domingo, 31 de março de 2019

AINDA QUE TEIMEM, A HISTÓRIA NÃO ANDA PARA TRÁS...

"Aos amigos tudo, aos inimigos os rigores da lei..." (Bordão do regime de 1964)

AINDA QUE TEIMEM, A HISTÓRIA NÃO ANDA PARA TRÁS...

1964 ficou no passado, e o saudosismo daqueles que não têm projeto de nação e muito menos programa de governo pode tumultuar e causar prejuízos econômicos e sociais -- porque o País não suporta tanto amadorismo e improviso de canastrões --, mas não terão competência política para concretizar algo cujas condições históricas estão longe das necessárias para que pudesse ocorrer.

Ainda que os saudosistas sublimem, que sofismem como têm feito reiteradas vezes, 1964 ficou para trás. Hoje, a despeito de uma vitória eleitoral de pirro (porque, além de fraudada e cheia de vícios, sobretudo legais, o capitão da reserva não soube -- desculpem o quase trocadilho -- capitalizar no momento certo sua legitimação, tamanha sua incompetência política), o Brasil é outra nação, com demandas complexas e, finalmente, com valiosíssimos interesses no concerto das nações.

A similaridade entre 1964 e 2016-2018 (isto é, da deposição de Dilma à “eleição” do ex-tenente imponderável) está na cooptação, por agentes do governo de Washington (via Departamento de Justiça da Casa Branca), de certo número de agentes do Estado brasileiro (juízes, promotores, policiais e auditores fiscais), políticos, empresários e formadores de opinião, além da manipulação, pelos grandes grupos midiáticos, de setores suscetíveis ao discurso golpista (a pseudo classe média, o capital financeiro, rentistas e os setores parasitários da sociedade).

Aliás, as velhas oligarquias perderam seu espaço para uma nova classe econômica pragmática, resoluta e sobretudo eficiente. Sem dúvida, essa nova elite brasileira incorreu num flagrante erro ao embarcar na aventura golpista de Temer, Jucá e Moro, “com Supremo, com tudo”, mas, depois de terem dado o seu voto (nada útil) para o imprevisível ex-tenente rebelde que vive a brincar de presidente, procuram uma equação política por meio do general Mourão, seu vice, que tem tentado se preservar das turbulências provocadas pela pretensa dinastia presidencial...

Recentes artigos elucidativos dos Jornalistas Luís Nassif (sobretudo aquele que revela as relações nada republicanas do Departamento de Justiça e agentes do Estado brasileiro, entre os quais Sérgio Moro e seus colegas da Lava Jato), Mino Carta, Fernando Morais, Alex Solnik, Paulo Henrique Amorim, Kiko Nogueira, Paulo Rovai, Luiz Carlos Azenha, Ricardo Kotscho e Sérgio Guimarães, e análises de Celso Amorim, Jessé Souza e Sérgio Altman elucidam toda e qualquer tentativa de sofismar uma aberração da história como foi aquele período de 21 anos de arbítrio e opressão.

Na verdade, a incompetência e falta de legitimidade dos atuais inquilinos do Palácio da Alvorada os fazem subverter a ordem cronológica e lógica do poder, até no sentido mais conservador. O capitão da reserva remunerada, quase 30 anos obscuro deputado federal, não agrega, não representa e, pior, não articula absolutamente nada, eis porque vive de (sic) “fake news” e de falsas questões, inclusive a de reabrir uma ferida não suficientemente cicatrizada...

Mais que nunca, é hora de que todas as forças sinceramente democráticas -- incluindo as do centro-direita liberal, sem qualquer preconceito -- se dispam de mágoas, vaidades e mesquinharias e façam das ruas o palco da História (com letra maiúscula), para acabar de vez qualquer tentativa funesta de, na falta de programa de governo ou projeto de nação, a imbecilidade que tomou conta dos destinos da nação, retorne ao lugar de onde jamais deveria ter saído: o lixo da História.

Ahmad Schabib Hany

segunda-feira, 25 de março de 2019

NOTA DE PESAR


OBSERVATÓRIO DA CIDADANIA E DOS DIREITOS HUMANOS DOM JOSÉ ALVES DA COSTA / FÓRUM PERMANENTE DE ENTIDADES NÃO GOVERNAMENTAIS DE CORUMBÁ E LADÁRIO (FORUMCORLAD)

NOTA DE PESAR

Com profundo pesar, cumprimos o doloroso dever de comunicar o falecimento, em Campo Grande (MS), dia 22 de março de 2019, do Senhor José Batista de Pontes, ex-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Corumbá, membro titular e suplente em diferentes oportunidades do Conselho Municipal de Saúde (CMS), do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), do Conselho Municipal da Cidade (CMS) e do Conselho Municipal do Meio Ambiente (CMMA) e membro da Secretaria-Executiva do Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário (FORUMCORLAD) / Observatório da Cidadania e dos Direitos Humanos Dom José Alves da Costa.

