Ao lado de Wega Nery, Cármen Portinho e Graziela Maciel
Aproximadamente oito décadas atrás, Bertolt Brecht nos ensinou sobre aquelas pessoas imprescindíveis. Neste 8 de março vamos reverenciar a luta das Professoras Maria da Silva Pereira, Mara Leslie do Amaral, Ivaneide Minozzo, Eva Granha de Carvalho, Judith Pedreira, Estela Scandola e Cláudia Araújo e das saudosas Julia Gonzales, Maria de Paula e Izulina Gomes Xavier. Da mesma forma como em 2018 celebramos a memória e o legado de três corumbaenses de pioneirismo e coragem: a artista plástica Wega Nery, a arquiteta e urbanista Cármen Velasco Portinho e a botânica Graziela Maciel Barroso. E em 2019 homenageamos ao seu lado a procuradora de Justiça Tereza Cristina Maldonado Katurchi Exner, a historiadora e professora Eunice Ajala Rocha (nascida em Cáceres), a ativista cultural Heloísa Urt (nascida em Ladário), a artista plástica, chargista e poeta Marlene Terezinha Mourão (a querida Peninha de todos os traços, nascida em Coxim) e a querida e saudosa cidadã e ativista do SUS Gabriela Soeiro (nascida em Guajará-Mirim, Rondônia).
Nestes dias transcorreu a Semana das Mulheres (a propósito do Dia Internacional da Mulher, celebrado desde 1975 a propósito da imolação de aproximadamente uma centena e meia de tecelãs no interior de uma indústria têxtil de Nova York, em 1857). Assim como nunca esse crime perverso foi devidamente punido, atualmente a taxa de feminicídio cresce exponencialmente por conta do discurso de ódio e supremacia racial, de classe e gênero sublimados pelo inominável e suas hordas irracionais nos últimos seis anos de subversão dos valores republicanos, humanistas e civilizatórios.
Esta celebração adquire, nesse contexto de
reconstrução das instituições democráticas e da própria sociedade esfacelada
pela apologia ao crime e à perversidade, relevância tal, que nos cabe
reconhecer neste momento a incansável dedicação de mulheres ‘comuns’ mas
imprescindíveis em nosso cotidiano: as Professoras Maria da Silva Pereira
(diretora da Escola Monte Azul),
Mara Leslie do Amaral (formada em Letras e dedicada à Previdência Social e às
questões de cidadania),
Ivaneide Minozzo (formada em História e responsável durante décadas à Reforma
Agrária), Judith Pedreira (formada em
Letras, dedicada ao magistério por décadas e secretária-executiva do Conselho
Municipal dos Direitos da Mulher), Dona Eva Granha de Carvalho (ativista social,
mestra de cidadania, exemplo de protagonismo feminino), Estela Scandola
(assistente social que dedicou toda a sua Vida ao protagonismo cidadão de
mulheres, jovens, lgbtqia+, sem voz e sem vez) e Cláudia Araújo de Lima (educadora em saúde com doutorado em
Educação, pesquisadora social voltada para o enfrentamento da violência contra
crianças e adolescentes e professora do Mestrado em Educação Social da UFMS em
Corumbá), bem como guerreiras que não mais estão em nosso cotidiano,
como a líder Julia Gonzales (líder da comunidade da Baía Negra, dos sem teto e
dos servidores da UFMS), Maria de
Paula (Professora por várias décadas, educadora popular, formadora de cidadãos
e grande voluntária da Ação da Cidadania, ao lado de seu Companheiro de Vida,
Zózimo de Paula), Izulina Gomes Xavier (artista plástica, escritora,
ambientalista e formadora de cidadãos).
Discreta e rigorosamente focada na Educação, tanto em sua área de formação profissional como em sua condição de Mãe e Companheira de luta pela Reforma Agrária desde jovem, quando conheceu o Senhor Hermenegildo Pereira, muito antes da Travessia do Rio dos Pássaros, em Ivinhema (MS), a Professora Maria da Silva Pereira é uma corumbaense por opção de Vida. Não por acaso é muito lembrada por ter sido Diretora (maiúscula) da Escola Monte Azul, o educandário construído pela própria comunidade, fruto de sua organização e atuação coletivista. Tanto assim, que seu Filho, o Professor Sérgio da Silva Pereira, não apenas lhe seguiu os passos, como foi além e hoje é doutorando em Educação em Dourados (na Universidade Federal da Grande Dourados, UFGD). Aliás, toda Professora realizada vê com orgulho seus discípulos irem além de seus próprios caminhos, pois é a melhor prova de que seus ensinamentos foram assimilados, foram praticados.
