sexta-feira, 22 de novembro de 2024

"As águas como caminho. Mato Grosso como destino", lançamento em Campo Grande

‘As águas como caminho. Mato Grosso como destino’, lançamento em Campo Grande

O Professor Gilberto Luiz Alves, pioneiro da docência universitária e da pesquisa histórica em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, lança seu livro de memórias na livraria do Shopping Campo Grande, nesta sexta-feira, dia 22 de novembro, às 19 horas.

As águas como caminho. Mato Grosso como destino. Com esse sugestivo (e poético) título, o livro de memórias do Professor Gilberto Luiz Alves será lançado nesta sexta-feira, dia 22, às 19 horas, na livraria do Shopping Campo Grande, na capital de Mato Grosso do Sul. Pioneiro na docência universitária e na pesquisa histórica, Alves é referência, ao lado de Dermeval Saviani, de História da Educação, na linha histórico-crítica.

Também ao lado dos pioneiros da pesquisa histórica regional, Professor Valmir Batista Corrêa e Professora Lúcia Salsa Corrêa, o Professor Gilberto foi coautor da pesquisa que fundamentou o tombamento do Casario do Porto de Corumbá em 1985. A publicação foi feita pelo Senado, a pedido do Doutor Wilson Barbosa Martins, entusiástico do preservação e conservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Corumbá, que, além de democrata de fortes convicções sociais, foi também responsável pelo início da luta pela conservação do Pantanal, a partir do Rio Paraguai.

Entre 1971 e 1986 o Professor Gilberto foi docente e pesquisador do curso de Pedagogia do então Centro Universitário de Corumbá, da UFMS. Na flor da juventude e com os ideais a impulsionar sua vocação para a Educação, sob o regime de 1964, construiu uma carreira acadêmica profícua e consistente. Em tempos de patrulhamento ideológico, quando as salas de aulas eram infestadas de ‘alunos profissionais’ pagos com dinheiro público para espionar e coagir quem ousasse falar a verdade, com coragem e convicção, foi envolvido em todo tipo de polêmicas, tendo sido um verdadeiro sobrevivente dos anos de chumbo.

Tive a honra de conhecê-lo por puro acaso, em Campo Grande, na saudosa e emblemática Livraria Guató, do querido e saudoso Amigo-Camarada Manoel Sebastião da Costa Lima, o livreiro generoso e mais socialista que conheci na Vida. Início da década de 1980, fazíamos atividades formativas no Centro de Estudos Políticos, Econômicos e Sociais (CEPES), aos fundos da livraria, e o Professor Gilberto estava comprando livros com a Amiga Vera Lúcia, que ao me chamar pelo sobrenome, o fez aproximar-se de mim, pois ele conhecera meu saudoso Irmão Mohamed e, anos depois, fora docente de minha Irmã caçula, depois sua colega de docência no CEUC/UFMS.

A partir de 1981, os Professores Gilberto Alves e Valmir Corrêa eram nossos ‘medalhões’ em todas as Semanas de História, promovidas pelo saudoso Diretório Acadêmico Félix Zavattaro (DAFEZ) e depois da derrota da chapa Debate & Ação, liderada pelo querido Amigo-Camarada Professor Tito Carlos Machado de Oliveira, por nós alunos do curso de História, pelo menos até 1984, quando saímos da FADAFI/FUCMT. Em 1983, início do governo democrático do Doutor Wilson Martins, a Fundação de Cultura, presidida pelo saudoso advogado e ativista cultural José Octávio Guizzo, também realizou atividades das quais os Professores Gilberto e Valmir foram destacados palestrantes/pesquisadores.

22 de novembro para os descendentes de libaneses tem um sentido nostálgico, sobretudo nestes tempos em que a Miletos de Tales, milênios atrás, e o Monte Líbano de Gibran, há um século apenas, hoje é alvo do ódio do facínora sanguinário Benjamin Netanyahu, com o cínico apoio dos autoproclamados paladinos da ‘civilização’, capitaneados pelos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia.

E mais: no mesmo dia em que a imprensa divulga em manchetes o indiciamento do núcleo de poder do desgoverno fascista que tratou com desdém as vítimas da covid-19 e atentou contra o Estado Democrático de Direito depois do ‘golpe branco’ contra a primeira mulher eleita e reeleita Presidenta da República. Certos da impunidade, tramaram o assassinato do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral).

A história, como a Vida segue, a despeito do desvario dos viúvos e órfãos da (mal)ditadura que tentam sofregamente nos submeter às mesmas trevas em que o nefasto Sílvio Frota e seus asseclas impingiram seres iluminados como o Professor Anísio Teixeira (cujo corpo foi achado, depois de torturado até a morte, no poço do elevador no edifício em que morava) e o Deputado Rubens Paiva (líder do MDB, sequestrado dentro da própria casa, torturado e morto, cujo corpo até hoje não foi encontrado, enquanto muitos de seus atuais ‘correligionários’ se aliam cinicamente aos cultores e seguidores dos chefes de seus torturadores e matadores covardes).

Escolas, em vez de cadeias. Livros, em vez de armas. Inteligência, em vez de prepotência. Liberdade, em vez de opressão. Eis a generosidade de cidadãs e cidadãos como Gilberto Luiz Alves e sua geração, que como luz nas trevas abrem caminhos para o conhecimento, a ciência, as letras e as artes, tão temidas por quem vive no lúgubre lixo da história, onde ratazanas e vermes disputam com os abutres nada mais que resíduos fétidos descartados no devir da História, da Vida.

Parabéns, Professor Gilberto, pela generosidade intelectual e, sobretudo, pelo sólido compromisso com a História, a Educação e a transformação de nossa sociedade!

Ahmad Schabib Hany

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

PUNIÇÃO AOS TERRORISTAS JÁ!

Punição aos terroristas já!

O recrudescimento, no Brasil, de atentados terroristas depois da fala do inominável de ‘dedicar a vida’ ao que ele chama de causa libertária é fruto da sensação de impunidade dos participantes de 8 de janeiro de 2023. É preciso punir para acabar com essa afronta.

Mesmo aparentando se tratar de lobo solitário, o terrorista que morreu ao tentar cometer atentado a bomba contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) não perpetrou ato isolado. Francisco Wanderley Luís, o catarinense ‘Tiu França’, ex-candidato a vereador pelo PL em 2024, também não tinha nada de homem-bomba. Cometera erro fatal quando arremessava um artefato explosivo contra o prédio do Poder Judiciário.

O atentado malogrado no início da noite de 13 de novembro à sede da Corte Suprema, enquanto os ministros ainda estavam em seu interior trabalhando, é mais um alerta para que o Governo Federal tome medidas mais rigorosas na segurança institucional. Depois do resultado das eleições municipais em que o PT e demais partidos de esquerda tiveram um refluxo em relação ao processo eleitoral de 2020, o Presidente Lula vem dando sinais de fraqueza, indecisão e, pior, inação.

