quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

DOM FRANCESCO BIASIN - DEPOIMENTOS POR UMA EDUCAÇÃO TRANSFORMADORA - UFPANTANAL


 

OBRIGADO E ATÉ BREVE, DOM FRANCESCO BIASIN!

Obrigado e até breve, Dom Francesco Biasin!

A Administração Apostólica da Diocese de Santa Cruz de Corumbá, sábia e generosamente exercida por Dom Francesco Biasin, entra para a História do Pantanal, da América Latina e da humanidade pelas atitudes de empatia e humildade do Bispo Emérito de Barra do Piraí – Volta Redonda (RJ), em cuja breve estadia de pouco mais de 13 meses doou-se para grandes causas do povo pantaneiro.

Homônimo do Papa Francisco, o Administrador Apostólico nomeado pelo Sumo Pontífice para a Diocese de Santa Cruz de Corumbá por um breve período, Dom Francesco Biasin fez de seu humilde e sábio interinato fonte de oportunidades para os mais diversos setores da população pantaneira. Depois de pouco mais de 13 meses ao lado indistintamente das pessoas de todas as denominações religiosas, e sobretudo dos mais humildes, retorna para a Diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda, estado do Rio de Janeiro.

Conheci-o por acaso, nas dependências do Campus de Corumbá do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul em novembro do ano passado, quando ele foi convidado para audiência pública sobre os incêndios do Pantanal. Ele chegara segundos antes que eu e, como seus passos eram mais pausados que os meus, acabei por alcançá-lo. Cumprimentamo-nos com as mãos, como soem agir as pessoas que não padecem da paranoia pós-pandemia. Entre a portaria e o auditório do IFMS há certa distância, então pusemo-nos a dialogar, simpático e receptivo como é Dom Francesco.

Alguns passos depois, ao perceber seu discreto sotaque, atrevi-me a perguntar se estava há muito tempo em Corumbá. Foi então que, humildemente, se apresentou: estava em Corumbá como administrador apostólico da Diocese desde dezembro de 2023 e previa que em mais um par de meses já estaria retornando a Barra do Piraí, cidade que escolheu morar ao se aposentar. Disse-me admirar a exuberância do Pantanal e da diversidade reinante em Corumbá e Ladário, apesar do calor causticante e incêndios que lhe causam preocupação.

A fala de Dom Francesco na audiência pública, como convidado, foi memorável: agradeceu ao convite, à acolhida pelo povo pantaneiro e o tanto que aprendeu em seu convívio com as populações originárias e tradicionais. Revelou experiências muito interessantes quando foi bispo da Diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda, uma região em que os trabalhadores e trabalhadores predominam as estatísticas e a história do pioneirismo da industrialização se confunde com o panorama de desmonte posterior à privatização da emblemática usina siderúrgica. Além disso, o convívio com populações originárias e tradicionais no litoral lhe proporcionou um olhar cristão com muita acuidade.

Ao se dirigir às lideranças femininas de diferentes etnias originárias presentes à audiência, citou uma experiência emblemática: o saber ancestral do povo originário precisa sempre ser levado em conta, coisa que não vem ocorrendo, sobretudo nos meios decisórios dos destinos de cidades, estados e até de nações. Foi quando relacionou com as emergências climáticas e a perda de fonte de alimento de amplas camadas da população humana e das diferentes espécies da fauna nos diferentes continentes. Uma experiência impactante que viveu no Nordeste, precisamente em Pernambuco, foi o aprendizado de uma população originária local que ensinou a população urbana a proteger as nascentes de bacias hidrográficas muito antes de que se falasse de crise hídrica.

Em companhia do Professor Thiago Godoy, seu colaborador na administração da Mitra Diocesana, Dom Francesco contribuiu afirmativamente com o Movimento UFPantanal, tendo gravado desde logo um emblemático vídeo. Nele, Dom Francesco Biasin explica como e por que apoia esta iniciativa da cidadania e, como um missionário de largos horizontes, demonstra qual a dimensão do Pantanal não apenas para quem nasceu e vive nesta região, mas para todo o Brasil e toda a humanidade. Reflexivo e profundo, o jovem octogenário se integrou ao movimento em favor da redenção da ciência e do progresso social com toda a desenvoltura cristã.

Com essa mesma humildade e sabedoria nos revelou uma série de experiências pioneiras da história da humanidade no contexto das universidades criadas na Idade Média, inclusive em sua terra natal, na Itália. Ao abrir, como anfitrião do Movimento UFPantanal, em 9 de dezembro de 2024, a primeira reunião presencial pública em Corumbá, destacou o valor humano do conhecimento e o compromisso da fé com a ciência e o progresso do bem-estar social e planetário. Dom Francesco, nascido próximo a Pádua, na Itália, com sua reflexão pausada, deu ânimo e entusiasmo aos muitos desesperançados presentes ao encontro.