Reservada e pautada pela coerência desde tenra
idade, a Amiga-Irmã Mara Leslie do Amaral é de uma maturidade acima da média,
além de sua capacidade de resiliência. Sou testemunha, por mais de dez anos, de
sua sinceridade e maturidade. Tão transparente e lúcida, nunca precisou de
dizer o que está pensando, quem a conhece já lê em seu semblante. Formada em
Letras em meados da década de 1980 pelo então CEUC/UFMS, é das primeiras concursadas na transição para a Nova República na
Previdência Social, já no processo de retorno à normalidade democrática do
Brasil, e foi imprescindível no processo coletivo de construção do controle
social em Corumbá e Ladário. Companheira de primeira hora, tanto no Comitê da
Ação da Cidadania como do Pacto Pela Cidadania, foi também parceira na
construção do Fórum Permanente de Entidades Não Governamentais de Corumbá e
Ladário (FORUMCORLAD, hoje Observatório da Cidadania Dom José Alves da Costa),
ora com os saudosos Padre Pasquale Forin, Padre Ernesto Saksida ou com o Dom
José. Mesmo tendo que priorizar a formação de sua Família em fins dos anos 1990, sempre esteve, lado a lado e
incondicionalmente, dando sua contribuição para o protagonismo cidadão desde os
tempos em que era Aluna do agora saudoso Padre Osvaldo Scotti.
A Professora Ivaneide Minozzo é daquelas pessoas que respiram cidadania. Nascida no sul do Brasil, veio a Corumbá como um feixe de luz para abrir os horizontes dos adormecidos e distanciados dos valores humanistas, verdadeiramente cristãos (no sentido mais amplo da palavra). Agente de pastoral, foi fundamental na realização de importantes passos da Comissão Pastoral da Terra, ao lado dos também Professores Milton Zanotto, Amélia Zanella e Luiz Carlos Vargas, que assessoravam o Padre Pasquale Forin em diferentes frentes de ação da acolhida às mais de três centenas de Famílias do Campo chegadas a Corumbá em fins da década de 1980. Ao lado de Mara Leslie, foi uma das responsáveis pela sistematização das bases do hoje Observatório da Cidadania. E mesmo longe de Corumbá, depois de mais de uma década dedicada à Missão da Terra, a Professora Ivaneide sempre esteve presente na hora e no momento em que precisaram de seu apoio sincero e incondicional.
A Professora Judith Maria Pedreira, formada em
Letras e dedicada ao magistério público por décadas a fio, teceu magistralmente
cidadania e ensino formal até se aposentar, mas nesse meio tempo aceitou o
desafio de dar suporte técnico à Gerência de Políticas da Mulher e ao Conselho
Municipal dos Direitos da Mulher, do qual foi secretária-executiva, entre 2005
e 2008. Além da formação ética sólida, a Professora Judith tem sensibilidade
social e compromisso cidadão com a inclusão social e a participação pública.
Sua atuação na Educação e no protagonismo das mulheres foi um divisor de águas
para a consolidação efetiva da participação social na construção de políticas
públicas para as mulheres, tendo sido uma parceira da então titular da
gerência, a Professora Cristiane Santana de Oliveira, quando tanto o conselho
quanto o órgão gestor avançaram na afirmação cidadã.