O indivíduo que enveredou pelo ecossistema contaminado de ódio e mentiras, instrumento usado pela extrema-direita em sua liturgia política, era, até antes de conhecer o manual do inominável, um cidadão pacato em sua bucólica cidade. Aos poucos, emprenhado pelo ouvido com aberrações delirantes e bravatas tresloucadas de um péssimo soldado que por pura sorte foi poupado pelo ministro do Exército Pires Gonçalves de ir para o olho da rua depois de publicar croquis na Veja da década de 1980, em uma demonstração de pouco apreço pelas vidas humanas ao pretender explodir a adutora do Rio de Janeiro para obter aumento do soldo para seus colegas de farda.

É preciso saber por que, sem a presença do então secretário-executivo do Ministério da Justiça Ricardo Capelli, o esquema de segurança da Praça dos Três Poderes anda extrema e perigosamente desguarnecida. Lula não pode brincar com a sua segurança e muito menos com a de seus ministros e a dos membros dos demais Poderes da República. As hordas de palermas endiabrados ficaram ouriçadas pelos resultados das urnas em outubro deste ano e da vitória do fanta laranja na Casa Branca. Eles creem piamente que seu delinquente em série, o inominável e agora inelegível, será ungido pela vontade do futuro imperador do planeta ameaçado por delirantes como eles.

Sem titubeio e muita determinação, o Governo Federal precisa dizer a que veio. Corajosa e diferentemente da postura de Joe Biden, que entregou o cargo mais cobiçado de seu país ao verdugo da democracia, passou da hora de Lula dizer a que veio. Em vez de ficar escondido e protelando importantes decisões domésticas e dar as costas aos governos que ousaram dar um basta aos autoproclamados ‘donos do mundo’, nosso Estadista precisa restabelecer sua diplomacia altiva e ativa, sem a qual os países soberanos que afrontaram o império decadente vão se afastar da área de influência brasileira, conquistada nos primeiros mandatos de Lula.

Por seu turno, as forças vivas da nação, isto é, sociedade civil e instituições republicanas, precisam rejeitar qualquer iniciativa de anistia pelo Congresso Nacional às hordas de participantes, dirigentes e financiadores do vergonhoso ato terrorista de 8 jan. de 2023. Basta lembrar que a impunidade de maus soldados envolvidos em atos terroristas e tortura durante a ditadura de 1964 ocorreu quando, em nome da pacificação nacional, em 15 de dezembro de 1979, a sociedade civil aceitou a inclusão de torturadores e congêneres da estrutura da repressão no projeto de lei da Anistia, como passo importante para conquistar o Estado Democrático de Direito.

É hora que as forças democráticas e progressistas vão às ruas manifestar seu veemente repúdio à onda de terror com a qual os fascistoides pretendem criar clima desfavorável ao Governo de Reconstrução Nacional presidido por Lula e promover onda de terrorismo endiabrado pelos quatro cantos do País. Que fique claro: não foi ‘lobo solitário’ o infeliz desmiolado que acabou, por erro fatal, tirando sua própria vida quando atentava contra a sede do STF em pleno horário de trabalho. Punição exemplar para todos os terroristas envolvidos nos atentados de dezembro de 2022, janeiro de 2023 e os cometidos no mês de novembro, até como forma de dissuasão do STF e do governo de Lula para reabilitar a condição política do inominável e a liberdade de seus comparsas de alta patente. Ou faz agora sua mais urgente punição, ou não sabe a quem está ajudando a entregar o próximo mandato presidencial.

Ahmad Schabib Hany

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

CIDADÃOS EM TODO O BRASIL APOIAM CRIAÇÃO DA UFPANTANAL

Cidadãos em todo o Brasil apoiam criação da UFPantanal

Com mais de 5.500 adesões em menos de duas semanas, cresce o surpreendente apoio ao movimento pela criação da UFPantanal em todo o Brasil. Em apenas um dia (13 de novembro) 3.266 pessoas subscreveram a petição.

O Movimento UFPantanal, iniciado no fim de julho a propósito da vinda do Presidente Lula a Corumbá com a entrega do manifesto pela criação de universidade inovadora, inclusiva e integradora no coração do Pantanal e da América do Sul, vem ganhando surpreendente adesão depois do lançamento de abaixo-assinado em plataforma digital. Em pouco mais de 10 dias no ar, a petição passou de 5.500 subscrições no dia 13, quando foi realizada a Audiência Pública da Assembleia Legislativa, por iniciativa da Deputada Gleice Jane, sobre o surto de incêndios na região e um dia depois da celebração do Dia do Pantanal.

O seu caráter inovador, inclusivo e integrador, em consonância com a filosofia do governo federal no tocante às universidades federais a serem criadas neste mandato do Presidente Lula, é um trunfo determinante para a aceitação do projeto da UFPantanal. Assessores próximos do presidente da República sinalizaram afirmativamente para alguns critérios específicos da futura Universidade Federal do Pantanal, de cujo projeto preliminar consta a ênfase à necessidade do desenvolvimento voltado para amplas camadas da população, que vêm sendo forçadas a migrar a centros urbanos maiores por falta de perspectivas para as novas gerações e de sobrevivência com dignidade aos adultos de todas as faixas etárias.

EDUCAÇÃO LIBERTA, TRANSFORMA E SALVA

Uma fonte em Brasília revelou a satisfação de ver o crescimento vertiginoso do apoio à iniciativa popular pela criação de um centro de excelência em estudos, pesquisas, ensino e extensão em Corumbá, o maior município em território pantaneiro. Analista experiente, declarou-se surpreendido pelo grau de aceitação da proposta mantida discreta durante os três primeiros meses para não ser confundida com a campanha eleitoral em curso, que, se mal conduzida, poderia ter comprometido sua idoneidade.

A iniciativa de criação da UFPantanal vem ao encontro da ação de importantes cientistas ligados ao emblemático Movimento da Reforma Sanitária que na Constituinte de 1987-8 celebrou a criação do SUS (Sistema Único de Saúde) e hoje, depois do desmonte de políticas públicas consignadas na Constituição de 1988, vê-se ameaçado ante propostas como a ‘saúde única, sistema híbrido’. Participantes do controle social na área da Saúde já assumiram o compromisso de fortalecer a luta em defesa do SUS com base na formação continuada de conselheiros não governamentais com intervenção qualificada.

A demanda popular por Hospital Universitário no coração do Pantanal -- que pressupõe a implantação do curso de Medicina em Corumbá -- e a instalação do Centro Farmacológico e Fitoterápico do Pantanal, propostas pelo superintendente do Ministério da Saúde em MS, Ronaldo de Souza Costa, há poucos dias, foram assumidas por membros do Movimento UFPantanal, que pretendem promover seminário participativo sobre propostas inovadoras para a população de usuários e de trabalhadores do SUS em toda a superfície territorial de Corumbá, que tem o tamanho do território do estado de Sergipe e os povos originários, como os Guató, e tradicionais, como ribeirinhos e quilombolas, não são atendidos em seus direitos em políticas de Saúde, Educação, Assistência Social, Direitos Humanos etc.

