Abaixo
assinado pró-UFPantanal surpreende pela adesão massiva
Abaixo assinado virtual
recém-lançado ganhou adesão surpreendente nos últimos dias. Durante as
campanhas eleitorais municipais e institucionais, o Movimento pela Universidade
Federal do Pantanal permaneceu discreto, em respeito à diversidade de
candidaturas, para não confundir eleitores e candidatos.
Quer apoiar? Não pague nada. Caso apareça o pedido
da plataforma, divulgue o seu apoio à UFPantanal. Acesse o link <https://www.change.org/p/pela-cria%C3%A7%C3%A3o-da-universidade-federal-do-pantanal-ufpantanal>.
O Movimento pela Universidade Federal do Pantanal
-- Movimento UFPantanal -- lançou abaixo assinado online, que em menos
de cinco dias chegou a quase mil assinaturas. Essa adesão surpreendeu os
interlocutores do movimento, cuja estrutura dispensa burocracia e hierarquização,
até para não engessar a mobilização. Esta é uma luta de todos e todas.
O Movimento UFPantanal teve início na véspera da
chegada do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Corumbá, em fins de julho,
quando recebeu a Carta da UFPantanal, em que se apresentaram as demandas e as
razões para a criação de um centro de excelência focado num dos biomas mais
castigados pelas mudanças climáticas, o Pantanal.
Constituído por interlocutores e articuladores, o
Movimento UFPantanal teve importantes conquistas, inclusive em Brasília. Ainda
em agosto, a deputada federal Camila Jara fez a indicação do Projeto
Legislativo no plenário da Câmara Federal. Nesse ínterim, diferentes
ministérios agendaram audiências para que nossa delegação -- membros da
comunidade pantaneira, membros de diferentes segmentos universitários, sociais,
econômicos e políticos e, óbvio, integrantes da sociedade científica -- seja
ouvida em suas demandas.
Antes um sonho, hoje uma necessidade
Sob o lema “Universidade inovadora e inclusiva”, o
projeto de criação da Universidade Federal do Pantanal, com sede em Corumbá,
propõe um novo conceito de instituição de ensino, pesquisa, extensão e
inovação, focado nas necessidades do Pantanal, quer seja do ponto de vista
social, econômico, ambiental, cultural e científico.
A implementação de pesquisas e projetos de
extensão focados na realidade pantaneira é uma urgência, sobretudo nesta quadra
da história em que fenômenos extremos do tempo, por conta das mudanças
climáticas, vêm ameaçando a sobrevivência e a existência dos habitantes do
coração do Pantanal e da América do Sul.
Os gastos com as operações de resgate e salvamento
emergenciais e de recuperação da fauna e da flora, bem como o apoio às
comunidades tradicionais, não têm sido poucos. Os resultados, ainda que
questionáveis para muitos, são os possíveis. Por isso é momento de contar com
um centro de excelência sobre o Pantanal, que foque a sua gente, o bioma como
um todo e defina estratégias de desenvolvimento a médio e longo prazos.
Hora de união pelo bem de todos
Mais que mero centro de altos estudos sobre o
bioma, a UFPantanal representa iniciativa relevante do governo federal para
potencializar o desenvolvimento sustentado, efetivo, consistente e sustentável
da região, cuja história testemunha o protagonismo pioneiro do entreposto
comercial cosmopolita do mais antigo centro urbano do sul de Mato Grosso. As
promessas redentoras que nunca se concretizaram têm levado a juventude e as
famílias com maiores condições de sobrevivência para outros municípios e até
fora do estado.
A UFPantanal não só representa a qualificação das
novas gerações, como a geração de um número de empregos diretos e indiretos de
alto poder aquisitivo, cuja repercussão nos diferentes segmentos da economia
local, em especial o comércio varejista, é efetiva. Em vez de corumbaenses e
ladarenses se mudarem à procura de novos horizontes, Corumbá, com a UFPantanal,
passará a ter condições de oferecer para jovens de todo o Brasil e dos países
vizinhos a qualificação profissional tão necessária nestes tempos de crise.
Embora as novas gerações desconheçam, Corumbá foi,
no início da década de 1970, uma cidade universitária pioneira, ainda
no tempo de Mato Grosso uno. Universitários oriundos de países vizinhos e da África
frequentaram até a graduação o então Centro Pedagógico. Na época eles eram
chamados de estudantes-convênio, por causa do Convênio Cultural da época com
diversos países lusófonos e de língua hispânica. Nessa mesma época, Corumbá
sediava importantes certames literários, artísticos, musicais e até
radiofônicos, que hoje estão na memória de todos.
Com a divisão de Mato
Grosso, Corumbá perdeu esse status, mas Dourados, depois de muita luta, conseguiu
emancipar o então Centro Universitário, que além de conseguir uma elevação da
qualidade dos cursos universitários com a Universidade Federal da Grande
Dourados (UFGD), a
população desfrutou de uma elevação de renda e qualidade de vida: aumento da
massa salarial, da oferta de empregos, geração de trabalhos indiretos, tanto no
comércio como na infraestrutura urbana regional.
Até por uma questão de
sobrevivência, precisamos participar do Movimento UFPantanal, cujos benefícios
contemplarão todos os setores: econômicos (comercial, turístico, serviços,
agricultura familiar e agropecuário), culturais (artístico, literário, cênico,
artesanal e audiovisual), sociais (volta de muitos corumbaenses e ladarenses
que precisaram deixar sua cidade para tentar novos horizontes, além da vinda de
pessoas de diferentes áreas de formação) e científico-tecnológicos (instalação
de pequenas e médias iniciativas nas áreas científicas e tecnológicas,
inclusive na saúde e alimentação, o que permitirá uma oferta de serviços mais
diversificados em nossa região, tão carente de muitos serviços).
Enfim, cara leitora e caro leitor, é hora de
sairmos da passividade a que nos impeliram de modo procrastinador: como disse o
poeta, um mais um é mais que dois. E como insiste a sabedoria popular, tudo
aquilo que faz bem a muitos, pode fazer bem para todos e todas. Não suma,
some-se à UFPantanal, uma universidade inovadora, inclusiva e integradora. Do
futuro dela dependerão as próximas gerações de corumbaenses e ladarenses. Ou
quer continuar a chorar pelo leite derramado?
Ahmad
Schabib Hany