O Senhor Pontes, depois de ter resistido estoicamente a um longo tratamento de saúde por causa de grave enfermidade, eternizou-se na manhã da última sexta-feira, deixando viúva a Senhora Camila Rosalina Souza de Pontes, a quem transmitimos nossos sinceros sentimentos e solidariedade neste momento de profunda dor e saudade pela perda desse grande cidadão, cujo legado a história e a cidadania haverão de manter vivo.

Nascido no estado de Pernambuco, o Senhor Pontes chegou a Ladário em meados da década de 1970 como militar da Marinha, onde concluiu sua carreira, quando passou a desempenhar, como voluntário, diversas atividades de cidadania, entre as quais a de atuante membro de diversos conselhos de controle social, com honradez, distinção, generosidade e dedicação exemplar.

Aqueles que tiveram a honra de privar de seu convívio generoso e irrequieto jamais esquecerão o cidadão valoroso que, por trás de uma personalidade rigorosa e muitas vezes polêmica, guardava uma alma generosa, desprendida e totalmente voltada para o firme propósito de praticar o altruísmo, oferecendo tudo de si sem esperar qualquer recompensa ou vantagem. Nossa eterna saudade e sincera gratidão!

Corumbá (MS), 25 de março de 2019.


Anísio Guilherme da Fonseca


Ahmad Schabib Hany

domingo, 24 de março de 2019

“CARTEIRO... TELEGRAMA!”


“Carteiro... Telegrama!”

Toc-toc-toc! Toc-toc! Era assim, como código Morse, o modo do agora saudoso Amigo José Batista de Pontes se anunciar: três batidas rápidas, e duas devagar... Em seguida, com voz empostada: “Carteiro... Telegrama!” Já sabíamos que se tratava do fraternal Seu Pontes. Por décadas, essa foi a sua “senha” para adentrar à casa/escritório do amigo, colega, conhecido ou cliente (depois que passou a ser corretor de imóveis).

Quando, por acaso, Seu Pontes encontrava alguém por quem tivesse algum apreço vindo a pé, e ele, geralmente de carro, perguntava qual era o valor da passagem (de ônibus) ou da corrida do táxi, aí, brincando, fazia uma “contraproposta”: “levo pela metade do preço, aceita?...”

Foi numa dessas gentilezas inusitadas que uma viatura do Corpo de Bombeiros, em ação de salvamento, colidiu na traseira de seu carro novo (e deu perda total), em 2001, quando Seu Pontes voltava de uma atividade da V Conferência Municipal (e I Conferência Regional) dos Direitos da Criança e do Adolescente de Corumbá, sediada no antigo anfiteatro do Campus do Pantanal da UFMS. Ele manobrava seu carro em frente do antigo terminal de ônibus, na rua Antônio Maria, para o desembarque de uma de suas colegas de Conselho, a Professora Margarida Garrido Duarte, então auxiliar do Padre Ernesto Sassida. Além do susto com o violento impacto da colisão, só o estrondoso prejuízo causado ao Amigo, que nem o também saudoso Doutor Márcio Baruki, com toda a sua capacidade e experiência, conseguiu mitigar nos tribunais.

Essa generosidade que caracterizara o comportamento de Seu Pontes em sua maturidade era fruto de seu passado de dificuldades, de sua infância pobre. Costumava contar, com ar pesaroso, que as lembranças de seu dia-a-dia na caatinga, em Pernambuco, impediam que ingerisse alimentos como leite e ovos, pois, a fartura em sua infância desprovida era traduzida por esses alimentos. Diferente da maioria de seus contemporâneos, que tinham o hábito de dizer que “não se deve dar esmolas a desocupados”, ele, discretamente, ajudava algumas famílias por ter experimentado a pobreza.

Não por acaso, foi um dos voluntários da Ação da Cidadania contra a Fome e Pela Vida em todas as suas campanhas, desde o tempo das parcerias com o Sino da Caridade, da Cidade Dom Bosco, entre 1993 e 1999, além de ter coordenado a campanha Natal sem Fome/2004. Até porque a Professora Camila, sua Companheira de Vida, foi das primeiras voluntárias do Padre Ernesto, ainda quando a sede era a casa de Dona Catarina, onde iniciou o quase septuagenário projeto de inclusão social. O Comitê de Corumbá e Ladário da Ação da Cidadania foi coordenado pelo saudoso Dom José Alves da Costa, então Bispo da Diocese de Corumbá, até 1999, tendo sido sucedido pelo coordenador-adjunto, o querido Padre Pasquale Forin, e esteve em plenas atividades até 2005, quando passou a fomentar políticas públicas de combate à fome e de efetivação do controle social, pois naquele período foram criadas e implementadas políticas públicas nacionais de enfrentamento a esse vergonhoso flagelo social, que agora volta a passos largos, por conta da política monetarista vigente desde 2016.