Conhecido de muitos interlocutores do Movimento UFPantanal, essa fonte tem convicção de que a Universidade Federal do Pantanal -- efetivando hospital universitário e centro farmacológico -- poderá estar implantada na região, até como uma resposta de governo às demandas por soluções consistentes para a grave questão das urgências decorrentes dos eventos extremos pelas mudanças climáticas. “O Presidente Lula sabe que não dá para ficar enxugando gelo: as ações emergenciais, de combate a incêndios, são imprescindíveis, mas é momento do conjunto de serviços, programas e políticas de Estado de prevenção; e, o mais importante, a Educação, a Ciência & Tecnologia e a Saúde estarão caminhando juntas nesse front -- daí que a UFPantanal é fundamental nesse processo de transformação dessa realidade insólita e perversa.”

INOVAÇÃO, INCLUSÃO, INTEGRAÇÃO

Elaborado a muitas mãos e com rigoroso critério acadêmico, o conjunto de propostas que fundamentam o eixo-motriz da nova universidade federal em construção leva em conta: a) relevância do Bioma Pantanal em risco por causa das mudanças climáticas e do aumento dos incêndios em seu território; b) a urgência de pesquisas científicas para prevenir e conservar a sociobiodiversidade existente em toda a região, cuja peculiaridade exige um conjunto de medidas em sintonia com os saberes das populações originárias e tradicionais; c) adoção de um modelo de desenvolvimento local e regional que leve em conta a formação dos jovens que moram no Pantanal e sua legítima busca de sobrevivência digna no contexto de uma região preterida nas últimas décadas; d) o urgente investimento em um projeto inovador, inclusivo e integrador em região estratégica para a conexão de duas, três nações que dividem os mesmos anseios e cuidados com o Bioma Pantanal, e, e) a adoção dos Espaços Comuns de Educação, conforme ensinado pelo Presidente Pepe Mujica em seu legado de governo na República Oriental do Uruguai.

O processo de construção do projeto da UFPantanal, a exemplo da mobilização, tem sido meticuloso, para assegurar uma participação efetiva de amplos segmentos da sociedade, historicamente não consultados. A tradição brasileira na criação de universidades, até por efeito da Lei da Reforma Universitária de 1968, tem uma característica padrão, que muitas vezes leva à exclusão de importantes atores sociais em sua construção. Por tal razão, com base em estudos exaustivos, depois de definidos os parâmetros gerais, o pré-projeto segue seu processo participativo, por meio de comissões temáticas, até ser concluído, de forma aberta e democrática.

Fruto de demanda histórica e da iniciativa popular, o processo de construção das bases do projeto da UFPantanal é rigorosamente democrático e participativo: o momento oportuno de ser enriquecido, fortalecido e aprimorado será por meio de comissões temáticas, cujos integrantes são os protagonistas de sua realização, a sociedade organizada e a sociedade científica. Essa, aliás, é a gênese das universidades contemporâneas nos países em que a vanguarda científica produz as bases transformadoras das condições fundamentais para o desenvolvimento efetivo de toda a população, sem exclusão e com protagonismo cidadão.

Ahmad Schabib Hany

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Cidade Dom Bosco realiza 3ª Feira das Profissões nesta quarta, dia 13

Cidade Dom Bosco realiza 3ª Feira das Profissões nesta quarta, dia 13

Nesta quarta-feira, dia 13 de novembro, a partir das 18 horas, realiza-se a 3ª Feira das Profissões, na sede da Cidade Dom Bosco, rua Dom Aquino Corrêa, 2462, bairro Dom Bosco, em Corumbá. A abertura contará com a participação da banda de música do VI Distrito Naval de Ladário, que executará uma série de temas de seu repertório.

É objetivo do projeto ajudar na escolha profissional dos jovens por meio de um evento comunitário, em que discentes apresentam os trabalhos desenvolvidos ao longo das aulas. A Feira conta com oficinas de carreiras, dinâmicas de grupo, estandes para apresentação dos cursos e exposição de diversos segmentos externos relacionados ao empreendedorismo e profissões, ofícios, serviços e atividades.

Oportuniza aos estudantes da Escola Estadual Dom Bosco organizar, promover e participar da 3ª Feira das Profissões, além de contribuir para a organização de um evento cultural e de extensão à comunidade, apresentando aos visitantes profissões, ofícios, serviços e atividades que poderão ser exercidas mediante cursos da instituição de origem.

A Feira das Profissões é um evento que possui como principal característica a exposição, geralmente de projetos e serviços, feita pelos chamados expositores, em que um público variado pode visitar e ter contato com esses projetos ou serviços, abrindo uma gama de oportunidades para diversas ações, serviços e projetos, além de geração de parcerias e colaboradores no eixo relacionado ao mercado de trabalho.

Cada profissão, serviço, ofício ou atividade visará criar a forma de apresentar as atividades realizadas em seu campo de atuação, desenvolvendo mecanismos e estratégias que serão apresentados aos alunos e à comunidade externa. Serão usadas palestras, oficinas, apresentação de vídeos, slides, atividades recreativas, entre outras estratégias, que expliquem o universo das profissões, serviços, ofícios, atividades, com foco central nas modalidades de sua atuação profissional para o mercado de trabalho, vendas, serviços e representação.

Cada apresentação tem duração de no máximo 50 minutos, por etapas em salas, destinadas para a realização da estratégia, sala de tecnologia, projeto de vida, auditório de vídeo, tablado externo do pátio e mostra em estandes ou barracas de exposição. Cada professor ficará responsável de acompanhar, direcionar e manter a ordem nos locais de apresentação, das chamadas das participações dos alunos e frequências, além do registo em vídeo e fotos para posterior relatório simplificado da parte sob sua responsabilidade.

O projeto será avaliado por meio de somatório e de modo formativo, por meio do desenvolvimento das atividades elaboradas e produzidas tanto em grupos ou de forma individual, sendo atribuídas as notas máximas da seguinte forma: 2 pontos para oralidade; 2 pontos para participação; 2 pontos para escrita (trabalho); 2 pontos para prática – ao final, totalizando 10 pontos.

A expectativa dos organizadores é de uma participação proativa e generosa, com o único intuito de proporcionar um porvir sadio e próspero às próximas gerações de corumbaenses, ladarenses e pantaneiros dos dois lados desta fronteira irmanada pelos anseios de integração e progresso.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Abaixo assinado pró-UFPantanal surpreende pela adesão massiva

Abaixo assinado pró-UFPantanal surpreende pela adesão massiva

Abaixo assinado virtual recém-lançado ganhou adesão surpreendente nos últimos dias. Durante as campanhas eleitorais municipais e institucionais, o Movimento pela Universidade Federal do Pantanal permaneceu discreto, em respeito à diversidade de candidaturas, para não confundir eleitores e candidatos.

Quer apoiar? Não pague nada. Caso apareça o pedido da plataforma, divulgue o seu apoio à UFPantanal. Acesse o link <https://www.change.org/p/pela-cria%C3%A7%C3%A3o-da-universidade-federal-do-pantanal-ufpantanal>.

O Movimento pela Universidade Federal do Pantanal -- Movimento UFPantanal -- lançou abaixo assinado online, que em menos de cinco dias chegou a quase mil assinaturas. Essa adesão surpreendeu os interlocutores do movimento, cuja estrutura dispensa burocracia e hierarquização, até para não engessar a mobilização. Esta é uma luta de todos e todas.

O Movimento UFPantanal teve início na véspera da chegada do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Corumbá, em fins de julho, quando recebeu a Carta da UFPantanal, em que se apresentaram as demandas e as razões para a criação de um centro de excelência focado num dos biomas mais castigados pelas mudanças climáticas, o Pantanal.