Foi quando anunciou a data da vinda do novo Bispo Diocesano de Corumbá, Monsenhor João Batista de Oliveira, empossado na semana passada. Participou, segundo noticiou o Correio de Corumbá, da cerimônia de posse do Monsenhor João Batista e, com a mesma discrição com que administrou a Diocese em sua breve permanência em Corumbá, por meio de uma missa realizada na Catedral Nossa Senhora da Candelária, dia 24 de fevereiro (uma segunda-feira), se despediu do povo do coração do Pantanal e da América do Sul.

Nas poucas oportunidades -- até porque como gostaria de ter podido compartilhar muitos momentos cidadãos com ele -- que me foi possível falar com Dom Francesco, pude lembrar de experiências cidadãs dos saudosos Dom José Alves da Costa (outro Peregrino cujas pegadas de luz e solidariedade marcaram sua permanência entre nós), Padre Pasquale Forin, Padre Ernesto Saksida, Padre Oswaldo Scotti, bem como do Pastor Antônio Ribeiro de Souza e do Pastor Cosmo Gomes de Souza. Pois é, a terra que testemunhou a pugna de Frei Mariano de Bagnaia, diferentemente da fakenews criada para hostilizá-lo, é a prova eloquente da generosidade e empatia de sacerdotes que dedicam sua existência para a redenção do bioma e das populações hospitaleiras nele abrigadas ao longo da história.

Obrigado, Dom Francesco, pela profícua dedicação e humildade em sua breve mas proativa presença em Corumbá e Ladário! Obrigado, também, por ter-se tornado atuante difusor da pugna incansável pela Universidade Federal do Pantanal! Até breve, Dom Francesco, que seu legado de sabedoria e doação estará representado nas conquistas da cidadania no coração do Pantanal e da América do Sul!

Ahmad Schabib Hany

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Como uma universidade pode mudar o curso da história de uma região - Helvio Rech


 
Como uma universidade pode mudar o curso da história de uma região

Começo com uma breve história para ilustrar como ações aparentemente localizadas podem gerar transformações profundas em diversas esferas da sociedade, incluindo cultura, economia e meio ambiente. Esse é exatamente o caso da UFPantanal. Um exemplo inspirador é a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), cuja presença impulsionou o desenvolvimento de Dourados e de toda a região ao seu redor. Da mesma forma, a criação da UFPantanal tem o potencial de impactar não apenas Corumbá e Ladário, mas toda a região de fronteira e o Pantanal como um todo.

Em 1995, um pequeno grupo de 14 lobos foi reintroduzido no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, após mais de 70 anos de ausência devido à caça e ao extermínio sistemático que os erradicou da região na década de 1920. O que ninguém poderia prever é que essa reintrodução causaria uma verdadeira revolução no ecossistema. Os lobos não apenas transformaram profundamente o ambiente natural, mas também alteraram a geografia do parque, demonstrando o impacto extraordinário de uma única ação sobre todo um sistema.

Os lobos estiveram ausentes da região por 70 anos devido à caça e ao extermínio. Durante essas décadas, o número de cervos cresceu de forma descontrolada, resultando na devastação de grandes áreas vegetativas do parque. Árvores e arbustos desapareceram, e a biodiversidade da região foi significativamente reduzida. O impacto foi tão severo que não apenas o ecossistema sofreu, mas até o curso dos rios do parque foi alterado devido à erosão acentuada.

Com a reintrodução dos lobos, mesmo em pequena quantidade, os efeitos são percebidos quase imediatamente. Os cervos, ao evitar regiões onde poderiam ser presas simples, permitiram que áreas antes degradadas se regenerassem. As árvores cresceram novamente, a vegetação rasteira ficou mais densa, e o parque gradualmente retomou sua vitalidade. Essa regeneração atraiu castores, que construíram diques e novos habitats de sucesso. Em pouco tempo, lontras, ratos, patos, peixes, anfíbios e aves reapareceram, criando um ciclo virtuoso de biodiversidade. Além da redução no número de cervos, os lobos ajudaram a controlar a população de coiotes, permitindo o retorno de pequenos mamíferos, como coelhos e camundongos, que, por sua vez, atraíram predadores como corujas, águias e raposas. Ursos também retornaram à região, atraídos pelo aumento da oferta de alimentos, como peixes e bagos, disponíveis em ambientes revitalizados.

As mudanças foram além. Mais piscinas naturais se formaram, cascatas surgiram, e todas as mudanças foram ótimas para aquele habitat selvagem. As águas mudaram e se adaptaram em resposta aos lobos, e a razão foi que a regeneração da floresta estabilizou os rios, fixando-os em seus cursos. Assim, os lobos não apenas transformaram o ecossistema do Parque Nacional de Yellowstone, mas também influenciaram diretamente sua geografia.

