terça-feira, 28 de novembro de 2023

Que ‘jornalismo profissional’ é esse?

Que ‘jornalismo profissional’ é esse?

Golpista desde sua gênese, o maior oligopólio midiático não teve escrúpulos para ‘entrevistar’ um mercenário sionista. Isso é sintomático, sinal de decadência, como a Abril dos Civita, que fugiram para uma ilha caribenha a fim de não pagar os direitos trabalhistas dos milhares de empregados que ficaram a ver navios.

O saudoso Leonel Brizola, de quem não tive a honra de ser correligionário, estava corretíssimo quando recomendou que, na dúvida, o brasileiro escolhesse estar do lado oposto ao que estiver a famiglia proprietária do maior oligopólio midiático em território nacional.

Aquela rede de televisão inominável, cuja famiglia sempre teve duas (ou talvez quatro) patas atoladas nos golpes (disfarçados ou acintosos), na lama do crime político brasileiro e internacional, não perdeu a oportunidade de faturar um "jabá" de seus parceiros de atividades de lesa-humanidade, para os quais rasteja pior que lesma.

Em plena campanha publicitária para reparar uma reputação inexistente, de que ela seria paladina do “jornalismo profissional” -- como assim?!, não foi ela a que encabeçou o golpe de 2016, ao lado do nefasto Eduardo Cunha, Aéreo Never e da quadrilha da ‘Leva Jeito’? --, eis que aquela reporterzinha de meia pataca envolvida em diversos episódios que desabonam Jornalistas com letra maiúscula (com nome e sobrenome a preservar) para ‘entrevistar’ (sic) ninguém menos que um suposto ‘espião’ sionista que seria filho do fundador do Hamas, aliás, um cadeirante assassinado pelo Mossad há mais de uma década.

Não que seja observador infalível, mas desde o tempo em que meu saudoso Pai era ávido leitor de Newton Carlos, Fausto Wolf, Oswaldo Peralva, Claudio Abramo e Paulo Francis (em sua fase pré-decadente, antes de se envolver com o time nova-iorquino da emissora que já foi ‘campeã de audiência’ segundo ela mesma), venho acompanhando dia após dia os desdobramentos da geopolítica na Ásia Ocidental, África Magrebina e Península Arábica. Pelo que pude ver, não passa de reles mercenário da propaganda sionista trazido ao Brasil por uma ‘fundação’ com vínculos estreitos com a CIA e o Mossad, tanto que se apresentou no ‘A Hebraica’ antes do grosseiro simulacro apelidado de ‘entrevista’ (sic).

Em franca decadência, o grupo midiático com sede no Rio segue a passos largos o inevitável processo de autodestruição precedido pela Abril da famiglia Civita, aquela que, para vergonha do patriarca Victor (um homem bom, embora obcecado pelo lucro, talvez por isso preteriu Richard por achá-lo nada ambicioso, dando plenos poderes ao pretensioso Roberto, que deu início à falência do até então maior grupo de comunicação da América Latina), fugiu para uma ilha do Caribe e deixou sem indenização profissionais competentes e leais, que aos poucos vão morrendo sem sinal de luz, ou melhor, direitos trabalhistas no fim do túnel. Eis a ética dos sionistas...

Nunca é demais reiterar que com Roberto Civita começou o desmonte moral da Abril, quando afiançou a transformação em inominável panfleto da revista ‘Veja’, criada pelo Jornalista Mino Carta em 1968 (e que a dirigiu até 1975, quando o filho ambicioso o atirou aos leões da ditadura para ganhar umas benesses do regime militar, como empréstimo bilionário da Caixa a juros subsidiados, cujos ativos expandiram a Abril a negócios de turismo e educação, como a rede de hotéis ‘Quatro Rodas Nordeste’ e a ‘Abril Educação’, e adquiriu as editoras Ática e Scipione, além do curso preparatório ‘Anglo’), sob a direção do mesmo mercenário que começou a destruir a frágil credibilidade daquele jornalão cuja sede também está não muito distante do imponente prédio da fase triunfal da velha Abril de revistas emblemáticas, como ‘Realidade’, ‘Placar’, ‘Quatro Rodas’, ‘Recreio’, ‘Casa Claudia’, ‘Pancada’, ‘Exame’, ‘Claudia’, ‘Capricho’, ‘Manequim’, ‘Intervalo’, ‘Pop’, ‘Nova’, ‘Homem’, ‘O Pato Donald’, ‘Mônica’, ‘Menino Maluquinho’, ‘Condorito’, ‘Saca-rolha’ e ‘Faísca e Fumaça’. Mais de 250 revistas semanais ou quinzenais ou até mensais, além do ‘Almanaque Abril’, fascículos periódicos como ‘Vestibular’, ‘História da Música Popular Brasileira’, ‘Clássicos Infantis’, ‘Os Filósofos’, ‘Os Economistas’, ‘Clássicos da Literatura Universal’, ‘Bíblia Ilustrada’ e ‘Grandes Mestres da Pintura’, o inesquecível ‘Círculo do Livro’ e ‘Grandes Mestres da Música Clássica’.

Sionistas de carteirinha (o patriarca, metido a ‘quatrocentão’ paulista, cujo bolor fede as páginas cinzentas do jornalão, chegava ao orgasmo quando alguém lhe dizia que seus ancestrais eram ‘cristãos novos’ na terrinha, isto é, Portugal), não aprenderam a lição: no regime de 1964, que ajudaram a consumar desavergonhadamente, foram submetidos a um obscurantismo ensandecido, tendo sido obrigados a “tapar buracos” feitos pela censura prévia instituída desde 1968 com receitas e trechos de “Os Lusíadas”, de Luís Vaz de Camões. Mesmo sabendo disso, seus herdeiros, de índole golpista, entraram de cabeça no golpe de 2016, e se estreparam de novo, desta vez tomando déficit atrás de déficit nas contas de publicidade do desgoverno do inominável. Quando Lula retornou ao Planalto, o Ministro Paulo, não sei por quê, reparou a ‘injustiça’ cometida e recolocou o jornalão ao patamar em que estava no tempo da Presidenta Dilma. Para ‘retribuir’, a famiglia Igreja, digo, Sinagoga mantém sórdida campanha de fakenews difamando integrantes do atual governo, como no episódio cínico em que tentaram acabar com a honra do Ministro Flávio Dino, da Justiça, como que já soubessem que ele seria o indicado para a vaga do Supremo Tribunal Federal.

Podemos desgostar dos rumos trilhados pelo da Alameda Barão de Limeira, nos Campo Elíseos, depois da eternização de Claudio Abramo e da demissão de Perseu Abramo da editoria de Educação e de Tarso de Castro da Ilustrada, mas nunca nos iludiram, pois seu envolvimento com grupos de extermínio nos anos de chumbo banhou de sangue inocente suas páginas pretensamente iluminadas, só que não: ainda que tivesse contratado e dado total liberdade a dissidentes da turma do Pasquim para produzir a paródia paulista do semanário satírico de Ipanema, a "catinga" de corpos mortos sob tortura está impregnada em suas páginas sem linha editorial definida até hoje, ora golpista, ora oportunamente "democrática", ao sabor dos inconfessáveis interesses da famiglia, também já dividida entre o casal de herdeiros do patriarca centenário.

Nem o clã carioca escapa dos desígnios da volatilidade do mercado, da imponderabilidade, da finitude da existência na face da Terra: o patriarca -- por sinal, metido a espertalhão e muito vaidoso, a ponto de passar pó de arroz para disfarçar sua afro-ascendência --, também longevo, não só soube negociar com os golpistas de 1964 grandes trunfos (que culminaram com a concessão de televisão que turbinou os até então modestos negócios midiáticos), como cacifou seu império ao tratorar o espólio de Chatô (além da rede de tevê pioneira, revistas como ‘O Cruzeiro’, ‘O Cruzeiro Internacional’, ‘Gasparzinho’, ‘Bolinha’, ‘Luluzinha’ e ‘Brasinha’ (além de quase uma centena de jornais e emissoras de rádio integrantes dos Diários e Emissoras Associados). Ao mesmo tempo, tirou do páreo das concessões de tevê a famiglia Civita (que gentilmente lhe transferira uma parceria bilionária com o Grupo Time-Life em 1965), açambarcando dos concessionários paulistanos de uma parceira, também nos anos 1960, e, pasmem, detonando a concessão de toda a Rede Tupi para que fosse dada ao ex-camelô metido a esperto (mesmo sendo cometida uma ilegalidade: o senor já era sócio em outra concessão, o que é vedado por lei, mas sua vontade foi feita: ‘aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei’).