Se, em seu início de voluntariado, Seu Pontes era relativamente tímido, contido, até porque ainda era militar da ativa (mas já próximo de passar para a reserva remunerada), com a prática e o aprendizado, muitas vezes penoso – passando noites em claro a estudar a legislação e longos textos elaborados por sociólogos e outros estudiosos –, ganhou uma desenvoltura impressionante, a ponto de incomodar os doutos que faziam consultorias chapa-branca, isto é, na perspectiva dos interesses do gestor. Tanto assim, ganhou certa feita o nada agradável título de “persona non grata” de um “lua preta” de Campo Grande, que publicamente dissera que ele “não tinha perfil para ser conselheiro”, ao que ele, em alto estilo e surpreendente presença de espírito, respondeu a queima-roupa: “Perfil, vírgula, doutor! Depende da ótica: eu não sirvo nem servirei aos senhores...”

No tempo em que fomos voluntários de movimentos sociais, em Corumbá, ele sempre tinha algo para “aliviar” o estresse de todos, até porque – quem diria! – vivemos no olho do furacão, no fio da navalha, sobretudo quando o governador Zeca do PT chamou o Delcídio e seus, digamos, aliados... Seu Pontes, durante aquele período de acusações levianas contra a cidadania, com farta quantidade do melhor pão doce ou bolo de laranja, refrigerante e café, era o incansável patrocinador do “coffee break” popular, numa bem humorada chacota à extravagância com que o poder público despende com lanches e salamaleques, enquanto teima em economizar na infraestrutura necessária para o funcionamento eficiente dos conselhos, comitês e comissões de controle social e participação pública.

Lamentavelmente, o chamado “fogo amigo” é o pior quando estamos em pleno embate. Seu Pontes, até por sua experiência militar (dominava como ninguém o sentido dessa expressão), entendia de estratégia e sabia ceder quando era hora. Mas a vaidade e a falta de percepção de novos membros de conselhos, ávidos por galgar cargos e ganhar visibilidade perante os mandarins de plantão e toda a comunidade (alguns declaradamente interessados em fazer carreira política), criaram tantas falsas questões e, obviamente, retrocessos, que, já com a idade e a saúde dando sinais de exaustão, preferiu humildemente bater em retirada, mas sem ser percebido, pois a idéia foi sempre insistir em uma unidade nem sempre possível, ante as investidas draconianas do gestor da vez.

Até desafetos declarados reconhecem as importantes contribuições de Seu Pontes, cuja atuação era rigorosa, crítica, mas, sobretudo, colaborativa: ainda que muitas vezes no papel de simples membro suplente, sua percepção e vontade de construir – porque acreditava como ninguém no valor do controle social – faziam a diferença e engrandeciam o colegiado de que era membro. Da mesma forma nas entidades de que participava, não sem motivo acabava saindo de muitas delas...

Não pudemos, por razões de sobrevivência, sair de Corumbá nos últimos anos, mas a Professora Camila, Companheira de Seu Pontes, conversou com minha Companheira e lhe revelou que estava feliz e bem disposto nos últimos anos, inclusive no período imediatamente anterior à sua derradeira partida. Como bom retirante, foi um incansável guerreiro, de modo que os mais rudes desafios ele encarava com disposição e desassombro. Eternizou-se do mesmo jeito com que viveu: vencendo os obstáculos sem temor nem hesitação...

Até Sempre, Seu Pontes, incansável Companheiro e Amigo de tantas jornadas memoráveis e únicas – “mesmo que o tempo e a distância digam não, mesmo esquecendo a canção” (Milton Nascimento e Fernando Brant, “Canção da América”).

Ahmad Schabib Hany

ATÉ SEMPRE, SEU PONTES!


Até sempre, Seu Pontes!

Nesta sexta-feira, dia 22 de março, quando se celebra o Dia Mundial da Água e em que o povo se mobilizou, neste ano, contra o desmonte da Previdência Social, a Amiga Célia de Souza enviou mensagem para minha Companheira, Solange, dando conta da eternização, em Campo Grande, de um de nossos padrinhos de casamento e Amigo de décadas e de intermináveis lutas cidadãs, o Senhor José Batista de Pontes, a quem nós sempre chamamos afetuosamente por Seu Pontes.

Depois de ter resistido por longo período a uma impiedosa enfermidade, Seu Pontes teve encerrada a sua existência, de sucessivos desafios, na capital do estado, para onde ele e sua Companheira de Vida, Professora Camila Rosalina Souza de Pontes, se mudaram em 2011. Foi, aliás, naquele ano em que suspendeu suas intensas atividades em Corumbá, iniciada em 1975, quando chegou como militar da Marinha a Ladário, tendo feito memoráveis Amigos, entre os quais o Senhor Arrelus Reclus de Sant’Anna (saudoso Pai da querida Amiga Tânia Nozieres de Sant’Anna, para ele um segundo Pai) e o Senhor Antônio Isaías de Souza (o saudoso Mestrinho, Pai da querida Amiga Célia Regina de Souza), além de sua esposa, a Professora Camila.