Quero usar essa pequena história para ilustrar como ações aparentemente localizadas podem desencadear transformações profundas em diferentes esferas da sociedade, como cultura, economia, meio ambiente e outras. A criação de uma nova universidade é um exemplo claro de como uma decisão estratégica pode gerar repercussões amplas e estruturantes. Mais que uma medida para corrigir desigualdades regionais, esta iniciativa tem o potencial de redefinir a relação entre conhecimento, inovação e sustentabilidade, tornando-se um motor de crescimento econômico, um farol de inclusão social e uma resposta eficaz aos desafios do século XXI. Ao reunir ensino, pesquisa e extensão em um bioma de importância global como o Pantanal, esta universidade não apenas preencherá lacunas históricas no acesso à educação de qualidade, mas também promoverá iniciativas de preservação ambiental, fortalecerá a economia local e promoverá a integração latino-americana, ampliando seus impactos muito além de sua região de origem.

Como motor econômico, a universidade será uma grande empregadora e centro de formação de profissionais, estimulando a economia local e regional. Sua atuação influenciará investimentos em setores estratégicos, como turismo sustentável, biotecnologia e energias renováveis, com impacto direto no desenvolvimento regional. Projetos de infraestrutura, como a construção de campus universitário moderno, bibliotecas, laboratórios e espaços culturais, revitalizarão cidades e regiões adjacentes, promovendo práticas de sustentabilidade e remodelando o território com uma identidade renovada.

Uma nova universidade também desempenhará um papel essencial na atração e retenção de talentos. Professores, pesquisadores e estudantes de diferentes partes do Brasil e do mundo trarão diversidade intelectual e cultural para a região, promovendo uma troca de conhecimentos e fortalecendo a posição da região como um centro de inovação e aprendizado. Além disso, ela se conectará a redes globais de conhecimento, estabelecendo parcerias internacionais, programas de mobilidade acadêmica e colaborações científicas que ampliarão a presença do Brasil no cenário internacional.

Como um centro de pesquisa e extensão, a universidade estará voltada para os desafios sociais e ambientais contemporâneos. Ela produzirá evidências robustas para desenvolver políticas públicas inovadoras e desenvolverá soluções sustentáveis ​​para problemas como mudanças climáticas, conservação da biodiversidade, inclusão social e desenvolvimento sustentável. Além disso, será um espaço de integração entre ciência e sociedade, contribuindo diretamente para o progresso da região e a qualidade de vida das comunidades locais.

A criação de uma terceira universidade federal em Mato Grosso do Sul não é apenas uma necessidade local, mas uma oportunidade de transformar a região do Pantanal em um modelo de desenvolvimento sustentável e integração global. Esse passo representará um marco histórico na promoção da igualdade educacional e no fortalecimento da posição do Brasil como líder em inovação, sustentabilidade e inclusão social. Unidos, podemos transformar essa visão em realidade e deixar um legado duradouro para as futuras gerações.

Assim, a UFPantanal terá um papel fundamental em pelo menos cinco dimensões estratégicas, consolidando-se como um exemplo de como a educação superior pode transformar não apenas uma região, mas também contribuir para o progresso de todo o país, posicionando Mato Grosso do Sul em um patamar de maior igualdade com outros estados que já colheram os frutos de investimentos robustos na educação pública.

1.      Um motor econômico para a região

As universidades são motores econômicos poderosos, e a UFPantanal não será diferente. Como grande empregadora e centro de formação profissional, a universidade estimulará a economia local e regional ao gerar empregos diretos e indiretos, desde funções acadêmicas até serviços e infraestrutura de apoio. Além disso, suas parcerias com o setor público e privado impulsionarão indústrias estratégicas, como turismo sustentável, biotecnologia e energias renováveis. Exemplo disso pode ser observado em experiências internacionais, como as universidades de Londres, que contribuíram com bilhões de libras e dezenas de milhares de empregos para a cidade. Resguardadas as proporções, a UFPantanal terá impacto semelhante no Pantanal, integrando inovação e crescimento econômico.

2.      Transformação urbana e regional

A UFPantanal será um agente de transformação urbana e regional. Projetos de infraestrutura como a construção do campus, laboratórios, bibliotecas e espaços culturais e esportivos revitalizarão Corumbá e cidades vizinhas. Além disso, a universidade incentivará práticas de sustentabilidade, remodelando o território com uma identidade cívica renovada e incentivando o uso de espaços abertos à comunidade. Essa transformação tornará o Pantanal um modelo de convivência harmoniosa entre o ambiente urbano e o natural.

3.      Atração e retenção de talentos

A UFPantanal terá a capacidade de atrair talentos nacionais e internacionais. Professores, pesquisadores e estudantes vindos de diversas partes do Brasil e do mundo contribuirão para a diversidade intelectual e cultural da região. Este movimento trará uma nova dinâmica à vida social e econômica local, incentivando a troca de conhecimentos e fortalecendo a reputação de Mato Grosso do Sul como um centro de inovação e aprendizado.

