Recriação
do Ministério das Comunicações visa consolidar gabinete do ódio
Fruto de rajadas de fake news e de outras contravenções desde antes da campanha eleitoral, desgoverno
neofascista se agarra ao legado de Joseph Goebbels na tentativa desesperada de
sobreviver à sua própria incompetência.
Não é preciso ser analista
político para compreender que este desgoverno resultado do ajuntamento de
recalcados/as de todas as espécies (viúvas/os da ditadura, saudosistas do
obscurantismo, meliantes travestidos/as de “empresários/as”, matadores de
aluguel, corruptos/as de todos os matizes, pervertidos/as impunes, “cristãos/ãs”
de araque e quetais) se esgotou por sua própria incompetência, desequilíbrio,
insanidade e fanatismo desavergonhado.
Ou tenta um golpe desesperado
para tentar manter-se, ou se vende para corruptos/as à espreita feito hienas,
ávidos/as de dinheiro e poder para perpetuar-se nesta combalida república, que
toda vez que se desvencilha dos/as parasitas inoculados/as em seu cerne, desde
os inomináveis tempos da colonização europeia, acaba vítima de uma “redentora”
cinicamente envernizada pela luta contra a corrupção, auspiciada pela Casa
Branca e irrigada pela casa grande.
Destituídos da genialidade
golpista de Golbery do Couto e Silva, da incendiária verve de Carlos Lacerda e
da incansável capacidade de articulação de Magalhães Pinto, esses anacrônicos
fantasmas ─ verdadeiros
facínoras saídos da caixa de pandora dos/as asseclas de Aécio Neves, o “bem-nascido”
neto de Tancredo Neves, mas pródigo filho do ex-deputado pró-ditadura arenista
e pedessista Aécio Ferreira da Cunha, com quem, aliás, se iniciou na política
como assessor parlamentar ─
têm requentado ao seu modo iniciativas arbitrárias do truculento regime de 1964
no desespero de consolidar um poder que a democracia não lhe conferiu, contra a
qual a todo momento conspira.
Pois bem, no mesmo dia em que
atentou contra a autonomia das universidades, dando poderes inconstitucionais
ao sinistro da deseducação para nomear interventores nas mais de duas dezenas
de universidades e institutos federais cujos reitores estão em fim de mandato, recriou
o Ministério das Comunicações no afã de saciar a sórdida avidez do centrão,
seus novos-velhos aliados (ele mesmo quando parlamentar flertava, quando lhe
convinha, com essa horda) e, ao mesmo tempo, institucionalizar o gabinete do
ódio, que se encontra com os dias contados no Palácio do Planalto por causa do
inquérito das fake news determinadas
pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sem a originalidade que pautou
os ideólogos de 1964 nem os requintes de sordidez dos seus ídolos nazifascistas
de asquerosa memória (entre os quais o já parodiado Josef Goebbels, homem de
Adolf Hitler para a sua propaganda nazista), arremedo caricatural de tiranetes
pinçados de sua horda de fanáticos/as devem migrar para o ministério dado ao
genro de Senor Abravanel, vulgo Sílvio Santos, aquele que, em 1980, se valeu da
relação incestuosa com os homens da ditadura para herdar, irregularmente ─
posto que então era detentor, em sociedade, da concessão da TV Record ─,
o espólio da Rede Tupi de Televisão, e assim construir seu império de
comunicação com o ajutório da famiglia Marinho, de modo a tirar de Victor
Civita (o patriarca-fundador do grupo Abril, muito melhor que seus
descendentes) a possibilidade de sofrerem a concorrência profissional com a
qualidade editorial que então o time da arvorezinha ainda esnobava (não muito
diferente do que ocorreu com a TV Manchete, de seus confrades Bloch, em 1998).
Mais pelas relações servis de
Abravanel que por méritos próprios, o deputado de quatro mandatos obscuros (que
ganhou notoriedade ao virar marido da filha bonitinha do dono do SBT) Fábio Faria
(PSD/RN), nomeado mas ainda não empossado no futuro Ministério da Propaganda e Fake News de Jair Bolsonaro, tem a sua
prova de fogo nesta véspera de posse: aceitar o espólio (ou o que de pior
resta) do gabinete do ódio, isto é, aceitar no pacote nada menos que, pelo
menos, duas tranqueiras: atual secretário de Comunicação da Presidência Fábio
Wajngarten, famoso por ter empresa em sociedade com a mãe que recebeu recursos
do órgão de que é titular, e Filipe Martins, este último responsável por “coordenar”
com o Carlixo o gabinete do ódio.
Tudo indica que sua gestão terá
a mesma “sorte” selada que a de Nelson Teich à frente da Saúde: pior que rainha
da Inglaterra, não só fritará o sogro e sua rede de televisão, como sacrificará
um confortável mandato parlamentar de um estado nordestino cuja atuação, ainda
que medíocre, dá alguns dividendos à população potiguar, que escolheu a
aguerrida senadora Fátima Bezerra para governadora. Mais um ministro que, por
não ser da horda de fanáticos/as que (des)grass(ç)a o país, sairá chamuscado em
nome do afã do sogro de se dar bem e do desespero do clã BoçalNero de
sobreviver ao inquérito das fake news,
que pode levá-lo ao cadafalso (isto é, ao impeachment ou à cassação da chapa).
Ahmad
Schabib Hany
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