Se isso fosse pouco, aquele patriarca do clã carioca se deu ao desplante de negociar seu passe com os líderes da Nova República, traiu seus velhos parceiros baianos para agradar o então ministro das Comunicações ACM e cacifou uma jogada de mestre ao tirar da concorrência a Rede Manchete com a mesma manobra de 18 anos antes, deixando na rua não só os jornalistas e atores da séria concorrente, como todas as redações (e arquivo de fotos e filmes) de revistas da Bloch Editores, como ‘Manchete’, ‘Fatos & Fotos’, ‘Manchete Esportiva’, ‘Pais & Filhos’, ‘Ele Ela’, ‘Amiga’, ‘Sétimo Céu’, ‘Os Trapalhões’, ‘Pelé’, ‘Incrível Hulk’. O pior é que ganhou de lambuja uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, seu brinquedo derradeiro, mesmo não tendo uma bibliografia que justificasse tamanha ousadia.

Ousadia, aliás, é o que caracteriza a ação predadora das quatro famiglias donas (ou ex-dona, no caso da Civita) dos oligopólios midiáticos que tomaram de assalto o Estado de Direito desde os nada memoráveis anos de chumbo, em que não se constrangeram para promover ‘meias verdades’ (hoje fakenews) e disseminar mentiras para desinformar toda a população, pois na época não havia imprensa alternativa nem internet. Cúmplices dos generecos pseudopatriotas, todas essas famiglias se enriqueceram, viraram milhardários enquanto a população passava por um processo de empobrecimento pela perda de poder aquisitivo com a retirada de direitos e proibição do direito à atuação sindical.

No período 1964-1985, o do pó-de-arroz se tornou bilionário, com investimentos em bancos e tendo diversificado sua atuação empresarial; a famiglia Civita já relatamos; os ex-sócios do então Grupo Folhas abriram a sociedade (o Caldeira, até simpático embora reacionário, contentou-se ficar com duas grandes gráficas do grupo, a CLY -- Companhia Litographica Ypiranga -- e a Impress, o que fez com que o Frias criasse a Plural, mais moderna e ágil), e ao descontinuar a edição de publicações como ‘Folha da Tarde’ (depois ‘Agora’), NP (‘Notícias Populares’), ‘Última Hora’ (de Samuel Wainer), ‘A Gazeta Esportiva’ (Fundação Cásper Líbero) e ‘A Cidade’ (um diário de Santos), focou numa grande reforma gráfica da ‘Folha’ e se associou (e depois abriu) aos Civita para enveredar na tecnologia digital (BOL-UOL, lembram-se?) e aos do pó-de-arroz para criar (e depois perder) o diário sucessor do diário econômico ‘Gazeta Mercantil’. Como lagarto, seu sorriso é só para aparentar que mantêm uma relação civilizada, mas não hesitam em comer o fígado do concorrente.

Ahmad Schabib Hany

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

SOLIDARIEDADE ALTIVA

Solidariedade altiva

No dia 29 de novembro é celebrada a solidariedade ao povo palestino desde 1977. Em Corumbá, a Câmara Municipal fará uma sessão para observar este dia, que marca o início da Nabka, a tragédia palestina.

A Câmara Municipal de Corumbá, a Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira e o Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino convidam a coletividade corumbaense e ladarense para uma sessão, nesta terça-feira (dia 28), às 18 horas, em que a solidariedade à Nabka Palestina (tragédia palestina) estará em foco.

A solenidade está constituída de três momentos: primeiro, o ato de solidariedade ao povo palestino, em seguida um ato de congraçamento com a Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira, representante da comunidade palestina local, que desde o início do século XX fez do Brasil, particularmente de Corumbá e Ladário, a sua segunda Pátria e realização de seu projeto de vida, e ao final homenagem póstuma ao ativista palestino Jadallah Safa, eternizado em São Paulo depois de sofrer um AVC após uso da palavra em ato público (morou por quase dez anos em Corumbá, entre as décadas de 1980 e 1990, quando participou da realização da Primeira Mostra da Cultura Árabe-Palestina de Corumbá e do ato de criação do Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino, do qual é Patrono Póstumo).

Iniciativa do Vereador Samyr Sadek Ramunieh e apoio da Mesa Diretora da Câmara mais antiga de Mato Grosso do Sul, o ato se realiza neste momento de mais uma tragédia que se abate sobre a sofrida população palestina, em Gaza, na Cisjordânia, em Jerusalém e em todas as partes da Terra, pois com a Diáspora Palestina há famílias palestinas em praticamente todo o Planeta.

Solidariedade altiva. É o que o Brasil e a maioria dos países do mundo têm manifestado, e que foi fundamental para o breve cessar-fogo humanitário recém acordado entre as partes, com a determinante participação do Conselho de Segurança da ONU, Liga Árabe e o governo do Catar. Mesmo que breve, essa interrupção das hostilidades incessantes por mais de 40 dias, em que mais de cinco mil crianças (mais de 10 mil civis indefesos, em sua maioria crianças, adolescentes, mulheres, idosos, grávidas, doentes, feridos e mutilados) perderam a vida sem qualquer chance humanitária.

O Papa Francisco, após audiência a pequenas delegações da Palestina e do Estado sionista, manifestou sua indignação com a desproporção da retaliação empreendida pelo segundo maior exército do Planeta. Em suas palavras, não se trata de uma ‘guerra’, mas terrorismo --  em decorrência dos bombardeios a hospitais, escolas, templos religiosos, comboio de ambulâncias transportando feridos com gravidade e, sobretudo, pelo genocídio inominável que atinge uma população civil de dois milhões de seres humanos tratados como animais segundo o próprio governo de ocupação há 75 anos, e não de pouco mais de um mês como a grande imprensa vem desinformando em nome de um ‘jornalismo profissional’.

Há 76 anos, a Nabka (tragédia) palestina teve início em 29 de novembro de 1947, quando a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), sem consultar o verdadeiro interessado -- o povo palestino --, aprovou a partilha do território da Palestina milenar, deixando mais de 50% do território da Palestina milenar para a criação de um ‘lar nacional judeu’, conforme o movimento sionista internacional propunha desde 1897, em Basileia (Suíça). Os quase 45% restantes, sem continuidade territorial (parte de Jerusalém, capital palestina histórica, Cisjordânia e Gaza) ficaram para a população palestina, que a partir de então não tiveram o direito de constituir seu governo autônomo em território soberano.

O Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, 29 de novembro, foi criado por resolução da ONU em 1977 como forma de reconhecimento pelo concerto das nações à Causa Palestina, que desde o pós-guerra de 1945 tem sido vítima das atrocidades sionistas perpetradas por grupos terroristas como Haganá, Irgun e Stern (entre mais de 20 grupos paramilitares), vindos da Europa e recebidos de braços abertos pela população palestina, expulsa de suas casas, suas terras, sua pátria milenar e, sobretudo, do direito à Soberania Nacional.

O Dia Municipal de Solidariedade ao Povo Palestino, durante o primeiro mandato do saudoso Prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (quando tornou Corumbá cidade-irmã de Ramallah, capital da Cisjordânia e sede de governo da Autoridade Palestina), foi resgatado de uma lei municipal sancionada pelo saudoso Prefeito Fadah Gattass, quando a Câmara Municipal, presidida pelo saudoso Vereador Jonas Ribeiro, aprovou o projeto de lei do então Vereador Valmir Corrêa, historiador, pesquisador e partícipe dos primeiros atos de solidariedade ao povo palestino em Corumbá, nas décadas de 1970, 1980 e 1990.

O Prefeito Marcelo Iunes, em seu primeiro mandato, implementou algumas medidas, como a criação da Praça da Palestina (ao lado da Escadaria da Rua XV) e projetos municipais de congraçamento com a comunidade árabe-palestina local. Quando da vinda a Corumbá do Sociólogo e Professor Lejeune Mirhan de Carvalho Xavier, analista de geopolítica de várias mídias, houve início às tratativas de um Memorial da Imigração, em que as diversas etnias e nacionalidades de várias procedências estariam contempladas -- projeto que não teve continuidade por falta de tempo do Professor Lejeune Mirhan, mas que oportunamente poderão ser retomados.