4.      Conexões e diplomacia internacional

A UFPantanal será mais que uma universidade local; será um ponto de integração latino-americana e de construção de relações internacionais. Parcerias com instituições estrangeiras, programas de mobilidade acadêmica e colaborações científicas globais ampliarão a presença do Brasil no cenário internacional, promovendo o Pantanal como patrimônio da humanidade. A universidade será espaço de “diplomacia suave”, formando lideranças globais e conectando o Pantanal às principais redes de conhecimento do mundo.

5.      Resposta aos desafios sociais e ambientais

A UFPantanal será centro de pesquisa e extensão voltado para enfrentar desafios sociais e ambientais. Questões como mudanças climáticas, conservação da biodiversidade, inclusão social e desenvolvimento sustentável estarão no cerne de suas atividades. A universidade, ao produzir evidências robustas, apoiará políticas públicas inovadoras e fortalecerá as comunidades locais, promovendo soluções sustentáveis e duradouras.

A criação da UFPantanal não é apenas um passo no avanço da educação superior no Brasil, mas um movimento estratégico para transformar a região do Pantanal em um modelo de desenvolvimento sustentável e integração global. Unidos, podemos fazer da UFPantanal um marco histórico e um legado de progresso para as próximas gerações.

Hélvio Rech

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

NOTA DE PESAR - JORNALISTA VANESSA RICARTE

Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa

Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário

Pacto Pela Cidadania

Comitê Corumbá Pela Paz

NOTA DE PESAR

JORNALISTA VANESSA RICARTE

Tomados pela Consternação, estarrecimento e indignação, os membros do Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa, do Pacto Pela Cidadania e do Comitê Corumbá Pela Paz manifestam seu pesar pela prematura e injustificável morte da Jornalista Vanessa Ricarte, dia 12 de fevereiro, em Campo Grande (MS), ao tempo em que reiteram toda a sua solidariedade aos Familiares e Amigos neste momento de dor e perplexidade.

A trágica morte de Vanessa Ricarte, aos 42 anos, com plena saúde e profissionalmente bem sucedida, não foi causada por doença ou alguma fatalidade: é decorrente do abjeto, repulsivo e condenável ódio que tem levado ao aumento de casos de feminicídio, aliás, o segundo em Mato Grosso do Sul neste ano que apenas começa. Onde está o Sistema de Garantia de Direitos, construído nas décadas de 1990 e 2000, cuja implementação fazia do Brasil um modelo até para países nórdicos, de tradição democrática?

Conhecedora de seus direitos, Vanessa Ricarte formalizou sua denúncia na Delegacia da Mulher na capital, foi-lhe concedida a medida protetiva mas no meio da tarde do mesmo dia seu algoz, com histórico de violência, a matou, como se não vivêssemos em um Estado Democrático de Direito, cujo arcabouço jurídico há mais de uma década e com pioneirismo no Planeta passou a adotar mecanismos de garantia de direitos, mas que autoridades das esferas estaduais nos últimos anos passaram a negar ideológica e politicamente.

E a normalização desse ódio covarde, travestido de manifestação de descontentamento e rebeldia, é cúmplice hipócrita de uma tragédia que atinge expressiva parcela populacional cuja invisibilidade, ou melhor, impunidade é fator de incentivo. Esse processo misógino e atrasado, no rastro de apologia a regimes fascistas e antidemocráticos, é cultivado por meio da conduta coletiva de figuras públicas, autoproclamadas ‘de bem’, que debocham cinicamente das conquistas protagonizadas pelas mulheres nas últimas décadas.

A cidadania no geral e a sociedade civil organizada, em particular, tem o dever ético e histórico de repudiar com veemência a crescente manifestação de misoginia e que culmina com o aumento de tentativas de feminicídio e de ações feminicidas diante de todos, como se ainda vivêssemos nos sombrios tempos de intolerância medieval. Mais que nunca, devemos uníssona e contundentemente somar nossa voz em diversas frentes para, além de erradicar este mal que oprime, mata e desampara inocentes, resgatar valores que têm sido descartados em nome de um sórdido individualismo em busca de prosperidade.

Valores civilizacionais, construídos com muita luta pelas gerações que nos antecederam, não podem ser enxovalhados para que seres bizarros estimulados por seres funestos façam de cidadãs como Vanessa Ricarte, mulher de atitudes sinceras e em seu pleno direito de procurar a realização pessoal e ser feliz, vítimas da covardia e da violência de alguém que em nome de um sentimento primitivo e mórbido se sinta, em plena luz do dia, no direito de amealhar a quem diz amar o patrimônio maior e princípio de direitos, que é a Vida.

Corumbá (MS), 13 de fevereiro de 2025.