Mestra em cidadania e empoderamento popular, Dona Eva Granha de Carvalho tem em seu DNA a inquietude transformadora. Pioneira em tudo -- na política, nas causas justas, nas conquistas sociais, na luta pela democratização do País e no protagonismo feminino --, quando jovem membro da Legião de Maria da Igreja Católica, nos idos da década de 1960, desenvolvia iniciativas de solidariedade e de inclusão dos perseguidos pelos ‘donos do poder’, fazendo jus ao sangue republicano espanhol (o seu Pai se asilara na cosmopolita Corumbá do início do século XX, tal como o Mestre Burgos, o grande artista plástico que Corumbá não conhece como deveria). Não por acaso foi ela que criou a emblemática mística de levar ao então líder da oposição à ditadura as rosas vermelhas que tornaram emblemáticas as campanhas de Jesus Gaeta, ainda que ele depois tenha abandonado seus verdadeiros Companheiros e Companheiras de causa republicana. E foi ela, ao lado do saudoso José de Oliveira, que fundou o Partido dos Trabalhadores em Corumbá, tendo sido candidata a vice-governadora e a vice-prefeita em diferentes épocas. Uma lucidez e generosidade sem limites, grande exemplo a ser seguido, do alto de seus bem vividos anos (aqui não expostos, pois não se revela a idade de uma Dama).
A Professora Cláudia
Araújo de Lima, além de Doutora em Educação em Saúde, tem uma trajetória
profissional voltada para a Promoção em Saúde dentro do Ministério da Saúde e
por essa razão esteve em todas as regiões do Brasil, na África e na América
Central para contribuir para a elevação da qualidade de vida da população nos
diversos países em que atuou como técnica desse ministério. Ao participar, como
representante do Ministério da Saúde no Programa de Ações Integradas
Referenciais para o Enfrentamento da Violência Infanto-juvenil em Território
Nacional (PAIR), entre 2003 e 2008, conheceu Corumbá, onde
optou por trabalhar como cientista social, tanto na graduação e no Mestrado em
Educação Social, como ativista no enfrentamento de todas as formas de violência
contra as mulheres e a população infanto-juvenil. Graças à sua generosidade e
compromisso social, fortaleceu a rede de proteção social e as políticas de
enfrentamento à violência e de defesa dos direitos humanos, inclusive no
momento em que as políticas sociais sofreram retração em escala federal. E mais
ainda: como pesquisadora, promoveu pesquisas de orientandos para o
desenvolvimento de ações, programas e políticas perenes de protagonismo
cidadão.
A Doutora em Políticas Públicas pela Universidade de Coimbra Estela Márcia Rondina Scandola, na verdade, nunca precisou de certificação acadêmica para qualificar suas incansáveis iniciativas pioneiras. Desde tenra idade, ao lado do saudoso Padre Pasquale Forin (a quem respeitosa e afetuosamente chamava de Páscoa, como ela narrara em sua despedida ao grande sacerdote salesiano que se eternizou há dois anos), em Campo Grande, Estela é verdadeiramente constelação: capaz de, ao mesmo tempo e com total desenvoltura, coordenar uma pesquisa complexa, porque inédita (caso das pesquisas pioneiras sobre exploração sexual de crianças e adolescentes e de tráfico de pessoas, bem como do controle social de políticas públicas pós-1988), e preparar palestra envolvente (de engajamento) e oferecer o colo a alguma estagiária em crise existencial ou a um(a) Amigo(a) sob ameaça de Vida. Incansável, competente, serena (ao seu modo genial) e, sobretudo, desassossegada. Em 2008, quando da parceria do FORUMCORLAD com a Subsecretaria da Cidadania para celebrar 60 anos dos Direitos Humanos, sob a titularidade do querido Amigo Arturo Castedo Ardaya, não foi possível formalizar a gratidão do Povo Corumbaense por seu generoso aporte de décadas, por razões regimentais (precisava ser nascida ou ter vivido em Corumbá).
A querida e saudosa Julia Gonzales, a eterna
Julinha do PT e de todas as grandes causas, fossem elas dos sem teto, dos sem
voz, dos sem vez, dos sem oportunidade ou dos sem direitos. Imagine o(a) leitor(a) que ela, servidora pública
federal estável e concursada, da UFMS, decidiu entrar num Programa de Demissão
Voluntária (PDV) nos anos 1990
para seguir seu destino de ribeirinha, de quem se tornara líder espontânea e
unânime. Depois os sem teto a procuraram, e igualmente foi à luta. Até encerrar
sua jornada como líder da comunidade da Baía Negra, em Ladário, onde, na década
de 1960, as malversações da
ditadura tinham abandonado um projeto megalomaníaco de arroz irrigado no
coração do Pantanal, com a construção inacabada de um pôlder por uma empresa
cuja sigla era CODRASA (Companhia de Dragagens S/A). Incansável Cidadã, Mãe e
Companheira: durante sua dura e corajosa Vida fez “do limão limonada” e nunca
se intimidou com a ‘cara feia’ dos ‘donos do poder’. Em minha modesta opinião,
a querida Dona Eva Granha, a saudosa Helô Urt e a querida e saudosa Julinha são
as três ‘Fadas Madrinhas’ do empoderamento feminino da transição do século XX
para o século XXI.