Constituído por interlocutores e articuladores, o Movimento UFPantanal teve importantes conquistas, inclusive em Brasília. Ainda em agosto, a deputada federal Camila Jara fez a indicação do Projeto Legislativo no plenário da Câmara Federal. Nesse ínterim, diferentes ministérios agendaram audiências para que nossa delegação -- membros da comunidade pantaneira, membros de diferentes segmentos universitários, sociais, econômicos e políticos e, óbvio, integrantes da sociedade científica -- seja ouvida em suas demandas.

Antes um sonho, hoje uma necessidade

Sob o lema “Universidade inovadora e inclusiva”, o projeto de criação da Universidade Federal do Pantanal, com sede em Corumbá, propõe um novo conceito de instituição de ensino, pesquisa, extensão e inovação, focado nas necessidades do Pantanal, quer seja do ponto de vista social, econômico, ambiental, cultural e científico.

A implementação de pesquisas e projetos de extensão focados na realidade pantaneira é uma urgência, sobretudo nesta quadra da história em que fenômenos extremos do tempo, por conta das mudanças climáticas, vêm ameaçando a sobrevivência e a existência dos habitantes do coração do Pantanal e da América do Sul.

Os gastos com as operações de resgate e salvamento emergenciais e de recuperação da fauna e da flora, bem como o apoio às comunidades tradicionais, não têm sido poucos. Os resultados, ainda que questionáveis para muitos, são os possíveis. Por isso é momento de contar com um centro de excelência sobre o Pantanal, que foque a sua gente, o bioma como um todo e defina estratégias de desenvolvimento a médio e longo prazos.

Hora de união pelo bem de todos

Mais que mero centro de altos estudos sobre o bioma, a UFPantanal representa iniciativa relevante do governo federal para potencializar o desenvolvimento sustentado, efetivo, consistente e sustentável da região, cuja história testemunha o protagonismo pioneiro do entreposto comercial cosmopolita do mais antigo centro urbano do sul de Mato Grosso. As promessas redentoras que nunca se concretizaram têm levado a juventude e as famílias com maiores condições de sobrevivência para outros municípios e até fora do estado.

A UFPantanal não só representa a qualificação das novas gerações, como a geração de um número de empregos diretos e indiretos de alto poder aquisitivo, cuja repercussão nos diferentes segmentos da economia local, em especial o comércio varejista, é efetiva. Em vez de corumbaenses e ladarenses se mudarem à procura de novos horizontes, Corumbá, com a UFPantanal, passará a ter condições de oferecer para jovens de todo o Brasil e dos países vizinhos a qualificação profissional tão necessária nestes tempos de crise.

Embora as novas gerações desconheçam, Corumbá foi, no início da década de 1970, uma cidade universitária pioneira, ainda no tempo de Mato Grosso uno. Universitários oriundos de países vizinhos e da África frequentaram até a graduação o então Centro Pedagógico. Na época eles eram chamados de estudantes-convênio, por causa do Convênio Cultural da época com diversos países lusófonos e de língua hispânica. Nessa mesma época, Corumbá sediava importantes certames literários, artísticos, musicais e até radiofônicos, que hoje estão na memória de todos.

Com a divisão de Mato Grosso, Corumbá perdeu esse status, mas Dourados, depois de muita luta, conseguiu emancipar o então Centro Universitário, que além de conseguir uma elevação da qualidade dos cursos universitários com a Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a população desfrutou de uma elevação de renda e qualidade de vida: aumento da massa salarial, da oferta de empregos, geração de trabalhos indiretos, tanto no comércio como na infraestrutura urbana regional.

Até por uma questão de sobrevivência, precisamos participar do Movimento UFPantanal, cujos benefícios contemplarão todos os setores: econômicos (comercial, turístico, serviços, agricultura familiar e agropecuário), culturais (artístico, literário, cênico, artesanal e audiovisual), sociais (volta de muitos corumbaenses e ladarenses que precisaram deixar sua cidade para tentar novos horizontes, além da vinda de pessoas de diferentes áreas de formação) e científico-tecnológicos (instalação de pequenas e médias iniciativas nas áreas científicas e tecnológicas, inclusive na saúde e alimentação, o que permitirá uma oferta de serviços mais diversificados em nossa região, tão carente de muitos serviços).

Enfim, cara leitora e caro leitor, é hora de sairmos da passividade a que nos impeliram de modo procrastinador: como disse o poeta, um mais um é mais que dois. E como insiste a sabedoria popular, tudo aquilo que faz bem a muitos, pode fazer bem para todos e todas. Não suma, some-se à UFPantanal, uma universidade inovadora, inclusiva e integradora. Do futuro dela dependerão as próximas gerações de corumbaenses e ladarenses. Ou quer continuar a chorar pelo leite derramado?

Ahmad Schabib Hany

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

OUVIDOS MOUCOS

Ouvidos moucos

Em tempo: Chaves nada tem com a personagem do humor mexicano e Aquino muito menos com o governador mato-grossense do início do século XX.

Porto de Burácom, ano de 1024 de Nosso Senhor Jesus Cristo. No ocidente, Idade Média; na Arábia, Iluminismo. Chaves, 40 anos mais velho que Aquino, apercebe-se que passara desesperadoramente à toa os melhores dias de sua existência a formar os mais novos com base nos Clássicos, que de todas as formas possíveis ‘traduzira’ para melhor compreensão das novas gerações, mesmo tendo conhecido o trágico fim de Sócrates, cuja condenação o fez tomar cicuta por ‘perversão’ de jovens incautos nas ‘perigosas’ searas do saber.

Não que os usurpadores do poder terrenal e celestial não conhecessem o rico legado grego milênio antes. Os mosteiros estavam repletos de obras ‘pagãs’ e ‘heréticas’, tomadas de incautos descumpridores das normas estabelecidas. Eles precisavam demarcar seu total domínio, ainda que tirânico e contrário ao que Jesus Cristo ensinara no Novo Testamento. Afinal, por meio das Cruzadas e do que viria a ser a ‘Santa’ Inquisição, estavam todos de acordo de que ‘hereges’ e ‘pagãos’ seriam, sem comiseração ou clemência, levados à fogueira, à trepanação, ao esquartejamento, ao calabouço, ao desterro.

Quem tiver conhecido a obra do compositor cubano Alejandro ‘Virulo’ García e seu irreverente LP “La Génesis Según Virulo” (em duas edições, de 1980 e 1986) vai compreender por que até o início do século XXI os artistas criativos precisavam recorrer a uma interpretação mais, digamos, leve, irreverente, dos ensinamentos bíblicos. Possível, sobretudo, por causa da quebra de paradigma pelo Papa João XXIII. Caretas, os fanáticos ‘fiéis’ e seus ‘pastores’ de meia pataca sabem patavina de Hermenêutica e de Exegese, com sua interpretação literal e cega do texto milenar, tão complexo quanto profundo.