Anísio Guilherme da Fonseca                Ahmad Schabib Hany            Munther Suleiman Safa

Observatório da Cidadania                    Pacto pela Cidadania          Comitê Corumbá pela Paz

domingo, 9 de fevereiro de 2025

DONA CERISE, PROTAGONISTA À FRENTE DE SEU TEMPO

Dona Cerise, protagonista à frente de seu tempo

A eternização da Senhora Cerise de Campos Barros, semana passada, nos abalou profundamente. Mais que incansável Cidadã, a querida Dona Cerise inspirou as melhores atitudes a muitos de seus contemporâneos.

A Senhora Cerise Delfina de Campos Barros, do alto de sua humildade solidária, foi mais que incansável Cidadã à frente de seu tempo: foi Mestra modesta e discreta da magnitude de sua integridade. E é dessa dimensão o vazio que causa a sua eternização, depois de enfrentar com estoicismo a doença que a consumiu física, mas não animicamente.

Embora tivesse ouvido do Amigo Armando Lacerda, por diversas vezes, sobre o caráter e a generosidade de sua querida Sogra, que para ele era como Mãe, fui conhecê-la pessoalmente por meio da querida Irmã Antônia Brioschi, diretora do saudoso GENIC, quando estávamos no processo de construção e legitimação do Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário, entre 1993 e 1994. Sua transferência ocorreria em meados de 1995.

Quando a Irmã Antônia, coordenadora provisória do primeiro Espaço Público Não Estatal do interior do Brasil, me revelou com certa anterioridade sobre a sua transferência para Água Clara (Mato Grosso do Sul), me apresentou a então vice-presidente da Liga das Senhoras Católicas da Diocese de Corumbá (entidade mantenedora do Asilo São José da Velhice Desamparada, a primeira denominação da entidade), início de 1994.

Discreta, humilde e detentora de uma sabedoria gigante, Dona Cerise me disse que preferia ser chamada apenas pelo nome. Pedi desculpas, mas disse que não conseguiria, pois ela era a verdadeira Mestra para todos nós. Com emblemático sorriso, me consentiu, então, manter a minha reverência por ela. Era marcante a sua discrição, com a qual chegava a todos os meios, não só de Corumbá e de Ladário, mas no estado e em Mato Grosso, seu estado natal.

Sua humildade era espontânea. Não se permitia soslaios, e em seu proceder a sinceridade era o alicerce de sua caminhada. Passos firmes, seguros, mas com a leveza de uma alma generosa e liberta de protocolos. Uma verdadeira Cristã, com letra maiúscula. Sua solidariedade era incondicional, como sua Amizade: feliz os que ao longo de sua iluminada existência tiveram a sorte e o privilégio de partilhar com ela um sentimento espontâneo, forte como o seu caráter.

Quando a conheci, entre 1993 e 1994, as reuniões eram áridas e extremamente meticulosas no âmbito do que viria a ser o Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais, até porque a então Promotora de Justiça (depois Procuradora) Doutora Sara Francisco da Silva, solicitara muita objetividade e transparência na formação daquele coletivo de entidades regionais. A Doutora Sara, à medida da disponibilidade de tempo permitido, costumava aparecer de surpresa, afinal o Ministério Público era o responsável pela fiscalização do processo de escolha dos membros dos futuros conselhos de políticas públicas, ainda em construção.

Dona Cerise era a vice-presidente da saudosa e igualmente querida Dona Julieta Nemir Marinho, gigantes à frente do Asilo São José. Incansável, era a primeira a chegar às reuniões e última a sair. Nunca reclamou do tempo ou de eventuais divagações de colegas de entidades coirmãs, receosas de mudanças decorrentes da Constituição Federal de 1988. Porque a extinção da Legião Brasileira de Assistência (LBA) e de fundos a ela vinculados causou certa preocupação aos dirigentes de entidades assistenciais em todo o país.

À frente de seu tempo, Dona Cerise não se abalava. Ela dizia que todas as suas iniciativas tinham sustentabilidade porque não estavam condicionadas às fontes oficiais, muito disputadas pelas entidades. Sempre recorrera ao livro-de-ouro e ao bazar para alavancar ações, em que pessoas de seu círculo familiar e de amizade davam suporte quando necessário. Mas sempre pensou coletivamente: solidária e entusiasticamente estava, lado a lado, com todas as pessoas que atuavam naquele segmento. Nada de competição, mas cooperação, sempre.

Credibilidade e reputação são marcas indeléveis de todo o seu proceder, tanto à frente da entidade que dirigiu por décadas como de tantas outras iniciativas, sobretudo dentro da Igreja Católica, da qual foi protagonista de emblemáticas iniciativas existentes até a atualidade. Diversas iniciativas, como no Cenáculo da Rosa Mística, era a mentora pioneira e querida. Muito querida.