Praticamente recém-chegado, e no intuito de melhorar as condições de vida de sua família, Seu Pontes alugou, na esquina da avenida Rio Branco com a rua Cáceres, em Corumbá, um restaurante com o sugestivo nome de “Sopoti”. Para atrair os clientes, jovens em sua maioria, promoveu nas duas emissoras de rádio AM que à época disputavam a audiência da população (Rádio Difusora Mato-grossense e Rádio Clube de Corumbá) uma gincana com um atrativo prêmio para quem descobrisse o que significava “sopoti”. Virou um auê, pois, sem internet e os tais buscadores, os estudantes reviravam bibliotecas e recorriam aos renomados professores corumbaenses e ladarenses para procurar o significado do misterioso nome.

Estávamos em 1977, e os jovens comunicadores Juvenal Ávila, Edson Moraes e o hoje saudoso Augusto Alexandrino “Malah”, nas duas emissoras, capitalizavam a audiência. Mas, para decepção de todos, o mistério foi revelado ao final da temporada pelo próprio patrocinador: era simplesmente “só por ti”! (Talvez uma declaração de amor à sua pretendida, a jovem Professora Camila...) Assim era o multifacético Seu Pontes, e foi como tive o prazer de conhecê-lo, ao lado do Juvenal e dos vencedores do Festival Estudantil da Canção, o mineiro de Alfenas Sidnei Rezende (então companheiro da biomédica responsável da farmácia do Hospital de Caridade, Graça Leão, a querida Dadá), Ênio Contúrbia, Tadeu Vicente Atagiba e Carlos Lima, um jovem intérprete carioca que defendera a primeira colocada, cujo estribilho era um verdadeiro hino à liberdade: “Eu tenho em mim uma razão / Eu vejo em ti indecisão / Então, lute, dispute por seus ideais...”

Depois do “Sopoti”, já casado com a Professora Camila, dedicou-se ao turismo, com a implantação da “Selva Sol Tour”, uma das primeiras operadoras de turismo contemplativo e de aventuras. Foi o primeiro franqueado na região da rede “Albergue da Juventude”, em cujas instalações teve hóspedes célebres, como a hoje precocemente fora das telas Ana Paula Arosio, então de apenas 16 anos. Por conta dessa atividade, dedicou-se à causa do meio ambiente e foi um dos primeiros defensores da “Codrasa”, ao lado de outro pioneiro do turismo, o incansável Jota Carneiro, do “Expresso do Pantanal” e da “Vagão Tour”. Ambos perderam uma fortuna nesse projeto, que só se tornaria uma área de preservação ambiental (APA) em 2010, ainda no derradeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, um conterrâneo seu, mas por quem não nutria qualquer simpatia.

Nascido em Pernambuco no final da década de 1940, Seu Pontes era tomado pela emoção quando contava sobre sua infância de dificuldades no sertão nordestino, o que o levara em tenra idade à Escola de Aprendizes de Marinheiro da capital de seu estado, em 1965. Toda a sua formação inicial fora feita na Marinha, inclusive a primeira profissão, de técnico em enfermagem. Somente depois de aposentado é que pôde cursar Direito, tendo sido de uma das primeiras turmas do extinto Instituto de Ensino Superior do Pantanal (IESPAN), já sob a direção da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Foi, também, da primeira turma do Mestrado em Estudos Fronteiriços do Campus do Pantanal (UFMS), cujo projeto tratou dos direitos da infância e adolescência no Brasil e na Bolívia, um estudo comparado. Além disso, dedicou-se à corretagem de imóveis, sendo um rigoroso aplicador da legislação nessa atividade, com registro no CRECI (um dos poucos em nossa região).

Esse seu temperamento rigoroso lhe trouxe inúmeros revezes na Vida, mas sua lealdade na defesa intransigente da cidadania o tornou uma referência na efetivação do controle social de políticas públicas em nossa região e no estado. Tudo começou ao chegar à presidência do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) de Corumbá, em substituição ao Professor Reinaldo Santomo, que se mudara para Campo Grande. Graças à coerência de Seu Pontes e à firmeza de sua personalidade, foi possível adequar a legislação municipal às recomendações do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Fora uma batalha dura e cheia de pressões de toda natureza, inclusive sobre a Professora Camila, que igualmente soube sair incólume, apesar dos desgastes e significativas perdas de ordem pessoal.