É a solidariedade altiva que está sendo construída, fazendo jus à vocação natural de nosso torrão corumbaense, como entreposto comercial de relevância continental e centro cultural cosmopolita mundial. Aliás, para imigrantes palestinos e demais nacionalidades árabes e dos demais países do mundo que povoam o Coração do Pantanal e da América do Sul regozijo a despeito das adversidades vividas pela expansão do ódio e da intolerância pelos quatro cantos do Planeta.

A gratidão, própria da alma árabe e latino-americana, pela hospitalidade e acolhimento solidário do querido Povo Brasileiro é sincera, profunda e vívida: as diversas gerações de palestinos e árabes de todos os 25 países traduzem seu amor e seu reconhecimento à sua nova terra, onde realizam sonhos e projetos de vida, sobretudo, para as novas gerações.

Como contraponto a este momento de afago solidário ao povo palestino, lamentavelmente as agressões a uma equipe de cineastas formada por um canadense e dois brasileiros foi vítima de agressões por um grupo de mais de 30 encapuzados fortemente armados em Iguatemi (MS), quando faziam filmagens aos povos originários do sul do estado. O episódio teve grande repercussão mundial e ocorreu na semana de véspera do quadragésimo aniversário do assassinato a queima-roupa do célebre líder Guarani Marçal de Souza, o Tupã-I (Deus Pequeno) que defendia as terras Guarani em Antônio João quando teve a sua Vida ceifada por jagunços. Decorridos 40 anos do crime covarde, que ainda permanece impune, os conflitos entre jagunços e a população originária continua, a despeito dos esforços incessantes do Estado Democrático de Direito.

Ahmad Schabib Hany

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

OBRIGADO, PRESIDENTE LULA!

Obrigado Presidente Lula!

O maior Estadista do século XXI enfrenta uma avalanche de críticas por ter falado o que pensa sobre as atrocidades sionistas em Gaza. Nosso Charles De Gaulle do Terceiro Milênio, Lula sempre esteve do lado certo da História, e mais uma vez vai provar a procedência de suas atitudes, oportunas e coerentes.

Infinita gratidão por Você e pela apaixonante população de seu País, Presidente Lula! Enquanto seus desafetos torcem para que a nave em que estão exploda, como escorpião que prefere sucumbir a conter a maldita sina de cravar sua peçonha nas costas de quem generosamente o tentar salvar, Você mostra o seu coração imenso, a sua competência ímpar de brasileiro formado na adversidade da Vida e alimentado no generoso leite da Mãe guerreira do trópico exuberante e acolhedor, tal qual o ventre materno.

Grande como Você, é o País que escolheu Você três vezes, não por acaso. O único cidadão brasileiro três vezes Presidente da República em eleições diretas, secretas e universais, sem censura, sem fraudes, sem favorecimento. ‘Órfãos’ e ‘viúvos’ da (mal)ditadura vivem a proferir impropérios, porque não têm argumentos. É a falta de argumentos que os leva ao delírio, ao devaneio, ao escárnio. Tiveram, por meio de vias tortuosas, quatro anos para mostrar a que vieram, mas a falta de objetividade, de competência e, sobretudo, de amor verdadeiro pelo Brasil e pelo Povo Brasileiro fez com que o País fosse à deriva.

Coube a Você, Presidente Lula, a tarefa histórica de, após um período de perseguição não visto com outro dignitário (nem Getúlio Vargas suportou a avalanche que se projetou sobre ele, 69 anos atrás), reconstruir o Brasil em ruínas pelos ‘patriotas’ de araque e, sobretudo, reerguer a autoestima do altivo Povo Brasileiro, sábio e justo em seu proceder cidadão.

Nem Jesus, o Cristo, nascido em Belém, na Palestina, dois milênios atrás, foi unanimidade entre os seus contemporâneos. Quando Pilatos deu a eles a escolha entre o Messias e o ladrão, não titubearam em traí-Lo. Entre os 12 apóstolos houve um que acintosamente o traísse, sem qualquer hesitação, e por 30 moedas! Hoje, 1990 anos de sua condenação pelo império romano, depois de denunciado por Anás e Caifás, os grandes rabinos que se incomodavam pelo santo legado de Cristo, ainda há os que usando o Seu nome teimam em traí-lo, tergiversando seu legado de caridade, humildade, amor e paz.

Mas como bom cristão, Você, Presidente Lula, sabe oferecer a outra face, jamais usou da vingança, a Lei de Talião, ‘olho por olho, dente por dente’, para lidar com seus detratores. São outros os que se autoproclamam ‘cristãos sionistas’, e tentam confundir os verdadeiros cristãos com uma exegese bizarra, fora da Doutrina Cristã, erigida sobre o santo legado de Cristo, de jamais recorrer ao ódio e à vingança. Parece não quererem aceitar o Novo Testamento. Parece quererem recorrer a interpretações outras que não cristãs.

Mas nosso reconhecimento, sincero e profundo, Presidente Lula, nasce de um convívio, ainda que à distância, iniciado em um inesquecível encontro na Mitra Diocesana de Corumbá, quando o querido e saudoso Dom José Alves da Costa, então Bispo Diocesano no coração do Pantanal e da América do Sul, em fins de setembro de 1998, me convidou a acompanhá-lo em uma memorável agenda com os então candidatos Luiz Inácio Lula da Silva e José Orcírio Miranda dos Santos. Com a sabedoria e humildade peculiares, Dom José, durante o encontro, me pediu que fizesse uma síntese das demandas sociais de Corumbá, constantes da Agenda 1998 do Pacto Pela Cidadania, ao que Você, Presidente Lula, também humildemente observou que o Zeca do PT estava na iminência de ir para o segundo-turno e vir a ser, como foi, governador de Mato Grosso do Sul, e então pediu que as demandas das que o Pacto Pela Cidadania era porta-voz fossem endereçadas para o Zeca, cabendo a Você, Lula, ser articulador, como foi, junto à bancada do PT no Congresso Nacional a repercussão dessas reivindicações.

Desde então, pude constatar que Você não era ‘qualquer’ agente político, mas um efetivo ativista social transformador, o que se confirmou com seu desempenho como Presidente da República a partir de 2003. Além da capacidade inesgotável de governar para todos em um país cuja história é marcada pela exclusão, seu proceder de quem acredita e respeita de fato em sua Nação tornou este país-continente um importante Estado respeitado no concerto das nações. Essa foi, aliás, a verdadeira razão pela qual recalcados e recalcadas de todos os quadrantes do País se mobilizaram a partir de 2013 contra Dilma Rousseff e Você.

Como diria o saudoso Cecílio Gaeta, cuja biografia o genial Jornalista e Escritor Edson Moraes haverá de nos presentear qualquer dia, não tenho dúvida: “Canta, canta, Nilton César, que cada verso seu é uma punhalada no coração de meus inimigos...” Pois é. Cecílio Gaeta se foi, dias atrás, e seus ‘inimigos’, em sua maioria, também já partiram desta. Mas o recalque permanece nos olhos estatelados das hordas raivosas a perambularem pelos quatro cantos deste país que, para felicidade de todos e todas, tem uma considerável parcela de pessoas lúcidas e cheias de empatia que teimam manter a Nação em seu lugar.

Quando as ratazanas do ‘centrão’, cínica e acintosamente, ‘enquadram’ seu Governo, sob qualquer pretexto, saudosos das emendas secretas do inominável (e agora inelegível), os porta-vozes do apocalipse (GAFE: Globo, Abril, Folha e Estadão) silenciam coniventes. Mas é só Você, o maior Estadista do século XXI, elevar o tom ante as atrocidades no cruel massacre de inocentes da história da humanidade cometidos sob as câmeras, ao vivo, que surgem uníssonos, feito hordas de hienas, para atacá-lo e aos mais importantes membros de seu gabinete ministerial pelas razões mais pífias.