É luz. Inspiração. Ainda que sua discrição tipicamente pantaneira estivesse indissociável de seu comportamento, o devir dos dias, a convivência afetiva e sincera, fez com que sua presença fosse crescendo naturalmente. O amor que irradiava a tornava imprescindível. Sua espontaneidade, única. Dias depois de ter perdido nosso saudoso Pai, ela nos fez uma visita, memorável, que muito nos ajudou a reparar aquela dor da ausência. Como quando celebrávamos meu casamento, lá estava ela, discreta e luminosamente, desta vez ao lado de Dona Marli, a Companheira de Vida do Amigo Armando Lacerda. Sempre irradiando energias positivas para a Vida. Isso fiz questão de lhe dizer quando a encontrei numa das edições do Festival América do Sul, com Omar e Sofia já nascidos.

Dona Cerise é das Amigas que levo para a Vida. Um presente que a Vida me deu e, obviamente, do convívio do querido Amigo Armando Lacerda, discreto como ela, e de Dona Marli, por quem tenho também um grato e sincero afeto, pois ela tem a felicidade de ter em seu DNA essa marca generosa e sincera da Matriarca que foi protagonista à frente de seu tempo.

E neste momento de profunda dor pela ausência de uma Gigante como é Dona Cerise, nossa modesta e sincera fé-irradiação de muito Amor, Luz e, sobretudo, Sabedoria, com os quais Dona Cerise contribuiu copiosa e incansavelmente para mitigar as contradições de uma sociedade insensível e um mundo tacanho.

Obrigado, Dona Cerise, por ter existido e insistido por uma humanidade utópica em que sejamos Irmãos e construtores de nosso porvir a despeito de tamanha injustiça, indiferença e ganância a campearem soltas. Até sempre, Dona Cerise, Mestra da Solidariedade, Generosidade e Sinceridade!

Ahmad Schabib Hany

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

NOTA DE PESAR - SENHORA CERISE DELFINA DE CAMPOS BARROS

Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa

Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário

NOTA DE PESAR

SENHORA CERISE DELFINA DE CAMPOS BARROS

Profundamente consternados, os membros do Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa manifestam seu sincero pesar pela eternização da querida Senhora Cerise Delfina de Campos Barros, dia 6 de fevereiro, em Campo Grande (MS), bem como reiteram toda a sua solidariedade aos Familiares e Amigos neste momento de dor e separação.

Dona Cerise Barros, Presidente e vice-presidente da Associação das Senhoras Católicas da Diocese de Corumbá, entidade mantenedora do Asilo São José, não apenas se dedicou por décadas, de corpo e alma, ao atendimento de pessoas idosas que não podiam ser assistidas por suas próprias famílias, promovendo diversas formas de arrecadação de donativos para dar qualidade de vida e respeito à dignidade humana a dezenas de idosos que se encontravam em suas dependências.

Inspiradora em seu proceder e profundamente solidária em sua compreensão de Vida em sociedade, Dona Cerise foi membro da primeira Coordenação do Fórum Permanente de Entidades Não Governais de Corumbá e Ladário (FORUMCORLAD), fundado em dezembro de 1994, tendo estado à frente deste Espaço Público Não Estatal entre 1994 e 1997. Pediu para sair da Coordenação em 1997, depois da posse como Vice-Prefeito do Esposo de sua Sobrinha, participando discretamente das atividades do FORUMCORLAD.

Resistindo estoicamente a um tratamento longo, Dona Cerise se fazia presente por meio de mensagens alentadoras de diversos membros que participaram na década de 1990 da fundação do FORUMCORLAD. A sua partida deixa um vazio que nunca será preenchido. Perda gigantesca, da dimensão de sua integridade inabalável, a súbita ausência entre nós de Dona Cerise de Campos é e será motivo de reverenciar seu legado exemplar: seu lugar estará sempre guardado com o mesmo carinho pelo qual devotou a todas e todos os que tiveram a sorte e a felicidade de conviver com ela.

Senhora Cerise, Presente, hoje e sempre!

Corumbá (MS), 6 de fevereiro de 2025.

 

Ahmad Schabib Hany

Observatório da Cidadania

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

SIM, A HISTÓRIA NOS EMANCIPA, NOS LIBERTA

Sim, a História nos emancipa, nos liberta

A exemplo da coragem e altivez dos povos da Amazônia, indígenas e quilombolas, que se uniram para barrar um projeto nefasto de desmonte da Educação Indígena pelo governo do Éter Borrado, os movimentos sociais de todo o país têm que sair do armário e ir às ruas e mostrar a cara para que o governo do Presidente Lula não seja sarneyzado e derrotado pelas hordas fascistas em 2026.

