sexta-feira, 12 de junho de 2020

Recriação do Ministério das Comunicações visa consolidar gabinete do ódio


Recriação do Ministério das Comunicações visa consolidar gabinete do ódio

Fruto de rajadas de fake news e de outras contravenções desde antes da campanha eleitoral, desgoverno neofascista se agarra ao legado de Joseph Goebbels na tentativa desesperada de sobreviver à sua própria incompetência.

Não é preciso ser analista político para compreender que este desgoverno resultado do ajuntamento de recalcados/as de todas as espécies (viúvas/os da ditadura, saudosistas do obscurantismo, meliantes travestidos/as de “empresários/as”, matadores de aluguel, corruptos/as de todos os matizes, pervertidos/as impunes, “cristãos/ãs” de araque e quetais) se esgotou por sua própria incompetência, desequilíbrio, insanidade e fanatismo desavergonhado.

Ou tenta um golpe desesperado para tentar manter-se, ou se vende para corruptos/as à espreita feito hienas, ávidos/as de dinheiro e poder para perpetuar-se nesta combalida república, que toda vez que se desvencilha dos/as parasitas inoculados/as em seu cerne, desde os inomináveis tempos da colonização europeia, acaba vítima de uma “redentora” cinicamente envernizada pela luta contra a corrupção, auspiciada pela Casa Branca e irrigada pela casa grande.

Destituídos da genialidade golpista de Golbery do Couto e Silva, da incendiária verve de Carlos Lacerda e da incansável capacidade de articulação de Magalhães Pinto, esses anacrônicos fantasmas verdadeiros facínoras saídos da caixa de pandora dos/as asseclas de Aécio Neves, o “bem-nascido” neto de Tancredo Neves, mas pródigo filho do ex-deputado pró-ditadura arenista e pedessista Aécio Ferreira da Cunha, com quem, aliás, se iniciou na política como assessor parlamentar têm requentado ao seu modo iniciativas arbitrárias do truculento regime de 1964 no desespero de consolidar um poder que a democracia não lhe conferiu, contra a qual a todo momento conspira.

Pois bem, no mesmo dia em que atentou contra a autonomia das universidades, dando poderes inconstitucionais ao sinistro da deseducação para nomear interventores nas mais de duas dezenas de universidades e institutos federais cujos reitores estão em fim de mandato, recriou o Ministério das Comunicações no afã de saciar a sórdida avidez do centrão, seus novos-velhos aliados (ele mesmo quando parlamentar flertava, quando lhe convinha, com essa horda) e, ao mesmo tempo, institucionalizar o gabinete do ódio, que se encontra com os dias contados no Palácio do Planalto por causa do inquérito das fake news determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Sem a originalidade que pautou os ideólogos de 1964 nem os requintes de sordidez dos seus ídolos nazifascistas de asquerosa memória (entre os quais o já parodiado Josef Goebbels, homem de Adolf Hitler para a sua propaganda nazista), arremedo caricatural de tiranetes pinçados de sua horda de fanáticos/as devem migrar para o ministério dado ao genro de Senor Abravanel, vulgo Sílvio Santos, aquele que, em 1980, se valeu da relação incestuosa com os homens da ditadura para herdar, irregularmente posto que então era detentor, em sociedade, da concessão da TV Record , o espólio da Rede Tupi de Televisão, e assim construir seu império de comunicação com o ajutório da famiglia Marinho, de modo a tirar de Victor Civita (o patriarca-fundador do grupo Abril, muito melhor que seus descendentes) a possibilidade de sofrerem a concorrência profissional com a qualidade editorial que então o time da arvorezinha ainda esnobava (não muito diferente do que ocorreu com a TV Manchete, de seus confrades Bloch, em 1998).

Mais pelas relações servis de Abravanel que por méritos próprios, o deputado de quatro mandatos obscuros (que ganhou notoriedade ao virar marido da filha bonitinha do dono do SBT) Fábio Faria (PSD/RN), nomeado mas ainda não empossado no futuro Ministério da Propaganda e Fake News de Jair Bolsonaro, tem a sua prova de fogo nesta véspera de posse: aceitar o espólio (ou o que de pior resta) do gabinete do ódio, isto é, aceitar no pacote nada menos que, pelo menos, duas tranqueiras: atual secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten, famoso por ter empresa em sociedade com a mãe que recebeu recursos do órgão de que é titular, e Filipe Martins, este último responsável por “coordenar” com o Carlixo o gabinete do ódio.

Tudo indica que sua gestão terá a mesma “sorte” selada que a de Nelson Teich à frente da Saúde: pior que rainha da Inglaterra, não só fritará o sogro e sua rede de televisão, como sacrificará um confortável mandato parlamentar de um estado nordestino cuja atuação, ainda que medíocre, dá alguns dividendos à população potiguar, que escolheu a aguerrida senadora Fátima Bezerra para governadora. Mais um ministro que, por não ser da horda de fanáticos/as que (des)grass(ç)a o país, sairá chamuscado em nome do afã do sogro de se dar bem e do desespero do clã BoçalNero de sobreviver ao inquérito das fake news, que pode levá-lo ao cadafalso (isto é, ao impeachment ou à cassação da chapa).

Ahmad Schabib Hany

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