34
anos da Constituição Cidadã e os novos desafios
Nada é por acaso. Embora tenham
chegado a pouco mais de 1,5 pontos percentuais de sua eleição no primeiro
turno, Lula e Alckmin têm diante de si um desafio emblemático: novas estratégias
para a defesa da Constituição Cidadã e a restauração do Estado Democrático de
Direito.
Dia 5 de outubro a Constituição
Cidadã completou 34 anos de sua histórica promulgação, a despeito das
tentativas incessantes do atual inquilino do Planalto de pô-la por terra e com
ela o Estado Democrático de Direito.
Não por acaso, Lula e Alckmin têm
ante si um emblemático desafio: novas estratégias para a defesa dos principais
pressupostos da Constituição Cidadã. É como se estivessem diante de um cenário
de guerra de terra arrasada, em que não restou pedra sobre pedra, e os
sobreviventes dependem de medidas emergenciais para obter uma sobrevida como se
tratasse de um insólito milagre.
Na verdade, trata-se de momento
bastante inusitado: cada eleitor está sendo chamado à consciência para decidir
pelo reencontro do Brasil com a História, e dar sua contribuição inadiável:
assegurar a vitória acachapante de Lula sobre o atual inquilino do Planalto
que, apesar de seu juramento, comporta-se como um fedelho interessado única e
tão somente no desmonte, na destruição, da democracia e das políticas públicas.
1) programas consistentes e bem
estruturados de enfrentamento da fome e no contexto da segurança alimentar (e
não projetos oportunistas feitos a toque de caixa com o intuito de apenas
garfar votos em período eleitoral); 2) reestruturação do Sistema Único de Saúde
(SUS), sobretudo para desafogar os milhões de pacientes com cirurgias e
tratamentos atrasados desde antes da pandemia de covid-19; 3) fortalecimento do
sistema educacional, com ênfase para a recuperação dos recursos para a
educação, bem como a correção de rumo das políticas educativas para colocar os
milhões de estudantes das escolas públicas em programas de nivelamento com
aqueles que frequentam escolas particulares; 4) recuperação das universidades,
em especial públicas (federais, estaduais e comunitárias), mediante
superfinanciamento para retomar programas descontinuados pelo atual governo,
como o Bolsa Permanência, PROUNI, REUNI, Ciências Sem Fronteiras, ENEM,
política de cotas, refinanciamento de alunos inadimplentes na área estudantil; 5)
investimento pesado em programas de desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e
Inovações para todas as faixas etárias de jovens e adultos; 6) reestruturação
do Sistema Nacional de Cultura, com a criação de comitês de cultura em cidades
reconhecidamente culturais, inclusive como Corumbá e Ladário.
Foi o que a Constituição Federal de
1988 consignou por meio de seus mais de 500 constituintes e milhões de cidadãos
que participaram de todas as votações para cada um dos inúmeros direitos que
foram definidos mediante a Assembleia Nacional Constituinte. Além do
fortalecimento das políticas fiscais, de transparência (aliás, é bizarro ver um
governante em pleno século XXI recorrer a decreto de 100 anos de sigilo e ao
orçamento secreto) e de otimização dos recursos públicos, a valorização dos
direitos individuais, sociais, coletivos, difusos e trabalhistas que constam da
Constituição Cidadã é mais um dos desafios estruturados ‘para ontem’, pois é
inegável que estejamos na redenção do Estado Democrático de Direito.
E justamente no dia em que a
Constituição Cidadã completa 34 anos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), os candidatos presidenciais Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB), além
de inúmeros candidatos a outros cargos e personalidades de renome e
credibilidade, estiveram manifestando seu apoio a Lula e Alckmin. Mais que
certeza de uma consistente retomada de rumos, com reconhecimento e
solidariedade, a opção na candidatura Lula no segundo turno é um convite
entusiasta a um tempo de resgate da harmonia, da empatia e da esperança em que
cada um de nós estará dando a sua participação inclusiva e parceira para que o
Brasil volte a ser a potência da paz, do combate à fome e da concórdia neste
mundo cada vez mais imprevisível.
Todo apoio ao estadista que o povo
brasileiro ofereceu para a humanidade no período de 2003 a 2010. Com fé e
tranquilidade, mais uma vez a esperança vencerá o medo e o amor vencerá o ódio.
Ahmad
Schabib Hany
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