Com a maior pachorra, o governador oligarca Éter Borrado -- dito ‘aliado’ do Presidente Lula, que lhe propiciou a reeleição (antes não tivesse reeleito) --, desenvolve com recursos federais desmonte total das políticas públicas ambientais, sociais, educacionais, setoriais e que tais. Além de ter sido pego em flagrante com projetos de privatização de reservas florestais riquíssimas, agora está obcecado por desestruturar a Educação no estado que diz governar. Sobretudo a Educação Indígena, impondo a alunos que vivem em reservas indígenas, portanto, distantes de centros urbanos, se submetam a aulas online num estado considerado o antepenúltimo no país em qualidade de conexão digital.

Contratado por Borrado para fazer o serviço sujo de que é expert, Rô Canivete -- em cuja folha corrida traz sobre si uma gama de crimes de lesa-Educação, desde o ‘governo’ do brimo traíra, passando pelo não menos nefasto Dó-dó-dória (aquele do ‘bolsodória’, ainda se lembram dele?) --, seu ‘novo’ secretário de Educação, é o artífice das arbitrariedades. Além de exorbitar direitos consagrados na Carta Magna, o gauchinho da geração dos fascistinhas de Alegrete se jacta por impor retrocessos civilizacionais em pleno terceiro milênio da chamada Era Comum.

Só que não. Enquanto esteve no colinho de golpistas e assemelhados, ele até poderia ter seu traseirinho sujo bem protegido. Na Amazônia, o buraco é bem mais embaixo, . Não sabias, tchê?! Pois, prepara-te para arriar a bombacha, se é que sabes usá-la. Os povos originários, enfastiados desde os tempos do inominável com mais esse espécime da oligarquia do baralho, chegaram ao limite e foram ao tête-à-tête. Ih, não é que sabem brigar no maior estilo?! Não adiantou o atropelo dos engomadinhos do ‘pitisco’, eis que na Amazônia não se usa black-tie. É na raça, muchacho... Vem, vem... Quem tem, tem; quem não tem, some, ou se assume!

Não bastasse isso, em viagem pelo mundo, o oligarca convidou ninguém menos que o fanta laranja para participar da COP30! O fato de o Presidente Lula ter proposto -- e conseguido! -- a COP30 em Belém, o que é um ato de prestígio para um vermezinho que desconhece o que é gratidão, não significa que uma ratazana exótica na Amazônia possa se transformar de reles anfitrião -- se ainda o fosse -- em protagonista de um conclave de relevância planetária, científica e, acima de tudo, humana. Será que isso tudo cabe em sua cabecinha de um par de neurônios, de parasita de asfalto?

‘SARNEYZAÇÃO’ DE LULA?

A extrema-direita, depois de aberta a caixa de Pandora durante o golpe travestido de ‘impeachment’ e de troca-de-faquinha dos pervertidos da ‘Leva Jeito’ -- nem a ‘velhinha de Taubaté’ se deixou levar pela falácia das ‘pedaladas fiscais’, figura jurídica que teria justificado a deposição de Dilma da Presidência da República, que sequer constam do arcabouço jurídico nacional, e do ‘pedalinho’ do sítio --, não mais recuou. Perdeu a vergonha e assumiu seu mau-caráter. A eleição do fanta laranja, tanto uma década atrás como agora, dá um gás -- ou seria pura flatulência, gases às turras? -- na sanha golpista e no cinismo dos seguidores do inominável. Não podendo ter vencido Lula em 2022 (por pura incompetência, com a máquina), as hordas fascistas, atentando o tempo inteiro contra o Estado Democrático de Direito, a economia popular e, sobretudo, os reais interesses da população, propuseram-se a ‘desidratar’ o governo de salvação -- ou união -- nacional.

A propósito de governo de reconstrução nacional -- modelo consolidado no pós-guerra de 1945 na Europa aos soçobros --, os ‘luas pretas’ de Lula põem os pés pelas mãos quando transformam o estadista em reles refém de um bando de meliantes que cobiçam as verbas públicas em nome de uma governabilidade do tempo em que Cunha, digo, Lira, cobrava pedágio para o inominável governar a cada sete dias... Tem é que dar um cacete nesses gananciosos serviçais de tudo que não presta, que confundem parlamento com cartório de legitimação do poder do agro, do ogro e do ugro! Pau neles, sem dó...

Da mesma forma como as hordas não têm comedimento para praticar uma ação criminosa, em nome do ‘mercado’ estão a estrangular a economia para não deixar Lula cumprir com parte, pelo menos, do que prometeu e, assim, fragilizar sua candidatura à reeleição, que vive a causar pânico aos órfãos e viúvas da ditadura. A vitória recente do fanta laranja os assanhou: vivem a ameaçar até com ‘intervenção’ no Brasil pelas forças armadas dos EUA. Nem que fôssemos uma edícula da casa mal-assombrada, onde o espectro fascistoide está a morar, para deleite dos ‘patriotas’ da Brigadeiro Faria Lima, aqueles que bradam certo patriotismo em que o verde é dólar e o amarelo é “oro, oro, oro”...