Esteve, lado a lado, na implementação de conquistas na área da Assistência Social, por meio do Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS), e da Saúde mediante o Conselho Municipal de Saúde (CMS) e o Conselho Gestor do Hospital de Caridade. Sua resiliência e capacidade de persuasão o habilitaram à coordenação do combativo Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e Ladário (FORUMCORLAD), ao lado de outros cidadãos e cidadãs que a História haverá de perenizar, como Irmã Antônia Brioschi, Irmã Zenaide Britto, Dona Cerise de Campos Barros, técnico sanitarista Vergílio Alves de Morais e seu colega Rafael Candia Fernandes, Professora Camila de Pontes e sua colega Cristiane Sant’Anna de Oliveira, enfermeira Socorro de Maria Pinho, advogada Denise Mansano, ferroviário e Professor Anísio Guilherme da Fonseca, Psicóloga Tânia Nozieres de Sant’Anna e seu colega Aguinaldo Rodrigues, senhor Ariodê Martins Navarro e seu colega (e ex-prefeito) Aurélio Quintiliano da Cruz, Dona Elígia Assad e sua colega Vera Souza, as saudosas Heloísa Helena da Costa Urt e Dona Laura Pinheiro, os saudosos Aurélio Mansilha Tórrez e Pastor Antônio Ribeiro de Souza, entre outros dignos cidadãos e cidadãs que dedicaram o seu melhor a serviço da cidadania e do Estado Democrático de Direito.

Esteve à frente de muitas entidades, das quais faço questão de mencionar a OCCA (Organização de Cidadania, Cultura e Ambiente) e o CENPER (Centro Padre Ernesto de Promoção Humana e Ambiental), de cujas coordenações foi membro-fundador. Representando essas entidades, fez parte da área não governamental do Conselho Municipal do Meio Ambiente (CMMA) e do Conselho Municipal da Cidade (CMC), contribuindo proativamente com os trabalhos e efetivação do controle social e da participação pública nesses lócus. Ironicamente, passou a ser alvo de retaliações de seus próprios pares durante o exercício desses mandatos – para os quais contribuía até financeiramente, diante da burocracia (ou má vontade do gestor de plantão), o que foi determinante para decidir mudar-se com sua esposa para a capital do estado.

Em sua derradeira visita a Corumbá, quando tivemos a honra de tê-lo conosco em casa (como nos tempos das intensas atividades pioneiras do FORUMCORLAD e da OCCA), contou-nos que os fatores que o levaram para a capital foram de ordem pessoal, mas não quis dar detalhes, que nessas questões era muito reservado. Ao se despedir, no entanto, sentimos algo por causa da emotividade, mas logo empreendeu viagem, pois precisava estar ainda naquele dia em Campo Grande. Temos certeza de que viveu intensa e coerentemente com o que pensava, e seu legado de cidadão altivo e ativo está vivo no cotidiano das novas gerações, embora vivamos tempos cruentos de refluxo total, sobretudo na área da cidadania.

Além das gratas recordações, do aprendizado recíproco e de sua peculiar generosidade, fica a imensa saudade de um Amigo que, bem ao seu estilo singular, soube cativar, contribuir e sobretudo consolidar importantes passos que já estão dados, ainda que eventuais mandarins de plantão possam tentar ignorar, minimizar ou anular. Estamos convictos de que tudo teve a sua razão de ser e se não pôde ter sido diferente não se deveu à obstinação do Amigo que quando chegava, tinha uma forma de bater à porta ao seu jeito, e completava “Carteiro... Telegrama!”

Acredito que assim terá chegado até a sua nova morada, ao lado das tantas pessoas queridas que nos deixaram, e que um dia não muito distante, espero, possamos, ainda que dentro do sonho, da utopia que moveu nossas gerações, conquistar a sociedade fraterna, solidária e justa pela qual tanto todos lutamos, em novas consciências, novas mentes, novos corações, como bem nos ensinou Charles Chaplin.

Força, Professora Camila! Até sempre, Seu Pontes, grande Amigo, e obrigado por tudo que nos ensinou e que partilhou conosco...

Ahmad Schabib Hany

sexta-feira, 8 de março de 2019

As “Mulas”, obra literária de Luiz Taques



As “Mulas”, obra literária de Luiz Taques
Por Maria Lúcia Medeiros Teixeira*

Mulas não carregam apenas o ilícito, carregam, também, as marcas da ilegalidade que, no limiar do amor e do sexo, da dor e do prazer, do crime e do castigo, traduzem a contradição que possa existir na busca de uma vida farta e feliz e o encontro com a imensurável tragédia entre o bem e o mal.
Com a primorosa novela MULAS, de Luiz Taques, tomamos conhecimento de alguns exemplos fictícios: uma bolivianinha de Puerto Suárez e uma loira de Marechal Hermes, o bairro operário carioca.
Há, no entanto, no mundo real, Kátias, Patrícias, Roses, Julianas e tantas outras que, igualmente, inebriadas na busca da sobrevivência, encontram o caminho do cárcere e da degradação.
É que a realidade não escolhe heróis nem vilões. Porque sua complexidade tem a própria sociedade como parâmetro. E expor seus meandros, suas ambivalências e seus limites é uma característica desse autor com fortes traços de repórter.
E, mesmo sem eleger culpados, embora eles existam, mulas cumprem penas insólitas, recebem sentenças de morte e, lógico, a alcunha que irá eternizá-las.
A ficção de Taques é quente.
O seu livro é vigoroso.
Personagens são marcados pelo destino cruzado da maldição das drogas; protagonizam uma saga não ética e exclusiva em que a violência física, sexual, emocional e psíquica, ultrapassa os limites das leis e da condição humana.