É eloquente aquela postura de se declarar defensor intransigente da vida do embrião no ventre materno e depois de nascido o rebento que fique ao relento, à ‘própria sorte’. Isso não é novo: vem dos tempos medievais, ainda que consentissem aos membros da corte a prática de tudo que era heresia e paganismo para a plebe. Joana D’Arc que o dissesse, e não é exclusivo dos mais tarde protagonistas da Contra Reforma, mas os próprios paladinos da Reforma. Lutero, Calvino e Henrique VIII, o monarca inglês que rompeu com a Igreja porque o sumo pontífice lhe negara mais uma núpcia na promíscua vida conjugal, antes da ruptura sequer haviam questionado essa conduta.

Feita esta necessária contextualização, demos vida e voz a Chaves e Aquino, que viveram, conviveram e sobreviveram em pleno obscurantismo medieval, cuja repetição em nossos nada generosos dias é uma farsa criada pelas elites totalitaristas travestidas de liberais, no desesperado afã de dar uma sobrevida a um ‘capetalismo’ perverso e pervertido.

Aquino, de ascendência mourisca, manifesta a sua discordância na maiêutica, o que soaria como uma afronta a Chaves, que passou seus melhores dias em meio à juventude, longe da academia, crendo que com isso não estaria se contaminando dos ‘vícios’ daquele, para ele, antro de vaidosos e soberbos. A sinceridade com que o jovem pai de uma filha e que para sobreviver se dedicara ao comércio, seguindo o ofício ancestral, o deixara perplexo, mas reflexivo. Em algo ele e a sua geração falharam, e feio (e, pior, não se aperceberam em tempo). Em meio a um silêncio sepulcral de seus pares, atônitos e consternados -- afinal, o episódio ocorrera precisamente no dia em que era celebrada a memória do mártir da comunidade, cuja passagem ocorrera no ano anterior --, tenta inutilmente encontrar um fio condutor para desenvolver uma reflexão a dois ou mais.

Mas o jovem está irredutível a todos os argumentos. Deixa claro que as palavras do velho aprendiz de tutor não servem para ele, que acrescenta ser sua convicção oposta a toda a de sua comunidade. Algo o fez se desencantar com os usos e costumes avoengos e procura com todo o vigor de sua juventude se contrapor a tudo isso. Reitera com ênfase seu direito de seu livre arbítrio, que, por certo, vai mais além que a escolha do burgomestre. Está evidentemente sufocado, a um passo da proclamação de sua rebeldia, a despeito de fazer a escolha oposta a seus legítimos protestos.

Seu protesto é legítimo, mas sua opção contraditória, pensou Chaves, mas não se sentiu seguro para dizê-lo. Falta de coragem? É provável, pois os tempos eram funestos e o ódio era o combustível para retroalimentar as forças do atraso, com as quais inadvertidamente o jovem rebelde estava imbricado. Tentou, ao seu modo, todas as formas possíveis para dizer-lhe, em meias palavras, que, no fundo, concordava com a sua rebeldia, mas não com a opção feita, de fortalecer o jugo, a opressão, dos pretensos donos do mundo, das almas e das pessoas.

Embora se proclamasse conservador, defensor da ordem estabelecida, Aquino estava em pleno fulgor da desobediência. Ato de coragem, sim. Rebeldia é fundamental, sobretudo na juventude. Mas ela mal direcionada é perigosa por ser autodestrutiva, o que é nocivo para o próprio crescimento da comunidade. Em vez de ganhar adeptos nessa postura, um tanto ‘revolucionária’ em termos de evolução da sociedade, reforçaria o comportamento subserviente dos que não têm a ousadia de questionar regras atávicas.

Aquino sempre foi um menino obediente e cumpridor de seus deveres. Talvez por isso se alinhara cegamente logo com os que se pretendiam ‘donos da ordem’ também. Só não revelavam que ordem pregavam, a dos cemitérios. Seus áulicos estiveram nas Cruzadas contra o povo ancestral do jovem perdido. Perdido, sim: alinhar-se aos seus algozes não era de bom alvitre, Chaves se sentira na obrigação de dizê-lo, ainda que soasse mal. Pior, ainda que se desse mal, como se deu, sim, senhor. Coisa a que ele estava acostumado em sua teimosia de navegar contra a corrente, desde jovem, também. Porém, jamais do lado errado da história, e logo ao lado dos tiranos travestidos de ‘rebeldes’.

“A palavras loucas, ouvidos moucos”, dissera-lhe, reservadamente, um de seus pares. Chaves tinha outra postura, não dormiria bem senão insistisse, ainda que visse que se tratava de um diálogo de surdos. Sim, de surdos, porque nem ele conseguia encontrar as palavras que pudessem ter melhor acolhimento por parte do menino travesso. Travesso? Era assim que seus contemporâneos o viam, pois seu caráter questionador e irreverente não era compreendido nem pelos seus contemporâneos. Era visto como um rebelde sem causa, que não gostava de refletir, de pensar no futuro da comunidade. Um egoísta. Isso reforçava sua convicção de que não tinha qualquer compromisso com os seus, embora se sentisse pertencente ao seu meio, mas ao seu jeito.

Frustrado com o desfecho daquele não-diálogo, Chaves passou a noite lendo e relendo seus velhos apontamentos. Costumava deixar em um baú seus alfarrábios, na esperança de que pudesse um dia compilar e transformar em manual de sobrevivência de eventuais colegas de ofício. De ofício? Não, de infortúnio. Nesse dia -- além da consternação com a perda de uma Amiga e um Amigo, em lugares diferentes e circunstâncias também --, sua solene convicção de que, a despeito de não ter juntado fortuna material para os seus, se dizia em paz, pelo menos, com a sua consciência, de ter feito o melhor por aquilo em que acreditava, que escolhera como causa maior, isto é, preparar as novas gerações para um novo tempo.

Qual novo tempo, qual nada! Eram essas as palavras que ecoavam, reverberavam, ricocheteavam em seu âmago. Aquino foi apenas a ponta do iceberg, pois já havia sido tomado pela decepção com quase todos os que algum dia lhe pareceram companheiros de sina, de ofício -- naquele tempo era o companheirismo a pautar as relações dos, digamos, ousados ‘lentes’, como se pretendiam: olhar mais longe, ainda que milimetricamente... Mais que a miopia, era a soberba, a estupidez, que tomava conta do comportamento dos seus. Pelo visto, ser néscio era o comum, e a ‘normalidade’ era construída nesse sentido.

Pensar, refletir, ter empatia, manifestar solidariedade, caminhar junto... Não, isso pode estar em baixa, mas não desapareceu. É verdade que os impérios conseguiram sedimentar a falsa ideia de que a realização é individual, que só o mais hábil é que se estabelece. Mas ainda há uma, ainda que tênue, oportunidade para mudar o rumo das novas gerações, que não passam de vítimas inconscientes de sua própria tragédia. E cabe, sim, aos que ainda têm um mínimo de noção e cordura o dever de insistir para que caminhem em outras vias, sejam quais forem, mas não na vala comum do esgoto, onde os ratos que vivem da escória estão a saciar sua gana, sua cobiça por chorume...