A Professora Maria de Paula, querida e saudosa, era cativante e afetuosa educadora das séries iniciais, membro da comunidade presbiteriana em Corumbá, que se eternizou no início dos anos 2000. Tive a honra de conhecê-la com seu igualmente querido Companheiro de Vida, Seu Zózimo de Paula, por meio do incansável Pastor Fernando Sabra Caminada, no início da década de 1990. Já aposentada, a Professora Maria -- com toda a Família: Seu Zózimo, a Irmã Dona Rose e a Filha Cristiane --, dedicou-se totalmente às atividades da Ação da Cidadania, tanto que sua residência, na Nova Corumbá, se tornara um dos Comitês Regionais da campanha contra a fome dos anos 1990. Com o apoio de funcionários, como a querida Amiga Fátima Garcia da Silva, o Comitê da Região Sul de Corumbá foi pioneiro na capacitação de pessoas para a geração de renda, sempre sob a coordenação acolhedora da Professora Maria e de Seu Zózimo, um casal encantador e envolvente. Foi, aliás, por meio deles que conhecemos o igualmente incansável Pastor Antônio Ribeiro, de saudosa memória. Depois da súbita eternização da Professora Maria, a Família de Seu Zózimo se mudou para a capital, razão pela qual as iniciativas locais da Região Sul tiveram retração significativa, mas seus exemplos de generosidade, amizade e empatia se multiplicaram.
Dona Izulina Gomes Xavier, artista plástica e
escritora, não só não se limitou às atividades artístico-culturais, inclusive
com seu reconhecido mecenato desde os anos 1970. É dela a iniciativa da criação de duas emblemáticas entidades que
lamentavelmente estão inativas atualmente: a Sociedade Ecológica Amigos do
Pantanal (SEAPAN) e o Serviço Assistencial Nossa Senhora do Carmo (SERVCARMO),
pioneiros em diversas iniciativas em todo o estado. Além disso, deixou sua
marca indelével em importantes espaços públicos, como em praças e o conhecido espaço
urbanístico do Cristo Rei do Pantanal, de cuja realização o Senhor Jorge José
Katurchi foi importante protagonista, ao conseguir o financiamento do projeto pelo
governo do estado, nos idos de 2000. Mais ainda: graças à generosidade
de Dona Izulina, entre 1975 e 1978, o pioneiro do turismo receptivo, Gilson
Dario Vianna, conseguiu fazer existir seu projeto de passeio fluvial sob a
denominação de ‘La Barca Tour’, cujo escritório estava locado numa sala do
antigo Santa Mônica Hotel, do senhor Netinho, a quem Dona Izulina solicitara
uma parceria para o projeto inédito (mais tarde, o saudoso Gilson vendeu seu
projeto para o igualmente saudoso Jorge Nader, também incansável e corajoso
lutador pela preservação do Pantanal).
Corumbaense por opção, Dona Izulina contribuiu discreta e solidariamente com o
Povo que a acolheu ainda jovem com sua Família.
Em 2019, nossa homenagem foi para a então recém-empossada primeira Corregedora-geral do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), Procuradora de Justiça Tereza Cristina Rondon Maldonado Katurchi Exner, ingressada ao MPSP no último concurso antes da promulgação da Constituição de 1988, que de pronto se posicionou pela efetivação das conquistas consignadas na Carta Constitucional Cidadã, à luz das liberdades democráticas. A Doutora Tereza Cristina, hoje, tenta superar a ausência de seu querido Pai, Seu Jorge José Katurchi, eternizado no último dia de janeiro deste ano, depois de doloroso Calvário pela perda do saudoso Mário Márcio Maldonado Katurchi, dois anos atrás, e o agravamento de sua saúde física, pois a mental estava invejável.