O inominável não só recebia, inclusive fora da agenda, todo tipo de gente, inclusive líderes milicianos conhecidos, mas a imprensa embolorada do eixo Rio-Sampa não cobria, no máximo dava uma nota em suas colunas do tipo Informe JB. Não, com Você tem que ser diferente, pois Você, Presidente Lula, é suspeito até provar sua inocência. Não veem que mesmo depois de a Justiça ter reconhecido os descaminhos da ‘Leva Jeito’ e desmascarado a quadrilha de Curitiba, ainda os malucos de todas as tribos insistem que Você é culpado e tem que permanecer preso. Mas é por ser a única forma de os golpistas continuarem a saquear o País, essa é a pura verdade.

Lembra-se de ‘Geni e o Zepelin’, do querido Chico Buarque (1979)? “Joga pedra na Geni! / Joga pedra na Geni! / Ela é feita pra apanhar! / Ela é boa de cuspir! / Ela dá pra qualquer um! / Maldita Geni!” Pois é, quando o inominável (tão odiento quanto o barão do Zepelin) atentava contra as instituições nacionais, Você, Lula, era lembrado, mas agora que está a recolocae o País no concerto das nações, não, não é mais digno de confiança: vamos de Alckmin... (Ainda bem que seu Vice, Geraldo Alckmin, tem dignidade, diferentemente do também ‘patrício’ Michel Temer, pois é abissal o assédio pra cima dele.)

Uma anedota do tempo da ‘O Cruzeiro’, preconceituosa mas representativa da conduta dos ‘penas de aluguel’ nos traz esta pérola (transcreverei apenas a parte que vem ao caso): certa ocasião um renomado jagunço que em vez de pistola usava a pena de escrevinhador a ‘serviço do cliente’) foi procurado por um poderoso para que ‘fizesse um serviço’. Feita a oferta em dinheiro e a identificação da vítima do crime de difamação, o jagunço, para espanto do cliente, recusou-se peremptoriamente: “Não, patrão. Não posso aceitar, esse rapaz é meu Amigo, e eu não difamo Amigo, não. Nem adianta aumentar o valor do serviço, que não posso aceitar.” Mas o ‘coronelzão’ não se deu por vencido, e dobrou a proposta, aliás, um valor para ele irrecusável: “Não, patrão. Já disse que não vou aceitar, esse rapaz é meu Amigo.” Acostumado a ter tudo o que queria, não hesitou em quintuplicar o valor, e, diante da soma incontável, o jagunço, trêmulo, balbuciou: “Estou começando a sentir raiva desse meu Amigo...” Mas aí o coronelzão não mais quis que fosse o ‘Amigo’ do jagunço a vítima de difamação, mas a própria mãe do jagunço metido a besta.

É como funciona o mercado ‘paralelo’ da etiqueta da jagunçada, segundo David Nasser, renomado diretor da revista e autor célebre de “Falta alguém em Nuremberg”, a propósito do empoderado cuiabano do tempo de Getúlio Vargas, homem forte também do regime de 1964, morto em desastre aéreo em julho de 1973, quando o Boeing 707 da Varig incendiou e explodiu próximo ao Aeroporto Internacional de Orly, em Paris.

Gostem ou não, Você, Presidente Lula, é o nosso Charles De Gaulle, grande Estadista, o maior do primeiro quartel do século XXI. Embora De Gaulle fosse conservador, foi grande nacionalista e, para desespero do ocidente, anti-imperialista. Incomodou muito enquanto foi o chefe de Estado da França, em plena guerra fria. E Você tem todo o direito de dizer o que pensa, sim, parabéns, e obrigado pela solidariedade à população da Palestina!

Grande abraço, Presidente Lula, sorte e bênçãos em sua trajetória! Vida longa e muita saúde a Você, à Janja e toda a sua querida Família!

Ahmad Schabib Hany

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

CARTA ABERTA AOS DEPUTADOS VANDER LOUBET E CAMILA JARA

Carta aberta aos deputados federais Vander Loubet e Camila Jara

Estimado(a)s Deputado(a)s Vander e Camila,

Esta carta aberta despretensiosa, respeitosa e, obviamente, preocupada é dirigida apenas a Vocês, pois são o(a)s que nos representam na bancada federal deste estado conservador. É que na história recente do estado criado para ser modelo, até a presente data, a questão palestina tem sido reduzida -- a exemplo da questão indígena e da questão da terra -- a reles problema de polícia, como quem luta por direitos fosse fora da lei.

Não vimos seus nomes nem sua presença no ato público realizado na quarta-feira, dia 8 de novembro, na Câmara Federal, em que deputados repudiaram o maior massacre do século XXI cometido à luz do dia e em afronta a todas as convenções de guerra e resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1947, dois anos depois da criação deste organismo multilateral cujas deliberações os Estados Unidos e seus aliados, desde o fim da União Soviética, teimam afrontar reiterada e sistematicamente, como se essas potências estivessem acima das leis e seus inconfessáveis interesses fossem lícitos.

Um ano atrás, comemorávamos a eleição de Vocês dois como contraponto à insólita e funesta onda reacionária que corroeu como maldito câncer a jovem democracia brasileira, conquistada com a participação determinante de minha geração, punida com atos totalitários exarados por um regime nefasto que ainda não foi suficientemente elucidado pelas forças democráticas deste país-continente. Aliás, em memória das vítimas do holocausto brasileiro cometido pelos facínoras que justificavam sua ditadura sanguinária e antinacional com a balela de que "o povo brasileiro não está preparado para votar".

Não se trata de uma questão menor, como criminosamente retratam os oligopólios midiáticos brasileiros, como caixa de ressonância da máquina de propaganda pró-sionista e belicista (a indústria armamentista, ou melhor, da morte, vem acumulando lucros extraordinários com a destruição das potências árabes do "Oriente Médio" e "Golfo Pérsico" -- na verdade, oeste da Ásia, norte da África e Península Arábica --, sobretudo Iraque e Líbia, cujo território, sobretudo subsolo, assanha a cobiça insaciável dessas potências herdeiras do colonialismo pirata e genocida que infelicitou e ainda infelicita mais de dois terços da humanidade).

A memória seletiva da erroneamente chamada de "classe política" sul-mato-grossense esqueceu-se de que 42 anos atrás o porta-voz oficioso do regime de 1964 publicou uma fotolegenda maledicente em que o então deputado federal e fundador nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Antônio Carlos de Oliveira, incansável democrata eleito e reeleito pela resistência democrática mato-grossense, era alvo de insinuações espúrias contra a sua honra por estar ao lado do saudoso líder palestino Yasser Arafat, máximo dirigente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), única e legítima representante do Povo Palestino.

Mais que honrar a histórica posição do PT em solidariedade aos povos vítimas do saque, da opressão e do colonialismo extemporâneo das emboloradas ex-metrópoles coloniais que cinicamente posam de arautos da ‘liberdade’, da ‘democracia’ e da ‘modernidade’, cujo contraponto é a postura corajosamente mantida pelo Governo do Presidente Lula, maior Estadista do século XXI, trata-se de urgente e inadiável grito uníssono mundial por um cessar-fogo imediato por razões humanitárias que dispensam relatos, pois as imagens falam por si. Não há nada que justifique a desproporção, a guerra de terra arrasada, o odiento propósito de extermínio do milenar povo palestino.

Sabemos do conluio entre os viúvos e órfãos do inominável e seus confrades nazissionistas (são explícitas as inúmeras tentativas de sabotagens e retaliações feitas cotidianamente), mas não é possível silenciar o veementemente repúdio contra as atrocidades e o infame genocídio em Gaza neste momento. Já passa de um mês, e a máquina da morte sionista não para, não interrompe o flagrante de mortes de inocentes indefesos (bebês, crianças, adolescentes, mulheres, idosos, doentes, feridos e mutilados) com o acintoso apoio de todas as maiores potências militares e econômicas do planeta (Estados Unidos, Reino Unido, União Europeia, Canadá, Austrália e Japão).