Se valeu a pena para Chaves ter vivido a disseminar questionamentos? Não sabemos, não saberemos. Como não saberemos se a legítima rebeldia juvenil de Aquino o levou a realizar seu objetivo. Dizem os do seu tempo que, na ânsia de perenizar seu domínio sobre a face da Terra, os obscurantistas medievais se valeram de pessoas de bons propósitos para como abutres lhes tirar a alma e transformá-las em seres desalmados a vagar sem destino pelos recônditos do mundo então conhecido, em vida, em plena existência. Ou quem foram os monstros em forma humana que destruíram as civilizações originárias na América, África, Ásia, Oceania e até da própria Europa? Ler, estudar, refletir é o caminho, que se faz ao caminhar, como disse Antonio Machado, o poeta sevilhano que sabiamente o ensinou.

Ahmad Schabib Hany

terça-feira, 22 de outubro de 2024

UM ANO SEM DONA MARIA TAQUES E JADALLAH SAFA

Um ano sem Dona Maria Taques e Jadallah Safa

No mesmo dia em que a querida Dona Maria Petrona, Matriarca e Cidadã a toda prova, descansou eternamente aos 95 anos, o igualmente querido Camarada Jadallah Suleiman era vencido, aos 65 anos, em sua derradeira luta depois de ter sofrido um AVC durante ato de apoio à resistência palestina em São Paulo.

22 de outubro de 2023. A Senhora Maria Petrona Torres Taques, 95 anos, descansou o sono dos justos para a eternidade, como incansável Cidadã à frente de seu tempo, verdadeira Matriarca, Mãe de prole de oito Irmãos que tive a honra de conhecer e de cuja Amizade sincera privar, sobretudo do Amigo-Irmão Luiz Taques, Jornalista e Escritor com letras maiúsculas, e da Tilma Torres Taques, Enfermeira aposentada. Igualmente, nessa data foi vencido pelo AVC, depois de resistir por algumas semanas, o também Amigo-Irmão de décadas Camarada Jadallah Suleiman Safa, 65 anos, incansável ativista político e comerciante -- até porque nunca viveu da política, do poder, mas de seu trabalho, da luta --, imigrante palestino, chegado ao Brasil pela Corumbá de todos os povos e culturas, quando tive a honra de conhecê-lo e a toda a sua Família e com quem estruturamos a solidariedade ao povo palestino em Mato Grosso do Sul.

É impactante perder ao mesmo tempo uma Amiga e um Amigo muito queridos e que são referência, ao menos nos últimos quarenta anos, nesta cosmopolita cidade que sintetiza não só a diversidade biológica, por ser o coração do Bioma Pantanal e da América do Sul, mas toda humanidade: eis que são habitantes daqui povos originários, afrodescendentes, quilombolas, migrantes de diversas regiões do Brasil, imigrantes bolivianos, paraguaios, argentinos, peruanos, chilenos, gregos, turcos (sim, da Turquia), armênios, portugueses, italianos, espanhóis, britânicos, franceses, alemães, russos, ucranianos, japoneses, árabes -- isto é, palestinos, sírios, libaneses, líbios, jordanianos, marroquinos, egípcios e tunisianos -- etc.

Dona Maria Petrona -- nome, aliás, da editora fundada por Luiz Taques e Esposa, em sua homenagem -- é nascida em Corumbá, na década de 1920, de Mãe e Pai gaúchos, vindos na maior mobilização popular da história do Brasil, a Coluna Prestes. Conhecia quase todos os remanescentes e descendentes dos integrantes -- cunhados pela imprensa elitista da época de ‘revoltosos’ --, cuja expressiva parcela ficou no então Mato Grosso uno. Não nos esqueçamos de que o líder, capitão Luiz Carlos Prestes, ao negociar a repatriação de todos os membros do multitudinário contingente oriundo de diferentes estados, assegurou uma indenização pelo governo de Getúlio Vargas, parte dela doada à Sociedade Beneficente de Corumbá, que permitiu a construção da ‘ala nova’ do Hospital de Caridade, conforme constava da placa de bronze que nos anos de chumbo foi retirada pelos alcoviteiros do fascismo.

Jadallah Safa, recém-chegado a Corumbá, depois de integrar a diáspora palestina em tenra idade [contara-me, tão logo o conheci, que saíra criança de sua Kafermalik, situada na província de Ramallah, na Cisjordânia, no contingente de refugiados palestinos do pós-guerra de 1967, em que os árabes, sob a liderança de Gamal Abdel Nasser, perderam boa parte do território da Palestina milenar, além da Península do Sinai, do Egito, e das Colinas de Golã (ou Jolan, na pronúncia síria)]. Em um portunhol com sotaque árabe, explicara a mim e aos Amigos que integravam um grupo de esquerda latino-americana seu interesse por conhecer melhor as culturas da América Latina e, sobretudo, do Brasil, País que soube acolher irmãmente todos os refugiados que aportaram nos últimos três séculos, mas que em cuja história colonial lusitana traz a vergonha da escravização de milhões de africanos e do saque e morticínio de centenas de povos originários.

Dona Maria Petrona conhecia como pouquíssimos a história da Coluna Prestes, da Corumbá cosmopolita que em cuja infância testemunhou e da história recente da Corumbá privada da liberdade nos anos de chumbo, sob a qual criou seus Filhos como Mãe prudente para que nenhum bajulador das botas opressoras ousassem contra a sua querida prole. Ao lado do Senhor Narciso Taques, que depois de se aposentar do Ministério dos Transportes foi um dos primeiros choferes de carro de praça, como se soíam chamar os dignos profissionais do táxi, eis que Corumbá foi uma das cidades pioneiras também nesse serviço. Seu Narciso se eternizou bem cedo, cabendo à Matriarca assumir sozinha a formação dos Filhos e Filhas (inclusive do mais Velho, que era da primeira cônjuge, falecida, de seu Companheiro de Vida, de sonhos e lutas).

Jadallah, em sua breve permanência em Corumbá (pouco menos que 10 anos), a despeito da dificuldade inicial de falar fluentemente em português, dava um jeito de se relacionar de forma altiva e proativa. Foi assim que construímos uma sólida e leal Amizade, o que permitiu realizar palestras-debate com estudantes das séries finais do ensino fundamental e médio, bem como com universitários e profissionais liberais em Corumbá e Ladário. Ao lado dele, e com a plena contribuição (ele era defensor do trabalho coletivo) dos Amigos Yahya Mohamad Omar, Najeh Abdel Mohd Mustafá (na época presidente da Sociedade Árabe-Palestino-Brasileira), Nasser Safa Ahmad e dos saudosos senhores Khamis Abdallah Suleiman, Soubhi Issa Ahmad e meu saudoso Pai Mahoma Hossen Schabib, sob a qualificada coordenação da querida Amiga-Camarada Elenir Lena Machado de Mello e do incansável trabalho do querido Carlos Augusto Canavarros, da Primeira Mostra da Cultura Árabe-Palestina, por mais de três meses, na Biblioteca Pública Estadual Dr. Gabriel Vandoni de Barros, nas dependências da Casa de Cultura Luiz de Albuquerque, o glorioso ILA, sob a sábia direção-geral do saudoso Doutor Lécio Gomes de Souza e assessoria do também saudoso Poeta Rubens de Castro.