Aliados de araque de Lula, eles querem, sim, é ver o circo (no caso, o Brasil) pegar fogo, quanto antes, de modo a fazer com que os índices de aprovação de Lula despenquem a um nível em que não lhes custe muito derrotá-lo. Não surpreendem, sempre jogaram sujo. As forças democráticas, durante o regime que os oligarcas adoram, passaram 21 anos a denunciá-los pelo casuísmo, arbitrariedades e, sobretudo, cinismo. Quando o oligarca convida o fanta laranja não há outra razão que inviabilizar a realização da COB-30, mesmo que os prejuízos sejam irreversíveis para o Brasil e toda a humanidade.

SEGUIR O EXEMPLO

A altivez e galhardia dos povos originários e quilombolas da Amazônia são inspiradoras. É hora de seguir o exemplo. Não se trata de se embrulhar na bandeira e defecar no gabinete. Diferente daqueles palermas, amiguinhos deles. Pelo contrário, fazer ocupações cidadãs nas sedes das instituições que eles sacralizam é equilibrar a balança que está ligeiramente pendente para terraplanistas e seus jagunços. Virar o jogo é muito mais fácil do que se imagina. Foi como os serviçais do regime de 1964 tomaram uma invertida em 1981. E como eles não têm cérebro nem memória, é questão de entrar em campo.

Nunca fomos muitos, mas também nunca fomos poucos: fomos suficientes, apenas isso, até porque em números pontuais não nos dispersamos, e muito menos nos confundimos. Construímos milimetricamente a invertida que eles tomaram, de quatro, do jeitinho que gostam. Não são apenas libidinosos, mas promíscuos e pervertidos. Perdem-se em orgias e outras formas de canalizar seus recalques -- e que recalques! --, e por tal razão não têm foco e muito menos resiliência. Essa falta de objetividade tem a sua gênese na história.

Meter-se contra os povos originários é maldição garantida. Quem disse é um dos primeiros a tentar colonizá-los, nos idos do século XVI, início da trágica colonização ibérica. Diversos relatos, vários documentos. Diferentes exploradores deixaram as memórias em bibliotecas e museus europeus como que quisessem pedir desculpas pelos abusos cometidos contra os povos que eles quiseram chamar de ‘índios’, como se detivessem algum ‘sagrado’ direito de estabelecer a ordem na relação (se assim pudessem ser chamados os sucessivos intentos de massacre, saque e embuste) e de dar o nome que quisessem aos generosos anfitriões.

Reis e cortesãos nunca quiseram deixar esses relatos acessíveis ao público, nem dentro das respectivas metrópoles, para não dar luz à vergonhosa e estapafúrdia colonização: os invasores, travestidos de bons moços, não gostavam de se expor perante a história. Porque não foram ‘catequisar’ pagãos ou hereges, mas saquear, conspurcar, delinquir, promiscuir e, de passagem (se houvesse condições), amealhar, sonegar e subornar sordidamente. Não perderam o costume. Como condenados por crimes ‘pouco’ graves e nada recomendáveis, estavam nas masmorras porque abusar da boa-fé dos súditos dos reis cristãos não era pouca coisa: era privativo da corte, e apenas dela...

A ‘INVERTIDA’

Sem perda de tempo, sem procrastinação. É chegada a hora de dar o revés, a ‘invertida’, àqueles seres canhestros que vivem da desgraça da generosa e laboriosa população. Os tempos são outros, e por isso nada de amedrontamento, acovardamento. Que cada um de nós se achegue com a certeza de que não há tempo a perder. A história não só está ao nosso lado, como os interesses maiores de amplas camadas dependem de nossa iniciativa.

Sair da zona de conforto, deixar conversas online e tomar a atitude certa. A começar pela mobilização pela imediata prisão do inominável e sinistros com os quais cometeu inúmeros crimes. Sem anistia nem perdão, cabelos brancos ou não, todos vão ter que se ver é com sua capivara, folha corrida. São criminosos, terroristas. E como tal não há comiseração. Se na terra do fanta laranja bandido bom é bandido na casa mal-assombrada, aqui o buraco é mais embaixo. Nada de peninha: é cara-crachá, cara-crachá, cara-crachá! Até as altas patentes, que sempre fizeram das suas, como se estivessem acima da lei. Se alguém tiver peninha, que o diga, pois cúmplice de bandido também está tipificado na legislação.

Quem conhece a história sabe que ela não só ‘empodera’, mas emancipa, liberta. Por que nos países em que o fundamentalismo sionista e o fascismo picareta a estão retirando do currículo escolar? Não querem que amplas camadas populares conheçam sua verdadeira caminhada, sua trajetória até a chegada a nossos dias. Pode, sim, levar anos, mas um dia a massa desperta para a realidade. Como o sal, esse é nosso modesto papel, fundamental para iniciar o processo de reconquista de nosso protagonismo. Avanti, Popolo!

Ahmad Schabib Hany