Chamar de "terrorista" uma população privada do direito a viver em seu país milenar (com indiscutível legado civilizatório para toda a humanidade), do direito a um território soberano e contínuo (dividido pela ONU sem consultar o povo palestino), do direito a um governo autônomo, do direito à dignidade humana, do direito à vida, do direito à liberdade, do direito a ir e vir, do direito a beber água, do direito a se alimentar, do direito à saúde, do direito à inviolabilidade do lar, do direito à educação, do direito à felicidade, do direito a sonhar, do direito à infância, do direito a ser humano. Pior: os que negam esses direitos fundamentais e iniludíveis são aqueles que um século antes eram perseguidos na Europa por nazistas europeus em território europeu. Essas vítimas dos europeus já haviam sido abrigadas, protegidas, pelos mesmos árabes, inclusive palestinos, durante as Cruzadas e a Inquisição, séculos atrás. Basta ler na História na Palestina ou na Península Ibérica -- onde os "mouros" (árabes) permaneceram entre 300 (Portugal) e 800 (Espanha) anos sem impor sua língua, sua religião e sua cultura, ao contrário do que fizeram lusitanos e castelhanos na América, Ásia e, sobretudo, África, cujas consequências até hoje estão latentes, com rastro de saque, escravidão, miséria, exclusão social, supremacismo racial e devastação ambiental.

Ao contrário da falaciosa narrativa dos oligopólios midiáticos, como ensinado por Joseph Goebbels (homem da propaganda de Hitler), a repetir, repetir, repetir verdades tiradas de seu contexto, a tragédia do povo palestino não começou com a contraofensiva do Hamas em 7 de outubro de 2023, mas em 29 de novembro de 1947, quando a ONU, sem ter consultado o povo palestino, aprovou a ‘partilha (do território) da Palestina’, o que representou um sinal verde para que diversos grupos paramilitares sionistas como o Irgun, Leji e Haganá -- acusados de terroristas pelo governo britânico desde o atentado ao Hotel Rei David, em Jerusalém, em junho de 1946, que matou mais de 100 pessoas, em sua maioria árabes -- se armassem na Palestina (desde então eles se denominam de ‘forças de defesa’, mas são de ataque) e, pouco mais de um mês antes da ‘independência’ do Estado sionista, a 9 de abril de 1948, cometessem o famigerado Massacre de Deir Yassin, matando mais de 120 palestinos (idosos, mulheres e crianças) em uma população de menos de 800 habitantes. Os autores desses atentados não foram punidos (entre eles Menachem Begin e Ben Gurion, o primeiro Prêmio Nobel da Paz e ambos ‘heróis nacionais’).

Na data de hoje, as organizações sionistas em todo o mundo, a propósito do transcurso de mais um aniversário da trágica Noite dos Cristais (cometida por nazistas em Berlim, Alemanha), advertiram a humanidade pelo crescimento do antissemitismo no mundo. Não se referiram em um só momento ao martírio do povo palestino. Só não veem que perdem apoio por causa da arrogância dos governantes do Estado sionista. Sua obsessão pelo extermínio dos palestinos tem causado um repúdio sem precedentes, além do fato de que matar palestinos, matar árabes, também é antissemitismo. Afinal, os árabes, pelas mesmas Escrituras, são filhos de Ismael, filho de Abrão com Hagar, e, portanto, são também Semitas. Ou agora vão mudar as Escrituras segundo os interesses dos sionistas e de seus aliados dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e União Europeia? Não é a ‘terra prometida’ a que está por trás desse afã desvairado, mas o subsolo cobiçado, pelas riquezas existentes.

Por que os palestinos, os árabes, é que são ‘terroristas’? Foram eles, por acaso, os nazistas europeus que cometeram o Holocausto contra os judeus na Europa. Por que os palestinos, os árabes, têm que pagar a conta dos crimes cometidos pelos europeus em solo europeu? Até quando vai continuar a violência contra o povo palestino? Violência iniciada em 1917, quando o então premiê britânico Arthur Balfour prometeu a Palestina para os sionistas, conforme a Declaração Balfour, destinada ao Lorde Rotschild, banqueiro poderoso da City Londrina, representante do movimento sionista britânico. Aliás, antes mesmo da derrota do império turco-otomano em 1917 (final da Primeira Guerra Mundial), foi celebrado o Acordo Sykes-Picot, entre os chanceleres da Grã-Bretanha e da França, loteando o rico território árabe entre impérios britânico e francês, embora o famigerado T. E. Lawrence (Lawrence da Arábia, no cinema, espião britânico) tivesse entregue um documento do governo britânico prometendo libertar toda a cobiçada Arábia se os líderes árabes apoiassem o ocidente contra o império turco-otomano, verdadeiro conto do vigário.

Em 27 de novembro de 1987, quando fundamos o Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino, em Corumbá, tivemos ao nosso lado os queridos e saudosos Amigos-Companheiros Jornalista Margarida Marques, pelo Sindicato dos Jornalistas, e Doutor Roberto Orro, então Secretário de Estado de Justiça, além da Jornalista Maria Helena Brancher, então representante do Grupo de Apoio ao Índio, núcleo MS (GAIN-MS), e da Professora Yone Ribeiro Orro, pelo Instituto Brasileiro de Amizade e Solidariedade aos Povos (IBASP), núcleo MS. Daquele histórico momento também participaram a Professora Doutora Gisela Levatti Alexandre (diretora do CEUC/UFMS), o Professor Doutor Valmir Corrêa (Coordenador do Curso de História e Vereador do PT), o Médico e General Lécio Gomes de Souza (Diretor da Casa de Cultura Luiz de Albuquerque, ILA, e um dos fundadores do Curso de História em Corumbá), a Professora Mestra Elenir de Mello Alves (Biblioteconomista responsável pela Biblioteca Pública Estadual Dr. Gabriel Vandoni de Barros, que organizara e sediara a Primeira Mostra da Cultura Árabe-Palestina, entre julho e setembro de 1987), as Professoras Heloísa da Costa Urt, de saudosa memória, e Marlene Terezinha Mourão (representantes do Centro de Estudos e de Desenvolvimento Cultural de Corumbá, CEDECEC) e os Professores Maurício Lopo Vieira e Manoel do Carmo Vitório (integrantes da URT designados pelo Amigo-Companheiro Carmelino de Arruda Rezende, então Secretário de Estado do Trabalho, empossados como primeiros membros da Coordenação Colegiada do Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino).

Esperamos ansiosa e humildemente a manifestação de Vocês, coerente com sua trajetória de luta e história de vida, que respeitamos, apoiamos e admiramos desde a sua geração anterior. Não somos poderosos (não é o poder o que procuramos), mas somos formadores de opinião, solidários e sabemos que estamos do lado certo da História. Não nos virem as costas, e como disse o Poeta Antonio Machado, sevilhano das terras que já testemunharam a generosidade ‘moura’, “o caminho se faz ao caminhar”.

Corumbá (MS), 9 de novembro de 2023.

PALESTINA, PALESTINO: RESISTIR É O SEU DESTINO!

A PAZ MUNDIAL COMEÇA NA PALESTINA!

Ahmad Schabib Hany

Comitê 29 de Novembro de Solidariedade ao Povo Palestino

terça-feira, 7 de novembro de 2023

TERRA PROMETIDA, NÃO: SUBSOLO COBIÇADO

Terra prometida, não: subsolo cobiçado

Antes mesmo de os nazistas porem em prática o legado de Goebbels (homem da propaganda de Hitler), os sionistas já promoviam campanha publicitária com base em passagens do Pentateuco para sensibilizar religiosos de denominações monoteístas mais populosas, a Terra Prometida.

Leva-nos a uma tomada de posição o recente escândalo causado pela fala criminosa de uma ‘comentarista’ dona de um programa na Rádio Bandeirantes (que nas décadas de 1970, 1980 e 1990 foi vanguarda, ao lado da tevê do mesmo grupo, no Jornalismo e em muitos programas, sobretudo de música popular brasileira e do cinema-arte, mas agora se encontra em franca decadência). Não podemos deixar passar uma só declaração racista, sobretudo neste momento em que o povo palestino vem sendo alvo de campanhas criminosas comparáveis à propaganda nazista da primeira metade do século passado.

Indignante em sua fala é não demonstrar qualquer hesitação ao pregar o extermínio dos palestinos, dizendo que ‘não há inocentes em Gaza’ (sic). Assume-se sionista e recorre a citações do Pentateuco (Velho Testamento, na Bíblia) para dizer que ela luta, sim, por sua ‘terra ancestral e presente’. Primeiro, o Estado de Israel tem apenas 76 anos e foi fundado sobre o território milenar da Palestina. Em pleno século XX, é o único que não tem fronteiras definidas (e há quem diga que as duas listras azuis são explícita afirmação que seu território começa no rio Nilo (Egito) e termina no Eufrates (Iraque). Somente tem direito à cidadania, ou nacionalidade, ‘israelense’ quem professa a religião judaica, não quem nasce dentro de seu território, como nos demais países do Planeta.