Em sua longeva e lúcida existência nesta dimensão, Dona Maria soube ensinar com sábia maestria valores humanos de grande transcendência. Como diz o provérbio árabe, regras mudam com o passar dos tempos, mas princípios são imutáveis, por isso a base da evolução das sociedades e da espécie humana. Jamais me esquecerei que, já idosa, fez questão de me acompanhar, lado a lado, no cortejo fúnebre de minha saudosa Mãe Wadia Al Hany de Schabib, segurando literalmente minha mão, como a me dar o conforto maternal preciso e precioso no momento em que eu despedia minha Progenitora. Jamais esquecerei de seu gesto de profunda empatia, solidariedade e, sobretudo, Amizade. Eu que, pelas ironias da Vida, não consegui chegar a tempo de despedi-la em sua derradeira caminhada, mas que a trago presente, sempre, pois é uma das minhas referências existenciais.

Por onde Jadallah residiu e trabalhou -- Canoas (RS), João Monlevade (MG) e São Paulo -- soube marcar, espontânea e abertamente, seu legado de generosa e sincera resistência e resiliência, além de organizar coletivos. Não perdia tempo em discussões estéreis (aliás, como meu Pai): insistia que não vale a pena perder tempo com quem ‘sabe tudo’, pois, o papel de quem tem que transformar o mundo, transformar a sociedade predadora e do sucesso a qualquer preço, é disseminar como quem semeia em campos férteis, para as pessoas libertas do preconceito e do jugo, da opressão, e especialmente para as novas gerações, a quem cabe conduzir pelos próximos anos o que estamos deixando para elas. Em quase dez anos de convívio, nunca o vi perder as estribeiras, o que deixava muitos provocadores ainda mais raivosos com ele.

Dona Maria Petrona e Jadallah Suleiman, dois Amigos que me ensinaram muito, mas muito mesmo. Cada qual ao seu modo generoso e único. Personalidades iluminadas e humildes, como o Peregrino que a Vida me presenteou como Pai. Sem que lhe perguntasse, tanto Dona Maria como Jadallah me davam a resposta que precisava, de modo prático e sincero. Pena que eu não os tivesse apresentado um para o outro, pois não tenho dúvida que teriam gostado muito terem se conhecido. Coincidentemente, também não pude me despedir de Jadallah quando esteve em Corumbá, por alguns dias (no início de 2023), apesar das várias tentativas feitas por ele para nos encontrarmos.

Decorrido o primeiro ano da eternização de Dona Maria e de Jadallah (não para confortar minha consciência de procrastinador inveterado), concluo que não me despedi de cada um deles porque os tenho presentes em meu cotidiano. Como poucos outros e outras, entre eles meus saudosos Pais e meu Irmão mais velho, há algo, sempre, que me os traz à lembrança por algum episódio ou fala sábia que calou fundo em meu âmago. É que assim são os seres únicos, imensos e generosos: impregnam em nós os seus grandes valores que os trazemos para sempre dentro de nosso consciente, como a nos orientar o tempo todo.

Com todo o respeito pelos tantos e tantas Amigas e Amigos cultivados com muito afeto e sinceridade, mas a Vida está se tornando insípida e profundamente árida com a eternização desses Gigantes de Alma que atravessaram a dimensão para iluminar nossa lúgubre e insana existência, em que seres bizarros de comportamento insólito e ganancioso teimam em se apossar e destruir o que resta de um planeta tão generoso e uma humanidade, apesar de espoliada e oprimida, tão diversa e cativante. Que, pois, esses seres de Luz nos mantenham lúcidos e racionais para continuarmos a jornada, que só vale a pena continuar a levá-la na certeza de que o raiar de um novo tempo está a surgir, com a intensa luz de seres que se eternizaram abnegada e generosamente, como viveram, na humildade e no anonimato.

Até sempre, Dona Maria Petrona! Até sempre, Jadallah Safa! Obrigado por terem existido! Obrigado, Corumbá, por ter sido o sagrado Paraíso na Terra a nos oportunizar verdadeiros seres humanos de uma dimensão gigantesca!

Ahmad Schabib Hany

terça-feira, 15 de outubro de 2024

PADRE ERNESTO SAKSIDA, 107 ANOS

Padre Ernesto Saksida, 107 anos

A memória seletiva das elites políticas ignora as obras sociais deixadas pelo sacerdote esloveno que escolheu Corumbá para realizar seu projeto de Vida.

Neste dia 15 de outubro, também Dia do Professor e da Professora, o saudoso e querido Padre Ernesto Saksida estaria completando 107 de nascimento. Em 13 de março de 2013, quando se eternizou depois de perder a luta contra a pneumonia que o levou à internação no CTI do Hospital de Caridade, seu projeto de Vida estava vicejante e alvissareiro porque ele, presente, à frente e vigilante, não deixava de contatar os benfeitores europeus que, desde a sua gênese, foram os responsáveis pelo financiamento das obras sociais criadas e mantidas por mais de cinco décadas sob a sua direção.

Preocupado desde fins da década de 1990 com o porvir do complexo educacional inspirado no legado de Dom Bosco, ele contatou um pequeno grupo de apoiadores discretos com os quais tinha a liberdade de fazer algumas revelações. As primeiras reuniões foram feitas na residência do Senhor Jorge Katurchi e foram poucos os convidados, pois se preocupava por eventuais inconfidências, cujas repercussões poderiam desanimar os benfeitores que até então eram informados de tudo por meio de cartas. Milhares de cartas, respondidas por uma equipe de colaboradores, sempre sob sua supervisão meticulosa. Essa era a fonte de financiamento de uma iniciativa pioneira que mudou a Vida de milhares de famílias de Corumbá, Ladário e Puerto Suárez (Quijarro, na época era uma estação ferroviária que viria a ser emancipada como município em 1977).

Ele revelara que, quando começou sua obra social no início da década de 1960, não foram poucas as famílias amigas que tentaram demovê-lo de seu projeto, usando os mais insólitos argumentos. Isso o levou a viajar a São Paulo e Rio de Janeiro para participar de programas de auditório e com isso sensibilizar a alta sociedade brasileira situada nas duas maiores cidades do País. Depois de algumas longas viagens pelo Brasil, também não deu certo. Foi então que lhe ocorreu viajar à Europa e disputar com outros destinatários da ajuda cristã a diversas nações, sobretudo na África, e assim criar as organizações de apoio à sua obra.

Mas houve os que o haviam apoiado, entre eles o saudoso Senhor João Gonçalves Miguéis (que com ele fundara anteriormente a LEMAC, Legião Mato-grossense dos Amigos da Criança), o Doutor Salomão Baruki (com quem fundara um jornal, a Folha da Tarde), o Senhor Jorge Katurchi e o Senhor Walmir Provenzano (com quem fundara a União dos Ex-alunos de Dom Bosco, UEDB), além do Professor José Ferreira de Freitas (primeiro diretor da então Escola Estadual Rural Alexandre de Castro e autor de mais de dez livros sobre a obra social do Padre Ernesto, quem mais tarde o elegeu e reelegeu deputado estadual, o que o levou a se mudar para Cuiabá, onde acabou fazendo sua carreira, tanto na política como no magistério universitário). Também os saudosos Senhor Ale Hamie, comerciante e relevante doador, o Protético e Pastor Hernán Guerrero e o pecuarista Lino Viegas.