E ao lado delas, as grandes corumbaenses que
escreveram uma nova história da sociedade brasileira e, sem exagero, da
humanidade. Entre elas, a talentosa artista plástica Wega Nery, que enveredou
por escolas de arte inovadoras e compartilhou com expoentes das artes pelo
mundo todo, além de ser a mãe do grande Jornalista Tão Gomes Pinto, companheiro
de ofício e aventuras do genial Jornalista Mino Carta desde os bons tempos da Veja, IstoÉ, Jornal da República,
Senhor, IstoÉ/Senhor e CartaCapital.
A revolucionária arquiteta e urbanista Carmen Velasco Portinho, que não se
limitou a lutar pela emancipação da mulher como cidadã plena e a promover a
formação de suas irmãs, mas foi a primeira arquiteta e urbanista brasileira,
responsável pelo primeiro programa de habitação popular do Brasil, quando o Rio
de Janeiro era o Distrito Federal. E a incansável botânica de grandes
horizontes Graziela Maciel Barroso, não só primeira bióloga brasileira, mas
protagonista de um pioneirismo ímpar como cientista à frente de seu tempo, como
quando identificou 25 variedades de grandes árvores que levam seu nome ou orientou
50 mestrandos e 15 doutorandos ao longo de uma vigorosa vida acadêmica,
tardiamente iniciada pela época em que viveu e pelas responsabilidades de mãe e
esposa a partir dos 16 anos de Vida.
Nascida em Cáceres e corumbaense por opção, a saudosa Professora Eunice Ajala Rocha -- mais que viúva de um aguerrido vereador que entrou para a história, Edu Rocha, pesquisadora responsável pela perenização de importantes ícones do patrimônio cultural e histórico do Pantanal, a viola de cocho, o siriri, o cururu e a festa de São João --, pioneira também no resgate do legado dos afrodescendentes em Corumbá. A Professora Heloísa Helena da Costa Urt, querida e saudosa Helô, é outra grande mulher que, nascida em Ladário, fez com que Corumbá e a mulher pantaneira aquinhoassem respeitáveis conquistas no campo da cultura e da cidadania, sobretudo no contexto do patrimônio cultural imaterial, tendo tomado a iniciativa de registrar a festa do banho de São João, o cururu, o siriri e a viola de cocho como importantes características da cultura popular pantaneira.
A ativista social Gabriela Soeiro, a querida e
saudosa Dona Gaby, nascida em Guajará-Mirim (Rondônia), chegada ainda jovem à
Corumbá da década de 1950, é outra das grandes mulheres que fazem de Corumbá um
verdadeiro celeiro de cidadania, pois, além de ter sido protagonista de uma
história fantástica como provedora e matriarca de uma família de vencedores, já
em idade madura, depois de sobreviver a uma doença mutiladora, foi a
responsável pela efetivação de direitos das pessoas ostomizadas, ao percorrer o
estado por mais de uma década assegurando qualidade de vida e direitos a
pessoas que, como ela, precisaram conviver com alguma forma de ostomia.
Finalmente, a artista plástica e professora Marlene Terezinha Mourão, a querida
Peninha, nascida em Coxim e que felizmente continua entre nós, além de imortal
criadora de Maria Dadô, a melhor expressão da mulher pantaneira, é poeta,
escritora, artista plástica e professora de cidadania de diversas gerações,
além de Docente pioneira dos cursos universitários do à época Centro Pedagógico
de Corumbá, da Universidade Estadual de Mato Grosso (UEMT).
Nessas geniais Mulheres (maiúscula, por favor), deixamos mais que mero reconhecimento, nossos respeitos a todas as Mulheres do Planeta, responsáveis pelo desassossego incansável e transformador que faz da História a infindável e imponderável motivação da Vida, essa que é muito mais que passar por esta existência, mas deixar as marcas da necessária evolução de que tanto clama não só a Humanidade, mas toda a Natureza, todo o Planeta.
Ahmad Schabib Hany
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