Com base no Departamento de Estado dos Estados Unidos, agora surge uma campanha para ‘alertar’ sobre o aumento de casos de antissemitismo. Como assim? Os árabes somos semitas também, ou vão mudar as escrituras, ao sabor dos interesses da Casa Branca e do Knesset, parlamento do Estado sionista imposto aos palestinos sem os consultar? Essa é a tal ‘democracia’ ocidental? Não foi esse o legado dos atenienses nem dos renascentistas e iluministas, até porque eles eram assumidamente laicos: l-a-i-c-o-s, alguns declaravam solenemente serem ateus, ante a barbárie cometida em nome de Deus na Idade Média...

Ao contrário da atual propaganda nazissionista, os árabes ao longo da história protegeram os judeus das perseguições do ocidente, sobretudo nas Cruzadas e na Inquisição. Ou por quê havia milhares (senão milhões, não se sabe ao certo) em território ibérico quando os ‘mouros’ dominaram a península e legaram contribuições civilizatórias que fizeram os reinos católicos da Espanha e Portugal pioneiros na Europa que renascia depois da lúgubre e obscurantista Idade Média, de sortilégios e privilégios apenas para os ‘sangue azul’? Por quê, afinal, os Palestinos e demais árabes terem que pagar a conta do holocausto nazista, praticado por europeus e imposto aos judeus nas primeiras décadas do século XX, em território europeu?

Qual direito divino (sic) detém o ocidente e, por tabela, os judeus para invadir, expulsar, saquear, difamar, humilhar, aprisionar, infelicitar quatro ou mais gerações de palestinos em seu próprio território? Hoje está provado que os sionistas, com sua obsessão e ação de extermínio acintoso dos palestinos, pretende não só se apossar do território milenar que cultivaram, habitaram, desenvolveram, viveram e conviveram por milênios: os sionistas querem usurpar sua história, suas culturas, seu protagonismo na vanguarda da humanidade e, sobretudo, sua existência enquanto povo milenar. Aliás, o fato de ser judeu nascido e criado na Europa ou em outro continente não significa que tenha a mesma cultura dos originários palestinos, pois judeus europeus são e serão sempre europeus.

Contra fatos não há argumentos, e muito menos narrativas falaciosas. Antissemitismo é o que vem sendo cometido no genocídio de Gaza, nos massacres da Cisjordânia e da velha e milenar Jerusalém, berço das três religiões monoteístas mais populosas do Planeta.

A história tem mostrado que muitas falácias a que recorreram os poderosos em diferentes tempos têm sido o uso da religião para dominar e subjugar grandes contingentes humanos. No final do século XIX, o movimento sionista fundado por Theodor Herzl, um judeu europeu interessado na criação de um ‘lar nacional para os judeus’ quando a Grã-Bretanha era a poderosa potência colonial, detentora do império britânico, ‘aquele em cujo território o sol não se punha’.

Os sionistas, depois de sondar ricas terras da Patagônia (não muito distante das cobiçadas Ilhas Malvinas, pertencentes à Argentina, e não Inglaterra), estiveram de olho no território de Uganda (África, continente rico em diamantes, ouro e petróleo), e até na Amazônia, na América do Sul, onde as lendas europeias do mitológico El Dorado (ou, em português, Eldorado) despertavam a cobiça pelo ouro e outros minérios. Meu Avô materno Yussef Al-Hany, um dentista libanês druso (em árabe ‘derzi’, uma denominação religiosa oriental espiritualista) que passara pela Europa até chegar à Amazônia, mais de um século atrás (tempo da Madeira-Mamoré), contava epopeias de ousadas expedições cujos integrantes sumiram na profundeza da selva tropical, à época temida pelas lendas, feras e, sobretudo, pela malária endêmica.

Nessa época o império turco-otomano -- que no século XV conquistara o coração do império romano do oriente (império bizantino), com a queda de Constantinopla, e que levara às grandes navegações por conta da procura de rotas alternativas para compra de especiarias e tecidos das Índias e outros fornecedores do oriente, empreendimento liderado pelos reinos católicos da Espanha e de Portugal graças ao legado árabe na Península Ibérica -- se encontrava em franca decadência e nos estertores da morte. Grã-Bretanha e França, de olho no espólio turco, já se articulavam para lotear o território árabe, a despeito das promessas feitas, por meio de T. E. Lawrence (o famigerado Lawrence da Arábia), de que, em troca da ajuda dos líderes árabes no enfrentamento dos tirânicos feitores turco-otomanos, obteriam sua libertação -- ledo engano: ingleses e franceses já haviam se entendido, por meio do Acordo de Sykes-Picot, na partilha do imenso mundo árabe, desde parte da Ásia e a região magrebina da África.

Pouco tempo depois, em plena Primeira Guerra Mundial, o chanceler britânico Arthur Balfour envia a um dos máximos líderes sionistas de Londres, o Lorde Rotschild, carta que entra para a história como Declaração Balfour, em que o representante do Reino Unido (antes de derrotar o império otomano) se compromete a concretizar o propósito sionista do ‘lar nacional judeu’ na Palestina, que ainda estava sob o domínio da Turquia. Enquanto os colonizadores britânicos proibiam os árabes de qualquer arma, sobretudo com munição, os sionistas europeus, recém-chegados, usando sempre a falaciosa metáfora de ‘forças de defesa’, promoveram, sim, atentados, como o do Hotel David, em Jerusalém, onde as autoridades coloniais britânicas se hospedavam enquanto serviam ao império britânico.

Outro atentado terrorista cometido por grupos como o Irgun e o Haganá (eram mais de seis organizações de milicianos europeus ligados ao sionismo) foi o famigerado Massacre de Deir Yassin, de 1947, quando famílias inteiras de palestinos, em pânico, abandonaram suas aldeias, suas plantações seculares de oliveiras e suas atividades milenares de vida no campo. Eles, por serem judeus, podiam recorrer ao terrorismo, como o Estado de Israel, desde que existiu por decisão de governos de países-membro da ONU, em 1947, SEM CONSULTAR O POVO PALESTINO, sobre um território único que eles partilharam de propósito sem continuidade, para impedir que remanescesse o Estado da Palestina, como não existe até hoje. E a imprensa ocidental vem cinicamente chamar de ‘ministério de saúde (minúsculas, pois é falácia, não existe governo constituído) do Hamas’, ‘exército do Hamas’, ‘guerra contra o Hamas’, se sequer há um Estado constituído, um governo criado.

Se no tempo dos faraós, milênios atrás, os sacerdotes já se valiam da fé, esse recurso foi usado também pelo império romano depois do século IV depois de Cristo, quando césar, o imperador romano, se ‘converteu’ ao cristianismo. Depois de séculos de perseguição aos cristãos, o mesmo império que perseguiu e até fez o julgamento de Jesus Cristo (com o conluio dos sumos rabinos Anás e Caifás, que O denunciaram como ‘falso Messias’, não esqueçamos).

Valendo-se, dessa forma, das escrituras religiosas, os sionistas, antes mesmo de Joseph Goebbels ter-se tornado célebre homem da propaganda de Adolf Hitler na Alemanha, já usavam a repetição da narrativa destituída de qualquer base histórica. Valiam-se da ‘tradição’ religiosa para tentar legitimar sua campanha, explicitamente propagandística. Benjamin Netanyahu e aquela ‘comentarista’ sionista são a prova eloquente de que eles se consideram acima do bem e do mal. Essa balela de terra prometida (sem maiúsculas, pois não passa de propaganda sionista), assim como a vergonhosa consigna de ‘uma terra sem povo (sic) para um povo sem terra’ tem que ser desmascarada. Como Joe Biden disse em 1986, ‘se não existisse Israel, teríamos que criar um’, os Estados Unidos e a União Europeia precisam, sim, de um enclave ocidental na Arábia milenar, sobretudo por causa do SUBSOLO COBIÇADO.