Narrativa ímpar, a proporcionar sentimentos quase visíveis aos olhos do leitor.
As palavras?
Em tons contundentes, porém carregadas de emoções, ao abordar o tráfico na fronteira oeste brasileira.
*Maria Lúcia Medeiros Teixeira é psicóloga.
(Publicado originalmente no Campo Grande News)

À venda, em Campo Grande: Café Cult (rua da Paz, 1.236 – Jardim dos Estados). Fora de Campo Grande, por email: novelamulas@gmail.com

8 DE MARÇO. DIA DE LUTO. E DE LUTA.


8 DE MARÇO. DIA DE LUTO. E DE LUTA.

O primeiro Dia Internacional da Mulher a que pude assistir (e do qual participar) foi no antigo anfiteatro do então Centro Pedagógico de Corumbá (CPC), em 1978. Estava no primeiro semestre de Letras, e o evento, pela primeira vez celebrado em ambiente universitário, fora iniciativa da Associação dos Professore(a)s da à época Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT). O Dia da Mulher havia sido recentemente instituído por deliberação da Conferência da ONU sobre os Direitos da Mulher, em 1975, no México.

Não me esquecerei, jamais, a querida Marlene Terezinha Mourão, a incansável Peninha, Professora e técnica simultaneamente, preparando tudo e um pouco mais. E a hoje saudosa Heloísa Helena da Costa Urt, a eternamente Helô querida, lendo uma crônica da inesquecível Jornalista Irede Aparecida Cardoso (que, mais tarde, viria a ser vereadora de São Paulo, e logo pelo seu Partido dos Trabalhadores). Irede A. Cardoso (como assinava) tem uma pérola na Ilustrada da “Folha de S.Paulo” (de maio de 1981), intitulada “A insólita dama do Pacaembu”, que vale a pena ler e reler.

Decorridas quatro décadas, muitas conquistas foram consignadas na Carta Constitucional de 1988, merecidamente batizada de Constituição Cidadã, graças à incansável luta de mulheres guerreiras que nos ensinaram muito, como as saudosas Irede Cardoso e Helô Urt. No entanto, o retrocesso político, o fundamentalismo evangélico, o cinismo empresarial, a cretinice judicial, a falta de caratismo institucional e a cobiça imperial puseram tudo, absolutamente tudo, abaixo, como num castelo de cartas.

Hoje, 8 de março de 2019, ano do início de uma nova e perigosamente mais obscurantista idade média -- assim, sem maiúsculas, da mesma estatura do(a)s cúmplices manipulado(a)s que levaram um imbecil destituído de cérebro e de urbanidade ao Planalto --, não posso fazer a solene saudação pelo Dia Internacional da Mulher.

Não há por que comemorar. Só lamentar. É dia de luto, primeiro pela razão de ser desta data: a imolação de dezenas de tecelãs em Nova York, em 1857, que lutavam por direitos hoje igualmente sonegados ou simplesmente surrupiados pelo (sic) “mi(n)to” e seus sequazes, em nome da embolorada (toc, toc, toc!) “modernidade” (por certo, do século XVI).

Luto, sobretudo, por Marielle Franco, inesquecível mártir da resistência, e as milhares de vítimas do feminicídio que recrudesceu no cotidiano brasileiro depois que esta besta fera e seus nefastos sequazes ganharam popularidade no rastro de um golpe promovido por serviçais, travestidos de meritocratas, do império decadente que resiste ao seu fim inevitável, posto que o seu tempo já se esgotou e o lixo da história é sua melhor serventia.

E isso o(a)s canalhas da Casa Branca também terão de engolir: seus “historiadores” chapa-branca, que já andaram transformando o hediondo crime cometido contra as tecelãs em (sic) “lenda”, também vivem a investir contra as ciências humanas e a liberdade de pensamento. Mas é só recorrer às inúmeras hemerotecas e bibliotecas virtuais estadunidenses e europeias para se deparar com fatos ou notícias, ainda que truncadas, sobre episódios que envergonham a humanidade, como as cínicas intervenções militares “em defesa da democracia” na América Latina, as sangrentas carnificinas “em nome da liberdade” no Oriente Médio, a criminosa Guerra do Vietnã, o covarde bombardeio com bomba atômica contra a população civil de Hiroshima e Nagasaki em 1945, depois que a guerra já havia terminado, e o massacre de Chicago de 1º de maio de 1886, em que dezenas de operários da indústria igualmente foram criminosamente mortos pelos meganhas da época, sempre a serviço dos poderosos.

