronteira” em discreto ambiente do Porto Geral. É que a imprevisibilidade da Vida muitas vezes nos furta reencontros magistrais, como o deste querido Amigo que tenho a honra e o prazer de acompanhar (e curtir) desde a sua infância.

Até parece ter sido ontem. Estávamos em fins da década de 1970 quando, por meio de minhas Irmãs Fatmato e Waded, conheci a querida e hoje saudosa Dona Edna Esteves e seu querido Filho, que desde tenra idade, com a precocidade peculiar dos talentosos, foi (e é) um questionador, inovador. Além da inteligência singular, seu talento incansável já chamava a atenção dos que tinham o privilégio de privar de sua Amizade.

Com a instalação da ‘novacap’, em decorrência da criação de Mato Grosso do Sul, fomos nos reencontrar em Campo Grande, sempre mediante a iniciativa da Fatmato e Waded, quer fosse pela realização do Festival de Música de MS (I e II FESUL), algum curso ou seminário etc. Mas foi quando, em companhia de Fatmato, assistimos a um belíssimo tributo à imortal Elis Regina na casa de Dona Edna, com acolhedora companhia de Dary, já entrando na adolescência, tendo se revelou verdadeiro gentleman.

Mas qual não foi a minha surpresa ver o querido Dary Jr. na equipe de Hélio Ferreira, nos saudosos programas ‘Cheiro da Terra’ e ‘Câmera 5’? Ainda não atingira a maioridade e já ‘causava’! Matérias geniais, inesquecíveis, na área da cultura, da temática social (no sentido amplo, não da crônica social) e da economia. Não posso esquecer do tempo em que o saudoso Doutor Lécio Gomes de Souza era diretor da então Casa de Cultura Luiz de Albuquerque, a querida Mestra Elenir Lena Machado de Mello a biblioteconomista que se encarregava da estruturação da Biblioteca Pública Estadual Dr. Gabriel Vandoni de Barros, e o jovem Dary Jr. o repórter da à época TV Cidade Branca fazendo memorável matéria, digna de ter sido guardada nos arquivos da emissora.

Em 1989, tive a honra de tê-lo como meu colega de CEUC (o então Centro Universitário de Corumbá), e por meio dele pude conhecer os queridos Júlio Galharte, Maria Inês Arruda e o saudoso Gilson Sávio, querido Companheiro que se eternizou na emblemática jornada daquele ano, quando dirigia uma picape do querido e hoje saudoso Padre Pasquale Forin. Não demorou muito, Dary foi levado para a TV Morena, na capital, quando o querido Jornalista Luiz Taques era chefe de reportagem do Jornalismo da emissora. Trocou Letras por Jornalismo e faz história, no sentido mais amplo.

De Corumbá para o mundo. A grande revelação do talento corumbaense não parou mais: Curitiba, Brasília etc. Suas entradas ao vivo na Vênus Platinada e em outros canais em que o Jornalismo é prioritário, além de um programa inesquecível na TV Justiça. Isso sem falarmos de suas incursões irreverentes e inovadoras na música, desde os tempos do ‘Carestia em Ascensão’, em Corumbá, até ‘Dario Júlio e os Franciscanos’.

Talento a toda prova. Ética inquestionável. Sensibilidade latente. Coragem infindável. Maturidade saudável. Esse é o Pai do Francisco. A quem agradecemos publicamente pela generosa menção afetuosa a toda a nossa Família, inclusive no programa do querido Amigo Joel de Souza, na nossa caríssima FM Pantanal. Esse é o Dary. A quem esperamos rever logo, de novo, e desta vez em casa com o Francisco, em que serão anfitriões os seus contemporâneos Omar e Sofia - integrantes das novas gerações, razão de ser de nossa luta por um mundo melhor, mais justo, solidário e digno, em que liberdade não seja uma palavra vã. Vida longa e muita saúde, grande Dary!

Ahmad Schabib Hany

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