A verdadeira razão por que a OTAN e todas as potências econômicas e militares ocidentais se mobilizam não é a ‘terra prometida’, mas o subsolo cobiçado. A história demonstra sem qualquer artifício, de modo explícito e transparente. Foi só eclodir o conflito na Palestina para a OTAN se ‘esquecer’ da Ucrânia, governada desde 2014 por um sionista, Volodimir Zelensky. Coincidência? Não, é que eles são os ‘eleitos de deus’ (sem maiúscula, pois não se trata do Criador, mas o da propaganda sionista). Daqui a pouco, vão querer, por causa do lítio e da água, nos tirar da América do Sul. Só que não: vivemos ‘os últimos dias de Pompeia’, fim do nefasto império do ocidente. Talvez nossa geração não veja, mas nossos Filhos e Netos viverão tempos alvissareiros, livres da tirania sionista, cuja mais eloquente manifestação de opressão e barbárie acontece neste momento na Palestina, milenar, que encontrará paz quando as atuais potências ocidentais se recolherem à sua insignificância histórica, como povos de índole predadora e seu comportamento, igual ao de Átila, o uno, com rastro de terra arrasada.

Ahmad Schabib Hany

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

REFLEXÃO INDISPENSÁVEL

Reflexão indispensável

Relação de cumplicidade em alto nível, as interações, ou melhor, trocas de mensagens e ideias entre quem faz da escrita tentativa de reflexão coletiva e quem generosamente lê e se sente à vontade e no direito-dever de uma quase autocrítica de mão dupla.

Graças a um comentário sincero do Amigo-Irmão-Companheiro-Camarada Professor Tito Carlos Machado de Oliveira, um dos líderes estudantis (ao lado dos igualmente queridos Amarílio Ferreira Junior, Marisa Bittar, Paulo Roberto Cimó Queiroz, Paulo Marcos Esselim, Mário César Ferreira, José Carlos Ziliani, Mário Sérgio Lorenzetto e a saudosa Mariluce Bittar, quase todos Professores Doutores) entre 1979 e 1984 na então FADAFI/FUCMT, me permito fazer breve pausa para refletir com efetiva empatia neste conturbado momento, sobretudo no dia 2 de novembro, a propósito da transitoriedade de nossa passagem pela Terra, pela qual temos a bizarra pretensão de nos apossarmos, quando, na verdade, é ela a que nos acolhe, nutre, estimula e desenvolve até nos misturar ao pó de seu solo.

Mesmo sendo feriado, e creio que até por isso, acabei tomando meu café da manhã só, ou melhor, com meus pensamentos e eles trazendo a presença de pessoas que se eternizaram ao longo dos últimos tempos.

Como costumo tomar café em xícara de 300ml, gole por gole, entre a nostalgia pelos queridos que a Vida generosamente me presenteou como Irmão (Mohamed), Pai (Mahoma), Mãe (Wadia), Familiares, Amigos/as, Companheiros/as e Colegas. Por terem partido mais recentemente cito Dona Maria Taques, Camarada Jadallah Safa, Professor Jorge Mariano, Seu Jorge Katurchi, Amigo Marcos Boa Ventura, Seu Augusto César Proença, Padre Osvaldo Scotti, Professor José Carlos Abrão, Seu Pando Temeljkovitch, Doutor Lamartine Costa, Professor Fausto Matto Grosso, Professora Rocío Bolivia Román, Professor Julio Paro, Amigo Luiz Eduardo de Oliveira, Seu Amin Cestari Baruki, Tio Hussein Khalil Schabib, Doutor Adelmo Lima, Professor Francisco Carlos Ignácio, Professora Terezinha Baruki, Dona Ivone Torres, Amigo Mário Márcio Katurchi, Amigo Joaquim Ivan do Amaral, Dona Agustina Parejas Urquidi, Professora Maria Ester Batesti, Hermano Andrés Menacho, Dona Sebastiana da Silva, Seu José Ribeiro Sobrinho, Seu Haymour Hamad, Professor Carlos Patusco, Tio José Tamim Hany, Camarada Wilfredo Mujica, Padre Pasquale Forin, Amiga Maria Imaculada Gomes, Tio Miguel Safwat Hany, Dom Segismundo Martínez, Jornalista Armando Amorim Anache, Seu Reinaldo Antônio de Campos, Doutor José Carlos Cataldi, Tia Teresa May Hany de Paz, Amigo Adimir Lobo, Seu José de Pontes, Seu Ariodê Navarro, Seu Lincoln Gomes, Jornalista Farid Yunes, Professor Edmir Abelha Moraes, Seu Mário Corrêa Albernaz, Amigo Pascoal Sotero Galeano, Professora Ester Senna, Dona Anna Thereza Katurchi, Professora Eunice Ajala Rocha, Doutor Márcio Baruki, Amigo Leodevar Rodrigues Jardim, Jornalista Néstor Taboada, Seu Edgar de Almeida, Amigo Badu Mônaco, Professora Maria Auxiliadora Ferreira, Prefeito Ruiter Cunha, Jornalista Lorenzo Carri, Dona Gueisi Montero, Seu Oacir do Amaral, Seu João Luiz Miguéis, Dona Maria de Fátima Franco, Pastor Cosmo Gomes, Seu Luiz Guilherme Lacerda, Dona Rosa Maria Katurchi, Doutor Cleto Leite de Barros, Professora Mariluce Bittar, Poeta Manoel de Barros, Professor Augusto Alexandrino Malah, Padre Ernesto Saksida, Camarada Carlos Fuentes, Pastor Antônio Ribeiro de Souza, Dom José Alves da Costa, Jornalista Margarida Marques, Camarada Manoel Sebastião da Guató, Doutora Angélica Anache, Companheiro Aurélio Tórrez, Amigo Adriano Aveiro, Companheira Heloísa Urt, Professor Eduardo Saboya, Doutor Walter Volmar Rien, Doutora Laurita Anache, Doutor Walter Mendes Garcia, Doutor Lício Paiva Garcia, Professor Salomão Baruki, Doutor Joilce Araújo, Jornalista Márcio Nunes Pereira, presentes.

O telefonema solidário do Professor Valmir Corrêa, de Campo Grande, me traz de volta à realidade. Preocupado com a escalada da violência contra as crianças e jovens na Faixa de Gaza e Cisjordânia, na Palestina (ou melhor, no que restou de seu histórico território) sob ocupação, me ligou para que transmitisse sua solidariedade à comunidade palestina local, de cujos integrantes mais velhos é Amigo há mais de quatro décadas. Em seguida, o Professor João Alvarez telefona para saber sobre os rumos da tragédia que se avizinha, mesma preocupação, aliás, de outro Amigo da mesma época, o Psicólogo Juvenal Ávila: as pessoas conscientes sabem do genocídio que está sendo cometido sob a complacência da União Europeia, dos Estados Unidos e da OTAN.

Mas é a Vida a que pede passagem nesta quinta-feira nostálgica. Generosa e inspiradora, ela nos ensina que nada somos sem nossos semelhantes, sem as pessoas que, como nós, também lutam para sobreviver. É verdade que neste momento da história da humanidade há muito ódio e mentira espalhados por todas as partes, tanto em nossas relações pessoais como entremeadas nas mídias sociais. E tem uma explicação: as grandes corporações do planeta, temendo a perda de seu poder, usam todos os artifícios para pôr as pessoas umas contra as outras, mesmo que isso possa levar a Terra ao seu fim. Para essas corporações, o que importa é o binômio dinheiro e poder. O resto é balela.

Por essa razão, precisamos nos despir de falsas verdades e passar a aceitar o ‘outro’ como ele ou ela é, isto é, o mesmo que nós. Em milhares de anos, desde que a espécie humana está na condição de ‘superior’ (pretensão, é verdade!), de estar ‘no topo’ entre as demais espécies de animais do Planeta, hoje, como nunca antes, as mudanças climáticas e o excesso de arsenais atômicos em diversas partes do mundo já representam uma grande e temerária ameaça para todas as espécies.

Como nos ensina o Professor Tito de Oliveira em sua mensagem, ainda que a tensão vivida nestes tempos nada generosos nos cause impulsos inevitáveis e temíveis, é fundamental que os contenhamos para conseguirmos processar a necessária reflexão, um mínimo de racionalidade, para manter acesa a tênue chama da civilidade, da urbanidade. É verdade que há momentos em que acabamos chutando o pau da barraca e queremos ver ‘o circo pegar fogo’, mas o prudente é não chegarmos ao extremo, até para não justificar o ódio disseminado pelos robôs programados para disseminar mentiras e ódio, puro ódio.