Não é demais recordar que os Estados Unidos não reconhecem oficialmente nenhuma da data histórica de fatos vergonhosos protagonizados por eles, coisa que, pelo andar da carruagem, logo o Brasil também passará a não reconhecer. Basta perguntar ao capetão, ou melhor, tenente quase desertor que se regozija (ou algo mais!) quando vê um fardado americano diante de si.

E de luta, muita luta. A resistência não pode ser apenas nas redes sociais, nas tribunas, nos palanques. Ela terá que ser feita na base, no núcleo, nas entranhas da sociedade, em seu dia a dia, em seu mais profundo e intrincado seio. A sociedade só muda quando a mulher conquista a sua mudança. E essa mudança não é apenas estética, mas íntima. Não é só legal, mas real. Não é, como bem escreveram o(a)s Companheiro(a)s/Camaradas da Causa Operária, apenas presente, mas conquista. Pois, conquista só se atinge com muita luta, e a luta não tem fim, é como a Vida e a própria História, que estão em constante movimento, em constante evolução.

Hoje estamos de luto, em luta. Estamos nos guardando para quando a nova alvorada chegar. Então, a comemoração será real e em homenagem à(ao)s que tombaram na caminhada...

Ahmad Schabib Hany

domingo, 3 de março de 2019

"LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA" ("O ESCRIBA")

SOBRE "LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA" (DE "O ESCRIBA"):

Destaco uma cena, logo no início, da qual não me lembrava e é genial. Começa aos 7 minutos e 57 segundos: os policiais Milton Gonçalves e Ivan Cândido entram num boteco do subúrbio carioca atrás de informações do paradeiro de Lúcio Flávio. Encontram Grande Otelo tomando sua cachacinha. E se dá o seguinte diálogo:
Milton Gonçalves: “Alguém aí conhece o Lúcio Flavio?”
Grande Otelo: “Noquinha?”
Milton: “Noquinha?”
Grande Otelo: “É isso mesmo, moço. É um menino sonhador.”
Milton: “Esse bandido é gente, vovô?”
Grande Otelo: “Eu não tô falando do bandido, eu tô falando de um menino que eu conheci. Se deu no que deu não foi culpa dele, foi culpa da mãe dele que não apelou para Iemanjá.”
Milton: “Assim a gente não prende ninguém, vovô.”
Grande Otelo: “Ah, e isso interessa alguma coisa? Pra polícia a gente é o que a polícia quer que a gente ‘seje’. Por exemplo, qualquer negro pra polícia é malandro. Hahahahah!”
Atualíssimo, não?
https://oescriba.org/2014/04/30/lucio-flavio-o-passageiro-da-agonia-filme-de-hector-babenco-1977/

Menino manda mensagem de esperança no carnaval: a gente vai resistir

Menino manda mensagem de esperança no carnaval: a gente vai resistir

RESPOSTA PARA EDUARDO BOLSONARO (MAX RESENDE)


Resposta para Eduardo Bolsonaro
1- Lula não é um preso comum. Lula é um Ex-Presidente da República que possui segredos de Estado, não podendo, portanto, estar em contato com outros presos. É uma questão de segurança nacional, seu babaca.
2-A Lei de Execuções Penais, em seu artigo 120, prevê saída sob escolta para funerais. Você passou no concurso da Polícia por correspondência ou papai ajudou? A logística não cabe ao preso, mas ao Estado.
3- Se você acha absurdo cogitar isso, mude a lei! Você é Parlamentar, não é? É que dentro do Congresso fica mais difícil convencer os outros com Fake News e WhatsApp. Pare de pedir esmola para o Olavo de Carvalho e vá trabalhar! Pagamos o teu salário pra isso!
4- Falando em larápio, seu pai, sua madrasta, seus irmãos, o motorista, a caseira, o cachorro e o papagaio estão sob investigação. Cuidado.
5- Lula sempre está em voga! Tanto que venceria seu pai caso o TRF-4 não tivesse acelerado o julgamento em segunda instância para que ele não pudesse concorrer.
6- Dizer que um avô, que acabou de perder um neto, quer posar de coitado só revela que o seu problema não é político, mas sim de ordem moral.
7- Sobre a Meningite: No Brasil, tivemos de fazer uma vacinação em massa em caráter emergencial, pois durante da Ditadura Militar, que você defende, o Estado proibia os veículos de publicarem notícias sobre o surto desta doença que estava matando brasileiros como se fosse a peste.
8- Pergunte para algum médico (não precisa ser cubano, já que você levou um chifre de um) sobre essa doença. Aproveite e veja se há tratamento para esse seu mini pipi, porque para a sua cabeça, pelo visto, não há.
Max Resende
PS: Compartilhado da Amiga Luiza Joana, a quem agradeço pela gentileza. Sch.

sexta-feira, 1 de março de 2019

POBRE NAÇÃO CUJAS SÓRDIDAS AUTORIDADES FESTEJAM A MORTE DE UM INOCENTE NETO DE PRESO POLÍTICO


POBRE NAÇÃO CUJAS SÓRDIDAS AUTORIDADES FESTEJAM A MORTE DE UM INOCENTE NETO DE PRESO POLÍTICO

Morreu hoje (1º de março), ao meio dia, um inocente de 7 anos privado do convívio de seu avô no último ano. Trata-se de Arthur Araújo Lula da Silva, neto do Presidente Lula, que há poucas semanas perdeu seu irmão mais velho, o Vavá, e foi impedido de acompanhar seu funeral. Segundo o hospital em que foi atendido, em Santo André (região metropolitana de São Paulo), a causa da morte foi menigite menigocócica.