Participaram também, sobretudo na primeira fase, o advogado Antônio Vitor Lima Baptista (Filho do Amigo de décadas, o advogado José Feliciano Baptista Neto, que, além de ajudar junto com o Doutor Salomão na escolha do nome, assinou a petição de registro da entidade junto ao cartório) e o senhor José Batista de Pontes (esposo da Professora Camila de Pontes, que ao lado da Professora Norma de Souza foi uma das duas primeiras professoras da Escola Alexandre de Castro, no tempo em que funcionou na casa de Dona Catarina). As articulações políticas que acompanharam a segunda fase da fundação do CENPER (Centro Padre Ernesto de Promoção Humana e Ambiental) foi fator de afastamento de muitos dos apoiadores da primeira fase, que se sentiram alijados do processo.

Muito me surpreendeu a capacidade de articulação política do Padre Ernesto. Embora ele tivesse me pedido que, como facilitador desse processo, coordenasse esse trabalho muito desgastante, revelou-se extremamente hábil quando as coisas foram caminhando para um lado, digamos, inusitado. Ele já estava acostumado com isso, até porque ocorrera o mesmo na fundação da Cidade Dom Bosco, no início da década de 1960. A mesma elite política que aconselhou o sacerdote salesiano a não se envolver com a inclusão social era a mesma que disputava sua parceria, até porque se aproximavam as eleições de 2004.

Como o até então presidente da Comissão Pró-fundação do CENPER, Seu Jorge Katurchi, declinara-se da presidência da entidade, o mesmo tendo feito o Doutor Salomão Baruki, habilmente os dois Amigos de décadas do Padre Ernesto foram, aos poucos, convencendo o sacerdote salesiano a aceitar a proposta de que o então desconhecido, para o Padre Ernesto, Ruiter Cunha de Oliveira fosse o primeiro presidente do CENPER. Não foi fácil, pois Ruiter sequer tinha sido aluno da Cidade Dom Bosco, e sobretudo o experiente Padre Ernesto não o conhecia e dera um jeito de se informar junto a velhos Amigos.

Antes mesmo de que as pessoas cujos nomes integraram a primeira diretoria executiva do CENPER imaginassem ser chamadas para compor a chapa a ser proclamada na assembleia-geral de fundação, o trabalho de convencimento do Padre Ernesto foi um ritual rigoroso. Ele nos dissera que estava dando uma chance às famílias amigas de outrora que mudassem seu olhar sobre os excluídos de sua própria cidade. E foi assim. Metódico, resiliente e determinado, o criador da Cidade Dom Bosco não só se empenhou na criação dessa como de mais duas entidades, como a constituir um tripé de sustentação do conjunto de sua obra social pioneira e de caráter interdisciplinar.

Somente quando as associações de benfeitores da Europa começaram a enviar respostas com a aquiescência da estratégia em construção -- uma entidade nos moldes da nova legislação brasileira de 1999 relativa às OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) -- é que ele passou a realizar as reuniões nas dependências da Cidade Dom Bosco. Nesse meio tempo o Padre Carlos Estremera, diretor da Cidade Dom Bosco, foi transferido e em seu lugar veio o agora saudoso Padre Oswaldo Scotti, grande entusiasta da iniciativa dos apoiadores do Padre Ernesto. Esse entusiasmo, reiterado pelo também saudoso Padre Pasquale Forin, titular da Paróquia de São João Bosco e seu Irmão de Congregação Salesiana, permitiu que mais duas entidades fossem constituídas nesse ínterim: o Clube dos Amigos do Padre Ernesto, presidido pelo também saudoso Doutor Lamartine Costa, e a União dos Ex-Alunos da Cidade Dom Bosco (UEACDB), cuja primeira diretoria foi escolhida a dedo pelo Padre Ernesto entre ex-alunos mais próximos dele.

Conhecedor de seu prestígio perante a população corumbaense, o Padre Ernesto não só afiançou seu apoio ao novo integrante da Família Salesiana em Corumbá, como o levou a fazer um compromisso de honra, de que os primeiros presidentes do CENPER, pelo valor, pelo significado desse prestigiado cargo (encargo social), seriam apoiados pelo antecessor à sua sucessão também no âmbito político-administrativo. A primeira a sucedê-lo seria (no CENPER foi) uma professora, filha de um grande Amigo seu que por ironia da Vida, se eternizara no dia em que era realizada a primeira festa de promoção da entidade. Embora todos os integrantes da direção da entidade tivessem votado pelo adiamento da festa, os preparativos, já bastante adiantados, fizeram com que tivessem que mudar de decisão, em meio ao constrangimento e à consternação.

Lembro-me como hoje, horas antes da realização da festa, o recém-empossado presidente do CENPER teve que assumir o compromisso de apoiar a Filha do Amigo como candidata à sua sucessão, não só da entidade, mas na prefeitura, caso ele viesse a ser eleito. Aliás, o Padre Ernesto nunca teve dúvida: ele era convicto de tudo o que o levava a fazer. Contudo, o lado político não correspondeu, e muito menos no tocante ao reconhecimento do ex-presidente da Comissão Pró-fundação do CENPER, mesmo contra a vontade de Seu Jorge, como assessor especial junto ao gabinete do prefeito. Convencido pelo próprio sacerdote salesiano, como Amigo de décadas, ele teve que aceitar, mas o ato de nomeação nunca chegou, nem no primeiro mandato, muito menos no segundo...

Ao contrário do Padre Ernesto, que honrara todos os compromissos assumidos pública ou reservadamente, as elites políticas locais simplesmente ignoraram esses compromissos, tanto que quando o célebre GENIC [CENIC para as novas gerações] pediu socorro, ninguém se habilitou a apoiar uma iniciativa que o fizesse permanecer em suas atividades centenárias. Todos os atuais atores do mais recente processo eleitoral estavam ocupando cargos, senão eletivos, de grande influência política, que teriam salvo o quase centenário colégio salesiano da Frei Mariano. Ficam os registros. É a tal ‘vontade política’...

Como o Padre Ernesto sempre destinou a festa de seu aniversário para todos, emblemático dia que é, dedicaremos o parágrafo derradeiro à categoria profissional com a qual mais trabalhou ao longo de sua Vida, pois ele mesmo era Professor.

Feliz Dia do Professor e da Professora! Mais que comemoração, merecida ainda que imotivada, é dia de reflexão e luta, porque só com muito empenho, estudo, coerência e organização é que a categoria tão importante para a conquista da soberania científica e tecnológica do Brasil haverá de ser reconhecida e respeitada pelos feitores, digo, gestores de plantão. E não adianta esperar que o Governo Federal, na pessoa do grande estadista Lula, faça milagres, porque até ele está refém do nefasto centrão, verdadeiro câncer da democracia ao lado do fascismo -- travestido de parasitismo rentista, neoliberalismo entreguista, fanatismo religioso sionista --, que tomou conta de grande parcela da população do Planeta. Menos oficialismo, burocratismo, servilismo, individualismo, identitarismo, soberba e autossuficiência: precisamos de empatia, solidariedade e coletivismo. Alvíssaras, alvíssaras, temos cérebro e consciência de classe!

Ahmad Schabib Hany