Como por encanto, a melodia do imortal Sérgio Bittencourt ‘Naquela mesa’ toma conta de minha mente. É o tributo às pessoas queridas que se eternizaram, ora citadas ou não. É a forma como em alto estilo homenageamos nossos iguais (sem sermos narcisistas) e nos reeducamos para focarmos no burburinho, no alvorecer do novo dia, cujos protagonistas são as crianças de zero a 14 anos que vêm tentando sobreviver ao intenso bombardeio.

Ahmad Schabib Hany

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

REFLEXÃO INDISPENSÁVEL

Reflexão indispensável

Relação de cumplicidade em alto nível, as interações, ou melhor, trocas de mensagens e ideias entre quem faz da escrita tentativa de reflexão coletiva e quem generosamente lê e se sente à vontade e no direito-dever de uma quase autocrítica de mão dupla.

Graças a um comentário sincero do Amigo-Irmão-Companheiro-Camarada Professor Tito Carlos Machado de Oliveira, um dos líderes estudantis (ao lado dos igualmente queridos Amarílio Ferreira Junior, Marisa Bittar, Paulo Roberto Cimó Queiroz, Paulo Marcos Esselim, Mário César Ferreira, José Carlos Ziliani, Mário Sérgio Lorenzetto e a saudosa Mariluce Bittar, quase todos Professores Doutores) entre 1979 e 1984 na então FADAFI/FUCMT, me permito fazer breve pausa para refletir com efetiva empatia neste conturbado momento, sobretudo no dia 2 de novembro, a propósito da transitoriedade de nossa passagem pela Terra, pela qual temos a bizarra pretensão de nos apossarmos, quando, na verdade, é ela a que nos acolhe, nutre, estimula e desenvolve até nos misturar ao pó de seu solo.

Mesmo sendo feriado, e creio que até por isso, acabei tomando meu café da manhã só, ou melhor, com meus pensamentos e eles trazendo a presença de pessoas que se eternizaram ao longo dos últimos tempos.

Como costumo tomar café em xícara de 300ml, gole por gole, entre a nostalgia pelos queridos que a Vida generosamente me presenteou como Irmão (Mohamed), Pai (Mahoma), Mãe (Wadia), Familiares, Amigos/as, Companheiros/as e Colegas. Por terem partido mais recentemente cito Dona Maria Taques, Camarada Jadallah Safa, Professor Jorge Mariano, Seu Jorge Katurchi, Amigo Marcos Boa Ventura, Seu Augusto César Proença, Padre Osvaldo Scotti, Professor José Carlos Abrão, Seu Pando Temeljkovitch, Doutor Lamartine Costa, Professor Fausto Matto Grosso, Professora Rocío Bolivia Román, Professor Julio Paro, Amigo Luiz Eduardo de Oliveira, Seu Amin Cestari Baruki, Doutor Adelmo Lima, Professor Francisco Carlos Ignácio, Professora Terezinha Baruki, Dona Ivone Torres, Amigo Mário Márcio Katurchi, Amigo Joaquim Ivan do Amaral, Dona Agustina Parejas Urquidi, Professora Maria Ester Batesti, Hermano Andrés Menacho, Dona Sebastiana da Silva, Seu José Ribeiro Sobrinho, Seu Haymour Hamad, Professor Carlos Patusco, Camarada Wilfredo Mujica, Padre Pasquale Forin, Amiga Maria Imaculada Gomes, Dom Segismundo Martínez, Jornalista Armando Amorim Anache, Seu Reinaldo Antônio de Campos, Doutor José Carlos Cataldi, Amigo Adimir Lobo, Seu José de Pontes, Seu Ariodê Navarro, Seu Lincoln Gomes, Jornalista Farid Yunes, Professor Edmir Abelha Moraes, Seu Mário Corrêa Albernaz, Amigo Pascoal Sotero Galeano, Professora Ester Senna, Dona Anna Thereza Katurchi, Professora Eunice Ajala Rocha, Doutor Márcio Baruki, Amigo Leodevar Rodrigues Jardim, Jornalista Néstor Taboada, Seu Edgar de Almeida, Amigo Badu Mônaco, Professora Maria Auxiliadora Ferreira, Prefeito Ruiter Cunha, Jornalista Lorenzo Carri, Dona Gueisi Montero, Seu Oacir do Amaral, Seu João Luiz Miguéis, Dona Maria de Fátima Franco, Pastor Cosmo Gomes, Seu Luiz Guilherme Lacerda, Dona Rosa Maria Katurchi, Doutor Cleto Leite de Barros, Professora Mariluce Bittar, Poeta Manoel de Barros, Professor Augusto Alexandrino Malah, Padre Ernesto Saksida, Camarada Carlos Fuentes, Pastor Antônio Ribeiro de Souza, Dom José Alves da Costa, Jornalista Margarida Marques, Camarada Manoel Sebastião da Guató, Doutora Angélica Anache, Companheiro Aurélio Tórrez, Amigo Adriano Aveiro, Companheira Heloísa Urt, Professor Eduardo Saboya, Doutor Walter Volmar Rien, Doutora Laurita Anache, Doutor Walter Mendes Garcia, Doutor Lício Paiva Garcia, Professor Salomão Baruki, Doutor Joilce Araújo, Jornalista Márcio Nunes Pereira, presentes.

O telefonema solidário do Professor Valmir Corrêa, de Campo Grande, me traz de volta à realidade. Preocupado com a escalada da violência contra as crianças e jovens na Faixa de Gaza e Cisjordânia, na Palestina (ou melhor, no que restou de seu histórico território) sob ocupação, me ligou para que transmitisse sua solidariedade à comunidade palestina local, de cujos integrantes mais velhos é Amigo há mais de quatro décadas. Em seguida, o Professor João Alvarez telefona para saber sobre os rumos da tragédia que se avizinha, mesma preocupação, aliás, de outro Amigo da mesma época, o Psicólogo Juvenal Ávila: as pessoas conscientes sabem do genocídio que está sendo cometido sob a complacência da União Europeia, dos Estados Unidos e da OTAN.

Mas é a Vida a que pede passagem nesta quinta-feira nostálgica. Generosa e inspiradora, ela nos ensina que nada somos sem nossos semelhantes, sem as pessoas que, como nós, também lutam para sobreviver. É verdade que neste momento da história da humanidade há muito ódio e mentira espalhados por todas as partes, tanto em nossas relações pessoais como entremeadas nas mídias sociais. E tem uma explicação: as grandes corporações do planeta, temendo a perda de seu poder, usam todos os artifícios para pôr as pessoas umas contra as outras, mesmo que isso possa levar a Terra ao seu fim. Para essas corporações, o que importa é o binômio dinheiro e poder. O resto é balela.

Por essa razão, precisamos nos despir de falsas verdades e passar a aceitar o ‘outro’ como ele ou ela é, isto é, o mesmo que nós. Em milhares de anos, desde que a espécie humana está na condição de ‘superior’ (pretensão, é verdade!), de estar ‘no topo’ entre as demais espécies de animais do Planeta, hoje, como nunca antes, as mudanças climáticas e o excesso de arsenais atômicos em diversas partes do mundo já representam uma grande e temerária ameaça para todas as espécies.

Como nos ensina o Professor Tito de Oliveira em sua mensagem, ainda que a tensão vivida nestes tempos nada generosos nos cause impulsos inevitáveis e temíveis, é fundamental que os contenhamos para conseguirmos processar a necessária reflexão, um mínimo de racionalidade, para manter acesa a tênue chama da civilidade, da urbanidade. É verdade que há momentos em que acabamos chutando o pau da barraca e queremos ver ‘o circo pegar fogo’, mas o prudente é não chegarmos ao extremo, até para não justificar o ódio disseminado pelos robôs programados para disseminar mentiras e ódio, puro ódio.

Como por encanto, a melodia do imortal Sérgio Bittencourt ‘Naquela mesa’ toma conta de minha mente. É o tributo às pessoas queridas que se eternizaram. É a forma como em alto estilo homenageamos nossos iguais (sem sermos narcisistas) e nos reeducamos para focarmos no burburinho, no alvorecer do novo dia, cujos protagonistas são as crianças de zero a 14 anos que vêm tentando sobreviver ao intenso bombardeio.

Ahmad Schabib Hany