O pequeno Arthur nascera depois que Lula concluíra seu segundo mandato e a Presidenta Dilma Rousseff estava no primeiro mandato. O mais ilustre preso político do Brasil, hoje oficialmente candidato ao Prêmio Nobel da Paz, estava terminando seu tratamento contra um câncer quando visitou, com Dona Marisa Letícia, o neto na maternidade.

A última vez que estiveram juntos foi em abril, na celebração religiosa realizada antes de Lula se entregar aos seus carcereiros. No Dia dos Pais do ano passado, o hoje anjinho Arthur foi impedido, com seus pais, primos e tios, de visitar o avô nas masmorras da republiqueta de Cu ritiba, por determinação do carcereiro-mor e hoje sinistro da Justi$$$a Sérgio Moro, discípulo da Opus Dei, de triste memória (afinal, fundada por fascistas católicos seguidores do sanguinário Francisco Franco, ditador da Espanha por quase 50 anos).

Desta vez a desfaçatez não chegou ao cúmulo de impedi-lo novamente de comparecer ao velório de um familiar, mas as ridículas exigências (como de não ser revelado o percurso a ser feito pelo ex-presidente rumo à região metropolitana de São Paulo) tem o fétido odor do acinte e do deboche do(a)s canalhas que esnobam um poder que jamais lhes foi conferido.

E numa prova de que a insanidade monstruosa da família que pretende ser uma dinastia por conta do acaso não tem limites, Eduardo, filho do Capetão, não perdeu a oportunidade de agredir o Presidente Lula em seu momento de dor. Ignóbil, achincalhou a dignidade de um ex-dignitário que, ao contrário do miolo-mole de seu pai, deu visibilidade e respeitabilidade ao país em todos os fóruns do mundo, sem recorrer ao demagógico bandejão em Davos ou sancionar a proposta de emenda constitucional que desmonta a Previdência Social de chinelo e moleton, em mais um ato de amesquinhamento dos ritos do cargo.

Tenho a honra de ser testemunha participante das transformações promovidas pelos quatro mandatos de Lula e Dilma, decorrentes (as transformações) das conquistas da Constituição Cidadã, defenestrada pela quadrilha que depôs a legítima presidenta eleita e reeleita Dilma Rousseff. Mer(d)Shell T(r)emer, Romero Jucá, Eduardo Cunha, Aécio Neves, José Serra et caterva acreditavam que, interrompendo o mandato constitucional da presidenta deposta, poderiam retornar ao Palácio da Alvorada sem maiores esforços. Deram-se mal, pela incompetência e arrogância. Hoje estão amargando as consequências de sua cobiça, tendo que se submeter aos caprichos do capetão.

São, aliás, dantescas as mais recentes cenas paridas das mais altas esferas de governo, tamanho o medievalismo a que reduziram este país que há pouco menos de quatro anos chegou a ser uma digna referência no Planeta pelo exitoso combate à fome, pela triunfal inclusão social e pela capacidade de articular, no concerto das nações, importantes conquistas humanitárias, pacifistas e ecológicas mudanças conceituais e transformações efetivadas.

Presidido por um patético que sequer concluiu sua carreira na caserna de seu país, um verdadeiro capetão travestido de fundamentalista evangélico (ridiculamente batizado nas águas do rio Jordão da sagrada Palestina), o país naufraga a passos largos, sem previsão de reverter o descalabro promovido pela quadrilha que tomou de assalto os destinos da nação.

Dessa forma, tal qual seu povo, assim amarga, com desprezo e ódio, o estadista que promoveu a elevação da renda mínima de sua população, ampliou o mercado de consumo com a inclusão de mais de 40 milhões de ex-famélicos, dobrou o número de universidades federais, quadriplicou o número de campi dos institutos federais e centuplicando o número de vagas de cursos oferecidos pelas instituições federais de ensino e pesquisa.

Pobre nação cujas sórdidas autoridades celebram a morte de um inocente neto de preso político. Na verdade, confinado para não competir nas eleições de 2018, das quais era campeão de intenções de voto. Tanto é que o carcereiro-mor foi presenteado com o cargo de sinistro da Justi$$$a, mas, igual ao chefe, ainda não disse a que veio...

Ahmad Schabib Hany